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Voar é um desejo que começa em criança!

domingo, 25 de dezembro de 2011

Especial de Domingo

Neste Domingo de Natal reproduzimos um texto do blog Velha Águia, editado pelo Coronel Maciel, que traduz bem o espírito deste dia e, como veremos, pode ser reproduzido sempre, bastando nunca descuidar de estar atento ao próximo, exercendo boa vontade, solidariedade e generosidade.
Bom domingo!
Feliz Natal!
HISTÓRIA DE UM SOLDADINHO QUE QUERIA SER AVIADOR
Quando eu era Tenente-Aviador, num daqueles dias frios na minha linda cidade das flores, tirando serviço de Oficial-de-Dia na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, fui procurado por um “soldadinho”. Um soldadinho desses “bem mineiros”, que ingenuamente veio-me perguntar quando começaria a voar, pois “ouvira dizer” que servindo na FAB como soldado, poderia se tornar um “grande aviador”, seu grande sonho na vida. Sem acreditar muito no que me dizia; sem acreditar na sua santa inocência, disse-lhe que ele estava um pouco “enganado”, pois, para ser aviador como ele tanto desejava teria que, primeiro:- ser aluno da Escola; depois Cadete-do-Ar na Escola de Aeronáutica, no Campo dos Afonsos; depois Aspirante-Aviador em Natal; e só depois de muitos “depois” é que poderia chegar a ser o que queria - isto se não topasse pela frente com algum desses enormes CB’s, que costumam cortar a carreira da gente...

Mas notei que o soldadinho ficou triste, muito triste, com um olhar perdido no espaço frio, infinito e azul de Barbacena. E senti pena, muita pena do soldadinho, quase um soldadinho de chumbo... Levei o caso ao comandante da Escola, um Brigadeiro com B maiúsculo, mais conhecido como Brigadeiro Camarão. Conversamos muito sobre o caso, como também rimos muito...

Dias depois, conversando com o soldadinho, que era muito humilde, mas muito inteligente, disse-lhe que havia resolvido ajudá-lo a conseguir realizar o seu “sonho impossível”... Arranjei um jeito de colocá-lo na Seção de Aviões da Escola. E lá, nas minhas horas vagas, fui lhe ensinando os rudimentos da aviação. Rudimentos de regras de voo, regras de tráfego aéreo, navegação aérea, regras de voo por instrumentos, e muitas e muitas e muitas outras coisinhas de aviação. E sempre que podia levava o soldadinho, como “Segundo piloto mecânico ajudante de reabastecimentos” nos voos de Regente, nos “meus” T-6, nos célebres “Beech-Mata-Sete” - e assim ele foi aprendendo os “mistérios” da aviação. Arranjei-lhe um cursinho “Wallita” de piloto privado no aeroclube. A assim ele foi indo, foi indo, foi indo, deu baixa da FAB e se tornou um grande comandante de aviação executiva. Até hoje o ex-soldadinho nunca se esqueceu da “ajuda” que lhe demos. Eu, o Camarão, e a sua grande força de vontade.

Texto: Coronel Maciel

Visite: Velha Águia