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Voar é um desejo que começa em criança!

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Dia do Aviador

Mês da Asa é celebrado em todo o território nacional

Organizações Militares no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Norte, no Pará, em Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais comemoraram o Dia do Aviador e o Dia da Força Aérea Brasileira

As solenidades alusivas ao Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira (FAB) ocorreram em todo o território nacional, destacando as vitórias pessoais e profissionais dos agraciados com a Medalha da Ordem do Mérito Aeronáutico (OMA). Esta honraria é destinada a premiar militares da Aeronáutica que tenham prestado notáveis serviços ao País ou se destacado em suas funções, além de reconhecer contribuições de personalidades civis e militares e de organizações militares e civis, brasileiras ou estrangeiras.

BAGL
Na Base Aérea do Galeão (BAGL), no Rio de Janeiro, a cerimônia de entrega da OMA a 117 agraciados ocorreu no dia 24/10. O evento contou com a presença de autoridades, incluindo o Cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. A solenidade foi presidida pelo Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, Diretor-Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), que foi recebido pelo Major-Brigadeiro do Ar Rodrigo Fernandes Santos, Comandante do Terceiro Comando Aéreo Regional (III COMAR), e pelo Coronel Aviador Fabio Ferreira Silva, Comandante da BAGL.

BANT
Ainda no dia 24/10, a Base Aérea de Natal (BANT) também prestou homenagem às datas. O evento celebrou o legado de Alberto Santos Dumont e reconheceu militares e civis com a imposição da OMA. Parte dos agraciados não pertence ao efetivo da Guarnição de Aeronáutica de Natal (GUARNAE-NT), mas receberam suas comendas na BANT devido à participação no COMAO Flight 2024, exercício militar que visa integrar e aumentar a interoperabilidade entre as diversas aviações e unidades envolvidas.

I COMAR
Em Belém (PA), além das comemorações do Mês da Asa, o Primeiro Comando Aéreo Regional (I COMAR) celebrou seu 83º aniversário com a imposição da OMA e da Medalha Militar. O Major-Brigadeiro do Ar José Virgílio Guedes de Avellar presidiu a cerimônia, destacando que “a data simboliza não apenas o compromisso com a defesa, mas também a dedicação de todos em garantir a segurança e a soberania da nossa região. Celebrar essa história é fundamental para inspirar futuras gerações e reforçar o papel vital da aviação na proteção do nosso espaço aéreo” afirmou o Oficial-General.

BACG
No dia 23/10, a Base Aérea de Campo Grande (BACG) realizou sua cerimônia militar, presidida pelo Comandante da BACG, Brigadeiro do Ar Eric Breviglieri e contou com a presença de autoridades militares e civis, incluindo o Governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Corrêa Riedel. Durante o evento, a OMA foi imposta a oficiais da FAB, como o Tenente-Coronel Aviador Felipe Luis de Oliveira Vilela, além de graduados e praças da Força Aérea.

CIAAR
Por fim, o Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR) também realizou sua cerimônia, presidida pelo Coronel Aviador Alexandre Avellar Leal. O evento contou com a presença de autoridades militares, civis e veteranos das Forças Armadas. Durante a cerimônia, 18 militares da FAB foram agraciados com as Medalhas da OMA. O Suboficial Danilo Duarte Coutinho expressou sua gratidão ao ser agraciado: “É uma satisfação indescritível receber a mais alta honraria da Força Aérea Brasileira. Sinto-me honrado em ter meu trabalho reconhecido pelo Alto-Comando da Força, o que reforça meu compromisso em manter a retidão nas minhas atitudes e a seriedade em minhas ações diárias.”

O Dia do Aviador e o Dia da Força Aérea Brasileira
O Dia do Aviador, celebrado em 23 de outubro, marca o primeiro voo histórico do 14-Bis, realizado por Alberto Santos Dumont em 1906. Nesta data especial, que comemorou o 118º aniversário desse feito, foram homenageadas pessoas que contribuíram significativamente para a Força Aérea Brasileira (FAB) e para o país.

Fonte: BAGL, BANT, BACG, I COMAR e CIAAR

Fotos: Sargento Schuback / BAGL; Sargento C. Maia / I COMAR; Soldado Sá / BANT; Soldado R.Cruz / BACG e CIAAR

Edição: Agência Força Aérea, Tenente Vieira

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quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Marechal do Ar Casimiro Montenegro Filho

FAB celebra 120 anos de nascimento do Marechal Casimiro

Base Aérea de Fortaleza celebra a trajetória do Marechal do Ar e ativa campus do ITA no Ceará

Na manhã de ontem, terça-feira (29/10/24), a Base Aérea de Fortaleza (BAFZ) foi palco de uma cerimônia militar em homenagem aos 120 anos de nascimento do Marechal do Ar Casimiro Montenegro Filho, além da ativação do campus do Instituto Tecnológico de Aeronáutica do Ceará (ITA). O evento foi presidido pelo Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, que foi recebido pelo Comandante da BAFZ, Coronel Aviador Leonardo Amorim de Oliveira. Essa celebração destaca a importância do Marechal Montenegro na história da aviação brasileira e reafirma o compromisso com a formação técnica na área. Prestigiaram o evento Oficiais-Gerais do Alto-Comando da Aeronáutica, Oficiais-Generais da Força Aérea Brasileira, representantes do Governo do Ceará e autoridades Civis e Militares.
A cerimônia também destacou a trajetória de Casimiro Montenegro Filho, nascido em Fortaleza em 29 de outubro de 1904. Figura central na aviação brasileira, ele foi fundamental na criação do Correio Aéreo Militar, precursor do Correio Aéreo Nacional (CAN), e integrou a Força Aérea Brasileira com a criação do Ministério da Aeronáutica em 1941. Além disso, Montenegro idealizou e fundou o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Centro Técnico de Aeronáutica (CTA), atualmente conhecido como Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). Sua contribuição para a aviação e para a formação técnica no Brasil é amplamente reconhecida.
O Marechal Casimiro Montenegro faleceu aos 95 anos e, em reconhecimento às suas contribuições, recebeu postumamente, em abril de 2000, o título de Patrono da Engenharia da Aeronáutica Brasileira pela Academia Nacional de Engenharia. Sua vida foi marcada por valores como retidão, equilíbrio, patriotismo e um forte espírito empreendedor, deixando um legado indelével na aviação e na engenharia do país, além de impactar significativamente a vida pública brasileira. Em suas palavras de homenagem, o Comandante da Aeronáutica destacou a trajetória de Casimiro como um visionário cearense. Reconhecido por sua ousadia e dedicação à engenharia aeronáutica. “Ele foi instrumental na criação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica em 1950 e do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, fundamentais para o desenvolvimento da indústria aeronáutica no Brasil.”, finalizou. O Comandante destacou ainda a importância de honrar a trajetória de Casimiro e de continuar a inspirar futuras gerações na missão de servir à pátria.
Durante a cerimônia, o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Damasceno, entregou uma cópia da cédula de identidade do Marechal Casimiro Montenegro às suas familiares, Ana Lúcia Bastos Mota e à Tenente Fonoaudióloga Aline Porto do Amaral Montenegro Chaves. “É com profunda gratidão que a família me escolheu para representá-los nos eventos em comemoração aos 120 anos de nascimento de Casimiro Montenegro Filho. Receber esta lembrança de meu tio é um reconhecimento especial”, disse a sobrinha do Marechal do Ar Casimiro, Ana Lúcia Bastos Mota. 
Também foi oficializada a criação do campus do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em Fortaleza, com a entrega da portaria ao Diretor-Geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-Brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros.

Inauguração Sala Imersiva Casimiro Montenegro
Na noite de segunda-feira (28/10/24), o Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS-CE) inaugurou uma sala imersiva dedicada à exposição “Montenegro – O Marechal do Ar que sonhou o futuro”. Essa homenagem especial marca os 120 anos de nascimento do Marechal Casimiro Montenegro Filho. O evento contou com a presença do Comandante da Aeronáutica, além de Oficiais-Generais do Alto-Comando da Aeronáutica, Oficiais-Generais da FAB, representantes do Governo do Ceará, alunos da escola militar do bombeiro entre outras autoridades civis e militares. Entre os destaques da noite, estiveram o biógrafo Fernando Morais, autor de “Montenegro – As aventuras do Marechal que fez uma revolução nos céus do Brasil”, e o produtor audiovisual Cláudio Kahns, que está à frente de um projeto de filme sobre a vida e a obra de Montenegro.
É uma grande honra prestigiar esta iniciativa em homenagem a Casimiro Montenegro, nascido em Fortaleza em 1904. Ele eternizou sua história não apenas na Força Aérea Brasileira, mas em nosso país, devotando-se a ideais de progresso. Casimiro foi um pioneiro, fundando o Correio Aéreo Nacional e criando o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em 1950, essencial para a formação de engenheiros no Brasil. Seu legado é indiscutível e é motivo de orgulho para todos nós. Agradeço a todos os envolvidos nesta iniciativa que eleva a memória e os feitos do nosso eterno Marechal do Ar”, ressaltou o Comandante da Aeronáutica. A sala imersiva é um espaço inovador, onde visitantes poderão explorar mais sobre a trajetória do Marechal.

Fotos: Sargento P.Silva / CECOMSAER

Fonte: Agência Força Aérea, Tenente Wanessa Liz

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terça-feira, 29 de outubro de 2024

Aeroporto de Dubai

Pouso na areia e bebida liberada:
Como era voar para Dubai antigamente 
Felipe van Deursen
Colaboração para Nossa Viagem - UOL

Primeira aeronave a pousar no Aeroporto Internacional de Dubai,
em 1965, da Middle East Airlines - Imagem: Patche99z

Na década de 1930, voos comerciais regulares já eram uma realidade no Brasil, tanto em rotas regionais, como a gaúcha Varig, que ligava Porto Alegre a Pelotas, como em internacionais — a americana Pan Am ia de Nova York a Buenos Aires, com uma escala no Rio de Janeiro. Mas em Dubai, que hoje tem o aeroporto mais movimentado do mundo, aviões eram uma miragem no deserto. Em uma tarde escaldante do verão de 1937, uma enorme aeronave prateada, gorda como um dirigível, surpreendeu os habitantes da cidade, que saíram de suas cabanas para vê-la pousar no rio. Era, afinal, um hidroavião (assim como os da Varig e da Pan Am). Luxo máximo da aviação naqueles tempos, a aeronave pertencia à Imperial Airways, companhia que daria origem à British Airways e que conectava o Reino Unido a várias possessões do Império Britânico. Dubai, naquela época, integrava uma confederação chamada Estados da Trégua, que, assim como o destino final do hidroavião, a Índia, fazia parte do império.

Rua de Dubai, em 1937
Imagem: Sir R. Hay/Royal Geographical Society via Getty Images

Luxo no meio do nada
A bordo daquele clube voador, os cerca de 200 passageiros tinham à disposição sala de fumo, lounge e até camas para um descanso após uma passadinha pelo bar. Era um contraste com aquela terra despovoada e desértica, com edifícios quase imperceptíveis da areia ao redor, descreve o jornalista Jim Crane no livro "Dubai - The story of the world's fastest city" ("Dubai - a história da cidade mais rápida do mundo", sem edição brasileira). Não havia vegetação, pontes nem estradas pavimentadas. Não havia concreto nem vidro, muito menos lugar para hospedar todo aquele povo que saíra da da Inglaterra quatro dias antes e que, de Dubai, sabia pouco ou quase nada.

Construção de pista de aeroporto em Dubai
Imagem: Adrian Greeman/Construction Photography/Avalon/Getty Images

Em vez de ficarem na cidade, eles eram trasladados à vizinha Sharjah, segundo a historiadora alemã Frauke Heard-Bey no livro "From Trucial States to United Arab States: a society in transition" ("Dos Estados da Trégua aos Estados Árabes Unidos: uma sociedade em transição", sem edição brasileira). Desde 1932, Sharjah abrigava uma base aérea britânica. Esse foi o humilde princípio da aviação em Dubai. Uma época em que ela não era o lugar mais importante nem entre os vizinhos imediatos, e cuja economia girava em torno da pesca de pérolas.

A rival que ficou para trás
Os hidroaviões dos anos 1930 representaram o início de uma fase em que os emirados do Golfo Pérsico se tornaram aquilo que economistas chamam de "Estados rentistas", segundo Crane. Em Dubai e em outros lugares da região, os britânicos pagavam pelo direito de desembarcar diretamente aos xeiques governantes. "A Imperial Airways pagou ao xeique 440 rúpias indianas por mês (cerca de US$ 150), mais uma taxa de desembarque de 5 ou 10 rúpias — uma pequena quantia em termos britânicos, mas salvadora na Dubai devastada pela depressão." Com o dinheiro dos ingleses, os xeiques conseguiam fazer aliados e concentrar poder. Nos anos 1950, Sharjah era maior e mais importante que Dubai. Nada indicava que a situação se inverteria.

Aeroporto Internacional de Dubai nos anos 1970
Imagem: Reprodução/www.rediff.com

Mas a negligência do governo local com as intempéries da natureza mudou o curso dos dois emirados. O Kuwait oferecera ajuda para conter o assoreamento que ameaçava o porto de Sharjah, mas foi ignorado. Uma noite, em 1960, uma ventania quente vinda do Irã levantou ondas que encheram o rio de areia, fechando o porto. Foi uma década perdida para a cidade, e uma oportunidade para Dubai. Famílias poderosas, bem como escritórios de empresas britânicas, se mudaram para a então acanhada vizinha. Em poucos anos, Dubai se estabeleceu, mas ela ainda precisava mudar uma série de aspectos que a prendiam ao passado. A derrocada de Sharjah foi ainda mais significativa porque ela tinha o futuro da aviação em mãos, representado pela pista de pouso em sua base aérea. Dubai não tinha, porque apostou em uma tecnologia datada: os hidroaviões podiam fazer sucesso nos anos 1930, mas nos 1960 a realidade era diferente. Em outras palavras, para se desenvolver, Dubai precisava de um aeroporto. O próprio xeique Rashid al Maktoum sabia disso, mas, ao tentar a permissão britânica para construir um terminal na cidade, ouviu um "não". Já existia uma base aérea a poucos quilômetros, para que investir em outra?

O xeique então decidiu pegar carona no mercado ilícito que rolava no Golfo Pérsico. Se Dubai não ganhava um aeroporto pelas vias tradicionais, ia conseguir de outro jeito.

Contrabando internacional
Naquela época, explica Crane, o Porto de Dubai lucrava com o comércio de ouro importado do Reino Unido e dos Estados Unidos e contrabandeado para a Índia, onde era proibido. Mas esse ouro chegava por via aérea, então Sharjah ficava com uma fatia considerável do lucro. O xeique de Dubai acreditava que só com o dinheiro pago em taxas para a base aérea da cidade rival daria para construir um aeroporto próprio. Ele decidiu contratar uma firma inglesa para projetar seu terminal e, paralelamente, pagou a um piloto britânico para que começasse a pousar seus carregamentos de ouro em uma pista improvisada no deserto de sal de Dubai.

Aeroporto Internacional de Dubai nos anos 1970
Imagem: Reprodução/www.rediff.com
 

Depois, Rashid entregou um Rolex ao piloto e lhe deu uma missão: voar até o Bahrein e convencer o agente britânico responsável por Dubai a apoiar o projeto do aeroporto. O "argumento" funcionou, segundo Heard-Bey, e em 1960 o Aeroporto Internacional de Dubai foi inaugurado. Desde então, ele cresceu sem parar. Já a base aérea de Sharjah caiu no ostracismo e virou um ponto de voos de carga, companhias low-cost e mercadores de armas.

Evolução vertiginosa
Hoje, Dubai tem o maior tráfego de passageiros internacionais do mundo. Foram cerca de 87 milhões em 2023, um tanto à frente da segunda colocada, Londres, com 75 milhões, segundo o Conselho Internacional de Aeroportos (ACI, na sigla em inglês). Em números gerais de passageiros, só fica atrás de Atlanta (EUA), que teve 104 milhões de passageiros no ano passado. O governo local já declarou que almeja fazer de Dubai a cidade mais visitada do mundo até 2025 — uma data que parecia distante até outro dia, mas que está logo aí. Em 2023, ficou em terceiro, atrás de Istambul e Londres, então a meta não parece surreal.

O Aeroporto Internacional de Dubai, em 1965
Imagem: Patche99z

Mas na década de 1960 isso parecia inalcançável. O aeroporto não era muito mais do que um galpão aberto de concreto com uma pista de areia. Se 30 anos antes as aeronaves pousavam no rio, agora elas chegavam no deserto. Oficiais suados carimbavam passaportes à mão, e apenas nove companhias trabalhavam no aeroporto, conectando Dubai a 20 destinos. Na década de 1980, eram 64 destinos e 31 companhias — uma delas, aliás, era a Gulf Air, fundada por Freddie Bosworth, o piloto inglês que trabalhou pela abertura do aeroporto. Nos anos 2000, quando o emirado já era um ponto de turismo e negócios de primeira grandeza, 118 companhias atendiam 202 destinos e cerca de 40 milhões de passageiros. Era quase o dobro da capacidade prevista originalmente. 

Aeroporto Internacional de Dubai nos anos 1970
Imagem: Reprodução/www.rediff.com

Quando o britânico Len Chapman desembarcou a trabalho na cidade, em 1971, não imaginava que passaria 30 anos ali e que testemunharia sua transformação, a começar pela independência e o fim dos Estados da Trégua. Meses depois, ele viu os ingleses partirem de vez e assistiu à criação dos Emirados Árabes Unidos.

"Não havia serviços mínimos no aeroporto, porque não precisava. Os voos eram irregulares e levavam poucos passageiros, que desembarcavam e atravessavam a pista até o terminal", lembra Chapman, que hoje vive a aposentadoria na Austrália e mantém um site dedicado a mostrar essa Dubai de um passado nada remoto.

"Um solitário oficial de imigração carimbava os passaportes atrás de uma velha mesa de madeira. O processo levava minutos. Os passageiros podiam visitar duas lojas, depois saíam para um estacionamento de 500 vagas para encontrar um táxi, que não tinha ar-condicionado."

Álcool liberado

Aeroporto Internacional de Dubai nos anos 1970
Imagem: Reprodução/www.rediff.com

Outra grande diferença daquela Dubai de outrora era a relação com o álcool. Hoje, a cidade impõe regras rigorosas às bebidas alcoólicas, que são permitidas somente em locais específicos, como restaurantes e bares de hotéis.

É uma situação peculiar: ao mesmo tempo que é restritiva (e muito cara), Dubai é uma das cidades mais interessantes do mundo para beber, com concursos de bartenders e bares nas listas de melhores do planeta.

Nos anos 1970, segundo Chapman, a história era outra. Álcool era um produto como outro qualquer, importado legalmente. Mas nos mercados de outros países do Golfo Pérsico, ele era proibido. Logo, uma garrafa de uísque em uma nação vizinha podia custar até 30 vezes mais do que em Dubai. A cidade podia não ter luxo nenhum, mas você bebia barato e em qualquer lugar.

Fonte: Felipe van Deursen - Colaboração para Nossa Viagem - UOL

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segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Embraer

República Tcheca encomenda duas aeronaves multimissão Embraer C-390 Millennium
Na última sexta-feira, 25/10/2024, o Ministério da Defesa da República Tcheca assinou um contrato para a aquisição de duas aeronaves de transporte multimissão Embraer C-390 Millennium. Essas duas aeronaves, padrão OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), irão modernizar e ampliar as capacidades operacionais da Força Aérea Tcheca. Elas serão capazes de realizar uma ampla gama de missões, como transporte tático de tropas, veículos e equipamentos, evacuação médica, combate a incêndios, gerenciamento de desastres, apoio humanitário e reabastecimento aéreo. O contrato fortalece não somente a Força Aérea Tcheca, mas também terá um impacto positivo na indústria aeronáutica local com um aumento significativo da sua participação na produção do programa. "O passado e o presente nos mostram claramente que as forças militares precisam ser capazes de transportar pessoas e cargas pesadas por grandes distâncias. As missões de evacuação realizadas no Afeganistão e no Sudão são uma clara evidência disso. Portanto, estou muito satisfeita em adquirir aeronaves para nossa Força Aérea que são capazes de realizar essas missões", disse a ministra da Defesa, Jana Černochová. "Esse pedido da República Tcheca, uma nação membro da OTAN, é uma marca de confiança inestimável para a Embraer e serve de estímulo para implementarmos a melhor tecnologia disponível, de modo a fornecer aos nossos clientes as capacidades operacionais necessárias para cumprir as missões mais desafiadoras. Com isso, a Embraer reforçará seus laços com a indústria aeroespacial tcheca local, que há décadas é reconhecida por sua expertise e pela qualidade de seus produtos", disse Bosco Da Costa Junior, Presidente & CEO da Embraer Defesa & Segurança. Além da aeronave, a Embraer fornecerá um pacote abrangente de treinamento e suporte para a Força Aérea Tcheca a fim de assegurar a integração harmoniosa da aeronave em sua frota. Com uma carga útil máxima de 26 toneladas, uma velocidade máxima de 470 nós e aviônicos de última geração, o C-390 é a melhor aeronave de sua categoria. Seus potentes motores, amplo compartimento de carga equipado com rampa traseira e trem de pouso robusto permitem realizar as missões mais exigentes em pistas não pavimentadas. A atual frota de aeronaves em operação em todo o mundo acumula mais de 15.000 horas de voo, disponibilidade operacional em 93% e taxas de conclusão de missão acima de 99%, demonstrando produtividade excepcional na categoria. Além da República Tcheca, o C-390 foi escolhido pela Holanda, Hungria e Portugal, três membros da OTAN, bem como pela Áustria, Brasil e Coreia do Sul.

Fonte: Embraer

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domingo, 27 de outubro de 2024

Especial de Domingo

Do excelente A Maravilhosa Vida de Santos Dumont, de Luiz Pagano, selecionamos novamente uma minuciosa linha do tempo sobre o Pai da Aviação. Vale como singelo encerramento da Semana da Asa, que sempre brindamos em outubro.
Boa leitura.
Bom domingo!

Timeline de Santos=Dumont e das Conquistas Aéreas


A melhor forma de redigir a biografia de uma pessoa é montar uma linha do tempo e tentar combinar diversos fatos pessoais associados à outras datas e acontecimentos mundiais e históricos em uma única referência. Assim sendo, siga a linha do tempo elaborada pelo blog A Maravilhosa Vida de Santos Dumont e parceiros:

1873~1889
20 de Julho de 1873
Nascimento em Palmira, MG; A mãe de Santos Dumont, Dona Francisca de Paula Santos. (Ouro Preto, 01 de outubro de 1835 — Porto, 21 de julho de 1902) era filha de um comendador, portanto, também vinha de uma família de posses. Henrique Dumont (Diamantina, 20 de julho de 1832 — Rio de Janeiro, 30 de agosto de 1892) se formou em engenharia civil na França e quando voltou desenvolveu uma série de atividades através das quais conseguiu recursos para comprar a gleba em Ribeirão Preto.

Henrique trabalhou como engenheiro de obras públicas em Ouro Preto, organizou um centro madeireiro em Sabará para suprir o estaqueamento e escoramento da mina de Ouro Velho, construiu a ponte e a nevegação do rio da velhas e por isso, foi inclusive bastante contestado, se tornou sócio do sogro em uma fazenda de café em Valença, no Rio de Janeiro e foi contratado para construir o trecho da ferrovia onde nasceu S=D.

Do casamento de Francisca com Henrique, nasceram oito filhos, dos quais Alberto Santos Dumont foi o sexto e o terceiro do sexo masculino.

O casal teve ao todo oito descendentes, três homens e cinco mulheres: Henrique Santos Dumont, Maria Rosalina Santos Dumont, Virgínia Santos Dumont, Luiz Santos Dumont, Gabriela Santos Dumont, Alberto Santos Dumont, Sophia Santos Dumont e Francisca Santos Dumont.

1873
A família se mudou para a pequena cidade de Cabangu, no município de João Aires, para que seu pai, o engenheiro Henrique Dumont, participasse da construção da estrada de ferro D. Pedro II. A obra terminou quando Alberto tinha 6 anos, e de lá a família foi para São Paulo.

20 de Fevereiro de 1877
S=D foi batizado na Paróquia de Santa Tereza, na cidade de Valença, distrito de Rio das Flores, no Estado do Rio de Janeiro - foram padrinhos o seu tio materno José Augusto de Paula Santos e Dna. Maria Eugênia Pinto Coelho da Rocha.

1879
Henrique Dumont herda do sogro aproximadamente 80 escravos e 300 contos em dinheiro. Os Dumont venderam a fazenda do casal em Valença, Rio de Janeiro, e se estabeleceram no Sítio do Cascavel, em Ribeirão Preto, onde compraram a Fazenda Arindeúva, na região de Ribeirão Preto, no Estado de São Paulo. Lá, no primeiro ano, plantou 500.000 pés café.

1880 ~ 1882
Durante a infância S=D brincava de ‘Homem Voa’. Na adolescência passou a conduzir as locomotivas da intrincada linha férrea da fazenda, com mais de 60km de trilhos, que levava para Ribeirão Preto e de RB para Santos.

Até os 10 anos S=D foi alfabetizado pela irmã mais velha, Virgínia. Tinha preferência pela leitura das obras do escritor francês Júlio Verne, com tremendo impacto em sua vida, pois foi a partir de personagens como Robur, Phileas Fogg e Capitão Nemo que ele se inspirou a ter uma vida maravilhosa (conforme relatado neste blog).

1883 ~1885
Realiza seus primeiros estudos no Colégio Culto à Ciência, em Campinas, São Paulo até 1885.

1886 ~1887
Depois estudou no Colégio Kopke em São Paulo, Colégio Morton, no Colégio Menezes Vieira no Rio de Janeiro, e posteriormente na Escola de Engenharia de Minas, sem ter terminado os cursos.

1888
Vê, pela primeira vez, um balão cativo na capital de São Paulo. em uma exposição de equipamentos aeronáuticos construídos na França.

1890
Em 9 de Outubro de 1890, no parque de um castelo perto de Paris, Clément Ader (49 anos) elevou-se acima do solo a bordo de uma máquina com motor e hélice. Chamada Éole, esta máquina em forma de morcego permite ao inventor francês dar um salto de 50 metros... Algumas dezenas de centímetros de altura – Nessa época S=D tinha 17 anos.

Foto de Henrique Dumont ainda jovem; abaixo a Fazenda Dumont com seus moradores na sacada; acima a direita foto de 18 de julho de 1888, Henrique Dumont tendo à sua esquerda seu filho Henrique e à sua direita o Dr. Guilherme de Andradae Villares; na frente, quatro filhas de henrique Dumont (irmãs de Alberto Santos=Dumont)

1891
No começo de 1891 Henrique Dumont caiu da charrete, quebrou o braço e bateu com a cabeça no chão. A queda causou um pequeno derrame cerebral, que resultou em uma hemiplegia, fazendo com que um dos lados do corpo de Henrique Dumont ficasse paralisado.

6 de Abril de 1891
S=D e alguns de seus irmãos e seus pais embarcaram para Paris, a bordo do navio Elbe, onde o pai pretende fazer tratamentos de sua hemiplegia nas termas de Lamalou-les-Bains.

1891
Acha no ‘ANNUAIRE DU COMMERCE DIDOT – BOTTIN’ baloeiros que oferecem voos de balão a consumidores pagantes. Qualquer um poderia fazer uma ascensão com eles pagando três mil francos e mais estragos causados em terra – S=D resolve não fazer o voo e empregar parte de sua fortuna na compra de uma Peugeot routière, de três e meio cavalos de potencia , nas oficinas de Valentigney.

Certa vez o aviador estava rodeado de tanta gente na Place de l’Ópera, centro da cidade, que a policia precisou interceder e instruí-lo a seguir adiante. Sem ter como atender aos insistentes apitos do gendarme. Santos=Dumont acabou sendo multado por ele – o que pode ter sido a primeira infração de transito da historia. Sim, sou eu, Alberto – Cohen, Marlene – 2006.

Novembro de 1891
Visita com o pai, em Paris o Palais de l'Industrie et des Beaux-arts (Palácio da Indústria e das Belas Artes), chamado popularmente de Palais de l'Industrie (Palácio da Indústria), foi um palácio de exposições construído para a Exposição Universal de 1855 nos Champs-Élysées, obra do arquiteto Victor Viel e do engenheiro Alexis Barrault. Lá vê um motor a petróleo e concebe a propulsão ideal para os dirigíveis.

Novembro de 1891
Pelo vapor Portugal, regressa com a família ao Brasil e vai residir na casa da rua Helvetia, em São Paulo.

Ainda em 1891 Henrique Dumont vende suas fazendas por 12 mil contos de réis à Companhia Melhoramentos de Papeis e Celulose (Conto de réis foi uma expressão adotada no Brasil e em Portugal para indicar um milhão de réis (Rs 1:000$000).

"Conto" deriva do latim computus, a conta dez vezes cem mil.[7] Um conto de réis correspondia a mil vezes a importância de um mil-réis (Rs 1$000), sendo assim o real 1/1.000.000 de um conto de réis em representação matemática decimal atual).

Naquela época a fazenda de Henrique Dumont tinha aproximadamente 32 mil hectares com cerca de 5,5 milhões de pés de café e 96 km de extensão de linhas férreas.

1892~1893
12 de fevereiro de 1892 
Devido a seu acidente,Henrique Dumont emancipa S=D no 3.º Tabelião de Notas da cidade de São Paulo, aconselhando-o a focar nos estudos da mecânica, química e eletricidade, sem se fazer "Doutor". É nesse ano também que lhe entrega uma fortuna em títulos.

Maio de 1892
S=D larga o curso da Escola de Engenharia de Minas de Ouro Preto e volta à França onde ingressou no automobilismo e ciclismo, ele pretende estudar em Paris.

Henrique Dumont, chegando a Portugal, sente-se pior de saúde e volta ao Brasil.

S=D começou os seus estudos em Paris com o Professor Garcia, os quais se prolongaram até 1896.

20 de Agosto de 1892
O pai falece no Rio de Janeiro.

Setembro de 1892
S=D fixa residência em Paris, na Rua d'Edimbourg nº 26.

20 de Novembro de 1892
Parte da Europa para o Brasil, no vapor "Orénoque".

06 de Dezembro de 1892
Chegou ao Rio de Janeiro.

Janeiro de 1893
Regressa a Paris e promove, no velódromo de Parc des Princes uma corrida de mototriciculos.

1894 
Viaja para os Estados Unidos, visitando Nova Iorque, Chicago e Boston.

Vai para Londres e nesse mesmo ano ele chegou a estudar na Merchant Venturers’ Technical College, não chegando a graduar-se.

Agenor Barbosa descreveu o Santos=Dumont deste período como sendo um “Aluno pouco aplicado, ou melhor, nada estudioso para as ‘teorias’, mas de admirável talento prático e mecânico e, desde aí, revelando-se, em tudo, de gênio inventivo”. 

Frequenta como aluno-ouvinte a Universidade de Bristol, na Inglaterra.

1895~1897
Muda-se da casa de seus pais na Rue D'Edimbourg nº26 para um apartamento na Rue Washington nº 92 (Informação não confirmada ⚠️ Hoje, com as mudanças das ruas de Paris, a rue Washington vai só até o nº 49, não há registros de que pudesse chegar ao 90. Outros endereços citados em suas cartas são, os números 114 e 150 da Avenue de Champs-Elysées; nº 58 da Avenue du Bois de Boulogne; hoje Avenue Foch; Rue d’Edimbourg, nº 26 e já quase no fim da vida, em abril de 1930, contou ao sobrinho Henrique numa breve carta que estava morando no apartamento 5 da Rue Villaret de Joyeuse).

1896
6 de Maio de 1896
O Aeródromo nº 5 de Langley fez o primeiro voo bem-sucedido de uma nave não pilotada, movida a motor e mais pesada que o ar, de tamanho substancial. Foi lançado de uma catapulta acionada por mola montada no topo de uma casa flutuante no rio Potomac perto de Quantico, Virgínia.

S=D descobre, numa livraria no Rio, o livro de Lachambre e Machuron: Andrée au Pôle Nord en Ballon, ainda esse ano realiza mais estudos na Inglaterra, na Universidade de Bristol.

05 de Outubro de 1897
Queda de Andrée, a expedição de balão ao Ártico foi um esforço fracassado da Suécia para chegar ao Polo Norte, o acidente se deu por conta do frio intenso que alterou o volume do gás dentro do invólucro e comprometeu a flutuabilidade, levando a dificuldades de controle e navegação, resultando no desastre da expedição.

1897
Depois de uma visita ao Brasil, regressou a Paris. No mesmo ano compra um automóvel "Panhard", com o qual foi de Paris a Nice em 54 horas de viagem, e um triciclo com o qual acompanhou uma parte da corrida de automóveis entre Paris e Amsterdam.

1898
23 de março de 1898
S=D realiza sua primeira ascensão num balão da firma Lachambre & Macuhron pelo custo de 400 francos, descrevendo que: “Eu nunca me esquecerei do genuíno prazer de minha primeira ascensão em balão”, saiu do Parque de Aerostação de Vaugirard em Paris e desceu nos terrenos do Chateau de La Ferrière, propriedade de Alphonse de Rotschild.

Nesse ano, antes mesmo de ser conhecido como balonista, ele passou a ser citado pela mídia devido ao seu envolvimento no automobilismo.

Nesse mesmo ano, S=D pendura seu triciclo em uma árvore para realizar testes de torque e estabilidade em um motor suspenso no ar.

30 de Maio de 1898
Faz a ascensão aerostática noturna na qual o balão de Santos=Dumont foi envolvido por uma tespestade; partida de Pérone e descida próximo a Narnur, na Bélgica.

Junho de 1898
Faz sua quinta ascensão em balão livre e a primeira em que ele levou passageiros: o Barão de Beville e Mademoiselle De Forest; o balão, de 1.000 metros cúbicos, partiu do Parque de Aerostação de Vaugirard em Paris e, quatro horas depois, desceu em Vincennes.

O Balão Brasil e o L'Amerique

4 de junho de 1898
S=D encomenda dois balões para uso pessoal da Lachambre & Marchuron, o pequeno balão Brasil, com 113m3 de hidrogênio e o L'Amerique com 500m3 - com eles faz diversas ascenções.

12 de junho de 1898
S=D fica em 4º lugar no percurso e 1º no tempo na Copa Aeronautas.

18 de Setembro de 1898
Faz sua primeira experiência com o S=D. Nº 1, que foi inflado no Jardim da Aclimação de Paris - Foi a primeira vez que um motor a explosão interna foi adaptado a um veículo aéreo e funcionou no ar.

20 de setembro de 1898
Faz sua segunda experiência com o balão dirigível S=D Nº 1, partindo do Jardim da Aclimação e indo até o Bois de Boulogne onde foi obrigado a descer no Campo de Bagatelle devido ao mau funcionamento da bomba de ar do balonete.

25 de Outubro de 1898
Realiza uma ascensão em balão livre, a ascensão, que durou horas, iniciou-se em Paris e terminou em Vicarnes, próximo a Chantilly ("La France" - Bordeaux - 26 OUT, - Fundação do Aeroclube de França).

1899
30 de Janeiro de 1899
Foi para Nice, vindo de Paris, tendo se hospedado no "Cosmopolitan Hotel".

31 de Janeiro de 1899
Se inscreveu mais uma vez na "Taça dos Aeronautas" para uma competição de balões livres.

15 de Março de 1899
Notícia sobre a inscrição de Santos=Dumont numa corrida de automóveis a ser realizada, no dia 21 de março, com o percurso Nice - Castellanes – Nice.

22 de Março de 1899
Inicio da construção do balão dirigível S=D Nº 4.

24 de Março de 1899
Na corrida de automóveis Nice - La Turbie, Dumont pegou o 3.º lugar.

15 de Abril de 1899
Realização no Automóvel Clube de Paris do "almoço das apostas", no qual Santos Dumont apostou que, antes de 31 de maio de 1899, desceria com o seu balão dirigível no terraço do Automóvel Clube.

11 de Maio de 1899
Acidente com o S=D. Nº 2 que se dobra ao meio no momento da elevação, chocando-se contra as árvores.

12 de Junho de 1899
Foi realizada a competição "Taça dos Aeronautas", para balões livres, na qual Santos=Dumont tirou o 4.º lugar, permanecendo 22 horas no ar. pilotando o balão América" de 1.800 metros cúbicos; o balão de Santos=Dumont desceu a 325 quilômetros do ponto de partida ("Jardim des Tuileries"), enquanto que o vencedor, o Conde de La Vaulx, desceu a 390 quilômetros.

25 de Junho de 1899
Ascensão no balão livre "Aero Club", partindo do "Jardim des Tuileries", em Paris, onde se realizava uma exposição de automóveis.

29 de Junho de 1899
Realizou uma ascensão com o balão livre "Brasil". de sua propriedade, tendo partido do "Jardin des Tuileries", onde se realizava uma exposição de automóveis, e tendo descido em Sevran ; nessa ascensão Santos=Dumont levou apenas 7 quilogramas de lastro.

06 de Julho de 1899
Ascensão com o balão livre "Aero Club", tendo descido em Melun; 12 de Julho de 1899 - Ascensão com o balão L'Amerique.

18 e 20 de Setembro de 1899
S=D experimentou quedas com o seu Nº1.

20 de Outubro de 1899
Criação do "Aero Club de France ", primeira instituição aeronáutica do mundo. Criada por: Hanry de La Vaulx, Henri de La Valette, Leon Serpollet, Ernest Archdeacon, Henry Deutsch de la Meurthe e Albert de Dion, pouco depois também Alberto Santos Dumont.

13 de Novembro de 1899 
Voo do S=D. Nº 3 no Parque de Aerostação de Vaugirard, contornando a torre Eiffel pela primeira vez, descendo no Parc des Princes.

20 de Novembro de 1899
Ascensão com o balão dirigível N.º 3, descida em Ivry.

1900
Março de 1900 
A Comissão Científica do Aeroclube da França institui o Prêmio Deutsch, oferecido por Henri Deutsch de la Meurthe, empresário ligado ao refino do petróleo e grande incentivador da aviação.

29 de Março de 1900
Ascensão no balão livre "Centauro", partindo de Nice e descendo, no meio de uma violenta tempestade, em Vallouns: o balão foi submetido a um desastroso "arrastamento' ao chegar no solo, tendo o invólucro do Balão se dilacerado de encontro às árvores.

Junho de 1900
Finaliza a construção de seu hangar em Saint- Cloud, no parque de aerostação do Aeroclube da Franca. 

1º de agosto de 1900
Recebe Emmanuel Aimé e Samuel Langley para o primeiro ensaio com o nº 4. Neste dirigível S=D testou uma série de inovações; substituiu o cesto de vime por um selim de bicicleta, fez um trem de pouso com rodas e foi a primeira vez que substituiu o lastro de areia por latro líquido.

19 de Setembro de 1900
Experiência com o balão dirigível n.º 4 modificado (motor Bouchet de 4cil em vez de 2cl, e 520m3 de hidrogênio em vez de 420m3) em Saint Cloud, tendo se quebrado o leme de direção; essa experiência foi feita na presença dos membros do "Congresso Internacional de Aeronáutica".

16 de Dezembro de 1900
S=D foi para Nice, para recuperar de uma pneumonia adquirida com as experiências do balão dirigível n.º 4, pois com a hélice à frente recebia todo o vento. Foi então que ele decidiu colocar hélices na traseira de seus dirigíveis.

A Comissão Científica do Aeroclube concede-lhe o Prêmio de Encorajamento, de 4 mil francos. Com o dinheiro do prêmio, instituiu o Prêmio Santos=Dumont, como incentivo aos pesquisadores da aerostação de dirigíveis.

1901
24 de março de 1901
Foi criado o Prêmio Deutsch, no valor de 100.000 francos, estabelecido pelo Aeroclube de France com o patrocínio do empresário petrolífero Henri Deutsch de La Meurte, para confirmar se era realmente possível que um dirigível pudesse decolar de Saint Cloud, circundar a Torre Eiffel e retornar ao ponto de partida em 30 minutos, Santos=Dumont prontamente inicia suas tentativas.

1 de julho de 1901
Um encontro crucial para a exploração aeronáutica foi realizado, trazendo à cena diversos entusiastas e pioneiros do voo. Entre os presentes estavam nomes notáveis como Emmanuel Aimé, Alberto Santos-Dumont, Georges Besançon, e muitos outros. A reunião ficou marcada por um teste de destaque que foi conduzido com o balão "Fatum" (saiba mais).

12 de julho de 1901
O recém criado dirigível S=D Nº 5 circunda a Torre Eiffel, com tempo superior a 30 minutos, na primeira tentativa de ganhar o Prêmio Deutsch.

13 de julho de 1901
Em mais uma tentativa, ao contornar a Torre Eiffel, uma violenta rajada de vento o joga contra as árvores do Parque Rothschild.


8 de agosto de 1901
Em mais outra tentativa de vencer o desafio do Prêmio Deutsch, o dirigível Nº 5 perde gás e tem seu invólucro razsgado e estourado, no telhado do prédio do Hotel Trocadero. A barquinha pende na fachada e S=D é (milagrosamente) retirado, ileso, pelos bombeiros.

Fotografia de Nadar com os prédios do Passy, ontem e hoje - destaque para os edifícios do hotel Trocadero onde S=D se acidentou com o S=D Nº 5

6 de setembro de 1901
Em tempo record S=D constrou o seu novo dirigível, o S=D Nº 6 e faz seu primeiro teste.

O PRIMEIRO VOO CONTROLADO DO MAIS LEVE QUE O AR

19 de outubro de 1901
Com o S=D Nº 5 destruído, ele constrói e voa o S=D Nº 6, ganha o Prêmio Deutschde la Meurthe, saindo de Saint-Cloud, contornando a Torre Eiffel e retornando ao ponto de partida aos 29 minutos e 30 segundos. Ele faz a prova perante a Comissão do Aeroclube da França.


Porém, diferenças na interpretação dos regulamentos fazem com que a Comissão Julgadora do Aeroclube de France seja lenta em admitir a vitória de S=D. Através de protestos da população parisiense, em novembro o S=D recebe o prêmio de cem mil francos, que, como forma de protesto, é dividido ao meio para seus mecânicos, a outra metade para pagar os resgates dos profissionais que, devido por falta de dinheiro, penhoraram suas ferramentas, assim como aos pobres de Paris.

21 de dezembro de 1901
O jornal Republic de Saint Louis noticiou que Santos=Dumont iria se casar com Edna Power. O jornal "Le Spectateur" publicou que Santos=Dumont estava de casamento marcado com Edna Powers, filha do milionário americano James Powers.


1902
29 de Janeiro de 1902
Primeira ascenção no Mediterrâneo. Santos=Dumont parte para Monte Carlo, onde passa uma temporada a convite do príncipe Alberto I, que mandou construir um aeródromo e hangar para suas ascensões com o Dirigível "S=D Nº 6".

14 de Fevereiro de 1902
Acidente com o Dirigível "S=D Nº 6", que submergiu nas águas da baía de Mônaco.

Março de 1902
O Dirigível de Nº 6 foi resgatado e enviado para a exposição do Crystal Palace de Londres e por lá ficou até 1919 (pelo menos a quilha e o invólucro).

10 de Abril de 1902
S=D desembarca em Nova Iorque.

19 de Abril
O S=D Nº 8 (uma cópia exata do S=D Nº 6 que ficou em Londres) é vendido ao Sr Boyce (saiba mais).

Abril de 1902
Viagem de S=D aos Estados Unidos, onde visita os laboratórios do inventor Thomas Edison, em Nova York, e é recebido na Casa Branca, em Washington, pelo Presidente Theodore Roosevelt.

Maio de 1902
Em Londres, o invólucro de seu Dirigível "S=D Nº 6" é rasgado, possivelmente por sabotagem no "Crystal Palace";

4 de Maio de 1902
Augusto Severo realizou a primeira experiência com o balão dirigível “Pax”, preso ao chão por cordas. 

12 de Maio de 1902
Severo decolou com seu Dirigível Pax de Vaugirard indo para o campo de manobras de Issy-les-Moulineaux, para seu primeiro voo sobre Paris, juntamente com o mecânico francês, Georges Sacchet. O aeróstato de involocro rígido não resistiu a expansão de gases e explodiu no ar, caindo sobre a Avenue Maine.

20 de setembro de 1902
Stanley Spencer, o aeronauta inglês concorrente realizou um voo sobre Londres. Estima-se que viajou quase trinta milhas, partindo de Crystal Palace às 4h15 da tarde e descendo três horas depois perto de Harrow.

Edward C Boyce e o Primeiro voo Dirigível na América

1 de outubro de 1902
A matéria do THE EVENING TIMES, de 1º de outubro de 1902, narra uma inusitada disputa era entre o dirigível Santos=Dumont Nº 8 (chamado na mídia de Nº 6, pois tinha sido vendido ao Sr. Boyce), que esteve em Brighton Beach e o dirigível Pegasus, de Leo Stevens que estava em um hangar em Manhattan.

Partindo antes de Leo Stevens, Edward C Boyce, conhecido por ter comprado La Baladeuse Nº9 e o Santos=Dumont Nº 8, foi o primeiro homem a pilotar um dirigível na América. Ele também era um arquiteto talentoso, magnata do setor de parque de diversões e coproprietário da Dreamland em Coney Island, bem como da White City em Chicago.

O voo foi uma surpresa; Boyce começou com o agora seu dirigível S=D Nº 8 sem qualquer aviso, o Sr. Stevens viu o companheiro no ar e não estava disposto a permitir a honra da primeira viagem de dirigível na América ser de seu rival, então, em vinte minutos, depois que a máquina do Sr. Boyce estava no ar, ele tirou a sua do galpão.

21 de Julho de 1902
Falecimento de sua mãe, D. Francisca Santos Dumont, em Porto, Portugal com 66 anos. Santos=Dumont muda-se para a Avenue des Champs-Élysées, 114, na esquina, a 100m de seu antigo endereço.

Ele projeta o Dirigível "La Balladeuse" (Nº 9).

O Dirigível "S=D Nº 8", uma cópia do "S=D Nº 6", vendido ao Sr. Edward Boyce, então vice-presidente do Aeroclube Americano, foi destruído.

Ele também constrói os Dirigíveis "S=D Nº 9" e "S=D Nº 10" neste ano.

13 de Outubro de 1902
Acidente de Von Bradsky e Paul Morin quando sua barquinha se desprende do invólucro, matando os dois.

1903
28 de janeiro de 1903
S=D recebe em seu apartamento a revista britânica The Sketch, e dá entrevista na qual, dentre outras coisas, descreve a o desenvolvimento de novos dirigíveis, dentre eles o "omnibus" (sic) capaz de transportar 12 pessoas.

07 de Maio de 1903
S=D finaliza a construção do novo hangar em Neuilly, Paris e faz seu primeiro voo discrto com a "La Balladeuse" (S=D Nº 9).

Maio de 1903
S=D faz testes com o S=D Nº 7 amarrado a uma corda.

23 de Junho de 1903
S=D acorda às 02h00 da manhã, vai em seu buggy elétrico até o hangar de Neuilly, e às 05h45 começa a "guideroper" a "La Balladeuse" S=D Nº 9, mostrando ao muito curioso povo parisiense (e ao mundo) sua nova invenção. Segue para La Porte Daupine, Bois de Bologne e termina na La Cascade.

11 de Julho de 1903
S=D Segue para o La Cascade com a "La Balladeuse" (S=D Nº 9) para encontrar amigos.

14 de Julho de 1903
S=D leva o dirigível "La Balladeuse" S=D Nº 9, para as comemorações do dia nacional da França - No grande desfile militar de Longchamps, sobrevoa a formação militar e faz uma salva de 21 tiros com uma arma de fogo, usando munição de festim (em manifestação de comemoração). Porém, como nem todos estavam cientes disso, as quase 200 mil pessoas e 50 mil soldados entraram em pânico.

As repercussões de tal incidente fizeram com que o potencial militar da aeronave fosse notado. Santos=Dumont então vai até o General André, e relutantemente oferece suas aeronaves e até uma frota delas modificadas para fins bélicos.

31 de julho de 1903
O exército responde enviando ao seu hangar em Neuilly dois embaixadores especializados em aeronáutica, o tenente-coronel Bourdeaux e o comandante Hirschhauer, para examinar as suas instalações e frotas de dirigíveis.

Estaciona a Balladeuse para um Café em seu apartamento na Champs-Élysées.


21 de julho de 1903
Em um dos atos mais conhecidos de Santos=Dumont, ele estaciona sua 'Balladeuse' em frente ao seu apartamento na Champs-Élysées, 114, desce para tomar um café enquanto a população aprecia de perto a charrete voadora' - um momento digno das histórias de Júlio Verne.

23 de julho de 1903
Santos=Dumont subiu com um enorme e potente farol fabricado nas oficinas de seu amigo Louis Bleriot, e com o farolete instalado na proa de seu número nove realizou o primeiro voo noturno de um dirigível.


29 de julho de 1903
Após um voo de S=D com uma criança, Clarkson Potter de 7 anos, no cesto de vime do S=D Nº 9, a Cubana/Americana Aída de Acosta foi a primeira mulher a pilotar um dirigível. Chegou bem cedo ao hangar, voou sozinha até o campo de Pólo de Longchamps, depois disso voltou ao hangar. Santos=Dumont a acompanhou todo esse desenvolvimento de sua bicicleta.

A Sra. George Kepel e a Sra. Chauncey publicam através da imprensa que também queriam voar em um dirigível, possivelmente no S=D Nº 10 denominado "Ominibus" (sic). Certo dia o dirigível foi visto amarrado a uma corda com passageiros dentro, não está claro se eram elas.


Setembro de 1903
S=D faz uma vaigem oficial ao Brasil pois o governo quer encorajar as pesquisas de aerostação.

1904
28 de Maio de 1904
S=D volta a França.

S=D escreve "Dans l'Air" (Os Meus Balões) e recebe a comenda de Cavaleiro da Legião de Honra do governo francês.

12 de Junho de 1904
S=D parte a bordo do SAVOIE para participar da feira de St Louis, com uma comitiva, entre os quais Dozon, Chapin e Aimé.

28 de Junho de 1904
S=D pousa ao lado do seu dirigível S=D Nº 7 vandalizado em um galpão nos Estados Unidos, momentos antes de sua apresentação na feira de St Louis.

Junho de 1904
Chega aos Estados Unidos para participar da corrida de dirigíveis de Saint-Louis, mas sofre sabotagem, inutilizando o invólucro do seu Dirigível "La Balladeuse".

Setembro de 1904
S=D planeja voos em Trouville, a 200km de Paris. Naquelas praias, a maré baixa proporciona grandes extensões para que Santos=Dumont possa praticar manobras do dirigível.

15 de dezembro de 1904
O Aero-Club de France, por meio de Deutsch e Archdeacon, cria um novo prêmio de 25 mil francos, para quem conseguir conduzir um aeroplano em circuito fechado.

31 de Dezembro de 1904
S=D cria um novo dirigível, o S=D Nº 13. Como era muito alto para ser inflado dentro de Neuilly, ele o faz no do hangar de Saint-Cloude, quando uma rajada de vento danifica o balão irrecuperavelmente. Como ele viria a dizer na matéria da revista "Je Sais Tout" intitulada "Ce que je ferai, ce que l'on fera" do artigo seguinte, tal invenção serviria para se proteger do frio intenso dos polos, que alterava o volume do gás no interior do invólucro, comprometendo a flutuabilidade, dai a ideia de criar um balão misto, o SD de 1900m³ de hidrogênio e 750m³ de ar quente.

1905
15 de Fevereiro de 1905
S=D escreve um artigo para a revista "Je Sais Tout" intitulado "Ce que je ferai, ce que l'on fera", no qual ele descreve como serão os dirigíveis do futuro, verdadeiros Yatches voadores, disse que a expedição de Adrée ao Polo Norte poderia ter tido um desfecho diferente com algumas soluções tecnológicas.

12 de Junho de 1905
S=D convoca um fotógrafo em Saint-Cloude, para registrar sua nova invenção, o S=D Nº 14, o menor dirigível do mundo, cuja o invólucro lembrava uma lançadeira de tecelão, com o propósito de aumentar sua penetração no ar e aumentar sua velocidade. Foi apelidado de "racer", era um dirigível de corridas (saiba mais).

21 de agosto de 1905
Após os primeiros testes o dirigível se mostrou extremamente difícil de manobrar e muito instável. S=D reprojetou o invólucro, dessa vez mais taludo, com 186 metros cúbicos. Nesse dia ele voou com a sua nova versão do numero 14 no litoral de Trouville.

Agosto de 1905
Faz uma ascensão em Trouville com o Dirigível "SD Nº 14". Durante uma corrida de lanchas na Cote d'Azur, toma conhecimento do motor "Antoinette" e conhece seu fabricante, Levasseur.

1906
02 de janeiro de 1906
Santos=Dumont é o único candidato a se inscrever para o prêmio criado por Deutsch e Archdeacon.

30 de Janeiro de 1906
Dumont aparece em fotos em seu hangar de lona em Neuilly, com um helicóptero semi construído ao lado de um motor Antoniette e também praticando voos com um planador de 2m de comprimento, desenhado por Geroge Cayley . A esses inventos são atribuídos os números 11 e 12.

Julho de 1906
Ernest Archdeacon, (novo diretor do Aero-Club de France, conhecido como o “Mecenas da Aviação”) instituiu um prêmio de 3.000 francos para o primeiro aviador que conseguisse voar uma distância de 25 metros, com ângulo de queda máximo de 25%.

21 de Juho de 1906
Constrói um novo aparelho, um biplano com asas inspiradas nas pipas de Hargrave, chamado Oiseau de Proie, e com ele preso ao Dirigível "S=D Nº 14", testa seu equilíbrio e direção, este biplano fica conhecido como "14-bis".

Julho de 1906
Num experimento o qual utilizava um burrico, chamado “Kuigno” (nome bretão) rebocando o 14-bis para cima, S=D deslizava seu 14-bis suspenso a um cabo de aço de cerca de 60 metros de comprimento, fixado entre dois postes de alturas diferentes para testar todos os controles do biplano.

O PRIMEIRO VOO DO MAIS PESADO QUE O AR

7 de Setembro de 1906
Em Bagatelle, consegue elevar-se no biplano por um segundo com o 14-bis.

13 de Setembro de 1906
Em Bagatelle, realiza um pequeno voo de 8 metros com o 14-Bis.

30 de Setembro de 1906
Participa da Taça Gordon Bennet para balões livres, mas, ferindo o braço em uma transmissão, é obrigado a aterrissar perto de Bernay.

Capa do Le Petit Journal de 25 de novembro de 1906

23 de Outubro de 1906
Em Bagatelle, consegue elevar-se do solo a cerca de um metro de altura e percorre uma distância de 60 metros, ganhando a Taça Archdeacon, oferecida ao piloto que em sua máquina e por seus próprios recursos conseguisse voar por um percurso de 25 metros.


08 de novembro de 1906
Foi publicada a matéria da Revista Nature que aponta Santos=Dumont como o primeiro homem a voar um objeto mais pesado que o ar, por locomoção própria no artigo intitulado THE FIRST “MANNED" FLYING MACHINE como se lê:


"OCTOBER 23 of the present year will be remembered as a red-letter day in the history of flying machines, for it was on that day that the first flying machine, constructed on the “heavier than air” principle, successfully raised itself and its driver from the ground several feet, and transported itself by means of its own power over a distance of eighty yards" (saiba mais).

Importante destacar o valor das conquistas de aeronautas como as de Abbas Ibn Firnas - O primeiro relato de voo planado aconteceu no ano de 875 dC em Andaluzia; Kōkichi Ukita (浮 田 幸 吉, 1757 - 1847) foi um pioneiro da aviação japonesa, antepassado de meu amigo Yasuyuki Ukita, escritor e Jornalista, frequentemente elogiado por fazer asas artificiais e voar com elas. Ele é considerado o primeiro japonês a voar; Karl Wilhelm Otto Lilienthal (Anklam, Pomerânia, 23 de Maio de 1848 — Berlim, 10 de agosto de 1896), conhecido como o "Pai do voo planado"; Shivkar Bapuji Talpade no Marutsakhā - que em 1895 voou 460m na Praia de Chowpatty, em Mumbai, que tal como os Irmãos Wright, supostamente voou longe do olhar público em 1903 (saiba mais).

Depois das matérias anteriores, nas quais vemos que Santos=Dumont fez seus voos acompanhados pela comunidade científica, testado e questionado a exaustão, enquanto que os e dos Wright, que parecem ter sido escolhidos os primeiros a voar por uma mera questão de ‘agenda nacional americana’, nós vamos ver nessa última e conclusiva matéria a definitiva ‘certidão de nascimento do voo’, reportada pela revista Nature - desde sempre, a revista mais respeitada do mundo científico.

12 de Novembro de 1906
Em Bagatelle, com o avião Oiseau de Proie III "14-Bis", provido de ailerons rudimentares para ajudar na direção, percorreu 220 metros em 21,5 segundos e estabelece os primeiros recordes de aviação do mundo.

1907
21 de Março de 1907
S=D, ainda em exercício de aprimoramento de suas aeronaves, cria o "S=D Nº 15", um biplano de madeira compensada. Faz outros ensaios nos dias 24 e 27 de março.

4 de Abril de 1907
O "14-Bis" cai em Saint-Cyr e é danificado.

10 de Agosto de 1907
Ele sobe no balão "Aigle" com pilotos do Aeroclube de França e os amigos brasileiros Antônio Prado Júnior e sua esposa, D. Eglantina.

4 de junho de 1907
Ainda como forma de aprimorar seus talentos como piloto e testar a dinâmica de asas e ailerons, desenvolve o "S=D Nº 16", uma aeronave 'pesada como o ar', já que seu peso igualava o força ascensional, faz ensaios com ele de 08 de Junho até setembro de 1907.

Outubro de 1907
Santos=Dumont foi desafiado por Charron, durante um jantar no Maxim’s, a atingir 100 quilômetros por hora na água. Faz testes com seu S=D Nº 18, o hidroglisseur, (saiba mais).

16 de Novembro de 1907
S=D testa em Saint-Cyr, seu primeiro modelo de um aeroplano apelidado pelos franceses de Demoiselle, S=D Nº 19, devido a sua graciosidade e semelhança com as libélulas. com 106 quilos, o Demoiselle era uma linda aeronave com motor de 35 HP e estrutura de bambu, no dia 17 voa 150 metros em Issy-Les-Molineaus.

21 de Novembro de 1907
Durante as primeiras experiências do dia, a hélice se desprende, voa 120m até ser fincada no quintal ao lado, ficando no solo.

1908
13 de Janeiro de 1908
O aviador inglês radicado na França, Henri Farman (1874 - 1958), venceu a prova em circuito fechado voando com um avião projetado por Gabriel Voisin.

Em 1908 S=D é diagnosticado com "Mal dos Nervos", hoje sabemos que é esclerose múltipla.

08 de Agosto de 1908
Em Le Mans os irmãos Wright demonstram o Flyer, não há registros fotográficos deste evento porque pediram à imprensa para não fotografar. George Besnçon relata o momento e Louis Blériot disse que a apresentação foi maravilhosa.

Nesse mesmo ano os Wright processam todos os inventores, inclusive Santos=Dumont. Mas, um ano depois, eles já estão fora das competições – explica o físico Henrique Lins de Barros, autor de livros sobre Santos Dumont, destacando o pioneirismo do 14bis. – O 14bis fornece o entendimento de que, para levantar voo, é necessário mudar o ângulo de ataque para criar suficiente sustentação nas asas. A partir daí, a aviação explode. Todo mundo copia essa ideia.

1909
Mudança de Santos=Dumont da Avenue des Champs-Élysées, nº114.

9 de março de 1909
S=D abandona a fuselagem única de bambu e faz uma nova estrutura com três bambus, e denomina sua nova Demoiselle de S=D Nº 20, faz seu primeiro voo em Saint-Cyr, com motor Dutheil & Chalmers de 18 cv.

Maio de 1909
A Demoiselle é exposta no no 1º Salão Aeronáutico no Grand Palais, em Paris.

25 de julho de 1909
Blériot decola de Les Barraques e atravessa o Canal da Mancha, pousando próximo a Calais. As atenções ficam voltadas para ele. Santos=Dumont parabeniza o colega e este responde: “Não fiz mais do imitá-lo: você é o nosso líder”.


18 de setembro de 1909
Em um voo para demonstrar a simplicidade dos controles do Demoiselle, S=D solta os controles de voo e segura seu lenço em uma das mãos e o lenço de um repórter qeu cobria o 'stunt' na outra. Depois disso, pedaços de lenços foram distribuídos à população.

1910
4 de janeiro de 1910
S=D em seu mais grave acidente em Mourmelon-Le-Grand, no qual a Demoiselle despenca de uma altura de 25m, deixa de voar. Seu último voo como piloto aconteceu nesta data, não em 1909, como descrito em diversas outras biografias.

Nessa mesma data se muda Santos=Dumont da Avenue des Champs-Élysées, nº114.

1911~1912
1911
S=D foi procurado pela polícia francesa porque o seu cunhado, Carlos Villares, foi encontrado morto dentro da cabine de um trem francês. Ele teve um ataque cardíaco ao voltar da Suíça, depois de deixar seus filhos e sobrinhos no Instituto Schmidt em St Galen, e tinha cartas de Dumont no bolso.

Morando na casa da família na Rue D'Edimbourg nº26, idealiza e começa construção de uma casa de estruturas modestas no litoral de Benérville, apelidada de La Boîte por sua forma quadrada, para se refugiar.

Nas fotos do Observatório de Santos=Dumont com o seu telescópio Zeiss, Santos=Dumont recebe seus amigos mais íntimos como Ferdinand Charron, Emmanuel Aimé entre outros.

Aquela época Dumont queria se aproveitar dos louros de sua vida de aviador, gostava de design e estilo, além das excentricidades de ter peças náuticas instaladas na vila, tinha um lindo Alda de 4 cilindros e 15HP, desenhado e construído por seu amigo Charron.

1913
19 de outubro de 1913
Um monumento em sua homenagem é erguido em Saint-Cloud, em uma placa se lê “Ce monument a eté éleve par L’ Aero Club de France pour commemorer le experiénces de Santos-Dumont, pionnier de la locomotion aérienne” (Este monumento foi erigido pelo Aeroclube da França para comemorar as experiências de Santos-Dumont, pioneiro da locomoção aérea).

Durante a ocupação nazista de Paris na Segunda Guerra Mundial, a estátua original foi retirada pelos alemães fundida e convertida em munição.

Uma réplica, aproximadamente igual à original, foi recolocada no local, por brasileiros, em 1952 e está lá até hoje na praça denominada Santos=Dumont.

Final de 1913
S=D recebeu a visita de dois veículos da polícia que chegaram por denúncia de um vizinho austríaco chamado Goujon, que acreditava que S=D fosse um espião, pois observava o movimento na costa da mancha com seu poderoso telescópio e se comunicava por meio de bandeiras náuticas erguidas no mastro de um navio instalado próximo à casa, teve seus bens confiscados e foi mantido em prisão domiciliar.

No dia seguinte, ao perceberem o equivoco com o célebre estrangeiro, foi feito um pedido formal de desculpas pela gendarmerrie, os bens e documentos confiscados foram devolvidos e a prisão revogada; mas isso não bastou, num ato de revolta e tristeza, o S=D queima grande parte dos seus documentos, projetos e da sua história nos arredores da La Boite (saiba mais).

Com a eclosão da guerra, ele doa seu Alda e seu telescópio às autoridades francesas para ajudar no esforço de guerra.

1914
2 de janeiro de 1914
S=D chega ao Rio de Janeiro a bordo do vapor Blucher, passou uma temporada na casa de seu irmão Henrique e de sua cunhada Amáia Ferreira Dumont, na Rua Cruz Lima n.8, no Flamengo.

04 de janeiro de 1914
Em visita a Petrópolis, encontrou um lugar durante suas cavalgadas, apaixonou-se pelo local e logo comprou aqeulas terras - Obs. algusn biografos dizem que foi de uma janela do Palace Hotel, prédio que hoje abriga a Universidade Católica de Petrópolis, que Santos=Dumont viu o terreno vago na Rua do Encanto, 22, em Petrópolis.

1915
28 de janeiro de 1915
S=D muda-se para São Paulo, hospedando-se na residência de Guilherme Villares.

07 de outubro de 1915
S=D vai a Washington para participar como convidado de honra do II Congresso Científico Pan-Americano. Não tinha um discurso formal agendado, porém em reunião com Eduardo Suarez Mojica-Diretor e John Barret-Presidente do Congresso, discutiram a ideia de uma força de defesa aérea continental, bem como trataram de um ponto intitulado "como o aeroplano pode facilitar as relações entre as Américas".

O painel foi um sucesso, Fernando Jorge relata que a sala lotou e muitos assistiram de pé.

1916~1917
09 de Fevereiro de 1916
S=D desembarca no Chile, do vapor Huasco, direto de Nova York, como delegado oficial dos Estados. Pois foi convidado para presidir o aeroclube de Nova York, em conferência aeronáutica, planejada para acontecer em Santiago.

4 de março de 1916
S=D voa sobre Viña del Mar com David Fuentes Sosa, o primeiro homem atravessar o Estreito de Magalhães em avião. Mais tarde, Dumont relata a seu irmão Henrique que passou momentos de medo por causa do visível exibicionismo de Fuentes.

9 de março de 1916
S=D é recebido pelo presidente Juan Luís Sanfuentes no Palácio de La Moneda, e depois, no salão nobre da Universidade do Chile, pois o ex-ministro Guerra, Jorge Matte e Gormaz propôs do nome de Santos=Dumont para atuar com o presidente honorário do Simpósio Aeronáutico.

Abril
Ele viaja a cavalo desde as Cataratas do Iguaçu até Guarapuava, depois de carro até Ponta Grossa e de trem até Curitiba para se encontrar com o Governador do Paraná, dando os primeiros passos na criação do Parque Nacional do Iguaçu.

Junho de 1916
S=D parte para o Chile para participar de uma Conferência Pan-Americana em Santiago.

Julho de 1916
S=D vai à Argentina para o centenário da Assembleia de Tucumán; 1917 S=D constrói a casa "A Encantada" em Petrópolis.

16 de novembro de 1917
Santos=Dumont defendia no Brasil desenvolvimento da Aeronáutica em apelo que dirigiu o governo Brasileiro em favor da criação da aviação no exército e na Marinha, em carta enviada ao Presidente Delfim Moreira, conforme relato do Tenente Brigadeiro Nelson Freire Lavenère-Wanderley.

1918
Passando uma temporada na casa de seu irmão Henrique na praia do Falmengo, Santos=Dumont conhece Yolanda Penteado. Amalia, esposa de Henrique era tia de Yolanda.

Abril de 1918
S=D com ajuda de um amigo engenheiro Eduardo Pederneiras, que morava na cidade de Santos Dumont, concebeu a primeira planta da casa que pretendia construir em Petrópolis; Ele mesmo fez alguns ajustes no projeto e por fim, levou o porjeto a Ricardo Severo, um engenheiro diplomado na Escola Politécnica do Porto, sócio do escritório de projetos e Construções de Ramos de Azevedo, que finalizou o projeto.

10 de Agosto de 1918
S=D requer vistoria do “prédio recém-construído à Rua do Encanto”. A resposta chegou dez dias depois, em 20 de Agosto de 1918 - “Averbe-se, pagos os impostos, podendo ser habitado”.

Na Encantada, ele escreve o livro "O que eu Vi, o que nós Veremos".

1919
5 de janeiro de 1919
S=D pede licença para usar um automóvel particular nas rua de petrópolis. A solicitação foi deferida em 18 de janeiro do mesmo ano e arquivada no dia 31.

21 de janeiro de 1919
S=D havia requerido ao “excelentíssimo Sr. Dr. Prefeito Municipal de Petrópolis” licença para ter “um cão de nome Bob, de côr amarellada e raça policial”. Deferido, o pedido foi arquivado em 31 de janeiro de 1919.

Julho de 1919
Com a morte de seu irmão Henrique, de 62 anos e devido à uma mudança de comportamento, Dumont passa uma temporada de repouso no Hôtel de Belle Hôtesse, na rue St. Giles nº49, em Orthez nos Pirineus.

Setembro de 1919
S=D visita Guaiaquil e Quito, seguindo depois em direção ao porto de Callao no Peru.

5 de outubro de 1919
S=D parte do Peru com destino à Bolívia, para visita à embaixada brasileira em La Paz, momentos antes de o presidente boliviano Gutierrez Guerra ser deposto por um golpe de Estado.

5 de dezembro de 1919
S=D comprou dois alqueires da fazenda do Sobrado, e outros dois e meio da Fazenda de Joaquim José Pereira.

1920
Abril de 1920
S=D compra mais oito alqueires da fazenda do Engenho.

Maio
S=D compra 17,5 alqueires da viúva Elvira de Almeida Gonçalves. Nessa época já tinha um bom rebanho de gado de corte e vacas leiteiras.

21 de junho de 1920
S=D envia uma carta de São Paulo a João, "Acabo de comprar um lindo touro importado da Inglaterra".

1921
Janeiro de 1921
S=D continua reformando a casa em Cabangú, ampliando o pequeno lago em frente à casa e enchendo-a de carpas.

14 de Maio de 1921
S=D em Paris mata a saudade do seu tempo de aeronauta ao voar o balão livre com o conde Henry de La Valoux, fundador do Aeroclube francês, foi seu ultimo voo de balão.

1922
Condecorou Anésia Pinheiro Machado, que durante as comemorações do centenário da independência do Brasil, fizera o percurso Rio de Janeiro-São Paulo num avião.

18 de Setembro de 1922
S=D manda erguer um túmulo para seus pais e para si mesmo, no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro. O túmulo é uma réplica do ícaro de Saint-Cloud. traz os restos mortais de sua mãe, que repousava no cemitério de Agromonte e de seu pai.

09 de Novembro de 1922
Desembarcou no Chile recebido por Emilio Silva, embaixador do Brasil e Diego Aracena, organizador do ride Aracena.

1923
4 de janeiro de 1923
S=D pediu ajuda para seu funcionário 'João' para vender uma dúzia ou meia dúzia de vacas de leite, porque vinha gastando muito com Cabangu. No final, acrescentou: “Desejaria saber qual é a quantidade de farelinho que o senhor está dando às suas vacas e com este trato e tirando leite duas vezes por dia qual é o argumento que o senhor conseguiu. Eu desejaria fazer a experiência com umas 12 vacas das melhores”.


A partir de então, começa a vender as terras que anexaram ao lote original, havia gado demais e o pasto não dava conta de atender o rebanho, sobretudo no verão. A fazenda dava prejuízo e os empregados tinham que deslocar a boiada para terras vizinhas.

6 de abril de 1923
S=D embarcou para Lisboa onde foi recebido no cais do porto pelos aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral.

1924
Abril de 1924
S=D viaja para Portugal, permanecendo no Porto até o mês de setembro.

6 de novembro de 1924
S=D foi eleito Grande-Oficial da Ordem de Leopoldo II.

1925
25 de janeiro de 1925
Com o objetivo de cuidar de sua saúde, S=D tenta se tratar com águas termais "que têm bastante rádio", mas não foi bem-sucedido.

Março
Numa carta, Dumont descreve-se como estando "extremamente magro, como um esqueleto".

29 de Abril de 1925
S=D reclama em uma carta de ruídos no ouvido.

Maio de 1925
S=D volta ao Brasil e fica pouco tempo por aqui, pois ao ser examinado pelo Doutor Juliano Moreira, constatou-se que ele estava com "os nervos à flor da pele".

Julho de 1925
S=D foi para Paris e posteriormente, para a Suíça, onde ficou internado na clínica Valmont, em Glion-Sur-Montreux, indo e vindo de lá para Paris pelos próximos três meses.

O pesquisador Henrique Lins de Barros descreve que "por volta de 1925, entra gradualmente num estado de depressão quase permanente.".

Em agosto, recuperado de seus constantes problemas de saúde, S=D se hospeda na chamada “La Casucha”, um apartamento alugado de seu grande amigo e sócio o Marques de Soriano em Biarritz.

Santos=Dumont participa ao lado de Yollanda Penteado do Concours d'élégance automobile, ao lado de um Soriano-Pedroso, um automóvel de fabricação francesa, produzido de 1919 a 1924, e construído em suas instalações de fabricação na cidade costeira francesa de Biarritz.

Santos=Dumont tinha uma sociedade com o seu também amigo marques de Soriano - Ricardo Soriano Sholtz von Hermensdorff também chamado de Marques de Ivanrey proprietário da Empresa Automobilística Soriano Pedroso, que desde 1919 fabricava automóveis, motores e até mesmo hidroaviões.

S=D desenvolvera com o Marques de Soriano um motor especial que funcionava alimentado por petróleo pesado, de baixo consumo, e que eliminava consideravelmente o risco de incendiar-se. O motor foi Lançado comercialmente com o nome de “Dumont-Soriano”.

1926
Janeiro de 1926
S=D apelou à Liga das Nações, através do seu amigo e embaixador Afrânio de Melo Franco, para impedir a utilização de aviões como armas de guerra. Chegou a oferecer dez mil francos a quem escrevesse o melhor trabalho contra o uso militar de aviões.

Dumont foi o primeiro aeronauta a se manifestar contra o uso militar do avião. No mesmo ano escreveu ao senador Paulo de Frontin rejeitando proposta de terceiros que visava torná-lo general;

Ele é internado no sanatório de Valmont-sur-Territet, na Suíça.

11 de outubro de 1926
Dumont soube na Suíça que o senador paranaense Carlos Cavalcante de Albuquerque havia apresentado um projeto de lei que dava a Santos=Dumont o título de General da Quinta Arma. Detestou a notícia - escreveu uma carta dirigida ao médico Jorge Toledo Dodswoth, casado com uma de suas sobrinhas, e também a Antônio Prado Júnior, agradecendo ao homem, mas recusando-a.

1927
Maio de 1927
S=D chegou a ser convidado pelo Aeroclube da França para presidir o banquete em homenagem a Charles Lindberg, pela travessia do Atlântico, mas declinou do convite devido a seu estado de saúde. Faz uma breve visita ao Brasil para rever as casas de Petrópolis e Cambangu e viaja de retorno para Paris, para a casa de Amália.

Outubro de 1927
S=D vai para Biarritz, hospedando-se no apartamento de Biarritz de seu amigo Marques de Soriano, na Av. Marcechal Foch, nº 26, lá encontra sua amiga que costumava chamar de sobrinha, Yolanda Penteado e com seu marido, Jayme da Silva Telles.

Novembro de 1927
S=D vai para Glion, na Suíça acompanhado de Yolanda que faz fotos com o Marciano.

S=D encontra-se com H. G. Wells num hotel, Santós deixou o pequeno Marciano na mesa de centro do lobby, Wells não conseguia tirar o olho do tal invento.

“Quando olho para este aparelho me convenço que é disto que precisava para equipar os Marcianos na Guerra dos Mundos”. Disse Wells em alta voz como quem tenta quebrar o gelo.

Dezembro de 1927
S=D se encontra com Yolanda Penteado e Mme. Pnget em Sant Morritz, e faz mais testes e fotos com o Marciano.

1928
Novembro de 1928
S=D embarca no Cap Arcona com destino ao Brasil, acompanhado de Jorge Dumont Villares.

03 de dezembro de 1928
Quando o navio chega à bahia da Guanabara, alguns intelectuais brasileiros decidiram prestar-lhe homenagem jogando flores e pequenos paraquedas com uma carta desejando boas vindas para S=D. Os paraquedas seriam lançados por um hidroavião Wal Dorner do Sindicato Condor chamado "Santos=Dumont". Momentos antes de o Cap Arcona chegar ao seu destino final, no Rio de Janeiro, tem um acidente e S=D fica enormemente abalado.

Em seu desembarque do Cap Arcona no Rio de Janeiro, S=D trouxe seus dois inventos, o “Transformador Marciano” e o “Ícaro”, fruto de pesquisas que fez nos últimos 3 anos (de 1925 a 1928) na “La Casucha”.

1929
5 de janeiro de 1929
Assis Chateaubriand lança sua primeira edição do Diário de São Paulo, com mais de 30 mil exemplares, em que S=D contava suas invenções, em que Dumont dizia que voltaria à Saint-Morritz, na Suíça para aproveitar a neve temporada, para realizar testes com o marciano; S=D recebe a comenda de Grande Oficial da Legião de Honra do governo francês.

1930
14 de abril de 1930
S=D escreveu ao sobrinho Henrique numa breve carta que estava morando no apartamento 5 da Rue Villaret de Joyeuse com o “filho Sabreur”, referindo-se ao cachorro galgo Sabreur du Diable (Sabre do Diabo), que participava de competições.; Na mesma nota, avisa: “As corridas começam breve, mas elle só correrá em maio”.Foi nese ano que ele fez seu primeiro testamento.

24 de julho de 1930
S=D registra sua primeira patente, um motor para acionar um boneco de coelho, utilizado em corridas de galgos, BREVET D’INVENTION Gr.20 – Cl. 1. Nº 679.228.

28 de outubro de 1930
S=D é internado na Casa de caúde de Preville, em Orthez, nos baixos Pirenéus.

1931
No começo de 1931 S=D esteve internado em casas de saúde em Biarritz e em Orthez, no sul da França, onde recebeu a ultima visita de Yolanda Penteado.

Ainda na Casa de caúde de Preville, em Orthez, S=D tenta suicidar-se com sobredose de medicação.

Antônio Prado Júnior, ex-prefeito do Rio de Janeiro (então capital do Brasil), havia sido exilado pela Revolução de 1930 e fora para a França, encontrou Santos Dumont em delicado estado de saúde, o que o levou a entrar em contato com sua família e a pedir ao seu sobrinho Jorge Dumont Vilares, que fosse buscá-lo na França. De volta ao Brasil, passou por Araxá, em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo.


4 de junho de 1931
S=D foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras para ocupar a cadeira nº 38, vaga pelo falecimento do romancista Graça Aranha. No entanto, ele não chega a tomar posse, sendo substituído pelo escritor Celso Vieira.

1932
Meses antes de morrer, Santos=Dumont mandou vender todas as terras vizinhas a Cabangu. A área original da casa, porém, foi devolvida “à nação brasileira” em seu testamento. Diz o documento lavrado num cartório de Sorocaba, interior de São Paulo, em 7 de setembro de 1931: “Tendo sido dada ao testador pela Nação a propriedade onde elle nasceu, situada em João Ayres (Cabangú) Estado de Minas, é de seu desejo que tal propriedade seja restituida a mesma doadora – a Nação brasileira”.

Maio de 1932
S=D se muda para o Grande Hotel La Plage no Guarujá, no quarto de nº 151, Jorge Dumont Villares se hospedava no quarto 152, para acompanhar o tio.

Perturbado por ver os constantes afogamentos na praia, S=D cria seu último invento, o Canhão paradoxal, também chamada Catapulta salva-vidas - uma invenção para facilitar resgates no mar. Trata-se de uma Catapulta que lançava boias salva-vidas ao alcance era quatrocentos metros.

23 de julho de 1932
Alberto Santos=Dumont, solteiro, com 59 anos de idade, inventor. Ao que consta, foi encontrado morto em um dos apartamentos do hotel de La Plage, no Guarujá, onde residia (saiba mais).

25 de julho de 1932
O governo do Brasil decretava “luto nacional por três dias, pelo falecimento de Alberto Santos-Dumont”, salientando, nos seus “considerandos”, que “o brasileiro Alberto Santos-Dumont, inventor da direção dos balões e do voo mecânico, dotando a humanidade de novos engenhos para o seu desenvolvimento, estreitou os laços entre as nações e cooperou para a paz e solidariedade entre os povos, tornando-se, assim, merecedor da gratidão do Brasil, cujo nome honrou e glorificou”.

Não era esse, aliás, apenas um luto nacional: mas universal. Era um gênio que o mundo todo perdia. Para sempre fechava suas asas quem deu asas ao homem.

Tal como escrevo no artigo anterior, tratando sobre a morte de Santos=Dumont, existe uma citação de Leonardo Da Vince, que considero uma oração e ilustra muito bem a vida de Santos=Dumont: 

Siccome una giornata bene spesa dà lieto dormie, così una vita bene usata dà lieto morire”.

"Assim como um dia bem passado traz um sono feliz, uma vida bem vivida traz uma morte feliz".

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