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Voar é um desejo que começa em criança!

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Videoteca Ninja

PROVA DE FOGO (The Tuskegee Airmen)
Novembro de 1944. Um Piloto de P-51 Mustang localiza uma fila de Messerschimitt BF-109 indo em direção a um bombardeiro B-24 Liberator avariado. O piloto, o Tenente norte-americano Wheaters, alija os tanques de combustível de seu avião e lança-se contra a formação alemã. Sua missão é proteger o bombardeiro aliado. Dispara contra os caças nazistas uma rajada de metralhadora. 50, sobe rapidamente e mergulha outra vez. Subitamente, Wheaters escuta pelo rádio: “estou logo atrás de você!”. Ele olha rapidamente para trás e tudo o que vê é o canhão do nariz de um BF-109 pronto pra disparar. Wheaters vai ser abatido. Com um rápido reflexo ele baixa os flaps do P-51. O avião cabra e reduz bruscamente a velocidade. A manobra faz o P-51 trocar de lugar com o inimigo. Wheaters está agora atrás do BF-109. Ele dispara uma breve rajada e obtém sua segunda vitória em combate. Wheaters poderia ir atrás de outros oponentes. Mas a voz do comandante ecoa em sua mente como um alerta: “seu trabalho é proteger os bombardeiros e não colecionar vitórias para sua gloria pessoal”. Ele, então retorna a missão de escolta. Duas características distinguiam esse piloto da maioria dos seus pares. Ele tinha qualidades incomuns de caçador. E era negro. Wheaters pertencia ao 332º Grupo de Caça da USAAF, composto exclusivamente de pilotos negros. “Os caudas vermelhas” , como ficaram conhecidos devido à pintura característica de seus aviões, lutaram não somente contra o nazismo durante a II guerra, como também contra o preconceito racial americano.
O filme - Prova de Fogo - focaliza esse grupo de soldados afro-americanos que começa a treinar no Alabama com o intuito de provar que são capazes de defender o país contra os alemães, mas terão de encarar a luta em duas frentes: na batalha propriamente dita e contra o preconceito nas Forças Armadas. 

Gênero: Drama/Guerra Ano: 1995 / EUA
Duração: 106 min
Exibido pela Band com o título de Asas da Glória
Diretor: Robert Markowitz.
Roteiristas: Robert Williams, T.S. Cook, Paris Qualles, Trey Ellis, Ron Hutchinson.
Elenco: Laurence Fishburne, Allen Payne, Malcolm-Jamal Warner, Courtney B. Vance, Andre Braugher, Christopher McDonald, Daniel Hugh Kelly, John Lithgow, Cuba Gooding Jr., Mekhi Phifer, Christopher Bevins, Eddie Braun, Max Daniels, Jack Dwyer, James Field, Vivica A. Fox, Bennet Guillory, David Harrod, Brett A. Jones, Johnny Judkins, Tim Kelleher, Doug Kruse, Ed Lauter, Barry Lehman, Janet MacLachlan, Allen McCormick, Willie Minor, Perry Moore, Rosemary Murphy, Marco Perella, David Pickens, William Earl Ray, Rick Snyder, Allen R. Stokes, Ned Vaughn.
Produtores: Carol Bahoric, Bill Carraro, Frank Price, Robert Williams.

Curiosidades
Em 1940, o presidente Franklin D. Roosevelt ordenou a criação de uma unidade aérea só de negros. Nascia assim o famoso 99º Esquadrão de Caça da USAAF. A base de treinamento para a nova unidade foi instalada numa região isolada: a cidade de Tuskegee, no Alabama. Ali funcionava um centro de treinamento para pilotos civis no Tuskegee Institute, onde foram recrutados os instrutores. O treinamento começou na primavera de 1941 e o progresso foi lento. Em 2 de setembro de 1941 o então Capitão Benjamim O. Davis Jr. tornou-se o primeiro oficial negro do exército dos EUA a solar um avião. Dos 13 primeiros alunos de Tuskegee, o capitão Davis e mais quatro pilotos ganharam suas asas em março de 1942. A instrução primaria era feita normalmente no biplano Stearman PT 17 fora da cidade de Tuskegee. O treino básico acontecia no Vultee BT 13A e o avançado no AT-6, ambos em Tuskegee e ministrado por instrutores brancos. Os treinos de tiro real eram feitos na base aérea do exercito de Eglin, Florida, com aviões AT-6. Depois da formatura em Tuskegee e já familiarizado com o Curtiss P-40, os pilotos recebiam instruções de voo acrobático e em formação em Selfridge Field, Michigan. Por sua interpretação em Prova de fogo, Laurence Fishburne recebeu o Prêmio Screen Actors Guild para Melhor Ator numa Minissérie ou Filme para Televisão Sobre o Esquadrão Tuskegee Airmen, vejamos o que disse o General Ronald R. Fogleman, Chefe do Estado-Maior, Força Aérea dos Estados Unidos: O Ten Gen Benjamin O. Davis, Jr., sofreu cerca de 4 anos de brutal isolamento em West Point por causa do preconceito dos cadetes contra os afro-americanos. Mas ele perseverou e obteve sua patente. Ao ingressar no serviço ativo, enfrentou diversas formas de preconceito, mas a oportunidade de servir seu país não lhe seria negada. Buscou com denodo a oportunidade de voar e chefiou o núcleo inicial dos Tuskegee Airmen no treinamento de voo, em 1941. Em seguida, comandou o primeiro esquadrão de caça dos Estados Unidos em combate na Segunda Guerra Mundial inteiramente composto por negros, ajudando a provar falsos os mitos da incapacidade dos negros para voar e combater. Depois disso, o General Davis liderou o primeiro grupo de caça inteiramente composto por negros na Europa, distinguindo-se grandemente. Seu 332o Grupo de Caça não perdeu um único bombardeiro em 200 missões de escolta. O Grupo recebeu, além disso, uma Citação de Unidade Emérita por uma missão de escolta a Berlim, de 1600 milhas, que resultou na derrubada de 3 jatos Me-262, em março de 1945. Em última análise, o General Davis teve uma longa e ilustre carreira militar durante a qual desempenhou um papel central na integração bem sucedida dos afro-americanos na nossa Força Aérea. Podemos aprender muito com sua perseverança extraordinária e com sua disposição de subordinar os interesses pessoais ao serviço de seu país, mesmo nas circunstâncias mais adversas.

Fontes: IMDb - Epipoca - Air & Space Power

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terça-feira, 30 de agosto de 2022

Adeus ao General Ambrósio

Falece o idealizador do Aeroclube Regional de Taubaté
O idealizador da criação do Aeroclube Regional de Taubaté (SP), General Sérgio Antonio da Rocha Ambrósio, faleceu ontem, 29 de agosto de 2022.
Nascido em 07 de agosto de 1937, após uma extensa carreira nas fileiras da força de Caxias, foi designado para comandar a Aviação do Exército em Taubaté. Na sua trajetória militar chegou à patente de General de Brigada. Visando se familiarizar com os jargões próprios da atividade aérea e compreensão das eventuais demandas, em 1993, o general Ambrósio interessou-se pelo aerodesporto e realizou voos de instrução em aeronaves ultraleves no Aeroclube de Pindamonhangaba.

Aeroclube Regional
Como registra o livro “A Aviação em Taubaté e os 25 anos do Aeroclube Regional” (2018), com visão de estrategista e ciente do bem social que poderia gerar a existência de um aeroclube em Taubaté, além do próprio interesse pelo conhecimento do setor de aviação, vislumbrou criar uma entidade de confraternização, ensino e prática de pilotagem. Erguiam-se, assim, as colunas para implantação do Aeroclube Regional de Taubaté, por iniciativa de Ambrósio, o que se efetivaria em 26 de outubro de 1993. Após estabelecida a entidade, a ele foi consignado o título de Presidente de Honra.
Na sequência, incentivou para que o Aeroclube construísse seus dois hangares e estabelecesse como sede e instalações de ensino um prédio construído pela Prefeitura Municipal.

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segunda-feira, 29 de agosto de 2022

FAB em Destaque

Revista eletrônica mostra as últimas notícias da Força Aérea
A edição do FAB EM DESTAQUE, do dia 26 de agosto de 2022, traz as principais notícias da Força Aérea Brasileira (FAB), no intervalo de 19 a 25/08. Entre elas, a chegada da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) à Base Aérea de Campo Grande (BACG) para o Exercício Conjunto Tápio (EXCON TAPIO 2022), as apresentações da Esquadrilha da Fumaça nos diversos estados do país e, ainda, as cerimônias de chegada do Coração de Dom Pedro I ao Brasil. Confere-se, ainda, os 77 anos da Intendência da Aeronáutica.

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domingo, 28 de agosto de 2022

Especial de Domingo

Selecionamos, mais uma vez, de Vencendo o Azul, livro do historiador João Alexandre Viégas, o texto a seguir.
Boa leitura.
Bom domingo!

A fábrica de aviões Aerotec

A proximidade do então CTA ensejou a instalação de indústrias aeronáuticas em São José dos Campos - SP, antes mesmo da criação da Embraer.

É o caso da sociedade Aerotec, fundada em 1962.

Em junho de 1965, voava o protótipo de primeiro avião projetado pela empresa: o Uirapuru.


Seguindo a tradição de outras empresas aeronáuticas de médio porte que haviam surgido no país, a Aerotec iniciou suas atividades desenvolvendo um avião de treinamento primário.

O Uirapuru é um monomotor metálico de asa baixa, dois lugares e motor Lycoming de 160 cavalos. 

Tendo construído dois protótipos e realizado ensaios em voo, a Aerotec buscou e obteve uma encomenda do Ministério da Aeronáutica.

Em outubro de 1967, foi contratada a construção de 30 dessas aeronaves para as substituição dos aparelhos T-21 e T-22 na instrução primária de pilotos militares.

Posteriormente, a Aerotec obteve nova encomenda de 40 aeronaves, conseguindo ainda exportar 18 aparelhos para a Bolívia e Paraguai.

Depois de quinze anos de existência, a empresa chegou a empregar trezentos funcionários, produzindo partes e peças para o avião agrícola Ipanema e também para os aviões da linha Piper, todos fabricados pela Embraer.

Mas o fim do contrato com o Ministério da Aeronáutica lançava a empresa numa crise financeira.

A Aerotec havia produzido 130 aviões “Uirapuru”, 100 dos quais para o mercado militar brasileiro.

O mercado civil e o mercado externo não eram suficientes para oferecer rentabilidade à companhia, que se viu na contingência de demitir dois terços de seus funcionários.

A Aerotec decidiu então projetar um novo e mais moderno avião de treinamento primário, que pudesse substituir o Uirapuru na Academia da Força Aérea.

Em 1979, o Ministério da Aeronáutica contratava a empresa para realizar o projeto do novo avião e, em março de 1981, a aeronave realizava seu primeiro voo.


Denominado Tangará, o avião era um monomotor metálico para treinamento, dotado de motor Avco Lycoming de 160 cavalos.

Mas o Ministério da Aeronáutica não realizou encomendas do aparelho à empresa, que a partir de então se limitou a produzir partes e peças para a Embraer.

Fonte: Vencendo o Azul - João Alexandre Viégas

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sábado, 27 de agosto de 2022

Tráfego Aéreo

ICEA, organização de ensino e pesquisa em proteção ao voo, completa 62 anos
O ICEA – Instituto de Controle do Espaço Aéreo celebrou, ontem, 26 de agosto de 2022, a marca de 62 anos de atividades. A solenidade alusiva à data aconteceu no Campus do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), em São José dos Campos (SP), onde a instituição está sediada.
O evento foi presidido pelo Tenente Brigadeiro João Tadeu Fiorentini, Diretor Geral do DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), organização do Comando da Aeronáutica à qual o ICEA é sistemicamente subordinado.
Em seu pronunciamento, o diretor do ICEA, Coronel Plínio Becker, destacou o trabalho dos militares, servidores civis e consultores da Fundação SDTP “que ombreiam com orgulho as fileiras do ICEA, atuando de forma precisa, silenciosa e diuturna no cumprimento da missão”. Disse, ainda, que o instituto é um organismo vivo e vibrante e que é o momento de celebração e respeito aos antecessores, de enaltecimento das realizações e do legado da proteção ao voo.

Instrução
O ICEA tem por finalidade capacitar recursos humanos e realizar pesquisas e desenvolvimentos no âmbito do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). Como órgão de ensino, o ICEA oferece cursos de formação e de aperfeiçoamento, além de treinamentos, nas áreas de Controle de Tráfego Aéreo, Meteorologia, Informação Aeronáutica, Busca e Salvamento, Inspeção em Voo, Defesa Aérea, Comunicações, Eletrônica Aplicada, Pedagogia Aplicada e Tecnologia da Informação. Em 2022, o ICEA já soma mais de 80 mil alunos formados. Além dos estudos presenciais, a organização desenvolve e coordena mais de 40 cursos na modalidade de Ensino a Distância e provê capacitação em inglês aeronáutico e exames de proficiência do idioma para mais de 3 mil operadores por ano, no âmbito do SISCEAB – Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro.

Pesquisa
Como organização de pesquisa e desenvolvimento, o ICEA trabalha com novas aplicações de informática e eletrônica em processos, programas computacionais e equipamentos do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, com destaque para os simuladores de controle de tráfego aéreo. Em 2022, o setor de pesquisa na unidade destaca a contribuição para definição dos indicadores do SISCEAB, o emprego de plataforma não tripulada para apoio na inspeção de auxílios visuais de aeroportos, implementação de estações de telecomunicações em aeródromos para operação remota e apoio à implantação da comunicação escrita entre pilotos e controladores no espaço aéreo (CPDLC) sobre o continente, incluindo adição do atributo nos consoles de simulação para os cursos e treinamentos realizados no instituto. O ICEA trabalha, ainda, com processos informatizados e desenvolvimento de algoritmos com dados meteorológicos para predição e mudança de pistas nos aeroportos, entre outras funcionalidades. Outra atribuição da Divisão de Pesquisa é a avaliação da conformidade de produtos empregados nas atividades de controle do espaço aéreo.

Histórico
Em 1960, o instituto nasceu como Curso de Preparação de Oficiais de Proteção ao Voo (CPOPV), nas instalações do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). Em 1962, foi designado como CPV − Curso de Proteção ao Voo. Em 1966 passou à denominação de CCPV − Curso de Comunicação e Proteção ao Voo. No ano de 1972 foi transformado em CAT − Centro de Atualização Técnica. Em 1978, passou a se chamar IPV - Instituto de Proteção ao Voo. Em 26 de agosto de 2004, pelo Decreto 5196, que aprovou uma nova estrutura regimental do Comando da Aeronáutica, a organização foi identificada como ICEA − Instituto de Controle do Espaço Aéreo, com a missão de realizar estudos e projetos no segmento de controle de tráfego aéreo, paralelamente à sua missão principal de ser o centro de ensino do DECEA. Em 2008, além de unidade de ensino e pesquisa passou à condição de ICT − Instituição de Ciência e Tecnologia do Comando da Aeronáutica.


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sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Aeroportos

Pistas de Guarulhos terão numeração alterada para 10/28
Mudança será dia 08/09/2022

As pistas do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SBGR) terão a numeração modificada para 10/28, em substituição aos números 09/27, no dia 08 de setembro de 2022. Isto porque o aumento gradual da declinação magnética chega a um valor que, somado ao rumo verdadeiro da pista, resulta numa unidade igual a 5 e, portanto, o posicionamento da pista em graus, com referência ao Norte Magnético do planeta, deve ser arredondado para a dezena superior. Assim, a atual pista 09, com o acúmulo de declinação magnética, atinge a direção 095. Portanto, passa a ser 10, porque a convenção considera como se fosse 100 e a numeração desconsidera a casa da unidade. Assim permanecerá, até o dia, daqui a muito tempo, que atingir 105 graus, quando será renumerada para 11. Analogamente a cabeceira oposta, obviamente, terá a numeração com a diferença de 18 unidades, referente aos seus 180 graus de defasagem. No caso, número 28 para a cabeceira com 275 graus magnéticos. Especificamente para Guarulhos, onde há duas pistas paralelas, serão acrescidas aos números as letras R e L, designando pista da Direita (Right) ou da Esquerda (Left): 10R/28L ou 10L/28R.

Números
Os números pintados, em cada uma das cabeceiras das pistas dos aeroportos, têm o objetivo de orientar os pilotos sobre a direção de pousos e decolagens. A direção dessas manobras varia conforme o vento, que, normalmente, define a "pista em uso". Os dois algarismos que identificam as cabeceiras de uma pista são definidos conforme o seu rumo ou orientação em relação ao Norte Magnético, o que é indicado pela bússola. Eles podem variar de 01 a 36. Por exemplo, quando uma determinada cabeceira está orientada para 150 graus (ou entre 146 e 154), ela é identificada com o número 15.

Declinação Magnética
As alterações ocorrem com o passar dos anos, devido ao aumento da declinação magnética. Ela é o ângulo entre o Norte Verdadeiro e o Norte Magnético da Terra. A mudança da declinação acontece lentamente e, em média, altera 1 grau a cada 10 anos. Em função disso, já houve renumeração de pistas, nos últimos 40 anos, por exemplo, em Congonhas, São José dos Campos, Manaus e Foz do Iguaçu.

Notam
Como o objetivo de informar aos aeronavegantes sobre a modificação nas pistas de Guarulhos, o DECEA atualizou as publicações e as cartas aeronáuticas que entrarão em vigor na emenda de 8 de setembro de 2022; emitiu os NOTAM (Aviso aos Aeronavegantes, do inglês Notice to Airman) D1184/22 e D1183/22 e os suplementos AIP N87 e N88.

Saiba mais: AISWEB  Clique aqui 

Sobre declinação e pistas: Blog do NINJA de 07/02/2019 Leia aqui 

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quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Espaço

Imagens de Júpiter feitas pelo telescópio Webb são mostradas pela NASA
O maior e mais novo telescópio espacial do mundo está mostrando o planeta Júpiter como nunca antes, inclusive com auroras. Os cientistas divulgaram as fotos, no dia 22 de agosto de 2022, do maior planeta do sistema solar. O Telescópio Espacial James Webb registrou as fotos em julho. O observatório usou uma câmera especial com filtros infravermelhos, para capturar detalhes, explicou um porta-voz da NASA, em anúncio divulgado junto com as novas imagens. A luz infravermelha é imperceptível aos olhos humanos, então os dados coletados pela câmera infravermelha do observatório foram “traduzidos” – com a ajuda da cientista Judy Schmidt – em imagens, com tons de cores exclusivos, representando diferentes comprimentos de onda. As imagens infravermelhas foram coloridas artificialmente em azul, branco, verde, amarelo e laranja, de acordo com a equipe de pesquisa franco-americana, para destacar os recursos. 

Júpiter
O James Webb tirou as fotos, capturando vistas sem precedentes das luzes do norte e do sul de Júpiter e da neblina polar. A Grande Mancha Vermelha de Júpiter, uma tempestade grande o suficiente para engolir a Terra, se destaca ao lado de inúmeras tempestades menores. Uma imagem de campo amplo mostra os anéis ao redor do planeta, bem como duas pequenas luas contra um fundo brilhante de galáxias. A menor das duas luas mede apenas 12 milhas de diâmetro, de acordo com a NASA. Os cientistas esperam contemplar o alvorecer do universo com o Webb, olhando até quando as primeiras estrelas e galáxias estavam se formando há 13,7 bilhões de anos. O observatório está posicionado a 1 milhão de milhas da Terra.

Fontes: NASA, via Gazeta Brasil

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quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Bicentenário da Independência

FAB traz o coração do Imperador D. Pedro I para as comemorações da Independência
A 7.500 quilômetros da capital brasileira fica uma das relíquias da história nacional: o coração de Dom Pedro I. Pela primeira vez, após 187 anos, o tesouro deixou a Igreja Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, localizada na cidade de Porto, em Portugal. O destino foi o Brasil e o motivo de sua vinda é muito simbólico: ele vai integrar as comemorações do Bicentenário da Independência. Emprestado pelo Governo Português, o coração do primeiro Imperador do Brasil é conservado em formol e protegido a cinco chaves em uma urna. Por isso, a liberação para a viagem só ocorreu depois que uma equipe avaliou as condições do órgão e garantiu que não haveria riscos. O coração do Imperador foi embarcado em ambiente pressurizado, ou seja, controlado, conforme as orientações do Instituto de Medicina Legal (IML), feitas à Prefeitura de Porto. Toda a estrutura de exposição do material foi desmontada para o transporte, em um processo que inspirou muitos cuidados e um planejamento detalhado da logística. 

Nas asas da FAB
O Superintendente da Polícia de Segurança Pública de Portugal, Antônio Leitão da Silva explicou que, apesar de ter sido um processo complexo devido ao ineditismo, o traslado foi planejado de forma minuciosa com a Força Aérea Brasileira (FAB). “Foi feita a articulação com as autoridades brasileiras, que desde o primeiro momento, se revelaram extraordinariamente dedicadas, profissionais e profundamente empenhadas para que a operação ocorresse particularmente bem, disponibilizando, inclusive, uma aeronave da FAB para fazer o traslado do coração de Dom Pedro I”, informou. Foi a bordo da aeronave VC-99 Legacy, escoltada por dois caças F-5M, que o coração chegou à Capital Federal, dia 22 de agosto de 2022, sendo recebido com todas as honras de chefe de Estado pelo Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira; pelo Comandante da Força Aérea Brasileira, Tenente- Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior; pelo Embaixador de Portugal no Brasil, Luís Filipe Melo e Faro Ramos; e demais autoridades civis e militares.

Solo pátrio
“Hoje, regressa ao solo pátrio, pelas Asas da Força Aérea, o coração deste herói nacional, primeiro imperador do Brasil, chamado de ‘O libertador’. Esse legítimo ícone da Independência Brasileira foi um governante muito à frente de seu tempo. Um líder visionário e destemido, que atuou em prol dos interesses do Brasil”, discursou o Ministro Paulo Sérgio Nogueira durante a cerimônia. Para o Embaixador de Portugal no Brasil, Luis Filipe Melo e Faro Ramos, a associação de Portugal às comemorações do Bicentenário mostra, mais uma vez, a boa relação construída entre as duas nações. “Para nós é sempre motivo de grande satisfação verificar que da parte brasileira houve esse pedido e esse carinho pela relíquia que une Portugal e Brasil”, destacou.

Rei Soldado
O "Rei Soldado", como ficou conhecido Dom Pedro I, desejou que seus ossos ficassem no Brasil, país onde foi imperador de 1822 a 1831, na cripta do Monumento à Independência, em São Paulo, mas ordenou que o seu coração permanecesse no Porto, cidade que o tem como herói devido às batalhas travadas com seu irmão Dom Miguel. A Irmandade de Nossa Senhora da Lapa foi escolhida por vontade de Dona Maria II, rainha de Portugal e filha de Dom Pedro, pois era nessa igreja que o pai assistia às missas militares.

Fonte: FAB

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terça-feira, 23 de agosto de 2022

Busca e Salvamento

Vídeo traz campanha sobre o registro da baliza de emergência
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) destaca o trabalho de conscientização sobre a importância do registro da baliza de emergência pelos proprietários de aeronaves e embarcações. Para que possa funcionar de forma eficiente, a baliza precisa ser registrada no INFOSAR, sistema do Comando da Aeronáutica destinado ao cadastro de balizas de emergência 406 MHz. A campanha de divulgação do registro de balizas visa atualizar as informações que já estão no banco de dados, com o objetivo de otimizar as buscas e diminuir o tempo de resposta das Unidades de Salvamento durante os acionamentos. 

Fonte: DECEA, em 16/08/2022

Saiba mais: INFOSAR

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segunda-feira, 22 de agosto de 2022

KC-390 Millennium

FAB faz o segundo lançamento com o KC-390 de suprimentos para brasileiros na Antártica
Um cargueiro KC-390 Millennium da Força Aérea Brasileira (FAB) realizou, no dia 20 de agosto de 2022, a segunda missão com este tipo de avião em apoio ao Programa Antártico Brasileiro, realizando com sucesso o lançamento de carga para a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), da Marinha do Brasil, localizada na Ilha do Rei George, no continente Antártico. O primeiro lançamento com o KC-390, matrícula FAB 2857, ocorreu no dia 02 de julho de 2022.

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domingo, 21 de agosto de 2022

Especial de Domingo

Reproduzimos, mais uma vez, o relato de uma investigação jornalística que esclareceu uma dúvida de mais de meio século: teria o aviador e escritor francês Antoine de Saint-Exupéry pousado em Ubatuba?
Boa leitura.
Bom domingo!

LÉON ANTOINE ou ANTOINE DE SAINT-EXUPERY?
A INCRÍVEL HISTÓRIA DE UM POUSO EM UBATUBA

Célia Regina e Léon Antoine

Era uma tarde luminosa do mês de junho de 1933 em Ubatuba, época de tantos peixes que as tainhas podiam ser apanhadas na praia, apenas com as mãos. Época em que os parcos 800 habitantes da cidade viviam ainda o espanto de seu primeiro contato com um automóvel, ocorrido poucas semanas antes. Mas nessa tarde o espanto seria maior: sem qualquer aviso ou preparação na praia do Cruzeiro, centro da cidade - cujas árvores haviam sido cortadas exatamente para uma emergência desse tipo na Revolução de 32, mas nunca sucedida - desceu um avião da Cia. Aero-Postale, que fazia a linha aérea regular entre França e Argentina. Nos 11 mil quilômetros do percurso passava pela costa atlântica brasileira e teria descido em Santos, na base aérea da Praia Grande, não fosse pela má visibilidade.
 

O avião era pilotado por um certo Antoine, que naturalmente não falava português, assim como os de Ubatuba não sabiam francês. No máximo um “vous voulez quelque chose?”, dos rudimentos ginasianos, recordados oportunamente por Washington de Oliveira, o Filhinho, que mais tarde ocuparia duas vezes a prefeitura da cidade e se tornaria seu principal historiador. Filhinho foi também, sem qualquer má intenção, uma espécie de cultor e divulgador de um mito que Ubatuba teve como verdade durante 52 anos. O de que, após a visita do alemão Hans Staden mais de quatro séculos antes, a cidade recebera outro visitante internacionalmente célebre. Antoine foi imediatamente dado como Antoine de Saint-Exupéry, o famoso aviador e autor de O Pequeno Príncipe, livro que provocaria erupções de sensibilidade banal em vários cantos do mundo, incluindo as passarelas por onde desfilavam as candidatas a miss Brasil.

Léon Antoine

Antoine, como esclarece hoje, após mais de 20 anos de pesquisa o jornalista, museólogo e pesquisador Luiz Ernesto Kawall, não era um prenome. Tratava-se do piloto Léon Antoine, também um dos grandes ases da aviação francesa em todos os tempos, com mais de 21 mil horas de voo, recordista mundial de voo livre com um tempo de 8 horas e 20 minutos, detentor da Legião de Honra e hoje em dia, aos 84 anos, aposentado e vivendo num bonito sítio em Javari, no Estado do Rio de Janeiro. Mas disso só se sabe agora. Tanto no folclore quanto na história de Ubatuba, o visitante que caiu do céu naquela tarde de 1933 acompanhado de um telegrafista chamado Chauchat, era mesmo Saint-Exupéry, embora em nenhum de seus livros se encontre uma única palavra sobre tal aventura.

Antoine de Saint-Exupéry

Kawall começou sua pesquisa a partir de uma notícia publicada em 9 de novembro de 1964. “Essa história foi criada como um conto de fadas. Em 1933, Ubatuba, isolada no Litoral Norte, onde só se chegava por mar ou então pelo céu – e aí só por acidente – estava reduzida a 110 casas, todas mais ou menos em ruínas e em dez anos poderia acabar. Matava-se peixe a paus e apanhava-se milhares de tainhas cujos cardumes vinham dar á praia e eram enterrados como sobras. Quando o aviãozinho desceu, um grupo logo correu à praia do Cruzeiro e cercou a nave. Hélice parada os tripulantes desceram, foram guiados por um agitado cortejo popular até a casa do radiotelegrafista da Aeropostale, Gilberto Nogueira Brandão. Léon Antoine e Chauchat queriam ficar hospedados em sua casa, mas o telegrafista não tinha acomodação suficiente e isto chegou até a causar um pequeno desentendimento.” A partir daí, Léon Antoine e Chauchat foram considerados hóspedes oficiais da cidade pelo então prefeito Deolindo de Oliveira Santos (aliás, tio do historiador Filhinho) e levados para o Hotel Felipe, de pau-a-pique, porém de linhas coloniais, hoje já demolido.


Hotel Felipe, em guache de João Teixeira Leite

Nas lembranças de Antoine, levado a Ubatuba 52 anos depois por Kawall, ele e Chauchat viveram uma noite memorável, regada por duas garrafas de um inesquecível vinho Sauternes, raro e caro até mesmo na França. Após o justo sono, os franceses, bem cedinho, no dia seguinte voltaram à praia, com o propósito de retirar do avião uma parte do combustível, ofertados à população, facilitando a decolagem. Antoine se lembra que chegaram com todo o tipo de vasilhame, de latas até penicos.



Depois todos, com compreensível entusiasmo, testemunharam o pequeno avião - um Latecoère - correr pela praia, até que o aparelho adquirisse velocidade suficiente para decolar. “Tomou sul, após uma suave evolução sobre a baía de Ubatuba.” A cena jamais seria esquecida, incorporou-se ao folclore local. A crônica ubatubense registra ainda dois outros casos de ruidosas descidas de aviões em suas praias, mas nada que provocasse o mesmo frisson.


Tornada pública a partir de 64 por uma série de reportagens do jornalista Ewaldo Dantas Ferreira, a inusitada visita de Saint-Exupéry passou quase imediatamente a ser pesquisada por Luiz Ernesto Kawall, que tornou-se, então, conhecedor da obra e da vida deste francês nascido em 1900 e cujo avião desapareceu sobre o Mediterrâneo no dia 31de julho de 1944, entre Grenoble e Annecy, depois de haver partido de um campo de pouso na Córsega. “Não encontrei na obra do escritor nenhuma referência ao incidente em Ubatuba; suas maiores referências ao Brasil estão contidas no capítulo 13 de Voo Noturno, onde fala sobre as montanhas ‘recortadas com nitidez no céu brilhante’, das florestas ‘sobre as quais brilham incessantemente, sem lhes dar cor, os raios do luar’ e de ‘uma lua sem desgaste: uma fonte de luz’”.

Por depoimentos, sem nenhuma imagem, especula-se sobre a presença de Saint-Exupéry em Natal, na Praia Grande, em Itaipava, em Pelotas e Porto Alegre. Mas a descida em Ubatuba tornou-se um mito tão forte que envolveu, ou foi corroborado, até por uma especialista imbatível na biografia do escritor-piloto-aventureiro, a dominicana irmã Rosa Maria. Ela ficou nacionalmente conhecida ao responder sobre Saint-Exupéry no programa O Céu É o Limite, tendo depois disso escrito um livro sobre ele. No prefácio fazia referências a pousos forçados em Santos, Praia Grande e Ubatuba. Mas, Kawall explica, irmã Rosa Maria foi das primeiras a alertá-lo de que Ubatuba tinha poucas possibilidades de ter sido pelo menos uma vez incluída em seus roteiros.



Kawall, entre muitas outras pessoas, foi ouvir em Ubatuba – onde criou o Museu do bairro do Tenório, para preservação da memória, história e paisagem da cidade – dona Isabel de Oliveira Santos, viúva do prefeito Deolindo, que considerou os acidentados franceses hóspedes oficiais. O raro vinho Sauternes servido a Antoine e seu companheiro foi possível por ser Deolindo “um comerciante que tinha em sua casa, vinhos de várias partes do mundo, especialmente franceses e portugueses, importava das casas de São Paulo e Rio...” Dona Isabel não se lembra bem dos aviadores no depoimento, tomado em agosto de 1973 (ela já faleceu), mas conta que “eles devem ter se hospedado no Hotel Felipe, que ficava defronte da nossa casa, na Rua Maria Alves e era o melhor e mais antigo de Ubatuba”.

Washington de Oliveira - "Filhinho"

A saga exuperyana foi confirmada pelo historiador e ex-prefeito Filhinho: “Quando o avião desceu houve aquele burburinho, o aparelho foi cercado pela população. Um húngaro, Júlio Kertz, tentou falar com o piloto em alemão, mas ele não entendeu”. Ele lembra que “no dia seguinte os franceses ainda passaram a pé pela frente de casa, junto à praça da Matriz, se despediram com um au revoir e foram embora. Não sei se passaram telegrama pelo correio, acho que não, pois se a própria Air France (nome da Aero-Postale de 1933 em diante) tinha estação telegráfica não precisariam disto”. Filhinho informou que não há mais registro dos livros do hotel porque seus proprietários morreram. Mas conseguiu descobrir o telegrafista Gilberto Brandão, da Air France, morando em Niterói e este confirmou numa carta “a estada de Saint-Exupéry entre nós”, embora sem conseguir precisar exatamente a data.



A “estada de Saint-Exupéry" está fartamente documentada em fotografias. Umas foram feitas pelo próprio piloto Léon Antoine e outras por um alemão (aliás, nascido na Guatemala), Herman Porcher, também já falecido, mas ouvido por Kawall. O “alemão” estava na cidade como turista e mais tarde compraria “metade da praia de Santa Rita”. “Localizei esse Porcher morando em Santo Amaro, me diziam que ele gostava de frequentar os bares do bairro e levei tempo até encontra-lo. O garçom de uma choperia me deu o telefone dele, marcamos um encontro em seu escritório de numismática – Ele trocara a fotografia pelo comércio de moedas.


Que descoberta! Porcher não só relatou o caso dos aviadores como, depois de me descrever o jantar na companhia deles, mostrou quatro fotografias batidas na manhã de sua partida. Em Ubatuba, onde se hospedava no Hotel de Idalina Graça e planejava caçadas nas matas vizinhas com alguns amigos, usando culotes, perneiras e capas sobradas da Revolução de 32, o ‘alemão’ lembrou-se de que eram por volta de cinco horas e já começava a escurecer quando o avião desceu na praia. Falou com os tripulantes em francês, ouviu deles que vinham de Natal, fazendo várias escalas e levando malas postais até Santos”.

– Quando os franceses pediram vinho o prefeito foi buscar. O mais alto ao ver a garrafa exclamou: "Mas onde o senhor arranjou isto? Na França este vinho custa um dinheirão!” Conversamos sobre aviões e a linha aérea francesa para a América do Sul e também sobre os voos do Zeppelin, que eu tinha fotografado em São Paulo naquele mesmo ano. Depois do jantar fomos ver o avião na praia, um caiçara entrara na cabine e estava divertindo-se. “Cuidado, João, o avião pode levantar voo”, alguém gritou, e ele saiu correndo de medo.


Jornalista Luiz Ernesto Kawall coletando informações.

Porcher contou também que, “por volta de 50 e poucos, quando Saint-Exupéry começou a ficar falado e famoso, eu soube que aquele homem alto e gentil que descera em Ubatuba era ele”. O fotógrafo morreu antes de desfeito o equívoco. Mas com as fotos na mão, Kawall foi em frente. Uma das primeiras pessoas que procurou foi a dominicana Rosa Maria, que não pode dizer com certeza se nas fotos estava ou não seu amado Saint-Exupéry. Talvez no lugar do escritor piloto estivesse outra celebridade, o grande pioneiro da aviação e grande herói Jean Mermoz, que também pilotara para a Generale Aero-Postale. Kawall tentou Joseph Halfin, da Air France, e escreveu cartas para a França, mas nada de levantar com certeza a identidade dos franceses que pernoitaram em Ubatuba. 

Jean Mermoz

A verdade começou a aparecer em setembro do ano passado (1985), quando se comemorava a travessia do Atlântico por Mermoz e a TV Globo entrevistou o jornalista francês Jean-Gérard Fleury, correspondente da revista Le Point. Ao vê-lo falar sobre o heroísmo pioneiro de Mermoz, Kawall intuiu que poderia ter dele um esclarecimento definitivo. Tinha razão. Fleury, que foi amigo de Saint-Exupéry, imediatamente se interessou pelo assunto, a partir de uma conversa telefônica. Viajou para a França e lá recebeu uma carta do jornalista brasileiro, com várias perguntas. Entre as respostas, a de que “as fotos enviadas não são de Saint-Exupéry” e “Saint-Exupéry nunca teve acidente no Brasil”. E completava: “Achando muito simpática sua pesquisa sobre um episódio acontecido em Ubatuba, tenho grande prazer em completar as informações solicitadas. O avião que pousou naquela cidade em 1933 era pilotado pelo veterano comandante Léon Antoine, acompanhado pelo radiotelegrafista Chauchat. Hoje ainda Antoine se lembra da triunfal acolhida tanto pelo prefeito como pelo povo da cidade e evoca sempre com emoção um vinho Sauternes de admirável paladar, assim como suas conversas com o prefeito e um cidadão alemão que falava francês. Quando lembrei a Antoine este episódio ele se comoveu e falou de sua grande vontade de rever o lugar do acidente e as pessoas que lhe prestaram tão fraternal assistência”.



A pesquisa estava terminada, ou quase. Luiz Ernesto Kawall decidiu então que tudo só ficaria completo depois de um encontro com o próprio Léon Antoine, sobre quem Fleury informara estar vivendo no Brasil desde que se aposentara na Air France. Antoine, casado, pela segunda vez, com Célia Regina, uma bela negra brasileira, de fato mora num sítio em Barão de Javari, no interior fluminense. Aos 84 anos, pai de dois filhos, tem cinco netos e dois bisnetos. Adora o Brasil e permanece um admirador de bons vinhos. Reconheceu imediatamente as fotografias feitas em Ubatuba do seu avião Late 26. Já pilotou todos os tipos de avião, do primitivo Brequet-14 até o Super G Constellation. Seu relato sobre o episódio:

Nossa próxima parada seria Praia Grande, mas na altura de Ubatuba a cerração impediu o voo visual. Nós nos guiávamos por carta da Marinha do Brasil, sempre observando os faróis e os homens da empresa acendiam fogueiras nos pousos de Praia Grande, Florianópolis e Pelotas para nos orientar. Com a cerração fechando o visual, baixamos um pouco e avistamos a torre da igreja de Ubatuba. Fizemos um voo em círculo, escolhemos uma praia onde a vegetação era rala e decidimos descer. Fomos imediatamente cercados pelo povo, alguns nos olhávamos como se fôssemos extraterrestres.

Sr. Lindolfo, último a direita, de chapéu e paletó branco, observa o avião, em 1933.
 Em 1985, sr Lindolfo aponta o local do pouso.

Antoine, entre muitas lembranças, conta que na hora da partida o dono do Hotel Felipe lhes ofereceu a compra do estabelecimento, “por seis mil contos, em moeda da época. Deve ter sido por causa do meu nome, Léon Antoine, que mais tarde se passou a acreditar que Saint Exupéry teria dormido na cidade. Eu era mesmo parecido com ele. Não apenas nas feições, mas também pela altura. Só que ele andava mais curvado do que eu. Além disso, Saint-Exupéry nunca fez regularmente a linha para a América do Sul, mas como passou dois anos em Buenos Aires certamente andou por aqui. Não foi meu amigo íntimo, mas eu o conheci bem, era um pouco do mundo da lua...” O piloto falou a Kawall de sua vontade de rever Ubatuba.

Luiz Ernesto Kawall, Léon Antoine e Célia Regina.

O capítulo final dessa história que remete a memória aos tempos da aviação, à lembrança de homens como Saint-Exupéry, Mermoz, Guillaumet e Dumesnil, foi encerrada a algumas semanas: Léon Antoine, após 52 anos, retornando a Ubatuba. Revendo os mesmos cenários hoje muito mudados, impossibilitado de hospedar-se no colonial Hotel Felipe, que não existe mais, para abrigar-se sob as sofisticadas quatro estrelas do Palace Hotel. As testemunhas da época são também poucas. Mas lá estava ainda Filhinho, o historiador, farmacêutico, ex-prefeito. O homem que ajudara cimentar um mito e que assistia à definitiva destruição do seu atraente mistério. Ubatuba, cujas areias receberam escritos de Anchieta, cujos índios foram introduzidos pelo padre Nóbrega aos rudimentos do que o Ocidente chama de civilização, cujas paisagens extasiaram o alemão Hans Staden, teria de abrir mão de sua mais palpitante história contemporânea: o Pequeno Príncipe jamais passou uma noite no Hotel Felipe.

Edição de textos e fotos após consulta a Luiz Ernesto Kawall, em julho de 2015, a partir de reportagem de Edmar Pereira, publicada no Jornal da Tarde em 11/1/1986.

Fonte: Doc-LEK

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sábado, 20 de agosto de 2022

KC-390 Millennium

KC-390 da FAB faz primeira missão de reabastecimento em voo
A aeronave Multimissão KC-390 Millennium, matrícula FAB 2857, decolou, no dia 09 de agosto de 2022, para realizar a primeira missão de reabastecimento em voo (REVO) do KC-390 na Força Aérea Brasileira (FAB). As tripulações das aeronaves envolvidas foram compostas por instrutores da Empresa Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER), militares do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) - Esquadrão Zeus, do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT) - Esquadrão Gordo e pelo Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1° GAVCA). O exercício operacional de reabastecimento em voo foi realizado no Rio de Janeiro (RJ).

Reabastecimento em voo
O reabastecimento em voo é o processo de transferir combustível de uma aeronave para outra durante o voo, e permite que a aeronave recebedora permaneça em missão por mais tempo, estendendo sua autonomia e alcance. O KC-390 consegue transferir até 25 toneladas de combustível para outras aeronaves, com uma razão mínima de, aproximadamente, 800 litros por minuto. Para o primeiro treinamento, duas aeronaves F-5 do GAVCA, que decolaram da Base Aérea de Santa Cruz (BASC), receberam um total de 2.900 kg de combustível e retornaram para sua respectiva Base. Cumprindo todos os objetivos traçados na atividade, após uma semana de treinamentos, a aeronave KC-390 e seus tripulantes tornaram-se capazes de realizar missões de REVO, deixando a FAB pronta para atender as mais diversas demandas estratégicas. Conforme o Comandante da Base Aérea de Anápolis (BAAN) e Diretor do Exercício, Coronel Aviador Renato Leal Leite, a atividade, de cunho contratual, foi realizada em cumprimento ao treinamento tático previsto no OPFM (Operational Familiarization). “Demos mais um passo no processo de preparo de nossas tripulações da aeronave Multimissão KC390 Millenium. A capacidade de realizar reabastecimento em voo em um país de dimensões continentais como o Brasil é essencial em um Teatro de Operações moderno e nos deixa mais próximos da excelência Operacional almejada”, destacou.

Fonte: FAB

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sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Aeroportos

Congonhas e mais 14 aeroportos foram privatizados
A Aena arrematou, ontem, 18 de agosto de 2022, o bloco mais esperado do leilão da sétima rodada do programa de concessões aeroportuárias, que incluiu entre os ativos o Aeroporto de Congonhas, localizado na zona sul da capital paulista, o segundo mais movimentado do país. A Aena já detém a concessão de seis aeroportos na Região Nordeste, entre o quais, os de Maceió e do Recife. A concessão é por 30 anos.

Bloco SP-MS-PA-MG
A empresa espanhola adquiriu todo o bloco SP-MS-PA-MG, que, além de Congonhas, inclui os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul; Santarém, Marabá, Parauapebas e Altamira, no Pará; e Uberlândia, Uberaba e Montes Claros, em Minas Gerais. O valor oferecido foi R$ 2,45 bilhões, o que significou ágio de 231,02% sobre o valor de referência estabelecido em edital. Não houve concorrência no leilão deste bloco, pelo qual apenas a Aena fez proposta. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o programa de concessão aeroportuária do Brasil já havia repassado à iniciativa privada 77,5% do tráfego nacional entre os anos de 2011 e 2021. Com a sétima rodada, esse percentual deve atingir agora 91,6% de passageiros atendidos em aeroportos concedidos no país.

Marte e Jacarepaguá
Mais dois outros blocos foram leiloados, dia 18 de agosto de 2022, na B3, a bolsa de valores de São Paulo. O Bloco Aviação Geral, formado pelos aeroportos de Campo de Marte, em São Paulo, e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, foi adquirido pela XP Infra IV FIP em Infraestrutura, que ofereceu R$ 141,4 milhões, ágio de 0,01%. Também não houve concorrência nesse bloco.

Bloco Norte II
O Bloco Norte II, integrado pelos aeroportos das capitais do Pará, Belém, e do Amapá, Macapá, foi o único que teve concorrência, sendo disputado em muitos lances de viva voz pelo Consórcio Novo Norte Aeroportos e pela Vinci Airports. Esse bloco acabou sendo vencido pelo Consórcio Novo Norte, que ofereceu a proposta de R$ 125 milhões, o que representou ágio de 119,78%. Segundo a Anac, os 15 aeroportos que foram leiloados, dia 18 de agosto de 2022, respondem por 15,8% do total do tráfego de passageiros no Brasil, o que equivale a mais de 30 milhões de viajantes por ano.

Fonte: Agência Brasil, em 18/08/2022

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quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Transporte Aéreo

Anvisa aprova fim da obrigatoriedade de máscaras em voos
Depois de mais de dois anos, as máscaras deixarão de ser exigidas nos aviões e nos aeroportos. Por unanimidade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, dia 17 de agosto de 2022, o fim da exigência do equipamento de proteção em voos no Brasil.

Recomendação
Apesar do fim da obrigatoriedade, as máscaras faciais e o distanciamento social continuarão a ser recomendados como medidas para minimizar o risco de transmissão da covid-19. Mesmo com o fim da obrigatoriedade das máscaras, uma série de protocolos em vigor desde o início da pandemia de covid-19 foi mantida. Os aeroportos e as companhias aéreas continuarão a cumprir as seguintes medidas: disponibilização de álcool em gel; avisos sonoros com adaptações, recomendando o uso de máscaras, especialmente por pessoas vulneráveis; procedimentos de limpeza e desinfecção contínuas; sistemas de climatização; e, desembarque por fileiras.

Outros países
A máscara nos terminais aéreos e nos aviões deixou de ser exigida em diversos países, como os Estados Unidos, a França, o Reino Unido e Portugal. As medidas entram em vigor com a publicação no Diário Oficial da União.

Fonte: Agência Brasil, em 17/08/2022

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quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Bicentenário da Independência

FAB trará coração de D. Pedro I de Portugal para o Brasil
Às vésperas do bicentenário da Independência do Brasil, o coração de D. Pedro I será transportado de Portugal ao Brasil nas asas da Força Aérea Brasileira (FAB). O translado da relíquia foi uma das pautas da reunião que aconteceu, dia 12 de agosto de 2022, no prédio do Comando da Aeronáutica, em Brasília (DF), entre o Comandante da FAB, Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, e o Ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França. Segundo o Ministro Carlos França, é a primeira vez, em 187 anos, que o coração de D. Pedro I deixa a cidade do Porto para uma solenidade no Brasil. “É de grande significado que o país receba o coração do seu libertador. É uma relíquia que ficará exposta, com visitação pública, no Palácio do Itamaraty, de 23 de agosto a 8 de setembro”, explicou. 

Simbólico
Ainda de acordo com o Ministro das Relações Exteriores, o transporte do órgão está sendo planejado com muito cuidado e terá todo o apoio da Força Aérea Brasileira. “Se não fosse isso, não conseguiríamos trazê-lo em um voo comercial ou em um voo fretado. E isso é muito simbólico”, pontuou. O Embaixador informou também que a relíquia será recebida com Honras de Chefes de Estado em Brasília (DF). “E será um elemento catalizador muito relevante para as celebrações do bicentenário da Independência”, completou. Já o Tenente-Brigadeiro Baptista Junior acrescentou que o encontro foi de grande importância para reforçar a relação entre a FAB e o MRE. “Foi tratado, especialmente, sobre a chegada do coração de Dom Pedro I, relíquia que chegará de Portugal, no dia 22 de agosto, em um avião da FAB, após quase dois séculos. Além disso, o Ministro veio aqui externar o reconhecimento do MRE com relação ao apoio que a Força Aérea dá nas missões humanitárias e em todos os eventos solicitados”, frisou.

Fonte: FAB

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terça-feira, 16 de agosto de 2022

Paraquedismo

Militares das três forças concluem estágio de salto livre
O Centro de Instrução Pára-quedista General Penha Brasil, no Rio de Janeiro, realizou a solenidade de brevetação dos militares concluintes do segundo turno de 2022 do Estágio de Salto Livre, no dia 8 de agosto de 2022. A formatura foi presidida pelo Comandante da Brigada de Infantaria Paraquedista, o General de Brigada Adriano Fructuoso da Costa.

Concluintes
Concluíram o curso 24 militares, sendo 11 oficiais do Exército e um da Força Aérea, 12 sargentos, sendo nove do Exército Brasileiro, dois da Marinha do Brasil e um da Força Aérea Brasileira. A Terceiro-Sargento Gabriela Melo da Silva, do Exército, tornou-se a primeira mulher a se formar como saltadora livre da Especialidade DoMPSa.

Salto operacional
Durante o estágio, o saltador livre aplica as técnicas de utilização dos paraquedas, instrumentos e equipamentos no salto livre militar, técnicas de queda livre e controle de paraquedas, além de realizar o salto livre operacional. Após realizarem o salto livre armado e equipado, os alunos estarão em condições de prosseguir no adestramento em suas Unidades Paraquedistas de origem.

Fonte: EB

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segunda-feira, 15 de agosto de 2022

FAB em Destaque

As últimas notícias da FAB em resenha eletrônica
A edição da revista eletrônica FAB EM DESTAQUE, de 12 de agosto de 2022, traz as principais notícias da Força Aérea Brasileira (FAB), no período de 05 a 11 de agosto. Entre elas, o resgate de um tripulante em navio na costa cearense, o intercâmbio entre a FAB e a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) e, ainda, a homenagem a Santos-Dumont realizada pelo Museu Aeroespacial (MUSAL). Também confere-se a homenagem da FAB ao Dia dos Pais.

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