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Voar é um desejo que começa em criança!

segunda-feira, 31 de julho de 2023

Santos Dumont 150 Anos

Destaques do Domingo Aéreo 2023 do DCTA
O show da Esquadrilha da Fumaça foi o ápice da programação do Domingo Aéreo realizado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), domingo 30 de julho de 2023, em São José dos Campos (SP). O show do esquadrão começou com a escrita de Fumaça no céu, com os dizeres "Santos Dumont 150 Anos".
O evento comemorou os 150 anos de nascimento do Pai da Aviação. Uma variada exposição estática mostrou aeronaves da Embraer, da Força Aérea Brasileira, da Aviação do Exército, da Polícia de São Paulo, do Aeroclube local e do Clube de Voo a Vela sediado na Fazenda Ipuã em Caçapava. Nos estandes comerciais e institucionais havia muita atividade para os visitantes. Uma réplica em escala do 14 Bis chamava a atenção por ser apresentada por um sósia de Alberto Santos Dumont. Entre as apresentações estavam as da Esquadrilha da Fumaça, do Aeroclube de São José dos Campos, Esquadrilha Céu e da equipe de paraquedismo Falcões.

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domingo, 30 de julho de 2023

Especial de Domingo

Nos Especiais de Domingo deste mês, repetindo prática de anos anteriores, fizemos diversas postagens em homenagem ao gênio Alberto Santos Dumont, nascido e falecido em julho (20/7/1873 - 23/7/1932). 
Este querido brasileiro deu diversos exemplos de inteligência, coragem, generosidade, determinação, persistência, criatividade...
Teve, porém, como todos nós, as suas fraquezas. 
Infelizmente, em sua época, não pode contar com as conquistas da medicina, que outros gênios da humanidade lutaram para tornar real.
Assim, tirou a própria vida em decorrência destes males, um gesto trágico que não combina com o Santos Dumont herói.
Devemos lembrar, entretanto, que o Pai da Aviação, como todo ser humano, é uma extraordinária criação que vive acertos e falhas, alegrias e tristezas.
A última etapa de sua vida, registrada no Especial de Domingo de hoje, texto selecionado do excelente site Cabangu, revela, além dos sofrimentos intensos, a sua extraordinária sensibilidade. 
Boa leitura, bom domingo!


Entre o Brasil e a Europa
A despedida dos voos e a retirada de cena dos grandes acontecimentos deixaram o inventor brasileiro triste, sentindo-se esquecido e - com o tempo - em depressão. Esta enfermidade está relacionada, também, com a doença que desenvolveu após os 40 anos de idade: possivelmente esclerose múltipla.

Dumont veio algumas vezes ao Brasil, depois que se tornou uma celebridade. Na primeira delas, em 1914, ficou por pouco tempo.

Volta à França, porém, é tempo de guerra.

Ele havia construído uma casa de estruturas modestas em Benérville, apelidada de La Boîte por sua forma quadrada para se refugiar. Dada a saúde comprometida, Santos Dumont procurava fazer esportes e ocupar sua mente com prazeres científicos, construindo um observatório no teto desta casa com um potente telescópio Zeiss.

Passando a observar os astros, é confundido pela polícia francesa, que o considera espião dos alemães. A confusão deixou o aeronauta apavorado e ele, então, queima diversos papéis e anotações pessoais, que hoje poderiam ser excelentes fontes de pesquisa.

Santos Dumont retornou ao Brasil, após passagens pelos EUA, Chile e Argentina. Em 1917, começa a construir a casa de Petrópolis: "A Encantada".


Entre idas a Paris e retorno ao Brasil, vai percebendo o agravamento de sua doença. Em 1926, interna-se em um sanatório na Suíça. Em 3 de dezembro de 1928, Santos Dumont retornava ao Brasil à bordo do navio Cap Arcona, e vários intelectuais e amigos do inventor planejaram prestar-lhe uma homenagem.


Os amigos, alunos e professores da Escola Politécnica, prepararam ao herói nacional uma recepção com um hidroavião batizado com o nome do Pai da Aviação, que jogaria flores sobre o navio e uma mensagem de boas vindas em um paraquedas, assim que a embarcação com Dumont a bordo entrasse na Baía de Guanabara.

Mas, um imprevisto: na manobra de contorno, uma das asas do avião toca nas águas e o aparelho some no fundo da baía, matando todos os seus tripulantes, entre eles vários amigos de Santos Dumont, tais como Tobias Moscoso, Amauri de Medeiros, Ferdinando Laboriau, Frederico de Oliveira Coutinho, Amoroso Costa e Paulo de Castro Maia.

A depressão do inventor só faz aumentar.

Santos Dumont fez questão de acompanhar por vários dias as buscas pelos corpos, após o que recolheu-se, primeiro a seu quarto no Hotel Copacabana Palace, depois a sua casa em Petrópolis, onde entrou em profunda depressão.

Após algum tempo, voltou a Paris, internando-se em um sanatório nos Pirineus, indo a seguir para Biarritz.

Santos Dumont continuou na Europa as suas pesquisas e invenções, únicas distrações que ainda conseguiam desviar-lhe a atenção dos desastres aéreos.

Em 1931, Antonio Prado Júnior, exilado em Paris, foi visitar o amigo Santos Dumont em Biarritz e constatou seu total abatimento, imediatamente telegrafando à família do inventor para que esta tomasse alguma providência.

Jorge Henrique Dumont Villares foi buscar o tio na Europa, trazendo-o definitivamente para o Brasil e passou a ser seu inseparável companheiro nos últimos momentos.

Em São Paulo
Em São Paulo, Alberto ia à Sociedade Hípica Paulista e ao Clube Atlético Paulistano. Passava muitas tardes também na redação do jornal "O Estado de São Paulo". Recebia a visita quase diária do médico Sinésio Rangel Pestana, que recomendou ao inventor uma temporada no Guarujá, litoral paulista, para tratar de sua delicada saúde.

No Guarujá descansa, olhando o mar daquela praia tão formosa e o infinito do céu, enquanto as crianças brincam na areia. Não é mais aquele rapaz esperto que conquistara Paris aos 28 anos. Agora rareiam-lhe os cabelos, e faltam-lhe as forças. Seu sobrinho, receoso, está sempre em sua companhia, vigiando-o, temendo que algo possa acontecer.

Santos Dumont nunca aceitou o fato de que sua invenção fosse utilizada para fins bélicos, tão bem demonstrado durante a Primeira Guerra Mundial de 1914 a 1918.


Ele acreditava que o avião deveria servir para unir as pessoas, como meio de transporte e, por que não, de lazer, como ele mesmo havia demonstrado, ao deslocar-se em suas aeronaves em Paris para assistir à ópera ou visitar amigos.

Em 1932 irrompe o Movimento Constitucionalista de São Paulo, e a luta entre os rebeldes e o governo desencadeia-se, provocando rivalidades e conflitos entre irmãos brasileiros. Nesta altura manda uma mensagem aos brasileiros, posicionando-se contra a luta fratricida.

Santos Dumont era uma pessoa sentimental e sensível aos acontecimentos, e não lhe passava despercebido o uso de aviões na revolução constitucionalista de 1932.

O acidente com o avião no Rio de Janeiro também o magoou muito.

Alberto Santos Dumont, em seus últimos dias, passeava pela praia, conversando com crianças, entre elas Marina Villares da Silva e Christian Von Bulow, que moravam no balneário. Christian conta ter presenciado Santos Dumont chorando na praia em frente ao Grand Hotel, após ver o bombardeio do cruzador Bahia, por três aviões “vermelhinhos”, leais ao Governo Federal, na ilha da Moela.


Ele podia ouvir o ronco dos aviões do governo, indo em direção a capital paulista para missões de bombardeio, minando-lhe os nervos, obrigando-o a tapar os ouvidos.

O ruído, aquele ruído, aquela perseguição...
E agora o aeroplano, seu invento, fruto de pesquisas e trabalho árduo de toda sua vida, empregado para a destruição e luta entre irmãos.

Aquele som o enlouquecia, e muito agravou seu estado de saúde. É este ambiente que leva-o à cometer suicídio em 23 de Julho de 1932, aos 59 anos, envolto na sua tragédia e na sua tortura.

Fonte: Cabangu

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sábado, 29 de julho de 2023

FAB em Destaque

Revista eletrônica da FAB com as notícias de 21 a 27/7
O FAB em Destaque da semana traz as principais notícias da Força Aérea Brasileira (FAB) de 21 a 27 julho. Entre elas, a homenagem a Alberto Santos Dumont feita em sua casa natal, na Fazenda Cabangu, localizada em Minas Gerais; as cerimônias religiosas que também homenagearam o Pai da Aviação; as homenagens realizadas ao Patrono da Aeronáutica Brasileira nas Organizações Militares (OM) por todo o país e a interceptação conjunta, entre FAB e Policia Federal (PF), a uma aeronave oriunda do Paraguai com drogas.

Fonte: FAB

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sexta-feira, 28 de julho de 2023

Conhecimentos Técnicos

O funcionamento de um Helicóptero
O rotor de um helicóptero não é uma grande hélice. Na realidade são aerofólios, asas. Por isso mesmo um helicóptero é denominado de aeronave de asas rotativas. O helicóptero, da forma como o conhecemos hoje, só levantou voo em 1936.

A principal característica do helicóptero é poder voar verticalmente ou lentamente próximo ao solo com toda segurança. É sustentado por um ou mais rotores girando em torno de um eixo vertical. As dimensões da pá podem variar de 4 a 20 m de comprimento, conforme o porte do aparelho.

Para o correto dimensionamento das pás deve-se atentar para o compromisso existente entre a eficiência aerodinâmica e os inconvenientes da realização de grandes rotores. Quanto maior o rotor, menor é a potência necessária e maior é o peso, o tamanho e as dificuldades de fabricação, etc.

Em um helicóptero, as lâminas do rotor atuam como um conjunto de asas, que geram sustentação por meio de um movimento circular. Cada lâmina do rotor é também afixada de maneira que possa mover-se para cima e para baixo independentemente das outras; sem este tipo de fixação, os pequenos movimentos vibratórios das lâminas à medida que giram tenderiam a desestabilizar a aeronave e tornar o controle difícil.

O passo de hélice de cada lâmina do rotor (o ângulo com o qual ela corta a corrente de ar) pode também ser variado. Na decolagem, todas as lâminas têm um passo de hélice pronunciado, para fornecer sustentação máxima. No voo horizontal, o controle de passo de hélice é ajustado para que o ângulo de cada lâmina aumente à medida que ela se move para a parte de trás de sua varredura. Isto faz com que a aeronave se incline para a frente, dando-lhe uma componente de empuxo horizontal, além de sustentação.

ACIONAMENTO DO ROTOR
Os rotores para terem um bom rendimento aerodinâmico devem girar lentamente entre 150 a 400RPM, conforme as suas dimensões. Daí a necessidade de instalação de uma caixa de redução suficientemente grande para acioná-los. Além disso, é preciso intercalar no circuito mecânico uma roda livre, importante dispositivo de segurança que permite ao rotor continuar girando em caso de pane do motor.

Tal procedimento é chamado AUTOROTAÇÃO e possibilita a aeronave o pouso em voo planado, pois, o rotor é capaz de produzir sustentação girando sob o efeito do vento originário do deslocamento, assim como giram os cataventos.

E finalmente, é necessário uma embreagem que permita dar partida no motor sem acionar o rotor.

MOTORES
Os primeiros helicópteros utilizavam motores a pistão, grandes e pesados. Os motores à turbina, muito mais apropriados, tiveram progressos decisivos e atualmente são utilizados na maioria dos helicópteros. O "Alouette II" foi o primeiro helicóptero com turbo motor do mundo a ser fabricado em série.

Quando é aplicada potência sobre o rotor para girá-lo, constata-se que a fuselagem do helicóptero tende a girar "em torno do rotor" e em sentido contrário - princípio da ação e reação. Para evitar esse efeito é preciso tomar medidas especiais que estabilizem a aeronave em guinada. Diversas fórmulas foram adotadas, como por exemplo utilizar dois rotores girando em sentido contrário, isto neutraliza os torques de reação. Para isso, foram fabricados os modelos com rotores coaxiais, em tandem e lado a lado. Mas a solução mais utilizada, em virtude de sua simplicidade, é a da hélice anti-torque na traseira, chamada, rotor de cauda.

COMANDOS DO HELICÓPTERO
Para controlar a sustentação do rotor utiliza-se a alavanca de passo coletivo, acionada pelo piloto com a mão esquerda. Tal alavanca está ligada a um mecanismo que altera o passo das pás do rotor (o passo de uma pá é o angulo formado no qual ela está calçada em relação ao plano de rotação). Quando o piloto puxa para cima a alavanca de coletivo, o passo aumenta, bem como a sustentação do rotor: o helicóptero tende a subir. Baixando a alavanca de coletivo, o passo e a sustentação diminuem, o helicóptero tende a descer. Esse sistema é análogo ao que controla a tração das hélices de passo variável. Para deslocar o helicóptero, uma solução simples consiste em inclinar o rotor, o que provoca um movimento na direção desejada:

COMANDO CÍCLICO E COMANDO COLETIVO
O manche Cíclico produz a variação cíclica do passo, provocando a oscilação do rotor (origem do vetor velocidade) e cuja direção depende da direção do deslocamento do manche. Quando o piloto aciona o manche, ele inclina o platô cíclico no ângulo necessário para a direção de voo considerada.

A alavanca de Coletivo altera uniformemente e simultaneamente o ângulo de passo em todas as pás. Quando o piloto aciona essa alavanca, o platô cíclico desliza sobre o mastro para cima ou para baixo.


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quinta-feira, 27 de julho de 2023

Embraer

Jatos E190-E2 e E195-E2 da Embraer recebem Certificação de Tipo na Malásia
Os jatos E190-E2 e E195-E2 da Embraer receberam a Certificação de Tipo da Autoridade de Aviação Civil da Malásia (CAAM, na sigla em inglês). Este marco vem após o anúncio da seleção de dez E-195-E2 pela SKS Airways. A companhia aérea da Malásia irá operar os jatos da família E2 para impulsionar seus planos de crescimento na região. Os modelos E190-E2 e E195-E2 já foram certificados por três importantes autoridades da aviação civil – FAA (EUA), EASA (Europa) e ANAC (Brasil) em 2018 e 2019, respectivamente. "Após uma avaliação completa, a CAAM está satisfeita em conceder a certificação de tipo para os jatos E195-E2 e E190-E2. Valorizamos a postura colaborativa da Embraer com o nosso objetivo de garantir o mais elevado nível de segurança e eficiência na indústria aeronáutica da Malásia", afirmou o Capitão Norazman Bin Mahmud, CEO da CAAM. “A certificação da CAAM para o E2 é uma notícia importante tanto para a Embraer quanto para a indústria da aviação”, afirma Martyn Holmes, CCO da Embraer Aviação Comercial. “Com a certificação concluída, já temos as bases para o início do serviço do E195-E2 na Malásia em 2024. A família E2 é a ideal para complementar as aeronaves maiores e aumentar a conectividade regional dentro e fora da Malásia, com menos consumo de combustível, menor emissão de ruído e excelente conforto para os passageiros”, completa. Em análise da malha aérea da Malásia, a Embraer identificou oportunidades significativas para as companhias do país estabelecerem 120 novas rotas domésticas e no Sudeste Asiático. A abertura de novas rotas rentáveis pode ser viabilizada com o uso de jatos regionais mais modernos e eficientes em custos e consumo de combustível, como o E190-E2 e o E195-E2. “A família E2 da Embraer está redesenhando o cenário da aviação regional na Ásia-Pacífico com sua eficiência sem paralelo”, afirma Raul Villaron, Vice-Presidente de Vendas da Embraer Aviação Comercial na região Ásia-Pacífico. “É uma solução atraente, que permite que as companhias aéreas ampliem suas malhas e estabeleçam novas rotas na região”. Os aviões da Embraer estão presentes na frota de cerca de 20 operadoras na Ásia-Pacífico, que operam 200 E-Jets na região. O E190-E2 e o E195-E2 foram projetados com base nas 20 milhões de horas de experiência acumuladas com a primeira geração de E-Jets, garantindo que as aeronaves E2 sejam modernas e avançadas e mantendo a maturidade e a confiabilidade das aeronaves da geração anterior. A primeira geração de E-Jets representa um dos programas de aviação comercial mais bem-sucedidos na indústria, operando atualmente em mais de 80 companhias aéreas em mais de 50 países.

Fonte: Embraer

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quarta-feira, 26 de julho de 2023

Aeronaves

Constellation, um clássico quadrimotor a pistão
O Lockheed Constellation, Connie ou apenas Constellation, como é conhecido no Brasil, é um avião quadrimotor a pistão, construído pela americana Lockheed entre 1943 e 1958, por encomenda inicial da TWA - Trans World Airlines.

Foram construídos ao todo 856 aparelhos em 4 modelos, todos com o mesmo design característico cuja forma de golfinho possui tripla empenagem. Foi um avião muito usado no transporte de passageiros e como avião de transporte militar. Foi o avião presidencial de Dwight D. Eisenhower, presidente dos Estados Unidos.

O desenho da asa do Constellation era do P-38 Lightning, diferindo somente na escala. A empenagem tripla, com menor altura, permitia à aeronave estacionar em qualquer hangar, mesmo com todos os acessórios hidráulicos e sistemas antigelo.O avião possuía velocidade máxima de 547 km/h, velocidade de cruzeiro de 483 km/h e teto operacional de 24.000 pés (7.315 m).


Com o início da II Guerra Mundial, a aeronave da TWA foi convertida para o C-69 Constellation, um avião militar de transporte. Depois da II Guerra Mundial, o Constellation tornou-se rapidamente muito popular nas linhas aéreas.

O modelo em produção para USAAF para transporte de tropas acabou como avião de transporte de passageiros, com a TWA recebendo o primeiro em 1 de outubro de 1945. O primeiro voo transatlântico partiu de Washington DC em 3 de dezembro de 1945, e chegou em Paris em 4 de dezembro.

Como o primeiro avião de cabine pressurizada em uso, o Constellation ajudou as viagens aéreas a tornarem-se acessíveis e muito mais confortáveis. Dentre os operadores estavam TWA, Pan American, Air France, Panair do Brasil e VARIG.


Com o advento dos aviões a jato, como de Havilland Comet, Boeing 707, Douglas DC-8 e Convair 880, o motor a pistão do Constellation tornou-se obsoleto. As primeiras rotas a abandonar o velho Connie foram as mais longas, intercontinentais.

O avião continuou a voar em rotas domésticas nos Estados Unidos, e seu último voo comercial com passageiros pagantes foi em 11 de maio de 1967, de Philadelphia para Kansas City, pela TWA. Contudo, permaneceu em serviço como cargueiro.

Ao redor do mundo encontram-se ainda exemplares do Constellation, alguns em tão bom estado de conservação que ainda podem voar. Há um exemplar no Brasil, que ficava exposto no Museu da TAM. 

Nota: O conteúdo acima, que hoje voltamos a publicar, foi enviado há muitos anos por Ícaro Pires dos Santos, saudoso amigo, grande incentivador do Núcleo Infantojuvenil de Aviação.

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terça-feira, 25 de julho de 2023

Navegação Aérea

Apresentação de Coordenadas Geográficas
Apesar de a maneira mais conhecida ser o formato (23º30’33”S/046º38’16”W), as coordenadas podem ser apresentadas de diversas outras maneiras. Em linhas gerais, as coordenadas utilizam o sistema cartesiano (da matemática) para fazer referência à localização de pontos geográficos.

Por convenção, tudo o que está acima do Equador (latitude 0º) tem o sinal “N”(norte) e tudo o que está abaixo do Equador tem o sinal “S”(sul). Da mesma maneira, tendo o meridiano de Greenwich como referência (longitude 0º), tudo o que está à direita tem o sinal “E”(leste) e tudo o que está à esquerda tem o sinal “W”(oeste).

Ocorre, no entanto, que também é correto colocar o sinal à frente da coordenada e, também, substituir os valores “W”e “S”pelo sinal de negativo (–) e os valores “E”e “N”por nenhum sinal.

Assim, estariam corretas as seguintes notações:
(03º20’16″N / 041º38’25″W) – padrão comum
(N 03º20’16″/ W 041º38’25”)
(03º20’16″/ –041º38’25”)

Estas formas de apresentação podem, ainda, sofrer alterações de acordo com a aplicação. Não há obrigatoriedade de se apresentar os minutos e os segundos em todas as coordenadas.

Assim, todas as coordenadas abaixo – que indicam exatamente a mesma localidade – estariam corretas:
(03º20’16.44″N / 041º38’31.56″W)
(03º20.274′N / 041º38.526′W)
(03.3379º/ –041.6421º)

Observe que a precisão é a mesma, porém as primeiras utilizam duas casas decimais para o segundo no formato DMS (grau – minuto – segundo), as seguintes utilizam três casas decimais para o minuto no formato DM (grau – minuto) e as últimas utilizam quatro casas decimais para os graus no formato D (grau).


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segunda-feira, 24 de julho de 2023

FAB em Destaque

Revista eletrônica da FAB com as notícias de 14 a 20/7
O FAB em Destaque da última sexta-feira traz as principais notícias da Força Aérea Brasileira (FAB), de 14 a 20 julho. Entre elas, a nova edição da Revista Aerovisão; a primeira missão de Combate a Incêndio em Voo com o KC-390 Millennium realizada pelo Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1ºGTT) – Esquadrão Zeus; os Concertos da Orquestra Sinfônica da Força Aérea Brasileira em comemoração aos 150 anos de Santos Dumont realizados no estado de São Paulo (SP), a homenagem ao Pai da Aviação no estádio Maracanã no Rio de Janeiro (RJ), no clássico FlaxFlu; a cerimônia alusiva ao Dia do Veterano da Força Aérea Brasileira comemorado no dia 16 de julho. Esta edição traz também as homenagens prestadas ao Pai da Aviação no dia 20 julho, como: a cerimônia alusiva aos seus 150 anos, realizada na Base Aérea de Brasília; o lançamento do livro do Escritor Gaúcho Alcy Cheuiche,“ Nos céus de Paris: O Romance da vida de Santos Dumont”, realizado no Panteão da Pátria (DF); a reapresentação da Orquestra Sinfônica da Força Aérea Brasileira com o Concerto: Santos Dumont – Vida, Obras e Valores, em homenagem aos 150 anos do Pai da Aviação, no Teatro Pedo Calmón, também em Brasília (DF).

Fonte: FAB

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domingo, 23 de julho de 2023

Especial de Domingo

Julho deu e tirou do mundo (20/7/1873 - 23/7/1932) o gênio Alberto Santos Dumont. Neste sétimo mês do ano, novamente, dedicamos os Especiais de Domingo à memória deste querido brasileiro.
Boa leitura.
Bom domingo!



DEMOISELLE


Em 1907, de março a junho, Santos Dumont fez experiências com o aeroplano com asa de madeira N°15 e com o dirigível N°16, misto de dirigível e avião, mas desiste desses projetos por não obter bons resultados. O número 17 seria cópia do número 15.

Em setembro, no Rio Sena, faz experiências com o N°18, um deslizador aquático.

Testa o primeiro modelo de um aeroplano em novembro de 1907, um pequeno avião apelidado pelos franceses de Demoiselle, devido a sua graciosidade e semelhança com as libélulas.



Todavia, durante as primeiras experiências, o Nº19 sofreu um acidente, ficando seriamente avariado. Pesando 110 quilos, o Demoiselle era uma aeronave com motor de 35 HP e estrutura de bambu.

Em Dezembro de 1908 exibe um exemplar do Demoiselle na Exposição Aeronáutica, realizada no "Grand Palais" de Paris. Em janeiro de 1909 obtém o primeiro brevê de aviador, fornecido pelo Aeroclube da França.

Aproveitando características e formato do Nº19, foi criado o Demoiselle Nº20. Sua fuselagem era construída de longarinas de bambu com juntas de metal e as asas cobertas de seda japonesa, tornando-o leve, transparente e de grande efeito estético.

Em setembro do mesmo ano estabelece o recorde de velocidade voando a 96 km/h num Demoiselle. Faz um voo de 18km, de Saint-Cyr ao castelo de Wideville, considerado o primeiro reide da história da aviação. Com esta pequena aeronave ele ia visitar amigos em seus castelos, batendo recordes de velocidade e de distância de decolagem.


O Demoiselle era um avião pequeno, de tração dianteira, com a hélice girando no bordo de ataque da asa alta de grande diedro, o leme e o estabilizador eram de contorno poliédrico, montados em uma estrutura em forma de cruz e unidos à fuselagem por meio de uma junta que permitia o movimento do conjunto em todas as direções. O piloto ia sentado abaixo da asa logo atrás das rodas.


O comando era composto por um volante que controlava, através de cabos, o conjunto leme/estabilizador. Os cabos de sustentação da asa e reforço de estrutura eram cordas de piano. O Demoiselle Nº19 tinha como fuselagem uma única haste de bambu, com seis metros de comprimento e a asa era formada por uma estrutura simples.

O motor a explosão, de 20 hp, refrigerado a água, era de dois cilindros opostos e foi projetado pelo próprio Santos Dumont e construído pela fábrica Dutheil & Chalmers. Possuia ainda um estabilizador na frente e embaixo do avião e dois lemes laterais situados logo abaixo da asas. Tais ítens foram logo abandonados, pois não contribuiram em nada para aumentar a estabilidade do aparelho.

Posteriormete, Santos Dumont alterou-o, desenhando novamente a asa para aumentar sua resistência e colocou um motor Antoniette de 24 hp na parte de baixo, entre as pernas do piloto, transmitindo o torque à hélice por meio de uma correia. Este ficou conhecido como Nº20 e foi descrito pela Scientific American de 12 de dezembro de 1908 como: "... de longe a mais leve e possante máquina desse tipo que jamais foi produzida."

E mais: "Um número de pequenos voos foram feitos e não se apresentou nenhuma dificuldade particular em mantê-lo no ar. Por causa do tamanho reduzido de seu monoplano, Santos Dumont foi capaz de transportá-lo de Paris para Sait-Cyr na parte traseira de um automóvel (...) Esta é a primeira vez que temos conhecimento de que um automóvel tenha sido usado para transportar um aeroplano montado, da cidade para um lugar apropriado no campo, onde o aviador pudesse levar adiante seus experimentos."


Ainda apresentando alguns problemas de estrutura e baixa potência, que Santos Dumont tentou compensar, o modelo Nº21 possuia uma fuselagem triangular composta por três hastes de bambu e nova asa, mais resistente e de maior envergadura, além da redução no comprimento do avião. Retorna a solução inicial de motor de dois cilindros contrapostos, instalado sobre as asas, atuando diretamente sobre a hélice.


O projeto do Nº22, era basicamente igual ao Nº21. Santos Dumont apenas experimentou, nos dois modelos, vários motores de cilindros opostos e refrigerados a água, com potências variando entre 20 e 40 hp, constrídos por Dutheil & Chalmers, Clément e Darracq. Assim estes dois modelos demonstraram qualidades bastantes satisfatórias para a época, sendo produzidos em quantidade, uma vez que Santos Dumont, por pincípios, jamais requereu patente por seus inventos.

A 18 de setembro de 1909 realiza seu último voo em uma de suas aeronaves, voando rasante em cima da multidão, sem segurar nos comandos.Com os braços abertos ele segurava um lenço em cada uma das mãos os quais soltou e foram disputados aos pedaços.

Santos Dumont, ao deixar as pessoas livres para fabricar o Demoiselle, permitiu que sua invenção se tranformasse no primeiro avião popular.


Além da França, outros países como Estados Unidos, Alemanha e Holanda também construíram o Demoiselle.

Santos Dumont deixou de voar em 1910 por motivos de saúde, quando foi diagnosticado estar com esclerose múltipla.

Fonte: Cabangu

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sábado, 22 de julho de 2023

Sesquicentenário de Santos Dumont

FAB homenageia Alberto Santos Dumont em solenidade
A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou, na última quinta-feira, 20/07, a cerimônia alusiva aos 150 anos de nascimento de Alberto Santos Dumont. A cerimônia contou com a presença do Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, do Vice-presidente Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho, do Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro Filho, que foram recebidos pelo Comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno. A solenidade foi repleta de homenagens e histórias sobre a vida, as obras e os valores do Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira.

Fonte: FAB

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sexta-feira, 21 de julho de 2023

Eve

Eve Air Mobility e Embraer anunciam primeira fábrica de eVTOL no Brasil
A Eve Air Mobility ("Eve") e a Embraer anunciaram ontem, 20 de julho, que a primeira fábrica para a produção das aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL) da Eve será localizada na cidade de Taubaté, no interior São Paulo. A planta industrial será situada em uma área a ser ampliada dentro da unidade existente da Embraer na cidade e está sujeita a aprovação final das autoridades. O local se beneficia de uma logística estratégica, oferecendo fácil acesso por meio de rodovias e proximidade de uma linha ferroviária. Outra vantagem significativa é a localização próxima à sede da Embraer em São José dos Campos e da equipe de engenharia e recursos humanos da Eve, o que facilitará o desenvolvimento e a sustentabilidade de novos processos de produção, aumentando a agilidade e a competitividade da empresa. "Quando começamos a procurar um local para fabricar nosso eVTOL, quisemos repensar como a aeronave poderia ser construída utilizando as mais recentes tecnologias e processos de fabricação, combinados com outros aspectos, como a cadeia de suprimentos e logística", disse André Stein, co-CEO da Eve. "Nosso objetivo é oferecer produtos e serviços seguros ao mercado e ser altamente competitivos em eficiência de produção. A nova linha de montagem está sendo projetada para priorizar segurança, qualidade, eficiência, produtividade e sustentabilidade." "Essa decisão está alinhada ao nosso plano estratégico de crescimento baseado em inovação e sustentabilidade", disse Francisco Gomes Neto, Presidente e CEO da Embraer. "Acreditamos no enorme potencial do mercado global de Mobilidade Aérea Urbana e reforçamos nosso compromisso com a Eve como uma das principais empresas desse setor." Em maio de 2022, a Eve anunciou uma parceria com a Porsche Consulting para definir a estratégia macro global de produção, cadeia de suprimentos e logística de seu eVTOL. Desde então, as empresas têm trabalhado juntas para pesquisar conceitos avançados de fabricação e inovação, utilizando suas expertises em aeronáutica e automobilismo para projetar um conceito de industrialização para aeronaves eVTOL baseado em padrões elevados de segurança, qualidade, eficiência e foco no cliente. "Estamos focados em alcançar os mais altos níveis de excelência na fabricação do eVTOL por meio dos constantes aprendizados e uma abordagem inovadora. Após extensa pesquisa em conceitos avançados de produção e inovação por mais de um ano, estamos preparados para estabelecer nossa primeira fábrica para a produção do eVTOL. Com confiança em nossas capacidades, estamos preparados para expandir de forma eficiente e sustentável o volume de produção para atender às demandas de um mercado em crescimento", acrescentou Alice Altissimo, Vice-Presidente de Gerenciamento de Programas e Operações da Eve. A Eve continua progredindo no desenvolvimento de seu eVTOL e também está focada em criar um amplo portfólio de soluções agnósticas, incluindo um software único de Gerenciamento de Tráfego Aéreo Urbano (Urban ATM) para otimizar e expandir as operações de Mobilidade Aérea Urbana em todo o mundo.

Fonte: Embraer

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quinta-feira, 20 de julho de 2023

150 anos de Santos Dumont

20 de Julho - Nascimento de Santos Dumont
Caros integrantes do Ninja e prezados leitores deste blog:
Selecionamos novamente um belo texto extraído do portal UOL Educação. Ao final, indicamos algumas publicações para complementar os estudos sobre este grande brasileiro, nascido há exatos 150 anos. Nesta data comemorativa, nos diversos cantos do Brasil, muitas crianças estão nascendo. Registramos aqui a nossa torcida para que estes brasileiros possam, em suas vidas, darem à nação o mesmo carinho e respeito que Alberto Santos Dumont dedicou, através de belos exemplos. À nós, que já compreendemos a importância de sua obra, fica - entre tantos ensinamentos extraordinários - a singela lição deixada pelo mestre: "Eu não fui apenas aviador...foi necessário ESTUDAR, PENSAR...e só depois voar!"

Alberto Santos-Dumont nasceu no dia 20 de julho de 1873 no sítio Cabangu, no local que viria a ser o município de Palmira (hoje rebatizado município de Santos Dumont em honra a ele), então um distrito de Barbacena, em Minas Gerais. Filho de Henrique Dumont, de ascendência francesa e engenheiro de obras públicas, e de Francisca Santos-Dumont, filha de uma tradicional família portuguesa.
Com Alberto ainda pequeno a família se mudou para Valença (atual município de Rio das Flores) e passou a se dedicar ao café. Em seguida seu pai comprou a Fazenda Andreúva a cerca de 20 km de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Ali, o pai de Alberto logo percebeu o fascínio do filho pelas máquinas da fazenda e direcionou os estudos do rapaz para a mecânica, a física, a química e a eletricidade.
Em 1891, Alberto, então com 18 anos e emancipado, foi para a França completar os estudos e perseguir o seu sonho de voar. Ao chegar em Paris, admirou-se com os motores de combustão que começavam a aparecer impulsionando os primeiros automóveis e comprou um para si. Logo Santos-Dumont estava promovendo e disputando as primeiras corridas de automóveis em Paris. Com a morte do pai, um ano depois, o jovem Santos-Dumont sofreu um grande abalo emocional, mas continuou os estudos na Cidade-Luz. Em 1897 fez seu primeiro voo num balão alugado. Um ano depois, subia ao céu no balão Brasil, construído por ele. Mas procurava a solução para o problema da dirigibilidade e propulsão dos balões. Projetou então o seu número 1, com forma de charuto, com hidrogênio e motor a gasolina.

Primeiro voo
No dia 20 de setembro de 1898 realizou o primeiro voo de um balão com propulsão própria. No ano seguinte voou com os dirigíveis número 2 e número 3. O sucesso de Santos-Dumont chamou a atenção do milionário Henry Deutsch que no dia 24 de março de 1900 ofereceu um prêmio de cem mil francos a quem partisse de Saint Cloud, contornasse a torre Eiffel e retornasse ao ponto de partida em 30 minutos.
Santos-Dumont fez experiências com os números 4 e 5. Em 19 de outubro de 1901 cruzou a linha de chegada com o número 6, mas houve uma polêmica graças a um atraso de 29 segundos. Em 4 de novembro o Aeroclube da França declarou-o vencedor. Além do Prêmio Deutsch recebeu do presidente brasileiro Campos Salles outro prêmio no mesmo valor e uma medalha de ouro.
Em 1902 o príncipe de Mônaco, Alberto 1º, ofereceu um hangar para ele fazer suas experiências no principado. Santos-Dumont continuou construindo seus dirigíveis. O numero 11 foi um bimotor com asas e o numero 12 parecia um helicóptero. Em 1906 foi instituída a Taça Archdeacon para um voo mínimo de 25 metros com um aparelho mais pesado que o ar, com propulsão própria. O Aeroclube da França também lançou um desafio para um voo de 100 metros.

Com Edison e Roosevelt
Em abril de 1902 Santos Dumont viajou para os Estados Unidos onde visitou os laboratórios de Thomas Edison e foi recebido pelo presidente Theodore Roosevelt. Em 23 de outubro de 1906, no Campo de Bagatelle, o 14-Bis voou por uma distância de 60 metros, a três metros de altura e conquistou a Taça Archdeacon. Uma multidão de testemunhas assistiu a proeza e no dia seguinte toda a imprensa louvou o fato histórico. O dinheiro do prêmio foi distribuído para seus operários e os pobres de Paris, como era o costume do inventor.
Em 12 de novembro de 1906, na quarta tentativa, conseguiu realizar um voo de 220 metros, estabelecendo o primeiro recorde de distância e ganhando o Prêmio Aeroclube. Santos-Dumont não ficou satisfeito com os números 15 a 18 e construiu a série 19 a 22, de tamanho menor, chamadas Demoiselles.
Santos-Dumont recebeu diversas homenagens na Europa e nas Américas, em especial no Brasil, onde foi recebido com euforia. Como o brasileiro não patenteava suas invenções, seus projetos foram aperfeiçoados por outros como Voisin, Leon Delagrange, Blériot, Flarman.
Em 1909 ocorreram dois grandes eventos: a Semaine de Champagne, em Reims, o primeiro encontro aeronáutico do mundo e o desafio da travessia do Canal da Mancha. Nesse ano Santos-Dumont obteve o primeiro brevê de aviador, fornecido pelo Aeroclube da França. Em 25 de julho de 1909, Blériot atravessou o canal da Mancha e foi parabenizado por carta pelo brasileiro.

Primeira Guerra Mundial
Cansado e com a saúde abalada, Santos-Dumont realizou seu último vôo em 18 de setembro de 1909. Depois fechou sua oficina e em 1910 retirou-se do convívio social. Em agosto de 1914, a França foi invadida pelas tropas alemãs. Era o início da Primeira Guerra Mundial. Aeroplanos começaram a ser usados na guerra e Santos Dumont amargurou-se ao ver sua invenção ser usada com finalidades bélicas.
Passou a se dedicar ao estudo da astronomia, residindo em Trouville, perto do mar. Em 1915, com a piora na sua saúde, decidiu retornar ao Brasil. No mesmo ano, participou do 11º Congresso Científico Panamericano nos Estados Unidos, tratando do tema da utilização do avião como forma de facilitar o relacionamento entre os países.
Já sofrendo com a depressão, encontrou refúgio em Petrópolis, onde projetou e construiu seu chalé "A Encantada": uma casa com diversas criações próprias, como um chuveiro de água quente e uma escada onde só se pode pisar primeiro com o pé direito. Permaneceu lá até 1922, quando visitou os amigos na França. Passou a se dividir entre Paris, São Paulo, Rio de Janeiro, Petrópolis e Fazenda Cabangu,MG.
Em 1922, condecorou Anésia Pinheiro Machado, que durante as comemorações do centenário da independência do Brasil, fizera o percurso Rio de Janeiro-São Paulo num avião. Em janeiro de 1926, apelou à Liga das Nações para que se impedisse a utilização de aviões como armas de guerra. No mesmo ano, inventou um motor portátil para esquiadores, que facilitava a subida nas montanhas. Internou-se no sanatório Valmont-sur-Territet, na Suíça.
Em maio de 1927, chegou a ser convidado pelo Aeroclube da França para presidir o banquete em homenagem a Charles Lindberg, pela travessia do Atlântico, mas declinou do convite devido a seu estado de saúde. Passou algum tempo em convalescença em Glion, na Suíça e depois retornou à França.
Em 1928 veio ao Brasil no navio Capitão Arcona. A cidade do Rio de Janeiro tinha se preparado para recebê-lo festivamente. Mas o hidroavião que ia fazer a recepção, sobrevoando o navio onde estava, da empresa Condor Syndikat, e que fora batizado com seu nome, sofreu um acidente fatal, sem sobreviventes. Abatido, Santos-Dumont retornou a Paris.

Legião de Honra
Em junho de 1930 foi condecorado com o título de Grande Oficial da Legião de Honra da França. Em 1931, esteve internado em casas de saúde em Biarritz, e em Ortez no sul da França. Antônio Prado Júnior, ex-prefeito do Rio de Janeiro, encontrou Santos-Dumont doente na França, o que o levou a entrar em contato com a família e a pedir ao sobrinho Jorge Dumont Villares que fosse buscar o tio.
De volta ao Brasil, passam por Araxá, em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e finalmente no Guarujá, onde se instalou no Hotel La Plage, em maio de 1932. Antes, em junho de 1931 tinha sido eleito membro da Academia Brasileira de Letras.
Em 1932, explodiu a Revolução Constitucionalista, quando o Estado de São Paulo se levantou contra o governo de Getúlio Vargas. Isso incomodava a Santos-Dumont, que lançou apelos para que não houvesse uma guerra civil. Mas aviões atacaram o campo de Marte, em São Paulo, no dia 23 de julho. Possivelmente esse fato pode ter piorado a angústia de Santos Dumont, que nesse dia, aproveitando-se da ausência de seu sobrinho, suicidou-se, aos 59 anos de idade, sem deixar descendentes.

Fonte: UOL Educação

Pesquise: Blog do Ninja em 03/07/11, 10/07/1117/07/1124/07/11 e 31/07/11.

Visite: www.santosdumontvida.blogspot.com

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quarta-feira, 19 de julho de 2023

Turma do Fabinho

FAB lança desenho animado em homenagem a Santos Dumont

Edição Especial da Turma do Fabinho conta sobre a vida, obra e valores do Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira

Um grupo de talentosos integrantes infantis da Oficina de Atores de Brasília esteve no estúdio da Rádio Força Aérea FM, em Brasília (DF), para gravar as novas interpretações da edição especial da Turma do Fabinho em homenagem aos 150 Anos de Nascimento de Alberto Santos Dumont, Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica.
A experiência proporcionou aos jovens artistas uma imersão no mundo do rádio, permitindo que eles explorassem suas habilidades de interpretação de uma forma completamente diferente. Com idades entre 8 e 12 anos, os atores demonstraram uma paixão e dedicação surpreendentes pelas artes cênicas, o que os levou a embarcar nesta aventura que foi interpretar os personagens que compõem as histórias da Turma do Fabinho. 
Interpretando o personagem “Fabinho”, Victor Cavalcante, de 10 anos, conta que a experiência foi muito desafiadora, principalmente pelo fato de dar voz ao personagem principal do desenho. “Foi muito legal fazer o Fabinho! A história de Santos Dumont é muito legal e eu pude aprender ao interpretar o personagem!”, disse. Com o papel de Dumont, o “Dumonzinho”, Davi Raulino Silva, 12 anos, revela que, em um primeiro momento ficou apreensivo, mas logo se familiarizou e se encantou com a história do Pai da Aviação. “Estou muito feliz em interpretar o Santos Dumont! É um orgulho!”, contou.
A Diretora da Oficina de Atores Brasília, Barbara Zorzo Mandarino, responsável pela seleção dos atores, falou sobre a experiência de gravação na Rádio Força Aérea FM e sobre como foi treinar os atores para interpretar os personagens do desenho animado da FAB. "Foi uma oportunidade maravilhosa para os jovens atores se envolverem em um novo formato artístico. Esse tipo de interpretação, como a narração de audiolivro, exige que os artistas se concentrem em suas vozes e na capacidade de transmitir emoções apenas por meio da voz. Foi incrível vê-los explorar também essa forma de atuação”, relatou.

A Turma do Fabinho
Desde 2010, a Turma do Fabinho, um projeto desenvolvido pela Força Aérea Brasileira (FAB), tem encantado crianças ao apresentar o mundo da aviação de forma divertida e cativante. Inicialmente, a Turma do Fabinho foi criada para histórias em quadrinhos, mas, com o avanço da tecnologia e dos canais de comunicação, as aventuras da Turma agora são contadas em desenhos animados e até audiobooks. O Sargento Maclaudio Gomes Pereira, desenhista no setor de Publicidade e Propaganda do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) e idealizador do projeto, ficou encarregado por criar um traço moderno e dar vida aos personagens.
Para esse episódio especial, o Sargento M. Gomes inspirou-se no heroísmo de Santos Dumont e na sua superação. “Eu procurei trazer um pouco da vida, da obra e dos valores de Santos Dumont de uma forma lúdica por meio da revista em quadrinhos e, agora, também com o curta animado. Espero que seja algo que as crianças possam não só ler, mas também assistir a essa história magnífica e se inspirar nesse brasileiro que, por décadas vem nos enchendo de orgulho! A cada dia que passa, descobrimos mais e mais de seus grandiosos feitos”, destacou.

Oficina de Atores Brasília
A Oficina tem como principal foco a formação e capacitação de atores com cursos de teatro e atuação para cinema e TV. Nas atividades alusivas aos 150 Anos de Nascimento de Alberto Santos Dumont, a empresa atua na orientação de atores e também de militares que participam dos eventos alusivos à data, recriando, assim, vestimentas, trejeitos e costumes da época que remetem ao Pai da Aviação. "Para nós, é uma experiência incrível poder contribuir com a FAB para homenagear Alberto Santos Dumont. Um gênio que fez história no Brasil e no mundo com sua perseverança e admirável altruísmo. Sou eternamente grata à FAB por confiar a nós essa missão enriquecedora", conclui Barbara Zorzo. Acesse aqui a página especial da Turma do Fabinho com diversos conteúdos infantis.


Fotos: Sargento Figueira / CECOMSAER

Produção: Sargento M. Gomes/ CECOMSAER

Fonte: FAB

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terça-feira, 18 de julho de 2023

150 anos de Santos Dumont

No primeiro voo, em 1906, Santos Dumont aliou invenções à ciência                                                  
O voo do brasileiro Alberto Santos Dumont, em uma distância de 60 metros com o 14-Bis, no Campo de Bagatelle, em Paris, marcou historicamente aquele 23 de outubro de 1906 e consagrou ainda mais o inventor. O aparelho subiu 2 metros de altura e foi o bastante para a humanidade olhar para cima e para o futuro de forma diferente. O feito inédito, porém, é "apenas" a parte mais famosa das conquistas, segundo apontam os pesquisadores da vida e das obras daquele mineiro que ficou conhecido como o Pai da Aviação. Até aquela data (e depois também), o enredo é de uma história de coragem, perspicácia, generosidade e divulgação científica como rotina de vida. Característica, aliás, de um período de fascínio pela tecnologia e pelas descobertas.

Compartilhar o conhecimento
Autor de quatro livros sobre Santos Dumont, o físico Henrique Lins de Barros, especialista na história do gênio inventor, destaca que feitos anteriores foram fundamentais para que as atividades aéreas se consolidassem. Ele cita que o brasileiro inventou e patenteou o motor a combustão para aviões, em 1898, o que viabilizou o sonho de um dia decolar. Uma característica de Santos Dumont é que ele criava, patenteava e liberava a utilização para quem quisesse. Três anos depois do motor, a conquista da dirigibilidade, também por parte de Dumont, foi uma ação revolucionária. "Ele aprendeu a voar de balão, fez os primeiros dirigíveis. Todos eles, até o número 6, têm inovações impressionantes, com mudanças conceituais. Ele sofreu diversos acidentes, mas aprendeu a voar. Foi assim que ele descobriu quais eram os problemas de um voo controlado. Quando ele ganhou o Prêmio Deutsch, em 1901 [com o dirigível número 5], ele tinha domínio total. Em 1902, ele já tinha os dirigíveis, até o número 10, construídos. Ele tem uma produção, em dez anos, em que ele idealiza, constrói, experimenta mais de 20 inventos. Todos revolucionários. Ele tem intuição para o caminho certo e criatividade para ir adiante. Os colegas dele inventores diziam que ele fazia em uma semana o que os outros demoravam três meses”, afirma Henrique Lins de Barros.

Voo sob controle
De acordo com o escritor Fernando Jorge, biógrafo de Santos Dumont, a descoberta da dirigibilidade, por parte do brasileiro, foi um marco decisivo para o que ocorreria depois. "Entendo que foi um momento supremo e culminante para a história da aeronáutica mundial." Para o arquivista Rodrigo Moura Visoni, pesquisador dos inventores brasileiros e autor de livro sobre Santos Dumont, as fotos mostram detalhes da emoção que tomou conta das pessoas, quando houve a conquista da dirigibilidade. "Santos Dumont foi convidado para rodar o mundo. Foi, sem dúvida, um grande feito. Para se ter uma ideia, o número de notícias sobre a conquista do Prêmio Deutsch supera a do primeiro voo [cinco anos depois]. Isso é explicado porque a busca pela dirigibilidade já tinha 118 anos. Ele resolve um problema secular. Além disso, a descoberta permitiu a era das navegações aéreas", afirma.

O dia mais feliz
Segundo o que Visoni pesquisou, Alberto Santos Dumont disse, em várias entrevistas, inclusive pouco antes de morrer, que a maior felicidade dentre todas as emoções foi a conquista da dirigibilidade. "Isso é muito curioso. Ele dizia que o dia mais feliz não foi o dia em que ele faz a prova do Prêmio Deutsch, nem o 23 de outubro ou o 12 novembro de 1906 [em que ele faz o voo de 220 metros pela Federação Aeronáutica Internacional]. O dia mais feliz teria sido o 12 de julho de 1901, quando ele percebeu que resolveu o problema de dirigibilidade aérea. Foi uma demonstração impressionante. Ele vai aonde ele quer. Ele estava totalmente integrado ao dirigível." O Prêmio Deutsch (no valor de 100 mil francos) foi conferido a Santos Dumont por ele ter conseguido circular a Torre Eiffel em julho. Mas os juízes garantiram a vitória ao brasileiro somente em novembro daquele ano. Na ocasião, o dinheiro foi distribuído para a equipe do aviador e para pessoas pobres da capital francesa. "Ele era um homem muito generoso", afirma o biógrafo Fernando Jorge.

"Tomem cuidado!"
A série de demonstrações públicas que ele fez dos seus inventos devia sempre ser acompanhada da presença de repórteres. "Os jornalistas registravam e Santos Dumont publicava o que ele estava fazendo. Essa é uma característica impressionante. Ele divulga tudo. Tanto o que ele acerta como o que ele erra. Essa é uma característica impressionante dele. Quando ele erra, ele descreve e alerta: 'Tomem cuidado!'. Ele estava maduro na arte dos balões", afirma Lins de Barros. A postura de Santos Dumont não era apenas a de um inventor, mas a de um divulgador científico, explicam os pesquisadores. "Ele foi um divulgador honesto."

Voo do avião
Entre 1901 e 1906, Santos Dumont passou a entender o que era o voo do avião. "O 14-Bis ele fez em pouquíssimo tempo, pouco mais de um mês. Em setembro, por exemplo, ele experimenta e faz vários testes com o aparelho." Em 23 de outubro, ele, após quatro tentativas, consegue voar os 60 metros. Assim ele mostra para todos os aviadores da época que era possível voar com o mais pesado que o ar. Uma revolução. A vitória significou o Prêmio Archdeacon. Bastaria voar 25 metros. Santos Dumont fez um percurso de mais que o dobro.

Demoiselle, a primeira de uma série
Depois do voo, outros inventores entenderam quais eram os problemas. Em 1907, Santos Dumont apresenta o Demoiselle (invenção número 20), um ultraleve. "No ano seguinte, Santos Dumont publica em uma revista popular o plano detalhado do Demoiselle para quem quisesse construir. Esse modelo passa a ser o primeiro produzido em série na aviação", explica Lins de Barros. O modelo foi vendido para um pioneiro da aviação na França, Roland Garros. Em 1908, Santos Dumont, acometido por esclerose, abandonou o voo. O registro é de que ele faleceu em 1932, em um hotel no Guarujá (SP). O biógrafo do aviador, Fernando Jorge, lamenta que o final da vida do genial brasileiro tenha sido de martírio diante da doença e da depressão. "Ele era um homem tímido e que revelava que não queria casar porque não queria deixar a esposa viúva. De toda forma, o que sempre me impressionou na personalidade dele foi a combinação impressionante da tenacidade, da coragem e da perseverança. Foi um gênio da humanidade."

Edição: Alessandra Esteves

Fonte: Publicado originalmente em 23/10/2021, por Luiz Claudio Ferreira - repórter da Agência Brasil 

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