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Voar é um desejo que começa em criança!

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

KC-390 Millennium

KC-390 da Força Aérea Portuguesa é energizado pela 1a. vez
O primeiro cargueiro KC-390 Millennium da Força Aérea Portuguesa (FAP), foi energizado, pela primeira vez, no dia 21 de setembro de 2021, sob o olhar da Missão de Acompanhamento e Fiscalização (MAF) do Programa KC-390, uma equipe multidisciplinar de militares portugueses, composta por tripulantes, engenheiros e técnicos de manutenção da FAP.

Cinco aeronaves
A missão encontra-se na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (SP), para acompanhar as atividades de produção e teste das cinco aeronaves adquiridas pelo Estado Português. Durante os próximos meses, fará o acompanhamento da produção e preparação da entrega das aeronaves, tendo em vista a satisfação de todos os requisitos estabelecidos para este Sistema de Armas. A etapa da produção agora concluída, com a energização da primeira aeronave, acompanhada de inspeções a diversos sistemas já instalados, antecede a realização dos primeiros voos de teste.

Fonte: Força Aérea Portuguesa

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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Asas Rotativas

Carga de trabalho do piloto de helicóptero em emergência é tema de artigo de brasileiros publicado por revista britânica
Um estudo realizado por um grupo de pesquisadores do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), localizado em São José dos Campos (SP), por meio do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e do Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV), em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), teve seu artigo científico publicado na revista britânica Scientific Reports, do grupo Nature, publicação que divulga artigos de pesquisadores nas áreas das ciências naturais, medicina e engenharia. O trabalho intitulado, “Quantitative assessment of pilot-endured workloads during helicopter flying emergencies: an analysis of physiological parameters during an autorotation” - que em português pode ser traduzido como "Avaliação quantitativa das cargas de trabalho suportadas pelo piloto durante emergências de voo de helicóptero: uma análise dos parâmetros fisiológicos durante uma autorrotação" - foi conduzido pelo doutorando do ITA e Gerente Técnico da Divisão de Projetos do DCTA, Coronel Aviador José Ricardo Silva Scarpari e pelo doutorando do Instituto do Cérebro do HIAE, Mauricio Watanabe Ribeiro.

Reações fisiológicas
O objetivo da pesquisa foi analisar as reações mecânicas e fisiológicas de um grupo de pilotos durante a autorrotação, manobra utilizada para realizar o pouso seguro do helicóptero, quando há uma falha no motor. “A ideia era a de conhecer as respostas fisiológicas dos pilotos frente à uma grande ameaça, uma emergência real, causada pela falha do motor do helicóptero, com o piloto sendo surpreendido pela emergência, numa técnica que impôs aos pilotos uma tarefa de alta carga de trabalho e concentração, mascarando e impedindo qualquer previsão ou preparação para falha do motor”, explicou o Coronel Scarpari. Para isso, realizou-se a mensuração dos resultados obtidos por meio dos sensores que avaliaram o tempo de reação, o nível de estresse, os movimentos dos olhos dos pilotos, o nível de suor, a frequência cardíaca e respiratória e, ainda, as alterações emocionais e comportamentais durante a manobra. Tudo realizado num helicóptero AS-350 Esquilo, da Força Aérea Brasileira (FAB), quando onze pilotos com diferentes níveis de experiência e treinamento foram submetidos a voos em condições de emergência simulada, de modo inesperado, sendo todas as suas reações coletadas durante a manobra e correlacionadas com o movimento dos comandos de voo, com opinião subjetiva do piloto, com suas respostas fisiológicas e com o próprio resultado obtido na manobra Segundo a Professora e Pesquisadora do HIAE, Elisa Harumi Kozasa, o estudo explora a viabilidade de realizarmos medidas fisiológicas em condições críticas em um grupo de pilotos de elite da Aeronáutica. "Quando pesquisamos, por exemplo, a resposta de estresse, isto geralmente ocorre em condições controladas de laboratório e não em ambientes realísticos/ecológicos como tivemos a oportunidade de realizar”, contou.

Fator humano
O foco do estudo está em provar que o fator humano tem grande influência durante a performance, uma vez que o desempenho do piloto, o treinamento, o nível de atenção, os alarmes, as condições atmosféricas, a luminosidade e demais fatores influenciam numa emergência, comenta o Professor Roberto Gil Annes da Silva do ITA, um dos orientadores da pesquisa. De acordo com o Coronel Scarpari, as normas e referências bibliográficas sobre o tema são essencialmente subjetivas, negligenciando a influência do fator humano durante uma emergência. "Na prática o sistema pode, por exemplo, ser usado no processo de seleção de aviadores para ingresso na Academia da Força Aérea (AFA), ajudando a identificar os padrões almejados, bem como, para avaliação de desempenho para progressão operacional de pilotos, analisando aqueles que apresentam um comportamento fisiológico ou psicomotor compatível para ser instrutor de voo”, conclui o Coronel Scarpari. Segundo o Professor Donizeti de Andrade, um dos orientadores, o reconhecimento inerente à publicação da pesquisa pela Nature agrega valor inestimável ao trabalho desenvolvido. "O trabalho torna-se uma referência obrigatória para os profissionais da Aviação – seja para aqueles que se envolvem com pesquisa, engenharia aplicada ou operações –, no Brasil e em outros países. Um spin-off natural está na influência que seus resultados passam a ter junto aos órgãos de Certificação Aeronáutica com imagem de marca mundial (em particular a Federal Aviation Administration, FAA e a European Union Aviation Safety Agency, EASA): esses contam agora com apoio científico para adequar seus requisitos e orientações associados à operação de autorrotação”, afirmou.

Resumo do trabalho
Os procedimentos a serem realizados após a falha repentina do motor de um helicóptero monomotor impõem uma alta carga de trabalho aos pilotos. A manobra para recuperar o controle da aeronave e pouso seguro é chamada de autorrotação. Os limites de segurança para realizar essa manobra são baseados no diagrama de altura x velocidade da aeronave, também conhecido como "Curva do Homem Morto". Os pilotos de teste de voo costumam usar métodos subjetivos para avaliar a dificuldade de conduzir manobras nas proximidades dessa curva. Realizamos uma extensa campanha de testes de voo para verificar a viabilidade de estabelecer parâmetros fisiológicos quantitativos para melhor avaliar a carga de trabalho suportada pelos pilotos nessas condições de pilotagem. Onze pilotos foram totalmente equipados com sensores e tiveram suas reações fisiológicas coletadas durante as manobras de autorotação. Nossas análises sugeriram que as medidas fisiológicas (frequência cardíaca e atividade eletrodérmica) podem ser registradas com sucesso e úteis para capturar os efeitos que mais demandam esforço durante as manobras. Além disso, os deslocamentos dos controles de voo do helicóptero também foram registrados, bem como as respostas subjetivas dos pilotos avaliadas pela escala Handling Qualities Rate. Nossos resultados revelaram que o grau de carga de trabalho cognitivo estava associado ao perfil de voo do helicóptero no que se refere ao diagrama Altura-Velocidade e que a intensidade do esforço apresentou correlação com respostas fisiológicas mensuráveis. O registro do deslocamento dos controles de voo e a quantificação das respostas subjetivas do piloto mostram-se como candidatos naturais e eficazes para avaliar a intensidade da carga de trabalho cognitiva em tais manobras. 

Íntegra do trabalho: Clique aqui 

Fonte: FAB

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terça-feira, 28 de setembro de 2021

Brasil – Chile

Pilotos do Brasil e do Chile, há tempos, celebram, reciprocamente, a independência dos dois países
Anualmente, no dia 18 de setembro, o Chile celebra suas “Festas Pátrias”, comemorando a criação da Primeira Junta de Governo Nacional, que marcou o início do processo de independência da Coroa Espanhola, no ano de 1810. Trata-se da festividade mais importante do Chile, que tem seu ápice no dia 18, mas se estende durante todo o mês de setembro. As “Festas Pátrias” são marcadas por diversos eventos ao redor do país, ressaltando as tradições do povo chileno, suas danças e seu folclore, destacando, principalmente, o patriotismo da população. Como parte das comemorações ocorreu, no dia 19 de setembro de 2021, a Gran Parada Militar, um desfile militar realizado em honra às glórias do Exército Chileno que aconteceu no Parque O'Higgins, em Santiago, capital do Chile. O evento é amplamente divulgado e participam da cerimônia as Forças Armadas e demais instituições de segurança do país. Neste ano, a Gran Parada Militar contou com a participação de um militar brasileiro, o Major Aviador Bruno Belani Ribeiro, que pilotou uma das aeronaves T-35 Pillán que sobrevoaram a cerimônia. O sobrevoo contou com dez aeronaves T-35 em formação, contribuindo para abrilhantar ainda mais o evento.

Instrutor no Chile
As aeronaves T-35 Pillán são utilizadas para instrução de voo na Escola de Aviação Capitão Manuel Ávalos Prado, responsável pela formação dos Oficiais de carreira da Força Aérea Chilena. O Major Belani, atualmente, desempenha a função de instrutor de voo na referida escola, como parte de um intercâmbio de instrutores de voo entre o Brasil e o Chile. Segundo o Major Belani, o intercâmbio de instrutores de voo é de grande importância, visto que promove a troca de experiências e o aprimoramento das técnicas de instrução de voo de ambos os países, além de fortalecer os laços diplomáticos entre o Brasil e o Chile. “Para mim, foi uma honra ter sido convidado a participar da Gran Parada Militar do Chile e contar com a oportunidade de sobrevoar a cerimônia junto aos demais instrutores da Escola de Aviação, grandes amigos que fiz aqui”, frisou. 

Há 99 anos, piloto do Chile fazia o primeiro pouso de avião em Ubatuba (SP), comemorando a Independência do Brasil
Da mesma forma que major da Força Aérea Brasileira Bruno Belani Ribeiro, voou no Chile, em 2021, para comemorar as “Festas Pátrias” daquele país, no ano de 1922, quando o Brasil celebrava o centenário de sua independência, um piloto chileno voou no Brasil para celebrar a festa nacional. Na mesma época da festividade chilena, o capitão Diego Aracena Aguilar, fez o reide Santiago – Rio de Janeiro, escalando em cidades do Chile, Argentina, Uruguai e Brasil. Naquela travessia protagonizou o que foi a primeira aterrissagem de uma aeronave na cidade de Ubatuba (SP), no dia 14 de setembro de 1922. No dia 25 de setembro de 1922 - após ter realizado o que foi, no dia 14, o primeiro pouso de uma aeronave em Ubatuba (SP) - o capitão do Exército do Chile, Diego Aracena Aguilar, foi conduzido até a vertical da cidade - onde seu avião De Havilland Airco DH-9 ficou indisponível, devido avarias sofridas na aterrissagem. Nesse ponto, assumiu o comando do hidroavião Curtiss HS2L número 11 da Aviação Naval do Brasil, para terminar o reide aéreo Santiago – Rio de Janeiro.

A operação foi uma gentileza da Marinha do Brasil para que o piloto chileno concluísse de avião o que foi a primeira travessia aérea desde a capital do seu país até a então capital do Brasil. Sua missão era trazer uma carta do presidente Arturo Alessandri ao presidente brasileiro, Epitácio Pessoa, saudando a Nação, em comemoração ao centenário da independência.

O primeiro pouso em Ubatuba
Havia 11 dias desde que Diego Aracena e seu mecânico Arturo Seabrook protagonizaram o que foi o primeiro pouso de uma aeronave em Ubatuba (SP). No dia 14 de setembro de 1922 eles, que estavam desde 29 de agosto em rota, passando por localidades do Chile, Argentina, Uruguai e Brasil, faziam a última etapa do reide, de Santos para o Rio de Janeiro. Todavia as más condições meteorológicas reinantes no litoral fizeram com que Aracena procurasse uma alternativa, optando por aterrissar na orla da baía de Ubatuba. Ele pilotava o biplano DH-9 número 92, batizado de El Ferroviario, em referência à doação, pelos trabalhadores ferroviários, do aparelho para o Exército do Chile. Após efetuado o toque no solo, quando estava prestes a parar, o trem de pouso bateu em uma fenda no gramado, provocando avarias nas rodas e asas. Em consequência, sem condições de reparos em Ubatuba, por meio telegráfico o comandante comunicou o fato às autoridades e ao embaixador chileno e deixou a cidade com destino ao Rio de Janeiro, a bordo do navio contratorpedeiro “Amazonas” (CT-1) da Armada.

No entanto, os militares brasileiros insistiram para que Diego Aracena concluísse a inédita travessia voando, conforme o planejado.

Assim, recebeu instruções de pilotagem do hidroavião Curtiss número 11 da Aviação Naval e, no dia 25 de setembro de 1922, a aeronave conduzida pelo primeiro tenente aviador naval Victor de Carvalho e Silva e tendo como mecânico Laudelino Pedro Barbosa o trouxe até Ubatuba. Depois de ter lançado, às 12 horas, uma mensagem para as autoridades e o povo ubatubense, Aracena assumiu o comando do Curtiss e voou até o Rio, após uma escala de abastecimento na Ilha Grande, terminando a longa travessia, a fim de comemorar com os brasileiros o centenário da independência.

O DH-9 El Ferroviario ainda permaneceria em Ubatuba até o dia 6 de outubro de 1922, quando foi embarcado no contratoperdeiro “Alagoas” (CT-6) da Marinha do Brasil e levado ao Rio de Janeiro, para reparos e retorno ao Chile.

Comemoração do Centenário
A comemoração do Centenário do Primeiro Pouso de Avião em Ubatuba, em 14 de setembro de 2022, é uma ideia nascida entre entusiastas de aviação reunidos pelo Núcleo Infantojuvenil de Aviação – NINJA, no Espaço Cultural Aeronáutico de Ubatuba estabelecido no Colégio Dominique. No último 14 de setembro, os participantes de um evento chamado Café Voador dialogaram a respeito. Devido à envergadura da proposta, concluíram que a atividade de interesses cultural, turístico e histórico somente será viabilizada se houver engajamento da administração pública e de entidades privadas, notadamente dos setores cultural e turístico, haja vista demandas externas não comportadas pelas ações voluntárias dos colaboradores do NINJA. Desta forma, voluntários do Núcleo estão buscando os apoios para a eventual comemoração.

Fotos: Adidancia Chile, Acervo do NINJA e da Marinha do Brasil

Fontes: FAB e NINJA

Saiba mais: Livro “Sobre o Mar de Iperoig: a aviação em Ubatuba” e Blog do NINJA de 16/09/2021. Clique aqui 

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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Espaço

Brasileira descobre novo asteroide em pesquisa da Nasa
A jovem brasileira Laysa Peixoto Sena Lage, de 18 anos, descobriu um novo asteroide durante pesquisa para a Nasa. Em agosto de 2021, a jovem batizou sua nova descoberta de LPS 003, as suas iniciais. Moradora da cidade de Contagem (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte, Laysa sempre estudou em escola pública.

Caça aos asteroides
A brasileira se interessou pelo tema no início de 2021, quando viu no site da Nasa a campanha de “caça asteroides”. O projeto é realizado em parceria com a The International Astronomical Search Collaboration. “Desde o início do ano, participo da caçada aos asteroides da Nasa. Eu vejo as imagens pelo telescópio e estudei o sistema solar do instituto no Havaí. Analiso pixel por pixel da imagem, percebo algumas características e valores. Aí fui enviando relatório para eles. Depois de um tempo, eles comprovaram que era um asteroide mesmo e, por enquanto, ele terá as iniciais do meu nome. Ganhei até certificado“, contou Laysa. A jovem está no 2º período do curso de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Laysa foi medalhista de prata na 23ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, em 2020, e chegou à final da Competição Internacional de Astronomia e Astrofísica, sendo contemplada com medalha de bronze.

Fonte: www.renovamidia.com.br em 25/09/2021

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domingo, 26 de setembro de 2021

Especial de Domingo

Do livro "Vencendo o Azul: A história da indústria e tecnologia aeronáuticas no Brasil”, do historiador João Alexandre Viégas, selecionamos, novamente, o conteúdo a seguir.
Boa leitura.
Bom domingo!

A FÁBRICA DO GALEÃO
A Fábrica do Galeão teve origem na Marinha.

Entre 1927 e 1935, a Aviação Naval havia adquirido 143 aviões. Em meados da década de 30, quando estudava a compra de aviões leves para treinamento, surgiu a ideia de fabricar no país os aviões de que necessitava.

Desde 1928 Raymundo Vasconcellos de Aboim estava a frente da Diretoria de Material da Aviação Naval. Aboim nasceu no Rio de Janeiro, em 1898. Em 1914, ingressou na Marinha de Guerra, tornando-se oficial quatro anos mais tarde. Participou das primeiras turmas da Aviação Naval, brevetando-se em 1919. 

Em 1922, já engenheiro civil, viajou para a Inglaterra, onde realizou o curso de pós-graduação em engenharia aeronáutica no Imperial College of Science and Technology, tornando-se o primeiro engenheiro aeronáutico brasileiro. Foi membro da Sociedade Real de Aeronáutica e do Instituto de Engenheiros Aeronáuticos de Londres.

Com o propósito de negociar a instalação de uma oficina de manutenção de aviões e perseguindo a ideia de obter licenças para a produção de aeronaves, Aboim visitou a Alemanha. Vivendo o regime nazista, a Alemanha preparava-se para a guerra. Sua indústria bélica crescia rapidamente e, a essa altura, já era uma das mais desenvolvidas de todo o mundo. Os alemães concordaram com a proposta brasileira de licenciamento para produção de aeronaves militares de projeto alemão no Brasil. A aquiescência alemã não se explica somente pela tentativa de conquistar novos mercados, mas também por uma tentativa de granjear simpatias e apresentar-se como alternativa aos Estados Unidos como fonte de tecnologia e bens de capital.

Assim, a Marinha negociou com a empresa Focke Wulf o licenciamento de quatro modelos de aeronaves, desde um aparelho para treinamento até um quadrimotor para transporte de passageiros. Dois dos quatros modelos negociados foram efetivamente montados no país.

Construção de galpão em estrutura metálica modular-Galeão-RJ
Em junho de 1936 era lançada a pedra fundamental das Oficinas Gerais da Aviação Naval, que ganhariam o nome de Fábrica do Galeão.

Seriam 19.000 metros quadrados de área construída. A obra foi realizada por Henrique Lage, que atuava como procurador da Focke Wulf. Dessa forma, em junho de 1939, foi inaugurada a Fábrica do Galeão, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. No mesmo ano, chegava ao Brasil uma missão de técnicos alemães com a finalidade de treinar pessoal e oferecer assistência técnica à fábrica. Em 1937 foram montados 20 aparelhos Focke Wulf Fw 44 Stieglitz.


A aeronave recebeu a denominação 1 AVN, significando primeiro aparelho fabricado pela Aviação Naval. Com a criação do Ministério da Aeronáutica, essa designação foi modificada para 1FG, as letras iniciais da Fábrica do Galeão. O aparelho 1 FG foi batizado Pintassilgo, e era um monomotor de dois lugares, dotado de um motor alemão Sh 14, de 150 cavalos de força, estrutura de madeira e cobertura de tela e contraplacado. Em 1938 foram montados mais de 20 Pintassilgos.

O Galeão 2FG, denominação brasileira do modelo Focke Wulf 58
O segundo avião de projeto alemão montado no país foi o aparelho Focke Wulf Fw 58, um bimotor destinado ao treinamento de pilotos militares e missões de bombardeio e reconhecimento.O aparelho foi designado 2 FG.

Produção de hélices na Fábrica do Galeão - Rio de Janeiro
Foram fabricados 25 aparelhos pela Fábrica do Galeão, entre 1938 e 1942. Duas séries do aparelho 2 FG se sucederam. A primeira, de 10 aeronaves, incorporou muito poucos componentes de fabricação local. A segunda, de 15 aeronaves, produzida entre 1940 e 1942, apresentou maior índice de nacionalização, empregando estruturas das asas, freios, pneus, hélices, telas e contraplacados nacionais. Os aparelhos 2 FG eram dotados de motores Argus alemães, de 240 cavalos e levavam quatro tripulantes em missões de combate. Durante a Segunda Guerra Mundial, foram utilizados na busca de submarinos e depois de 1945 foram empregados pelo Correio Aéreo Nacional.

Fairchild PT19 fabricado sob licença pela Fábrica do Galeão
Com a entrada do Brasil na guerra contra a Alemanha, a Fábrica do Galeão passou a produzir, também sob licença, o modelo norte-americano Fairchild PT 19, com a designação 3 FG. O aparelho contava com dois lugares, estrutura de madeira e cobertura de tela, e era dotado de um motor Ranger, de 175 cavalos. A aeronave foi empregada pela Força Aérea no treinamento de pilotos. A Fábrica do Galeão produziu 232 aparelhos 3 FG até 1947, e a FAB recebeu ainda outros 170 Aviões PT 19 fabricados nos Estados Unidos.

Segundo Ozires Silva, a opção pelo licenciamento do modelo Fairchild PT 19 não se justificava. Tratava-se de um avião de projeto antigo, de estrutura de madeira, quando nos Estados Unidos produziam-se aviões metálicos em larga escala. Além disso, o país dispunha de competência acumulada para projetar e fabricar um avião de madeira para treinamento.

Estruturas de aço cromo-molibdênio de aparelhos 3FG
Mas a Fábrica do Galeão adotava desde o primeiro momento se sua existência a concepção de que o caminho para o desenvolvimento da indústria aeronáutica no país seria o do licenciamento de tecnologia.

Em 1950, o engenheiro austríaco Paul Baurmgartl foi contratado pela Fábrica, dirigindo a construção de um helicóptero experimental de um lugar, adaptação de um seu antigo projeto realizado na Europa. O protótipo chegou a realizar quatro voos, recebendo a designação 4 FG. O aparelho jamais foi fabricado em série, tendo o protótipo sido destruído num acidente.

Marc William Niess
Pioneiro na Engª Aeronáutica Brasileira
Em 1952, o Ministério da Aeronáutica determinou à Fábrica do Galeão a fabricação de um avião leve para o treinamento primário de pilotos civis nos aeroclubes. O modelo escolhido foi o aparelho 1-80 projetado pelo engenheiro Marc William Niess em 1949. O Protótipo já fora construído, voara bem e estava homologado.

Marc Niess formou-se em engenharia pela Escola Politécnica, ingressando em 1941 na Companhia Aeronáutica Paulista(CAP), onde participou dos projetos do Paulistinha e da aeronave Planalto. Em 1942, transferiu-se para a Companhia Nacional de Navegação Aérea (CNNA), no Rio de Janeiro, onde trabalhou até 1945, quando voltou para a CAP, nela permanecendo até seu fechamento, em 1948. O aparelho projetado por Niess ganhou a denominação 1-80 para indicar ser o primeiro de sua concepção e que contava com um motor de 80 cavalos. Era um avião de asa alta, de estrutura de aço soldado e asa de madeira, cobertura de tela e dois lugares, lado a lado.

No Galeão, o avião ganhou a denominação de 5 FG, indicando que seria a quinta aeronave produzida em série pela fábrica. Entretanto, o Ministério da Aeronáutica fixou um prazo excessivamente exíguo para a entrega das aeronaves: seis meses. A Fábrica promoveu, então, alterações no projeto original, substituindo a cobertura de tela das asas por contraplacado, que dispunha em estoque, e acrescentando ainda dois tanques para aumentar a autonomia de voo. As alterações comprometeram o desempenho do avião. Eram 120 quilos adicionais não previstos pelo projeto.O avião, originalmente leve e de fácil comando, tornou-se inadequado para a instrução primária, sendo rapidamente abandonado pelos aeroclubes.

Em janeiro de 1953, interrompia-se a produção em série de aeronaves 5 FG, tendo sido fabricados 68 aparelhos, de uma encomenda inicial de 80 aviões.

A Fokker no Brasil
A derradeira tentativa de operação da Fábrica do Galeão ocorreu em 1953, quando suas instalações foram arrendadas à Fokker Indústrias Aeronáuticas, empresa formada pela Fokker holandesa e por um grupo de empresários brasileiros. Pelo acordo de acionistas, a Fokker holandesa integralizaria 50% do capital total da empresa, sendo que 25% em espécie e o restante em tecnologia.

O Ministério da Aeronáutica realizou então uma encomenda de 100 aviões modelo S11 e 50 aparelhos modelos S12, ambos de treinamento primário. A única diferença relevante entre os dois modelos residia no trem de aterrissagem, convencional no primeiro caso e triciclo no segundo. Os aviões deveriam ser entregues num período de cinco anos. Os aparelhos S11 e S12 eram ambos monomotores de dois lugares, conhecidos no país por sua designação militar, respectivamente T21 e T22.

Aeronave T21 utilizada pela FAB substituindo os aparelhos 3FG
Apesar das encomendas do governo, a Fokker enfrentou dificuldades desde o início de sua presença no país. O projeto havia sido concebido e negociado pelo Brigadeiro Nero Moura, enquanto ministro da Aeronáutica do segundo Governo Vargas e sofria forte contestação da corrente liderada pelo brigadeiro Eduardo Gomes. A divisão verificada na Aeronáutica tinha raízes políticas, mas no episódio da Fokker os atores pareciam trocar os papéis: Moura havia concebido um empreendimento que entregava uma fábrica estatal para exploração por capitais privados nacionais associados a uma empresa estrangeira, enquanto a corrente liderada por Eduardo Gomes, identificada com idéias liderais, insurgia-se contra essa opção privatista e de abertura ao capital externo.

Com o suicídio de Getúlio, Café Filho torna-se Presidente da República e Eduardo Gomes ocupa a pasta da Aeronáutica. Cria-se um quadro de incerteza quanto à continuidade do projeto, o que leva a Fokker a não integralizar sua parte no investimento. 0 balanço de 1957 aponta que apenas um décimo do capital havia sido efetivamente integralizado e mesmo assim por acionistas privados brasileiros.

T22 fabricado no Galeão pela subsidiária brasileira da Fokker
Foram fabricados 100 S11 e 20 S12 pela fábrica do Galeão durante o período de gestão da Fokker holandesa. Mas, premida pela descapitalização aguda a que fora submetida, a Fokker brasileira pediu concordata, sendo absorvida pela Aeronáutica.

Entre 1960 e 1962, outros 15 aparelhos S12 foram produzidos pela Fábrica do Galeão, novamente sob controle do Ministério da Aeronáutica. Em 1962, terminava a fabricação seriada do modelo S12 e, com ela, encerrava-se as atividades da própria Fábrica do Galeão. Em 1965, ela se transformou em parque de manutenção da Aeronáutica. A fabricação de aparelhos de projeto holandês não alterou a paisagem industrial brasileira no campo aeronáutico. Limitou-se à montagem de aeronaves estrangeiras, com algum índice de nacionalização de componentes, partes e peças.

Fonte: Museutec / Vencendo o Azul

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sábado, 25 de setembro de 2021

Aviação Agrícola

EmbraerX em parceria comercializará aeronave agrícola elétrica autônoma
A EmbraerX, subsidiária para negócios disruptivos da Embraer, e a companhia americana do Vale do Silício Pyka anunciaram, dia 23 de setembro de 2021, parceria para acelerar o futuro da pulverização agrícola autônoma. A colaboração é voltada para tecnologia, certificação, operação e futura comercialização do Pelican, uma aeronave agrícola de asa fixa totalmente elétrica e autônoma, desenvolvida pela empresa americana.

Agricultura
Utilizando processos experimentais mais ágeis, as empresas desenvolverão juntas para acelerar a chegada da solução autônoma ao mercado de agricultura de precisão. As companhias buscarão oportunidades de potencializar serviços comerciais autônomos, conforme a operação da aeronave Pelican se desenvolver no Brasil nos próximos anos. O veículo já é utilizado na América Central, com o propósito de aumentar a produtividade, eficiência de custo, segurança e sustentabilidade.

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sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Tráfego Aéreo

DECEA regulamenta aproximação com apoio satelital para pouso visual
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), organização do Comando da Aeronáutica, publicou a Circulação de Informações Aeronáuticas (AIC) nº 21/21, tratando da aproximação com uso de procedimentos de Performance de Navegação Requerida para Procedimentos de Aproximação (RNP APCH) para aeródromos não homologados para operação de Regras de Voo por Instrumentos (IFR). A implementação dos procedimentos aumenta a segurança das operações aéreas nos aeroportos, reduzindo a possibilidade de descidas não estabilizadas e mantendo uma margem de liberação de obstáculos nas aproximações em condições de mau tempo.

Aeroportos contemplados
Os aeroportos de Ilhéus (BA), Salvador (BA) e Angra dos Reis (RJ) já contam com o procedimento, com incremento dos níveis de segurança operacional e aumento da acessibilidade e da eficiência das operações. Em novembro de 2021, o aeroporto Terravista, em Porto Seguro (BA), também será contemplado com o procedimento IFR. De 2013 a 2017, de acordo com o IATA Safety Report, a aproximação não estabilizada foi a terceira causa mais comum para uma condição indesejada das aeronaves. Além disso, de acordo com a mesma publicação, 22% dos acidentes fatais ocorreram na aproximação final, incluindo como fatores contribuintes a pilotagem manual, desvios verticais laterais ou de velocidade, a aproximação desestabilizada, dentre outros associados às Regras de Voo Visual (VFR).

Planejamento do espaço
O Gerente do Grupo de Estudos sobre Planejamento do Espaço Aéreo (GEPEA), Tenente-Coronel Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Fernandes Júnior, informa que o Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA) está apoiando o DECEA na implementação desses procedimentos. "Inicialmente serão quatro aeroportos. Futuramente, serão contempladas pistas homologadas com operação VFR, nas quais se esperam operar voos de passageiros e cargas, em aeroportos providos de órgão de serviço de tráfego aéreo (ATS) ou de Estação de Radiodifusão Automática de Aeródromo (EERA)”, esclarece.

Fonte: DECEA

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quinta-feira, 23 de setembro de 2021

EB - ART

Nota do Comando de Aviação do Exército sobre o Aeroclube Regional de Taubaté - ART

KC-390 Millennium

FAB capacita militares portugueses para operação do KC-390
A Força Aérea Brasileira (FAB) realiza, desde 14 de setembro e segue até 5 de outubro de 2021, o curso de familiarização (Ground School) para futuros tripulantes da aeronave KC-390 Millennium da Força Aérea Portuguesa (FAP). Militares de ambas as Forças Aéreas participam do treinamento que tem como objetivo capacitar aviadores e mecânicos de voo. Após essa fase preliminar, inicia-se a atividade aérea. A previsão é de que a capacitação dure três meses. Portugal adquiriu cinco aeronaves e um simulador, com a entrega da primeira unidade a partir de 2023.

Capacitação
A capacitação foi prevista na 10ª Reunião dos Estados-Maiores das Forças Aéreas do Brasil e de Portugal (10ª REMFA) e o treinamento foi coordenado entre o Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) e o Comando de Preparo (COMPREP). A missão de formar os primeiros tripulantes está a cargo do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1° GTT) – Esquadrão Zeus, subordinado à Ala 2, com sede em Anápolis (GO).

Força Aérea Portuguesa
A tripulação lusitana é composta por dois oficiais e dois graduados. Para a Força Aérea Portuguesa, a cooperação entre os dois países fica fortalecida pela partilha de experiências. "Enquanto a FAP adquire conhecimentos com a experiência acumulada pela FAB naquela aeronave, estes se beneficiam da experiência lusa no transporte aerotático", diz em nota. Durante quatro semanas, o Ground School abordará aspectos técnicos e operacionais que, desde 2019, foram sendo acumulados e consolidados pelos pilotos do 1° GTT ao longo das variadas missões. Ao final de sete avaliações, os participantes terão os conhecimentos necessários para operar de forma segura o novo avião brasileiro de transporte. Segundo o Comandante da Ala 2, Coronel Aviador Gustavo Pestana Garcez, essa ocasião é um marco para a FAB. "O treinamento mostra que a implantação do Projeto KC-390 alcançou um nível de maturidade no qual podemos capacitar uma Força Aérea parceira para operar, de forma segura, essa nova aeronave multimissão brasileira de alta tecnologia e de grande capacidade”, informou. De acordo com o Coordenador Operacional do Projeto KC-390 da FAP, Tenente-Coronel Paulo Jorge Pereira Martins, a parceria entre os dois países, de longa data, é agora ainda mais fortalecida com o programa KC-390 utilizando experiência já acumulada pela Força Aérea Brasileira na exploração deste Sistema de Armas. "Para nós, este é um marco importante para a futura implementação do KC-390 em Portugal e vai criar sinergias no futuro para partilha de experiências e evolução do conceito de operação desta aeronave”, frisou. Além dos tripulantes da FAP, também marcam presença no treinamento pilotos do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1°/1° GT) – Esquadrão Gordo, sediado no Rio de Janeiro (RJ), que prepara-se para receber unidades do KC-390 para a melhor otimização de missões de transporte nos pontos críticos do País.

Fonte: FAB

Saiba mais: Blog do NINJA de 14/02/2020. Clique aqui 

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quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Aeroclube Regional de Taubaté

Aeroclube em Taubaté (SP) pode ficar sem sede e deixar de funcionar
Uma assembleia de associados do Aeroclube Regional de Taubaté – ART, no dia 18 de setembro de 2021, serviu para que pilotos, instrutores e entusiastas de aviação se atualizassem a respeito das dificuldades pelas quais passa a entidade formadora de pilotos e comissários de bordo e fomentadora da prática de atividade aeronáutica em Taubaté (SP). Fundado em 26 de outubro de 1993 - em assembleia com 76 pessoas ocorrida na sala de brifim do Comando de Aviação do Exército (AvEx), por iniciativa do então comandante da AvEx, General Sergio Antônio da Rocha Ambrósio – o Aeroclube, após 28 anos, está em vias de perder a autorização para operar na sede instalada em terreno ao lado da pista de pouso da cidade, onde a própria entidade construiu, com a ajuda de associados e colaboradores, seus dois hangares e deu utilidade ao terminal de passageiros construído pela Prefeitura Municipal.

30 de outubro de 2021
Questões relativas ao uso de terreno da União levaram o aeroclube a ter revogada sua condição de pagador de quantia mensal relativa à “cessão de uso” da área e modificada para a modalidade de “locação imobiliária”, o que elevou substancialmente o custo operacional da entidade. Tendo em vista que um contrato de aluguel mensal superior a 8 mil reais está vigindo precariamente e há requisição do Exército para a desocupação do local, a entidade tem até o dia 30 de outubro de 2021 para deixar os hangares que construiu e é incerto o destino e continuidade do Aeroclube, haja vista a cidade não dispor de outra pista de pouso para operações de pouso e decolagem. Caso não haja uma solução para a existência coordenada da entidade nas suas instalações atuais, há riscos da cidade perder uma entidade sem fins lucrativos fomentadora da prática de aviação e formadora de mão de obra, por meio dos cursos de pilotagem de aviões e de comissários de bordo. 

O início, há 28 anos
Como descrito no Livro “A aviação em Taubaté e os 25 anos do Aeroclube Regional” (2018), “Com visão de estrategista e ciente do bem social que poderia gerar a existência de um aeroclube em Taubaté, [o General Ambrósio]...vislumbrou criar uma entidade de confraternização, ensino e prática aerodesportiva. Erguiam-se, assim, as colunas para implantação do Aeroclube Regional de Taubaté”. Cumprindo as formalidades legais, foi convocada a assembleia de criação, no dia 26 de outubro de 1993, coincidindo com as comemorações da Semana da Asa. O ato concedeu o título de presidente de honra do novo aeroclube e escola de aviação ao seu idealizador, General Sérgio Ambrósio, enquanto o coronel José Fernando de Lacerda foi eleito primeiro presidente.

Barracão
O escritório do Aeroclube Regional de Taubaté, em 1993, começou a funcionar provisoriamente em um barracão que fora empregado nas obras de construção das primeiras instalações da recém-recriada Aviação do Exército, em terras onde funcionara um Posto Agropecuário do Ministério da Agricultura e que fora, anteriormente, doado pela prefeitura para a Força Terrestre, para estabelecimento da 12ª Bateria de Artilharia Antiaérea, organização que foi extinta, cedendo o terreno para a nascente operação de helicópteros. Como dito no livro “A Aviação em Taubaté ...”, o estabelecimento da Aviação do Exército em Taubaté proporcionou “a tradicional interação dos profissionais militares com a população local, traduzida pela complementaridade de talentos, habilidades e preocupações sociais”. Neste contexto, surgiu o Aeroclube Regional de Taubaté e a EMCA – Escola Municipal de Ciências Aeronáuticas.

Hangares
Nos dois primeiros anos do ART, para atender ao processo de ensino e aprendizagem no curso prático do nascente Aeroclube Regional, dois oficiais do Exército Brasileiro, Oscar Castelo Branco de Luca e Luiz Henrique Lotufo, receberam bolsas para se capacitarem no Aeroclube de São Paulo como instrutores de pilotagem. Para abrigar suas aeronaves, o Aeroclube Regional recebia a doação de seu primeiro hangar, no lado sul da pista, próximo à cabeceira 08. As estruturas metálicas foram ofertadas pelo empresário húngaro István Zolcsák, radicado no Brasil, e que havia sido major na Força Aérea Húngara. Zolcsák dá nome ao hangar.

As estruturas foram erguidas em 24 de agosto de 1995. A parte de alvenaria foi ofertada pelo associado João Paulo Ismael e os trabalhos de construção foram gerenciados pelo associado e piloto civil Ícaro Pires dos Santos.

No ano anterior, a Prefeitura de Taubaté já havia construído um prédio, para servir como terminal de passageiros da cidade e foi cedido para ser a sede do ART.

O local, sob a denominação Aeroporto de Taubaté, homenageia o General Luiz Paulo Fernandes de Almeida, uma deferência da Prefeitura ao militar antigo comandante da 12ª Brigada de Infantaria, sediada em Caçapava.

O Aeroclube construiu seu segundo hangar em 1997. A instalação homenageia a memória de Joanna Martins Castilho, a Joaninha, aviadora formada em Taubaté e que foi bicampeã brasileira de acrobacia aérea no início dos anos 1940.

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terça-feira, 21 de setembro de 2021

Tecnologia

Eve/Embraer e Helipass terão aeronave vertical elétrica na França
A Eve Urban Air Mobility, uma subsidiária da Embraer, e a Helipass, plataforma de reserva de voo em helicópteros, anunciaram, dia 20 de setembro de 2021, uma nova colaboração para acelerar e implantar aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL), também chamadas de EVA (Aeronaves Verticais Elétricas ou aeronaves elétricas verticais), na França e outros países da Europa. O objetivo da parceria é disponibilizar um total de 50 mil horas de voo por ano na aeronave elétrica da Eve, mas que pode ter um aumento opcional de 100 mil horas por meio de toda a rede da Helipass. A plataforma planeja abrir reservas digitais para oferecer uma experiência inovadora e perfeita aos clientes em toda a rede. Para apoiar a expansão desta parceria, a Eve trabalhará com um heliporto para desenvolver treinamento, apoio local e publicações técnicas para facilitar o lançamento das operações comerciais da EVA. Seguindo o calendário de lançamento comercial da EVA, que está planejado para 2026, ambas as empresas se empenharão para lançar a aeronave da Eve nos mercados em que a Helipass está presente.

Voos turísticos
Esses voos incluirão passeios turísticos, traslados para aeroportos, bem como um crescente serviço sob demanda. “Estamos muito felizes em trazer um Heliporto para nossa família de parceiros, aumento o alcance global de nossas soluções para o mercado de UAM. A Europa não está apenas madura para novas soluções de mobilidade, mas também muito focada em garantir um futuro mais sustentável, missão alinhada com o propósito da Eva ”, disse Andre Stein, presidente e CEO da Eve. “Este é um grande passo para a Mobilidade Aérea Elétrica. Temos muito orgulho em abrir o caminho e democratizar os ares com uma véspera. Esta nova aeronave transformará nossa atividade turística com menor emissão de ruído e carbono zero, garantindo voos mais sustentáveis ​​para todos os nossos destinos. O deslocamento para aeroportos também se tornará sustentável e aberto a todos como uma verdadeira solução de mobilidade. A Helipass, uma plataforma de mobilidade aérea com 600 destinos e 120 operadores de helicópteros está abrindo o caminho para um futuro melhor”, disse Frederic Aguettant, CEO da Helipass. Ambas as partes considerarão o crescimento do serviço além do presente contrato para incluir casos de uso adicionais, bem como os serviços qualificados para apoiar a implementação dos produtos de Mobilidade Aérea Urbana (UAM) nos principais mercados do Helipass.

Fonte: Embraer

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segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Espaço

SpaceX completa primeira viagem espacial com pessoas sem curso de astronauta
A cápsula Crew Dragon da SpaceX, transportando quatro cidadãos particulares, mergulhou na atmosfera da Terra na noite do sábado, 18 de setembro de 2021, e pousou na costa leste da Flórida, encerrando a primeira missão totalmente civil da empresa no espaço. A equipe do Inspiration4 – o bilionário financiador da missão Jared Isaacman, o geocientista Sian Proctor, a médica assistente Haley Arceneaux e o engenheiro de dados Chris Sembroski – se tornaram a primeira equipe a sair da órbita da Terra sem nenhum astronauta profissionalmente treinado. 

Turismo espacial
O bilionário que pagou o voo, Jared Isaacman, levou dois vencedores do concurso com ele, bem como um sobrevivente de câncer infantil que agora é assistente médico no hospital onde foi tratada: St. Jude Children’s Research Hospital. A viagem Inspiration4 arrecadou U$ 157 milhões, que serão doados a um hospital de tratamento de câncer pediátrico nos Estados Unidos. Além disso, a missão é um marco no turismo espacial. 

Regresso
A parte mais perigosa do voo espacial é deixar a Terra – o lançamento. A segunda é quando uma espaçonave tem que desacelerar e sobreviver ao calor ardente da reentrada enquanto retorna à Terra. No momento em que a Dragon entrou na atmosfera da Terra, houve uma perda de comunicação prevista, em razão das instabilidades elétricas causadas pelo atrito da nave com os gases atmosféricos. Após quatro minutos de silêncio, o sinal foi retomado. O processo, contudo, ocorreu sem problemas. Os tripulantes, que não eram astronautas, não precisaram se preocupar em controlar o veículo, o que foi feito diretamente da Terra. Em vez disso, eles assistiram filmes pouco antes da Dragon se preparar para a volta.


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domingo, 19 de setembro de 2021

Especial de Domingo

O Núcleo Infantojuvenil de Aviação - NINJA, que procura levar a cultura aeronáutica para crianças e jovens, nasceu a partir de ideias apresentadas e aprimoradas nos encontros letivos da Escola de Aviação Civil do ART - Aeroclube Regional de Taubaté. Nutrimos, portanto, um enorme carinho e respeito por esta instituição que, em sua história, já enfrentou enormes desafios. Colaborar com o fortalecimento dos aeroclubes é tarefa que todo amante da aviação deve abraçar com entusiasmo. Hoje, reproduzimos conteúdo divulgado em 2012 que retrata o que a união de forças em torno de um aeroclube é capaz de promover.
Boa leitura.
Bom domingo!

Aeroclube Regional de Taubaté
Muita história pra contar!
A comemoração dos 74 anos dos Escoteiros do Ar e o lançamento do Núcleo Infantojuvenil de Aviação - NINJA - na cidade de Taubaté-SP, foi uma festa que, passados vários anos, segue em nossos pensamentos e corações.

No Aeroclube Regional de Taubaté, um EncontrAr - Encontro de Escoteiros da Modalidade do Ar, mostrou, em 28 de abril de 2012, a união de esforços de várias entidades para levar a cultura aeronáutica para crianças e jovens da região.

Destaque especial para o incansável Luiz Carlos dos Santos, o Chefe "Fumaça", do 259/SP - Grupo Escoteiro do Ar "Aviação do Exército", que comandou o evento com brilho e maestria.

Estiveram unidos neste projeto: a Escola Municipal de Ciências Aeronáuticas-EMCA, a Aviação do Exército, a Universidade de Taubaté-UNITAU, o Aeroclube Regional de Taubaté-ART, o Colégio Dominique (sede do NINJA em Ubatuba-SP), o Aeroclube de Ubatuba, a Polícia Ambiental-SP, diversos Grupos Escoteiros e Aeromodelistas da região.

A Aviação do Exército de Taubaté, comandada pelo General Diniz, deu apoio total.

A Banda da AvEx tocou o Hino Nacional e o Hino dos Aviadores, comovendo os participantes.

Bombeiros do Exército simularam uma operação de salvamento.

Os helicópteros da base aérea puderam ser visitados, tornando mais estimulante o evento.

A dedicação da diretoria do ART, sob o comando do Presidente João Bosco, foi indispensável para o sucesso do encontro.

O aeroclube, além de apresentar suas aeronaves, expôs um girocóptero, um ultraleve pendular e um ultraleve avançado, promovendo as explicações sobre estas máquinas extraordinárias.

A EMCA, sob a liderança do Cel Lacerda, montou diversas bases, explicando aos jovens os cursos que oferece, contribuindo para despertar vocações.

O apoio do Reitor José Rui, da UNITAU, foi reforçado pela participação do Prof. Marcelo Pimentel, que representou a Universidade e divulgou o curso de Engenharia Aeronáutica.

Os Grupos Escoteiros abrilhantaram a festa, confirmando o belíssimo trabalho desenvolvido por seus Chefes.
Aeromodelistas deram um show, com uma diversidade de equipamentos que encantou a todos.

Ninjas e integrantes do Aeroclube de Ubatuba, além da direção do Colégio Dominique, participaram do EncontrAr, garantindo uma maior integração entre todos os envolvidos nesta nobre causa.

A união de tantas forças, recebendo em Taubaté, de braços abertos, o Núcleo Infantojuvenil de Aviação - NINJA - sinalizou as muitas ações que estaremos promovendo, contribuindo para divulgar a cultura aeronáutica com mais intensidade para a juventude do Brasil.

O apoio e o envolvimento de tantos colaboradores garantiu mais esta conquista.


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