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Voar é um desejo que começa em criança!

sábado, 5 de outubro de 2024

FAB em Destaque

Revista eletrônica da FAB com as notícias de 27/09 a 03/10
O FAB em Destaque desta semana apresenta as principais notícias da Força Aérea Brasileira (FAB) no período de 27 de setembro a 03 de outubro. Entre os destaques, está o centésimo voo do KC-390 Millennium em apoio à Operação Pantanal II e o lançamento de mais de 100 mil litros de água na Operação Tucumã, reforçando o combate aos incêndios florestais. A edição também traz a celebração do Dia Nacional da Doação de Órgãos, com destaque para o episódio especial do FABCast sobre o tema. Além disso, você vai ver como foi a partida do KC-30 da FAB em missão de repatriação para Beirute, no Líbano, e o tradicional Mês da Asa, que foi iniciado com cerimônias religiosas na capital federal. O programa ainda apresenta os principais destaques das redes sociais da FAB em setembro.

Fonte: FAB

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sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Portões Abertos

Domingo Aéreo do PAMA-SP recebeu mais de 211 mil visitantes
O Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP) realizou, no dia 29/09, um dos eventos mais aguardados pela população paulistana: o Domingo Aéreo. Também conhecido como "Portões Abertos", o evento da Força Aérea Brasileira (FAB) tem como objetivo aproximar a Instituição da sociedade, proporcionando aos visitantes a oportunidade de conhecer o trabalho desenvolvido pelas Organizações Militares do Comando da Aeronáutica (COMAER).
Realizado em São Paulo (SP) desde 1988, o Domingo Aéreo é uma tradição que atrai milhares de entusiastas da aviação. Na edição de 2024, o evento alcançou um marco histórico, com a presença de cerca de 211 mil visitantes, estabelecendo um recorde de público. “É uma imensa satisfação fazer parte dessa grande celebração. Estar próximo da sociedade, mostrando o trabalho dos nossos militares e os valores da Força Aérea é extremamente gratificante. Deixo aqui meu reconhecimento ao efetivo do Parque, pela dedicação e engajamento para garantir que tudo ocorra da melhor forma para o público”, destacou o Diretor do PAMA-SP, Coronel Aviador Marcelo Rodrigues dos Reis Pontes.
O evento contou com apresentações da Banda de Música da Base Aérea de São Paulo (BASP) e da Aviação de Caça, representada pela aeronave F-5EM, que decolou do Aeroporto Internacional de Guarulhos e fez passagens pelo Campo de Marte, emocionando o público. Houve também a exibição do T-25 Universal, do Esquadrão Apolo da Academia da Força Aérea (AFA), do helicóptero H-50 Esquilo da FAB, e a apresentação do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), mais conhecido como Esquadrilha da Fumaça, que proporcionou um verdadeiro espetáculo.
Além das apresentações aéreas, o evento contou com a exposição de aeronaves e outras atrações. 

Inclusão
Seguindo o sucesso de 2023, nesta edição foi novamente preparado um espaço especial para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), com o apoio de pedagogas do Instituto de Logística da Aeronáutica (ILA). Aproximadamente 300 crianças foram atendidas nesse espaço, pensado para oferecer cuidado e conforto.

Fotos: Cabo M. Lima e Soldados Petronilho e Jonathan Santos / PAMA-SP

Fonte: PAMA-SP, por Tenente Tatiana Quadros

Edição: Agência Força Aérea, por Tenente Scarlet

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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Operação Raízes do Cedro

KC-30 da FAB decola para Beirute em missão de repatriação
Na madrugada de quarta-feira (02/10), a Força Aérea Brasileira (FAB) deu início à Operação “Raízes do Cedro” com a decolagem de uma aeronave KC-30 da Base Aérea do Galeão (BAGL), no Rio de Janeiro. O voo partiu às 00h47 (horário de Brasília) com destino a Beirute, no Líbano, e uma escala em Lisboa, Portugal. A viagem do Brasil até Lisboa teve duração de 9 horas e 20 minutos, e a aeronave pousou na capital portuguesa às 14h10 (horário local), cumprindo rigorosamente o cronograma da missão. O retorno do KC-30 ao Brasil dependerá de coordenações e protocolos adicionais, que serão estabelecidos conforme o desenvolvimento da operação. A FAB continua em alerta para assegurar a eficácia das ações em andamento.

KC-30
Capacidade e Versatilidade
Com a aquisição dos Airbus A330-200, a FAB ampliou significativamente sua capacidade em diversas operações estratégicas, incluindo reabastecimento em voo, apoio logístico e missões humanitárias, tanto nacionais quanto internacionais. Em casos de calamidade pública, como desastres naturais ou emergências médicas, a aeronave também pode realizar missões de Evacuação Aeromédica (EVAM) para atender a múltiplos pacientes. O KC-30, com 59 metros de comprimento, é a maior aeronave operada pela Força Aérea Brasileira, com capacidade para transportar até 238 passageiros e 45 toneladas de carga, além de um alcance de 14,5 mil quilômetros. A incorporação dessa aeronave ao Esquadrão Corsário representa um incremento significativo na eficiência operacional da FAB, reforçando a defesa do país e o apoio ao desenvolvimento nacional.

Fonte: FAB

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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Sentando a Pua!

Histórias de Veteranos da Força Expedicionária Brasileira
Na última segunda-feira, 30/09/2024, mais uma vez o Sentando a Pua! proporcionou uma conversa emocionante com descendentes de veteranos da FEB - Força Expedicionária Brasileira. Descobrimos as incríveis histórias de heróis brasileiros, excelente oportunidade de se inspirar e aprender mais sobre o passado! É neste sentido que o NINJA - Núcleo Infantojuvenil de Aviação estimula o contato de jovens com conteúdos assim. O Brasil, um país com uma história tão rica, composta por tanta gente comprometida com a nação, precisa despertar para a necessidade urgente de levar às crianças e jovens temas que estimulem o crescimento interior, à reflexão, aos estudos, ao imprescindível respeito ao próximo, aos mais elevados padrões de civilidade. Confira tudo isso presente em mais este vídeo do Sentando a Pua! site que desde 2000 vem difundindo na internet a história do Brasil na Segunda Guerra Mundial.


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terça-feira, 1 de outubro de 2024

Efemérides Aeronáuticas - Outubro

Estimulando o estudo e a pesquisa, o Blog do Ninja reproduz as datas marcantes do mês de outubro, originalmente apresentadas na página do INCAER - Instituto Histórico Cultural da Aeronáutica.


Efemérides Aeronáuticas - Outubro

1709
Foi realizada a quarta experiência pública por Bartolomeu de Gusmão, desta vez sem a presença de D. João V e seus fidalgos, atingindo o balão grande altura, e descendo em seguida sem problemas. (03 de outubro)

1853
Nasceu em Campos/RJ, José Carlos do Patrocínio, que viria a construir no Rio de Janeiro, um dirigível com o nome de “Santa Cruz”. (09 de outubro)

1866
O Ministro da Guerra, Conselheiro João Lustosa da Cunha Paranaguá, determinou ao Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro para que fosse construído um balão (“o aeróstato Doyen”, confeccionado sob orientação de um francês chamado Louis Desiré Doyen), por solicitação do Marquês de Caxias, a fim de ser utilizado como balão de observação na busca de informações no Teatro de Operações da Guerra da Tríplice Aliança. (21 de outubro)

1881
Foi outorgada pela França, a patente de invenção a Júlio César pelo projeto do seu balão, tendo sido registrado no Conservatoire National des Arts et Métiers (Patente nº 145.51). (25 de outubro)

A Societé Francaise de Navigation Aérienne, com sede em Paris, promoveu uma sessão especial para ouvir a leitura, por Júlio César, de sua “Memória sobre um sistema de navegação aérea”.(27 de outubro) 

Data da concessão de registro da patente pela Alemanha, a Júlio César. (29 de outubro)

1885
Na sessão do Instituto Politécnico, com a presença de D. Pedro II, o Barão de Tefé discorreu durante uma hora e meia sobre o histórico do Balão de Júlio César. (23 de outubro)

1887
Faleceu em Belém/PA, aos 44 anos de idade, Júlio César Ribeiro. (14 de outubro)

1898
A revista “L'Illustration”, de Paris, depois de descrever o dirigível “Nº 1” e de reconhecer a importância das experiências realizadas por Santos Dumont, reconheceu que “é a primeira vez que esse tipo de motor (a petróleo) é aplicado em aerostatos”.(1º de outubro)

Santos Dumont, com o seu balão “Brasil”, participou da primeira festividade do Aeroclube da França, que reuniu três balões. (23 de outubro) 

Santos Dumont executou uma ascensão com um balão livre. O voo, de quatro horas, iniciou-se em Paris e terminou em Vicarnes, próximo a Chantily. (25 de outubro)

1901
Augusto Severo chegou à França, procedente do Rio de Janeiro, com o projeto de construção do seu segundo balão dirigível, o “Pax”, passando a residir à Rua Galileu 63, Paris. (05 de outubro)

A construção do balão foi encomendada à Casa Lachambre, especializada nesse tipo de trabalho, e os motores, à Firma Buchet. Santos Dumont voou novamente com o “Nº 6” sobre o prado de corridas de Longchamps e, em seguida, pousou em frente ao restaurante “La Cascate”, no Bois de Boulogne, a fim de tomar chá com os amigos. Nesse voo, ele teve problemas com os cabos de comando do leme de direção. (10 de outubro)

Santos Dumont voltou a voar no “Nº 6” e, nessa experiência, rompeu-se o cabo de comando do leme de direção por duas vezes, fato comentado pelo “The Evening Sun”. (11 de outubro)

Santos Dumont conquistou o “Prêmio Deutsch de La Meurthe” com o seu balão dirigível “Nº 6”, tendo percorrido em menos de 30 minutos o itinerário preestabelecido que incluía a circunavegação da Torre Eiffel.(19 de outubro)

1903
Santos Dumont realizou a primeira experiência, em Paris, com o seu balão dirigível “Nº 10”, o maior por ele construído e destinado ao transporte de passageiros, daí ser conhecido como “ônibus”. (19 de outubro)

1906
No Campo de Bagatelle, em Paris, Santos Dumont nos comandos do seu avião “14 BIS”, após uma corrida no solo de cerca de 200 metros, conseguiu deslocar-se em pleno espaço a uma altura calculada de 2 a 3 metros, voando cerca de 60 metros de distância. (23 de outubro)

Foi o primeiro voo, no mundo, com um aparelho mais pesado que o ar, o avião, utilizando-se tão somente os recursos do próprio aparelho. Por este fato, em 23 de outubro é comemorado o Dia do Aviador e o Dia da Força Aérea Brasileira. O jornal “L'Aérophile” noticiou que “ o dia 23 de outubro de 1906, tornar-se-á uma data memorável. Nesse dia, às 16:45horas, Santos Dumont a bordo do seu aeroplano 14 BIS, impulsionado por um motor Antoinette de 50 HP, levantou-se do solo e percorreu em pleno voo uma distância superior de 50 metros e inferior a 100 metros. (mês de outubro)

1909
Foi realizado em Frankfurt, Alemanha, um voo a bordo do dirigível militar do tipo Parseval por um grupo de oficiais do Exército Brasileiro que contava com a presença do Major Affonso Barouin, o Capitão Leite de Castro, o Tenente Mario Hermes da Fonseca e o Tenente Cruz. (10 de outubro)

1911
Foi fundado, no Rio de Janeiro, o Aeroclube Brasileiro numa reunião realizada na redação do jornal “A Noite”, na época localizado no Largo da Carioca e dirigido pelo jornalista Irineu Marinho. (14 de outubro)

1912
O Tenente Ricardo João Kirk foi brevetado na Escola de Aviação de Étampes, na França. Foi, portanto, o primeiro Oficial do Exército Brasileiro a aprender a pilotar aviões. (22 de outubro)

1913
Foi inaugurado em Saint Cloud, em Paris, sob a égide do Aeroclube da França, o monumento a Alberto Santos Dumont, conhecido como o “Ícaro de Saint Cloud”. (19 de outubro)

1914
Foram iniciadas as obras de construção de três hangares e pista de pouso na localidade de Porto União, como base de operações para a Campanha do Contestado. Os hangares abrigavam os três aviões do tipo Morane-Saulnier, batizado como “General Setembrino”, “Iguaçu” e “Guarany”. (mês de outubro)

Ficou pronto o avião “Alvear”, projeto do inventor carioca João d'Alvear. (mês de outubro)

1916
O “Jornal do Comércio”, do Rio de Janeiro, noticiou a ideia da construção de uma fábrica de hélices para aviões, iniciativa do industrial português Joaquim Pedro Domingues da Silva, o qual era membro da Diretoria do Aeroclube Brasileiro. O referido empresário chegou a construir “algumas hélices experimentais de boa qualidade”. (14 de outubro)

1917
Durante a Primeira Guerra Mundial, os navios brasileiros "Tijuca", "Macau", "Tupi", "Acari" e "Guaíba", foram torpedeados pelo submarino alemão. Tal ato levou o Brasil a declarar guerra. (26 de outubro)

Por iniciativa dos deputados Augusto de Lima e Coelho Neto, foi criado o “Serviço de Defesa das Costas e Fronteiras do Brasil por meio de Engenhos Aéreos”, tendo a Câmara votado um crédito especial de 500 contos de réis para implantação do mencionado Serviço. (27 de outubro)

O principal objetivo do novo órgão era “o patrulhamento aéreo, visando a repelir ataques de submarinos alemães aos navios brasileiros em águas nacionais”.

1918
Foi dada a primeira concessão para o serviço de transporte aéreo no Brasil. O Governo do Presidente Wenceslau Braz Pereira Gomes concedeu permissão ao engenheiro João Teixeira Soares e Antônio Rossi para organizarem o serviço de transporte aéreo ligando as principais cidades do país. (23 de outubro)

1919
Foi realizada a Convenção de Paris (Versalhes), onde foram assentados os alicerçes da Aviação Civil, pelos representantes de treze potências aliadas,entre as quais figurou o Brasil. (13 de outubro)

Na mesma Convenção, foi criada a Comissão Internacional de Navegação Aérea - CINA, colocada sob a autoridade da Sociedade das Nações. Foi realizado o reide Ilha das Enxadas-Santos/SP, com o hidroavião Curtiss HS-2L, Nº 13, pilotado pelo Ten Virginius Brito de Lamare, auxiliado pelo Ten Fileto Ferreira da Silva Santos e tendo como passageiro o Deputado César Vergueiro. (17 de outubro)

O voo teve a duração de 04 horas e 20 minutos e a missão principal, a de estabelecer a primeira rota aérea para uma futura base naval de aviação a ser construída naquela cidade.

1920
O aviador norte americano Orthon William Hoover inaugurou em Indianápolis/SP, uma Escola de Aviação. (mês de outubro)

1922
O 1º Ten Raymundo Vasconcelos de Aboim, da Aviação Naval, foi matriculado no College of Science and Technology of London, a fim de cursar Engenharia Aeronáutica. (05 de outubro)

O Governo Brasileiro ofereceu aos aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, um prêmio no valor de 50 contos de réis (Decreto 4.596). (18 de outubro)

Foi lançada a pedra fundamental do Centro de Aviação Naval de Santos, em terrenos localizados em Bocaina, doados à União pelo Presidente de São Paulo, Washington Luiz, que esteve presente prestigiando a concorrida cerimônia. (22 de outubro)

Posteriormente, devido ao sítio Conceiçãozinha ter sido considerado um local impróprio para a construção do Centro, foi efetuada a primeira desapropriação no bairro da Bocaina, na Ilha de Santo Amaro (Decreto 16.062, de 06 de junho de 1923). A denominação de Base Aérea de Santos só se tornaria corrente após 1930.

1924
O Destacamento de Aviação (Esquadrilha de Aperfeiçoamento e a Cia de Parque de Aviação), deixou o Campo dos Afonsos para participar de outras operações no interior dos Estados de São Paulo e Paraná, ainda em consequência da revolução de 05 de julho. (mês de outubro)

1925
A Companhia Brasileira de Empreendimentos Aeronáuticos foi autorizada a explorar o tráfego aéreo no território nacional, através do Decreto 17.055. No entanto, essa empresa não pôde iniciar suas operações, por não ter sido a autorização governamental aprovada pelo Tribunal de Contas, conforme exigência constante no decreto acima. (1º de outubro)

Foram aprovadas as instruções para a organização do Serviço de Superintendência e Fiscalização da Navegação Aérea (Portaria s/nº do Ministério da Viação e Obras Públicas). (06 de outubro)

Foi fundado o Aeroclube do Pará, com sede em Belém. (27 de outubro)

1926
Otto Ernst Meyer-Labastille deu entrada, no Palácio do Governo, em Porto Alegre/RS, a um pedido de isenção de imposto estadual pelo prazo de 15 anos, para sua futura empresa, a qual passaria a ser conhecida mundialmente, como VARIG – Viação Aérea Rio Grandense. (06 de outubro)

Decolou de Gênova, na Itália, o hidroavião “Jahú”, de propriedade do aviador civil paulista João Ribeiro de Barros, para realizar o reide aéreo Gênova-Santos. (18 de outubro)

O ex-piloto da Força Aérea Alemã (depois naturalizado brasileiro), Otto Ernst Meyer-Labastille, conseguiu do Governo do Estado do Rio Grande do Sul uma isenção de impostos estaduais para a empresa que ele pretendia construir. (30 de outubro)

Representantes credenciados de 21 países, reunidos na capital da Espanha, reconheceram Bartolomeu Lourenço de Gusmão como “o precursor da aeronáutica”, consagrando-o numa placa que foi depositada, por eles próprios, na nave da Igreja de San Roman, em Toledo. (31 de outubro)

Assumiu o cargo de Diretor Técnico da Escola de Aviação Militar, o Ten Cel Henri Jauneaud (francês). (mês de outubro)

1927
O 1º Ten Carlos Saldanha da Gama Chevalier, da Aviação Militar, realizou o primeiro salto de paraquedas sobre o Campo dos Afonsos. Para esse salto, foi utilizado um avião Breguet 14, pilotado pelo 1º Ten Aroldo Borges Leitão, tendo observado o Capitão Átila Silveira de Oliveira. (1º de outubro) 

Pousaram no Campo de Parnamirim os aviadores franceses Dieudonné Costes (piloto e hábil navegador) e Joseph Marie Le Brix (Tenente da Marinha), os quais estavam realizando uma viagem ao redor do mundo. (17 de outubro)

Ocorreu grave acidente no Campo dos Afonsos: o avião Breguet 14, Nº 1856, da Escola de Aviação Militar, tendo a bordo o Capitão Átila Silveira de Oliveira e os Tenentes Salustiano Franklin da Silva e Tomaz Menna Barreto Monclaro, precipitou-se ao solo e explodiu, matando seus tripulantes. (17 de outubro)

1928
Foi promulgado o “Acordo sobre Transportes Aéreos entre o Brasil e o Chile”, firmado no Rio de Janeiro em 04 de julho de 1947 (Decreto nº 31.536). (03 de outubro)

“O Jornal”, do Rio de Janeiro, publicou um longo artigo do Major Lysias Augusto Rodrigues, da Aviação Militar, com o título: “Uma premente necessidade – o Ministério do Ar”. (07 de outubro) Foi o primeiro propagandista, pela imprensa, da ideia da criação, no Brasil, do Ministério do Ar, “atualmente a maior aspiração de todos os pilotos militares, navais e civis de nossa terra”.

Foi criada a Comissão de Construção da Escola de Aeronáutica em Pirassununga (Decreto nº 31.671). (29 de outubro)

1931
Foi criado o Corpo de Aviação da Marinha “para atender às necessidades da Esquadra e à Defesa Aérea do Litoral”. Foi ainda criado o Quadro de Aviadores Navais, sendo o efetivo inicial fixado em 81 Oficiais (Decreto 20.479).

O Corpo de Aviação ficou assim estruturado:

- 1ª Flotilha de Aviões de Esclarecimento e Bombardeio (sede: Centro de Aviação Naval do Rio de Janeiro )
- 18 aviões Fairey Gordon;

- 1ª Flotilha de Aviões de Observação (sede: Centro de Aviação Naval do Rio de Janeiro e parte do Centro de Santa Catarina)
– 12 aviões Vought Corsair;

-1ª Flotilha de Aviões de Bombardeio e Patrulha
– 2 aviões Martin PM e 5 aviões Savoia-Marchetti (pertencentes à Força Aérea da Esquadra);

Divisão de Aviões de Combate
– 8 aviões de caça Boeing 256;

Divisão de Aviões de Treinamento
– 8 aviões Waco CSO. (02 de outubro)

Inauguração da linha Rio de Janeiro – Goiás, do Correio Aéreo Militar – CAM. (12 de outubro)  Decolou do Campo dos Afonsos o avião Curtiss Nº K-272, tripulado pelos Tenentes Joelmir Campos de Araripe Macedo e Nelson Freire Lavenère-Wanderley, inaugurando a linha Rio – Goiás, do Correio Aéreo Militar, com as seguintes etapas: Rio-São Paulo-Ribeirão Preto-Uberaba-Uberlândia-Araguari-Leopoldo Bulhões-Goiás. O pouso final ocorreu em 21 do mesmo mês.

Foi fixado o prazo de dois anos para que “as aeronaves nacionais fossem tripuladas com aeronautas brasileiros” (portaria s/nº, do MVOP). (31 de outubro)

1933
Chegou ao Rio de Janeiro, procedente de Recife, o dirigível alemão LZ-127, o conhecido Graf Zeppelin, conduzindo como passageiro, o Presidente Getúlio Vargas. (05 de outubro)

No Campo dos Afonsos foi realizada uma grande parada militar e um desfile aéreo em homenagem ao Gen Agustin Justo, Presidente da Argentina, em visita ao Brasil. O Cel Newton Braga, Comandante do 1º Regimento de Aviação, liderou o desfile da Aviação Militar. (09 de outubro)

1934
Pelo Parque Central de Aviação foi construído o planador “Brasil nº 01”, invenção do Cabo-Artífice da Aviação Militar, Norival Anastácio Alves. (mês de outubro)

1935
O periódico “Asas” iniciou a publicação de uma série de artigos de autoria do Ten Cel Lysias Augusto Rodrigues, da Aviação Militar, a respeito da “Evolução da Aeronáutica Nacional”,enfatizando a criação de um “Ministério do Ar”, organização de bases aéreas e organização da Força Aérea (reunindo a Força Aérea de Batalha e a Frota Aérea de Cooperação). (1º de outubro)

O Serviço de Saúde da Aviação Militar passou a reger-se por um regulamento próprio (Decreto 361). (03 de outubro)

Ocorreu o primeiro voo, no Campo dos Afonsos, do biplano Muniz M-7, projeto de Antônio Guedes Muniz, com o Cap Geraldo Guia de Aquino e o próprio Muniz aos comandos do avião, o qual recebeu rapidamente sua homologação, em razão de suas satisfatórias qualidades de voo. Para a fabricação em série dessas aeronaves, o industrial Henrique Lage criou a “Fábrica Brasileira de Aviões”, na Ilha do Viana, Baía de Guanabara. Foram fabricados 27 exemplares e vendidos tanto à Aviação Militar como a aeroclubes nacionais. Essa data passou a ser considerada “Dia da Indústria Aeronáutica Brasileira”(Portaria Ministerial de 23 de agosto de 1980). (17 de outubro)

Por iniciativa do Aeroclube do Brasil, foi instituída para ser comemorada anualmente, a “Semana da Asa” (normalmente festejada no período de 16 a 23 de outubro), sendo a data mais importante a de 23, que registra o primeiro voo de Santos Dumont com o seu avião “14 BIS”, na França, em 1906. (20 a 27 de outubro)

Reuniram-se no Campo dos Afonsos numerosas autoridades, representantes do Touring Clube do Brasil, aviadores, elevado número de convidados, para assistirem à chegada dos aviões procedentes de São Paulo, que formavam a primeira “Revoada Turística”. (20 de outubro)

Ocorreu a demonstração oficial do avião Muniz M-7, no Campo dos Afonsos. O piloto desse voo foi o Cap Geraldo Guia de Aquino. (25 de outubro)

Foi inaugurado o “Santos Dumont Planador Clube”, com sede à Rua Passo d'Areia, nº59, em Porto Alegre/RS. (mês de outubro)

Foi fundada a Liga Internacional dos Aviadores, com sede no Rio de Janeiro, “associação destinada a reunir todos os pilotos, civis e militares, que trabalham sob os céus do Brasil”. (mês de outubro) 

Chegou o primeiro lote de 08, de um total de 30 novos aviões Waco CPF F-5, destinados ao Correio Aéreo Militar – CAM e às esquadrilhas de treinamento das Unidades Aéreas. (mês de outubro)

1936
Os aeroportos localizados na Ponta do Calabouço/RJ, em Santa Cruz/RJ e em Recife/PE receberam, respectivamente, as denominações de “Santos Dumont”, “Bartolomeu de Gusmão” e “Augusto Severo” (Decreto 1. 150). (16 de outubro)

1937
Foi fundado o Aeroclube de São Lourenço/MG. (27 de outubro)

Chegaram ao Brasil duas aeronaves Lockeed 12A, adquiridas para o transporte do Presidente da República e de autoridades.(mês de outubro)

1938
Foi aprovado o novo Regulamento para a Escola de Aviação Naval (Decreto 3.136). (07 de outubro)

Foi fundado o Aeroclube de Campo Grande/MS. (13 de outubro)

Foi programado o Circuito Aéreo Nacional, como sendo um circuito fechado, com decolagem e pouso no Distrito federal e sobrevoo de Vitória, Belo Horizonte e São Paulo.(25 de outubro)

Foram inauguradas as novas instalações do Aeroclube do Brasil, no Campo de Manguinhos, pelo Ministro da Viação e Obras Públicas, Mendonça Lima. (28 de outubro)

A sede do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER) está instalada no prédio onde funcionou a Estação de Passageiros de Hidroaviões do Aeroporto Santos Dumont. O edifício foi construído pelo Governo às margens da Baía de Guanabara e inaugurado pelo Presidente Getúlio Vargas. (29 de outubro)

Foi realizado o “Circuito Aéreo do Distrito Federal”, em sobrevoos da Ponta do Galeão, Campo dos Afonsos, Jacarepaguá, Joá, Copacabana (circuito fechado, com 05 passagens em cada ponto de controle) (30 de outubro)

Foi publicada a primeira edição do livro “Os meus balões”, de autoria de Alberto Santos Dumont, traduzido do idioma francês por Artur de Miranda Bastos, cujo original recebeu o título “Dans l'Air”, em 1904. (mês de outubro)

1939
Foi baixada legislação acerca da organização dos aeroclubes (Decreto 1.683). (14 de outubro) 

Foram determinadas as zonas interditas à navegação aérea (Decreto-Lei 1.687). (17 de outubro)

Foram aprovadas as instruções para o transporte de aparelhos fotográficos e cinematográficos em aeronaves nacionais e estrangeiras (Portaria 509/MVOP). (17 de outubro)

Em solenidade programada no Aeroclube do Brasil, o Presidente Getúlio Vargas fez a entrega de uma “caderneta de voo” à jovem aviadora Joana Martins Castilho, brevetada com apenas 14 anos de idade. (20 de outubro)

1940
Chegou ao Rio de Janeiro, a primeira esquadrilha de cinco aviões North American NA-44, de treinamento avançado, adquiridos nos Estados Unidos para a Aviação Militar e tripulados pelos seguintes oficiais, além de três sargentos: Maj José Sampaio Macedo (CMT), 1º Ten Ricardo Nicoll, Roberto Faria Lima, Manoel Borges Neves Filho, Hermes Ernesto da Fonseca e Aloysio Hammerly. (13 de outubro)

1941
A primeira organização do Ministério da Aeronáutica foi criada através do Decreto no 3.730 (18 de outubro). A sessão inaugural de fundação do Clube de Aeronáutica foi realizada. (23 de outubro)

Por determinação do Ministério da Aeronáutica, as primeiras Zonas Aéreas (1a, 2a, 3a, 4a, 5a) foram criadas por intermédio do Decreto 3.762 . (25 de outubro)

1942
Por meio do Decreto-Lei no 4.848, o Serviço de Saúde da Aeronáutica foi criado. (20 de outubro).

O Presidente da República Getúlio Vargas inaugurou, com uma grande solenidade, a estátua em homenagem a Santos Dumont. De autoria do escultor Amadeu Zanio o monumento foi colocado na praça na entrada do aeroporto Santos-Dumont. (23 de outubro).

A história da Engenharia da Aeronáutica confunde-se com a da própria Força Aérea Brasileira, pois após a criação do Ministério da Aeronáutica, também foi criada a Diretoria de Obras, primeira unidade responsável por centralizar a gestão das atividades de engenharia. (28 de outubro)

- No ano seguinte, um Tenente-Coronel Aviador e Engenheiro foi aos Estados Unidos conhecer o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o famoso MIT. Surgia daí um sonho visionário que, através da academia, impulsionaria a Força Aérea em direção ao futuro.

Estava fecundado na mente daquele que veio a tornar-se o Patrono da Engenharia da Aeronáutica, Marechal do Ar Casimiro Montenegro Filho, o Centro Técnico de Aeronáutica (CTA), que teria seu nascimento poucos anos depois, em 1950, com a criação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), e em sequência, todo o complexo aeroespacial que hoje compõe o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

Fica criado no Ministério da Aeronáutica, para instalação imediata, o Depósito de Aeronáutica do Rio de Janeiro, com sede nesta Capital, por meio do Decreto-lei nª 4.881. (29 de outubro).
• Esse estabelecimento terá uma organização provisória idêntica à prevista para o extinto Depósito de Aeronáutica dos Afonsos, e na sua constituição inicial serão aproveitados, a critério do Ministro da Aeronáutica, todos os recursos e demais elementos em pessoal e material dos extintos Depósitos de Aeronáutica dos Afonsos e do Galeão.

1943
Foram organizadas as bandas de música nas Bases Aéreas de Salvador, Natal e Fortaleza, com o Aviso nº 136. (08 de outubro)

1944
São criadas as seguintes unidades de aviação, por meio do Decreto-lei nº 6.926 (05 de outubro).

Na 2ª Zona Aérea:
– O 4º Grupo de Bombardeio Médio, com sede normal na Base Aérea de Fortaleza.
– O 1º Grupo Misto, com sede normal em Natal e constituído de esquadrilhas de Caça e de Bombardeio Médio.

Na 3ª Zona Aérea:
– O 1º Grupo de Transporte, com sede normal no Aeroporto Santos Dumont, subordinado ao Ministro da Aeronáutica.
– O 2º Grupo de Transporte, com sede normal no Campo dos Afonsos, subordinado à Diretoria de Rotas Aéreas.

Na 4ª Zona Aérea:
– 1º Grupo Misto de Instrução, com sede normal na Base Aérea de São Paulo e destinado à instrução dos alunos da Escola Técnica de Viação de São Paulo, da qual é parte integrante.
– O 2º Grupo de Bombardeio Leve, com sede normal na Base Aérea de São Paulo.

Na 5ª Zona Aérea:
– 5º Regimento de Aviação, com sede normal na Base Aérea de Curitiba.
– O 3º Grupo de Bombardeio Picado, com sede normal na Base Aérea de Curitiba.
• O 5º Regimento de Aviação ficará constituído do 1º Grupo de Caça, já existente, e do 3.º Grupo de Bombardeio Picado, ora criado.
• O 2º Grupo de Caça tem sua sede transferida da Base Aérea de Natal para a Base Aérea de Santa Cruz a fim de integrar o 1º Regimento de Aviação (art. 2º do Decreto-lei nº 6.796, de 17 de agosto do corrente ano).

O 1º Grupo de Aviação de Caça chegou ao Teatro de Operações da Itália, desembarcando do navio “Colombie”, no Porto de Livorne. (06 de outubro).

Foi hasteada, pela primeira vez, em território inimigo, a bandeira do 1o Grupo de Aviação de Caça Brasileiro, em Tarquínia, na Itália. (14 de outubro)

Chegada do primeiro P-47 em Natal, com destino à Escola Técnica de Aviação, em Cumbica, atual Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR). (16 de outubro)

Foi criado o Estandarte da Escola de Aeronáutica. (17 de outubro)

O Presidente da empresa aérea Panair do Brasil, Dr Paulo Sampaio, entregou ao Ministro da Aeronáutica, Dr. Salgado Filho, o coração de Santos Dumont. Guardado em um artístico escrutínio de ouro erguido por Ícaro, ele se encontrava exposto no Salão Nobre da Academia da Força Aérea Brasileira - AFA. Atualmente, encontra-se exposto no Museu Aeroespacial, no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro. (24 de outubro)

Após a declaração de guerra do Brasil aos países do Eixo na 2ª Guerra Mundial, foram designados para comandar as unidades aéreas na Itália, os seguintes militares: o Major Aviador Nero Moura, o Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA), e o Capitão Aviador João Affonso Fabrício Belloc, a Primeira Esquadrilha de Ligação e Observação (1ª ELO). (mês de outubro) 

1945
Foi extinta a Primeira Esquadrilha de Ligação e Observação (1ª ELO), através do Aviso nº 75. (11 de outubro)

1949
Por meio do Decreto nº 27.353, foi criada, no Ministério da Aeronáutica, a Comissão de Estudos Relativos à Navegação Aérea Internacional (CERNAI), subordinada diretamente ao Ministro, e que substitui, para todos os efeitos, a Comissão a que se refere a Portaria nº 46, de 23 de fevereiro de 1948. (20 de outubro)

1952
Foi criada, pelo Decreto nº 31.671, a Comissão de Construção da Escola de Aeronáutica em Pirassununga, diretamente subordinada ao Ministro da Aeronáutica, com a finalidade de intensificar a construção da futura Escola. (29 de outubro)

Foi reorganizado, como elemento constitutivo do Q.G. da 3ª Zona Aérea, o 1º Esquadrão de Controle e Alarme, pela Portaria nº 335. (29 de outubro)

1953
Foi aprovado o acordo sobre Transportes Aéreos regulares entre o Brasil e a Espanha, firmado no Rio de Janeiro, a 28 de novembro de 1949, por meio do Decreto Legislativo nº 73. (08 de outubro)

A Escola Técnica de Aviação foi extinta, pelo Decreto nº 34.095, em que o Ministério da Aeronáutica determinou o aproveitamento das instalações e do material pertencentes à referida Escola. (07 de outubro)

1955
Foi criado o Curso de Pilotos Comerciais, pelo Decreto nº 38.089, com a finalidade de preparar pilotos para a aviação comercial brasileira, funcionando, provisoriamente, anexo à Escola de Especialistas de Aeronáutica. (13 de outubro)

1956
Foi criada na cidade de São Paulo a “Fundação Santos-Dumont”. (03 de outubro)

Foi aprovado o “Acordo sobre Transportes Aéreos entre o Brasil e o Peru”, firmado no Rio de Janeiro em 28 de agosto de 1953 (Decreto Legislativo nº 52). (25 de outubro)

1958
O certificado de homologação das aeronaves construídas no Brasil foi organizado, por meio da Portaria nº 844-GM4, sendo expedido pelo Centro Técnico da Aeronáutica. (07 de outubro)

Teve início o IV Congresso Brasileiro de Aeronáutica em São Paulo na Sede do Instituto de Engenharia de São Paulo, sob o patrocínio da Fundação Santos-Dumont. (20 de outubro)

1959
Foi incorporado ao patrimônio das Forças Armadas, por intermédio da Lei nº 3.645, sob a direção e administração do Ministério da Guerra, o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial. (15 de outubro) 

1960
Inauguração do Destacamento Precursor da Nova Escola de Aeronáutica (DPEAER), em Pirassununga/SP. (17 de outubro)

1965
Inauguração do então Centro de Lançamento de Foguetes da Barreira do Inferno (CLFBI), atual Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), sediado próximo à cidade de Natal, no Rio Grande do Norte. (mês de outubro) Primeiro centro de lançamentos de foguetes espaciais da América do Sul, o CLBI tem por finalidade, executar e prestar apoio às atividades de lançamento e rastreio de engenhos aeroespaciais e de coleta e processamento de dados de suas cargas úteis, além de executar testes, experimentos, pesquisa básica ou aplicada e outras atividades de desenvolvimento tecnológico de interesse da Aeronáutica.

1968
Primeiro voo do Bandeirante, avião bimotor que representa um marco na história da indústria aeronáutica nacional e que levou à criação da EMBRAER em 1969, para a produção em série e comercialização do produto. (26 de outubro)

1971
Inauguração da Base Aérea de Santa Maria, com a presença do Presidente da República Emílio Garrastazu Médici. Foi criada com a finalidade de proporcionar o apoio necessário às unidades aéreas e unidades da Aeronáutica que nela operem ou que nela estejam sediadas. (15 de outubro)

1976
Inauguração do Museu Aeroespacial. A importância dessa criação deve-se à necessidade de preservação e divulgação do material aeronáutico e documentos históricos para as futuras gerações. (18 de outubro) 

1984
Foi inaugurada a Base Aérea de Porto Velho, com a presença do Presidente da República João Batista de Oliveira Figueiredo, sendo um importante ponto de apoio logístico para a consolidação do processo de planejamento na defesa aeroespacial da Amazônia. (31 de outubro)

1989
O Esquadrão Adelphi recebeu, oficialmente, a sua primeira aeronave A-1 (FAB 5500), com a presença do Sr. Ministro da Aeronáutica, membros do Alto-Comando, Diretor-Presidente da EMBRAER e parlamentares do Congresso Nacional. A cerimônia incluiu um voo de demonstração local na aeronave A-1, na Base Aérea de Santa Cruz. (17 de outubro)

2003
Foi iniciado o processo de reestruturação da Área de Tecnologia da Informação (TI) do COMAER, com o Aviso Interno nº 12/GC3/18 e, posteriormente, com a Portaria nº 1.241/GC3, de 19 de dezembro de 2003, que instituiu o Sistema de Tecnologia da Informação do Comando da Aeronáutica. (20 de outubro)

Fonte: INCAER

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segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Biblioteca Ninja

O Brigadeiro
O livro “O Brigadeiro - Eduardo Gomes, trajetória de um herói”, de autoria de Cosme Degenar Drumond, foi lançado em 2012, em evento especial, por ocasião da comemoração dos setenta e um anos de criação do Ministério da Aeronáutica e da Força Aérea Brasileira (FAB). Unanimidade nacional, a despeito dos anos espinhosos que atravessou, sem nunca se dobrar ao poder ou ao dinheiro, o segredo de Eduardo Gomes, disse um juiz que o conheceu, era a autoridade moral, a fidelidade aos princípios, absolutamente inegociáveis. Ele acreditava na comunhão das gerações: os jovens julgando e aprovando os mais velhos; os moços, compreendendo e procurando exemplos no passado. Em 1974, um estudante de Filosofia, Paulo de Tarso Magalhães Paes de Barros, de 22 anos, o homenageou em carta que depositou aos pés do monumento “18 do Forte” em Copacabana: “Neste mundo em que há uma necessidade urgente de novos líderes políticos; em que a democracia está desacreditada; em que o homem se curva perante o dinheiro; neste mundo sem apreço pelas coisas espirituais; em que grandes ideais e causas justas não arrebatam (...) nada mais consolador e edificante do que voltar nossos olhos para figuras humanas sempre jovens, exuberantes, magníficas, idealistas, retas, magnânimas, exemplares; (...) figuras humanas como o brigadeiro Eduardo Gomes”. Entre as ações heroicas de Eduardo Gomes, destacam-se o Levante de Copacabana, em 1922, a revolução de 1924, o movimento de 1930 que conduziu Getúlio Vargas ao poder, a revolução Constitucionalista de 1932, a Intentona Comunista, em 1935, e a Segunda Guerra Mundial, quando defendeu a soberania brasileira. Faleceu em 13 de junho de 1981, um dia após assistir a missa pelo cinquentenário do Correio Aéreo Nacional, que ele e um grupo de pilotos sob o seu comando criaram em 1931. Eduardo Gomes foi ministro da Aeronáutica em dois períodos. É o patrono da Força Aérea Brasileira.

Título: O Brigadeiro - Eduardo Gomes, trajetória de um herói
Publicação: Editora de Cultura
Características: Brochura, 16x23 cm, mais de 100 ilustrações
Volume: 352 páginas
ISBN: 978-85-293-0157-0

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domingo, 29 de setembro de 2024

Especial de Domingo

Voltamos a publicar o capítulo 4 de Os Balões de Observação na Guerra do Paraguai, de autoria do Tenente-Brigadeiro RR Nelson Freire Lavenère-Wanderley, em edição do INCAER. O conteúdo completo poderá ser acessado no link ao final do texto.
Boa leitura.
Bom domingo!

As operações dos balões de observação
Os balões de observação operaram na Guerra do Paraguai durante os meses de junho, julho, agosto e setembro de 1867; prestaram valioso serviço, mas as suas operações foram grandemente prejudicadas pelas dificuldades de fabricação de hidrogênio, em campanha.

1 - Os balões de observação
Os dados técnicos sobre os balões de observação de que se tem conhecimento constam de um relato feito por um correspondente de guerra, Sr. Manuel A. de Mattos, e publicado no jornal “La Esperanza” da cidade argentina Corrientes, em 14 de julho de 1867 (vide Anexo II - link ao final do texto); de acordo com o referido artigo, os balões de procedência norte-americana, trazidos pelos aeronautas Allen, teriam, respectivamente: o menor, 8,5 metros de diâmetro e 17.000 pés cúbicos de gás e o maior, 12,19 metros de diâmetro e 37.000 pés cúbicos de gás. Usados como balões cativos, os balões de observação tinham sua capacidade de carga diminuída devido ao elevado peso das cordas de amarração, que eram três para diminuir as oscilações do balão causadas pelo vento; nessas condições, o balão menor podia levar, normalmente, duas pessoas; o balão maior poderia levar seis a oito pessoas. Os balões norte-americanos eram confeccionados com tecido de algodão; depois de prontos, recebiam várias camadas de verniz, para proteger a tela e para diminuir a fuga do gás. Uma seção de balões de observação compunha-se de um a dois balões do equipamento necessário para a produção de hidrogênio e para a manutenção e a operação dos balões, de um aeronautachefe e do seu assistente e de trinta a cinquenta homens, chefiados por um oficial, para sustentar as cordas de amarração do balão, para as manobras de subida e descida do balão e para os deslocamentos do mesmo durante a ascensão; quando o balão estava em ascensão estacionária, as suas cordas podiam ser amarradas a ponto fixos, com estacas. Uma vez o balão cheio, ele podia ser levado para qualquer trecho da frente de combate, onde se fizesse necessária a observação aérea. Os suprimentos indispensáveis para a fabricação de hidrogênio e, portanto, para a operação dos balões eram: ácido sulfúrico e limalha ou aparas de ferro, estas últimas produto da usinagem de peças de ferro, nas fábricas e nas oficinas; o melhor rendimento na fabricação de hidrogênio era obtido com o uso da limalha de ferro, por causa da maior superfície do metal em contato com o ácido; na falta de limalha de ferro, foram usados na Guerra do Paraguai sucata de ferro, pregos etc., tudo já enferrujado, dificultando a reação química e tornando extremamente demorada a produção da quantidade necessária de hidrogênio, que não era pequena, dada a cubagem dos balões. Os geradores de hidrogênio, usados pelo Professor Lowe na Guerra de Secessão tinham uma capacidade de produção de 30.000 pés cúbicos em três horas, desde que se dispusesse de limalha de ferro como matéria prima. No fim de um certo número de dias, com o balão cheio de hidrogênio, tornava-se necessário adicionar mais gás porque o balão ia, lentamente, se esvaziando, dada a permeabilidade do seu invólucro. Nas ocasiões de vento muito forte, era necessário esvaziar o balão, com perda do hidrogênio, sob risco de se perder o balão no caso de arrebentarem as cordas, pela força do vento agindo sobre a grande superfície do balão, ou pelo risco de ser dilacerado o tecido do balão. Conforme o comprimento e o peso das cordas de amarração e o grau de enchimento do balão, este podia subir a trezentos metros ou mais. A comunicação entre os aeronautas, ou observadores aéreos, a bordo do balão em ascensão, e o pessoal em terra era feita por meio de mensagens lastradas, de sinais de semáfora com bandeirolas ou outros sinais visuais ou por meio de telegrafia com fio; não há notícia, porém, de que a telegrafia com fio tenha sido usada nos balões de observação da Guerra do Paraguai.

2 - As dificuldades na fabricação de hidrogênio
Equipamento para a produção de hidrogênio. 
As dificuldades com a fabricação de hidrogênio para o enchimento dos balões limitaram grandemente a operação dos balões de observação; a principal causa foi a falta da limalha de ferro. Os suprimentos para a fabricação de hidrogênio, limalha de ferro e ácido sulfúrico deviam ter sido embarcados no Rio de Janeiro, no mesmo vapor que trazia os balões, o que não aconteceu. Quando os balões chegaram em Passo da Pátria, os aeronautas Allen tiveram de lançar mão do ácido e da sucata de ferro, existentes em Corrientes, deixados pelo aeronauta francês Doyen; a sucata era composta de pregos grandes e de pedaços de ferro de 5,10 e 15 libras, inadequados para uma produção normal de hidrogênio. Assim mesmo, a primeira remessa desse ácido e desse ferro só chegou a Passo da Pátria em 19 de junho, o que fez com que a primeira subida do balão fosse feita em 24 de junho de 1867, mais de três semanas após a chegada dos balões em Tuiuti. Depois das primeiras ascensões do balão pequeno, o único que se podia cogitar de encher, dadas as dificuldades com a produção de hidrogênio, voltou a faltar o ferro em dimensões menores. Esses problemas de suprimento eram levados ao Marquês de Caxias que, já em 28 de junho de 1867 dizia, visivelmente agastado, em carta ao Ministro da Guerra: “Depois de ter escripto a V. Exª a 10 do corrente, chegaram o Jaguaribe e o Leopoldina, conduzindo Tropa, e alguns objectos de fardamento para o Exército; mas o General Aguiar ou o Arsenal, de Guerra da Corte, esqueceu-se de me mandar a limalha de ferro, que é indispensavel para a ascenção dos balões: e o Americano, James Allen, que d’elles veiu encarregado, diz serem lhe precisas nada menos que dez mil libras da dita limalha, para preparar o gaz necessario. Veja V. Exª como hei-de eu poder, n’estas alturas e em vesperas de marcha, satisfazer esta exigencia: O peior é - ver-me em tal aperto, quando - justamente me poderiam os balões ser mais uteis, para os frequentes reconhecimentos, que são indispensáveis, do terreno por onde vou marchar, que muito se presta a - occultar qualquer Força, que possa o inimigo fazer passar para retaguarda da minha, quando com ella eu tomar a direção de S. Solano.” (Arquivo Nacional – “Coleção Caxias”) Depois de ter chegado, da Corte, alguma quantidade de ferro e de ácido, houve várias ascensões do balão; mas, a partir de 22 de julho faltaram novamente o ácido e o ferro; em 7 de agosto chegaram 28 vidros de ácido e grande quantidade de zinco em folha; o zinco podia, também, ser utilizado para produção de hidrogênio, mas com o grave inconveniente da presença de arsênico o qual afetava a tela dos balões; na falta de material melhor, ficou resolvido que seriam usadas as folhas de zinco, mesmo que isso acarretasse um desgaste mais rápido dos balões. Em 17 de agosto chegou, em Passo da Pátria, uma partida de ferro de tão má qualidade que foi lançado mão do recurso de recolher, para a produção de hidrogênio, todos os aros velhos de ferro que vinham envolvendo os fardos do feno destinado à alimentação da cavalhada. Nunca se conseguiu encher completamente o balão grande, mas, vencendo todas as dificuldades, as ascensões continuaram a ser feitas com o balão menor durante os meses de agosto e setembro de 1867, enquanto os exércitos aliados, na ofensiva, se deslocavam para o norte. A última ascensão do balão de observação foi feita em 25 de setembro de 1867; tendo o balão perdido, mais uma vez, gás e a força ascensional, estando novamente esgotados os estoques de ácido e de ferro e em face das condições mais difíceis para o emprego do balão, numa guerra de movimento, o Marquês de Caxias deu ordem para que o balão fosse recolhido à base de operações em Tuiuti. Lá ficaram os balões até o mês de dezembro; no dia 7 do referido mês, os aeronautas Allen tiveram ordem para embarcarem, juntamente com os balões, no vapor “Alice” que partia no dia seguinte, e irem se apresentar, na Corte, no Ministério da Guerra.

3 - As principais operações dos exércitos aliados nos meses de julho, agosto e setembro de 1867 
Depois de uma longa estabilização da frente, face às fortificações de Curupaiti e Humaitá, os exércitos aliados, sob o comando do Marquês de Caxias, iniciaram uma ofensiva, em 22 de julho de 1867, executando a famosa “marcha de flanco”. Executando um amplo movimento desbordante, os exércitos aliados se deslocaram ao longo das margens norte e sul do Estero Bellaco, enquanto a 1ª Divisão de Cavalaria, sob o comando do Brigadeiro José Luís Mena Barreto, foi lançada em exploração para o norte, na direção geral de S. Solano e Vila do Pilar. As forças do Exército Brasileiro marcharam pela margem sul do Estero Bellaco, tendo a vanguarda transposto o passo de Tio Domingos no dia 24 de julho. No dia 25 de julho o grosso das forças, com o qual marchava o Marquês de Caxias, cerrou sobre a posição da vanguarda; nos dias 25 e 26 não houve deslocamentos de maior importância. No dia 28 de julho foi retomado o movimento, já agora na direção oeste, tendo a vanguarda se aproximado da povoação de Tuiu-Cuê; no dia 29 esta localidade foi ocupada, enquanto a vanguarda repeliu o inimigo que se achava no Passo das Canoas, mais para oeste. Em 31 de julho o Marquês de Caxias instalou o seu Quartel General em Tuiu-Cuê. Em 3 de agosto a cavalaria aliada se apossou de S. Solano tendo, em seguida, cortado em dez pontos a linha telegráfica que ligava Assunção a Humaitá. Em 15 de agosto a Esquadra Brasileira forçou a Passagem de Curupaiti, no rio Paraguai. Em 20 de setembro de 1867 foi tomada a Vila do Pilar, na margem esquerda do rio Paraguai, ao norte das posições fortificadas do inimigo.

4 - As ascensões realizadas pelo balão de observação antes do início da “marcha de flanco” 
Apesar de todas as dificuldades com a aquisição, o transporte para o Teatro de Operações e com o enchimento dos balões de observação, após a sua chegada, ainda foi possível realizar 12 ascensões, durante o mês que antecedeu o início da ofensiva planejada pelo Marquês de Caxias, justamente na fase em que o comandante em chefe necessitava ativar a busca de informações sobre as posições e atividades inimigas e sobre o terreno a ser percorrido. Como já dissemos, todas as ascensões foram feitas com o balão menor, de 17.000 pés cúbicos, dada a impossibilidade da obtenção do hidrogênio para encher o balão maior. A 1ª ascensão foi realizada no dia 24 de junho de 1867, tendo o balão sido deslocado, depois de cheio, três quilômetros para aproximá-lo da frente, na região de Tuiuti; subiu como observador aéreo o Major Engenheiro R. A. Chodasiewicz, polonês a serviço do exército argentino, que realizou um reconhecimento das posições inimigas e do terreno. O balão de observação operou durante os meses de inverno, com ventos fortes frequentemente varrendo as planuras do chaco paraguaio. No dia 3 de julho, estando o balão cheio, não foi possível realizar a ascensão devido às más condições atmosféricas; no dia 4 de julho, durante a noite, foi providenciado o esvaziamento do balão porque a forte ventania estava ameaçando a integridade do balão; no dia 6 de julho, apesar de estar o balão novamente cheio, não pôde ser realizada a ascensão devido ao mau tempo. A 2ª ascensão do balão foi realizada no dia 8 de julho, no local do estacionamento do balão em Tuiuti, tendo o balão permanecido 50 minutos a uma altura de 760 pés; o observador aéreo foi o Major Chodasiewicz, que realizou novos reconhecimentos das posições inimigas e do terreno; a 3ª ascensão do balão foi realizada no mesmo dia e com a mesma finalidade, tendo o balão sido levado para o acampamento da lª Divisão comandada pelo General Argôlo; durante a 3ª ascensão, que durou mais de uma hora e meia a uma altura de 860 pés, o balão foi deslocado, paralelamente à frente, até o flanco direito aliado, onde desceu; os observadores da 3ª ascensão foram o Major Chodasiewicz e o Tenente paraguaio Cespedes, vaqueano conhecedor da região; durante essa ascensão a artilharia paraguaia atirou na direção do balão. Durante os dias 9, 10 e 11 de julho as ascensões não puderam ser realizadas devido à intensidade do vento e ao mau tempo. O dia 12 de julho de 1867 foi um dia de grande atividade do balão: durante esse dia foram realizadas a 4ª, a 5ª, a 6ª e a 7ª ascensões. A 4ª ascensão foi realizada no centro do dispositivo aliado, tendo durado 45 minutos e tendo o balão atingido a altura de 350 pés; foram observadores o Major Chodasiewicz e o Capitão brasileiro de Estado-Maior Francisco Cezar da Silva Amaral; o balão, depois de cheio, foi deslocado quatro quilômetros para se aproximar da frente, onde realizou novos reconhecimentos. A 5ª ascensão, que durou mais de uma hora e atingiu a altura de 400 pés, foi iniciada no centro das posições aliadas, tendo o balão sido rebocado numa extensão de quatro quilômetros, paralelamente à frente, na direção do flanco leste dos aliados; foram observadores o Major Chodasiewicz e o Tenente Cespedes. A 6ª ascensão, no flanco leste, durou 45 minutos e atingiu a altura de 620 pés; foram observadores o Major Chodasiewicz e o Capitão Silva Amaral. A 7ª ascensão, também no flanco leste, teve como observador o Major Chodasiewicz, tendo o balão sido deslocado mais 2 quilômetros para leste. No dia 13 de julho foi realizada a 8ª ascensão, no centro das linhas aliadas, com duração de 50 minutos; o Capitão Silva Amaral e o 1º Tenente brasileiro Manoel Peixoto Cursino do Amarante fizeram reconhecimentos das posições aliadas e do terreno; ainda no dia 13 de julho foi realizada a 9ª ascensão, no mesmo local, tendo trabalhado como observadores o Tenente Cursino do Amarante e o Tenente Cespedes. Depois das primeiras ascensões do balão, os paraguaios passaram a lançar mão do recurso de, cada vez que subia o balão, acender fogueiras, numa tentativa de ocultarem as suas fortificações com a fumaça; é interessante transcrever aqui um trecho, que trata do assunto, da obra de L. Schneider: “A guerra da Tríplice Aliança contra o Govêrno da República do Paraguay” - edição de 1876: “A primeira ascensão effectuou-se em principios de junho, sendo o balão preso por meio de cordas de 600 pés de comprimento. Os soldados que seguravam estas cordas tinham ordem de dirigir a machina dentro dos entrincheiramentos de uma extremidade para outra, O aeronauta, acompanhado de um official do estado maior, determinava os movimentos dos soldados por meio de bandeirolas, de modo que o aerostato se conservava sempre fóra do alcance dos tiros Paraguayos, que, apesar de todos os esforços, nelle não puderam acertar. Por fim, deixaram de fazer pontaria contra o balão e dirigiram o fogo contra as cordas. Houve alguns ferimentos, mas tambem estavam soldados de reserva para que esse sucesso não transtornasse a direção da machina aérea. Nada conseguindo por meio dos tiros, lançaram mão os Paraguayos de outro expediente, ainda assim não proveitoso: quando o balão subia ao ar, faziam muita fumaça diante dos entrincheiramentos, queimando palha secca, mas nem por isso impediram que se reconhecesse o numero de seus 106 canhões e 3 morteiros e o terreno interior até o Passo Pucú. Comtudo os exploradores não chegaram á altura necessaria para recoahecerem aquella porção de territorio que era de maior interesse. Quando pela primeira vez appareceo o aerostato assustaram-se muito os rudes Paraguayos, principalmente porque ficando elle durante algum tempo encuberto aos olhares por uma nuvem, suppuzeram que os aeronautas tinham a faculdade de occultal-o quando quizessem. Por fim habituaram-se e perderam o medo desde o momento em que se convenceram que de cima não era possivel bombardear suas linhas.” Durante os dias 15, 16, 17 e 18 de julho o balão não foi utilizado, devido a fortes ventanias. Durante o dia 19 o balão cheio foi deslocado quatro quilômetros na direção do flanco direito dos aliados mas, devido aos fortes ventos iniciados, teve que ser trazido de volta ao seu local de estacionamento, em Tuiuti. Aproximava-se o início da ofensiva e o comando em chefe anciava por novos reconhecimentos, tanto do inimigo como do terreno a ser percorrido na “marcha de flanco”. No dia 20 de julho foi finalmente realizada a 10ª ascensão, no centro do dispositivo aliado, com duração de 47 minutos; foram observadores aéreos dois oficiais brasileiros: o Capitão de Engenheiros Conrado Jacob de Niemeyer e o Capitão de Estado-Maior Antônio de Sena Madureira. No mesmo dia foi realizada, no flanco direito, a 11ª ascensão, com duração de 50 minutos, tendo o balão atingido a altura de 550 pés; foram observadores aéreos o Major Chodasiewicz e o Capitão Silva Amaral. Na véspera do início da marcha dos exércitos aliados, no dia 21 de julho, foi realizada a 12ª ascensão, no centro da linha de frente, para reconhecimento das fortificações inimigas na frente da Divisão Argolo; subiram, como observadores, os Capitães Silva Amaral e Conrado Niemeyer.

5 - As ascensões realizadas pelo balão de observação durante a “marcha de flanco”
O balão de observação frente a Humaitá
(“James Allen’s Scrapbook” - Biblioteca do Congresso Washington).
No primeiro dia da “marcha de flanco”, dia 22 de julho de 1867, o balão foi levado para a região onde estacionou a vanguarda das forças brasileiras, a qual se tinha deslocado pela margem sul do Estero Bellaco; para isso foi necessário deslocar o balão a uma distância de 10 a 12 quilômetros do campo de estacionamento do balão em Tuiuti. Uma vez iniciada a guerra de movimento, as dificuldades, naturalmente, aumentaram; isto porque as manobras com o balão passaram a ser feitas em terreno desconhecido, porque o pessoal que operava o balão passou a dormir ao relento e porque não havia possibilidades de recompletar, diariamente, o hidrogênio do balão que ia, aos poucos, perdendo a sua força ascensional. A 13ª e a 14ª ascensões foram realizadas no fim da primeira jornada da “marcha de flanco”, na região da vanguarda; subiram, como observadores, o Capitão Conrado Niemeyer e dois oficiais engenheiros cujos nomes não ficaram registrados. No dia 23 de julho o balão teve que ser esvaziado, devido ao risco de incêndio e explosão decorrente das queimadas em torno do local em que se achava o balão. Em face da falta de ácido e de ferro para a produção de hidrogênio, que se fazia sentir desde o dia 22 de julho, os aeronautas Allen receberam ordem, no dia 25 de julho, para levarem o balão de volta para Tuiuti, onde passaram os dias 27, 28 e 29 de julho fazendo uma revisão do material e procedendo a novo envernizamento dos balões. Somente no dia 7 de agosto foi que chegaram a Tuiuti o ácido sulfúrico e uma grande quantidade de zinco. Em 12 de agosto chegou a ordem para que fosse procedido o enchimento do balão e para que ele fosse levado para TuiuCuê, onde o Marquês de Caxias tinha instalado o seu Quartel General. Em 14 de agosto foi iniciado o deslocamento do balão, partindo de Tuiuti; depois de percorridos 10 quilômetros, foi necessário parar devido aos fortes ventos que ameaçavam arrebatar o balão; depois que o vento amainou ainda foram percorridos, nesse dia, mais 10 quilômetros. No dia 15 de agosto foi realizada a 15ª ascensão, já na região de Tuiu-Cuê, onde o balão tinha chegado às sete e meia da manhã; esta ascensão foi muito útil para reconhecer as posições inimigas e o terreno, em frente das novas linhas atingidas pelos exércitos aliados; foram observadores o Capitão Silva Amaral e o Tenente Cespedes. A partir da 15ª ascensão, a numeração atribuída às ascensões deixa de ser exata porque no principal documento de referência, o relatório do aeronauta James Allen, datado de 31 de dezembro de 1867 e encaminhado ao Ministro da Guerra (vide Anexo III), são usadas expressões indefinidas, como “muitas ascensões” e “as ascensões”, referindo-se a um determinado dia em que o balão foi empregado; em cada um desses casos considerou-se como tendo havido um mínimo de duas ascensões. No dia 16 de agosto foram realizadas em Tuiu-Cuê, pelo menos, duas ascensões, que seriam a l6ª e a 17ª; foram observadores o Major Chodasiewicz, o Capitão Silva Amaral e um oficial cujo nome não ficou registrado. No dia 17 de agosto o balão foi levado para as posições aliadas a oeste de TuiuCuê e lá foram realizadas, pelo menos, duas outras ascensões, que seriam a 18ª e a 19ª; foram observadores o Major Chodasiewicz e o Capitão Silva Amaral. No dia 19 de agosto deixou de ser realizada a ascensão devido aos fortes ventos. No dia 21 de agosto foi observado que o balão tinha perdido força ascensional devido à fuga do gás; o balão foi esvaziado e conduzido para Tuiuti, para novo enchimento; lá ficou aguardando o ácido e o ferro necessários, esgotados desde o dia 12 de agosto. No dia 16 de setembro foi recebida ordem para encher o balão e levá-lo para a linha de frente; no dia 17 de setembro chegou em Passo da Pátria algum ácido e uma pequena quantidade de ferro de tão má qualidade que foi julgado preferível lançar mão do recurso de recolher, como matéria-prima, os aros de ferro que envolviam os fardos de feno (alimento da cavalhada). Tendo se conseguido, finalmente, encher o balão, este é deslocado no dia 24 de setembro para Tuiu-Cuê. No dia 25 de setembro de 1867 foi realizada a 20ª e última ascensão do balão, no flanco direito das posições aliadas, a 5 quilômetros de Tuiu-Cuê e próximo às formidáveis fortificações de Humaitá; a ascensão durou 45 minutos e foram observadores o Capitão Silva Amaral e dois oficiais cujos nomes não ficaram registrados. Depois dessa ascensão, tendo o balão perdido, novamente, a força ascensional, foi esvaziado e conduzido, definitivamente, para o acampamento de Tuiuti. Em várias das vinte ou mais ascensões realizadas, o aeronauta James Allen subiu no balão, juntamente com os observadores; nas outras ascensões ficava no solo, superintendendo as manobras de subida, deslocamento e descida do balão. Pela descrição das ascensões realizadas, verificamos que o balão de observação prestou importantes serviços na busca de informações sobre o inimigo e o terreno. As deficiências de ordem logística, relacionadas com o suprimento de ácido sulfúrico e limalha de ferro, para a produção de hidrogênio, impediram a utilização do balão maior, o de 37.000 pés cúbicos, e diminuíram, de muito, o rendimento operacional do balão menor.


Fonte: INCAER

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