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Voar é um desejo que começa em criança!

domingo, 17 de agosto de 2014

Especial de Domingo

Em meio às centenas de itens relacionados à indústria e comércio, trens, automóveis, motocicletas e tratores, o Museu Eduardo André Matarazzo, em Bebedouro, SP, guarda em seu acervo interessantes itens relacionados à atividade aérea. São aeronaves, motores e equipamentos de navegação. Com foco nas peças relacionadas ao ofício de voar, o NINJA - Núcleo Infantojuvenil de Aviação visitou essa exposição permanente.
Confira fotos e textos de um dia no museu em Bebedouro-SP.
Bom domingo!

Visita ao Museu Matarazzo, em Bebedouro, SP
Para apreciar somente o acervo relativo à aviação, com bom tempo de observação e reflexão, devem ser reservadas cerca de 2 horas e meia. O conjunto de peças aeronáuticas engloba 19 aviões. No espaço interno é possível mirar: um Paulistinha CAP-4, um Rearwin (1938), um Fairchild PT-19, dois Gloster Meteor (1954) - o primeiro jato da FAB -, um jato AT-33 - matrícula FAB 4323-, um helicóptero Sikorsky S-51 Dragon Fly, dois aparelhos T6 - sendo um prateado, sem identificação e outro, de matrícula FAB 1339, com as cores da Esquadrilha da Fumaça -, um U45, matrícula FAB 2850.



Na parte externa são expostos: um Douglas DC-3 - matrícula PP-VBK, que pertenceu à Varig -, um Vickers 701C Viscount - matrícula PP-SRO, que foi patrimônio da Vasp -, um Convair 240 - o primeiro bimotor pressurizado da aviação comercial, matrícula PP-VDG, operado pela Varig -, um Saab 90 Scandia - matrícula PP-SQR, utilizado pela Vasp, único avião do seu modelo existente -, um Lockheed L18-56 Lodestar - denominação militar C-60, tendo pertencido à USAAF e empresas civis com outras matrículas até a sua última no Brasil, PT-CGV. 





Com o desgaste da pintura, é possível ver a marca da identificação nacional se mesclando com a camada de tinta original com o prefixo NC74659 -, um Curtiss C-46 Commando - matrícula PP-VCE -, um imponente e único preservado no Brasil quadrimotor DC6 - matrícula PP-LFB, que foi operado pelo Lóide Aéreo Nacional, pela Panair e pela Vasp - e um B-25 Mitchell da FAB.

O Museu
O Museu Eduardo André Matarazzo, Armas, Veículos e Máquinas foi criado, em 1964, com sede na capital São Paulo, com o nome inicial de Museu de Veículos Motorizados Antigos. Em 1968 foi transferido para Bebedouro, SP, tendo seu acervo aumentado e denominado Museu de Armas, Veículos e Máquinas. A partir de 2005, recebeu a denominação atual. De acordo com a página do museu na rede mundial de computadores, “Eduardo Matarazzo foi um dos precursores do Antigomobilismo no Brasil, tinha grande amor pela história e por objetos que ajudassem a entendê-la. Um de seus grandes méritos está no fato de que sempre quis dividir seu conhecimento com as pessoas, abrindo sua coleção particular para visitação pública. Fato bastante raro em nosso País”.

Localização:
Praça Santos Dumont s/nº, Centro, Bebedouro, SP, Telefone (17) 3342-2255.

Visitação:
De Quinta a Domingo (e feriados); Bilheteria: das 9 às 16h30; Fechamento dos portões às 17h; Preços: Normal - R$ 5,00 , Aposentados ou Estudantes - R$ 2,50, Para excursões de escolas públicas a visitação é gratuita, com agendamento pelo telefone (17) 3342-2255.

Texto e Fotos: Redação do NINJA – Núcleo Infantojuvenil de Aviação.

Saiba mais: www.museumatarazzo.com.br
contato@museueduardoamatarazzo.com.br

sábado, 16 de agosto de 2014

FAB TV

CONEXÃO FAB - Revista Eletrônica - Agosto 2014
Nesta edição do Conexão FAB você vai ficar sabendo como foi a Ação Cívico-Social (ACISO) realizada por profissionais de saúde da Aeronáutica no sul do Pará. Há também uma matéria sobre um projeto em parceria com o Senai, que está capacitando soldados na área de manutenção. Veja ainda como o Programa Forças no Esporte tem ajudado a mudar a realidade de crianças carentes do município de Guaratinguetá, interior de São Paulo.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Navegação Aérea

ILS Cat 2 em Porto Alegre aumenta disponibilidade do aeroporto
No final do mês de junho de 2014, o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, iniciou as operações com o Sistema de Pouso por Instrumentos Categoria 2, ILS 2. O conjunto de equipamentos, que permite pousos e decolagens em meio à neblina, com teto baixo e pouca visibilidade, para pilotos habilitados e aeronaves homologadas, tem cumprido com as expectativas de diminuir em até 50% os transtornos no aeroporto. Em 30 dias de operação, a partir de 21 de junho de 2014, o Salgado Filho esteve fechado por 7h15min, redução significativa frente às 19h15min do mesmo período do ano passado. Nesses primeiros 30 dias de operação, a capital gaúcha teve seis dias de nevoeiro forte, segundo a Somar Meteorologia. Desses, em três o ILS 2 não foi suficiente, e o Salgado Filho precisou interromper as operações durante o início da manhã. Isso porque o sistema só é eficaz quando a visibilidade seja de pelo menos 400 metros na cabeceira da pista – com o ILS 1 a visibilidade só era possível a até 800 metros –, distância mínima exigida para que o piloto tenha contato visual e possa pousar com segurança. Do contrário, a aterrissagem não é possível, já que o último instante da aproximação deve ocorrer com o piloto tendo o contato visual com o solo. Na avaliação do piloto e professor da faculdade de Ciências Aeronáuticas da PUCRS, Claudio Roberto Scherer, o ILS 2 não pode ser considerado a solução definitiva para o Salgado Filho. Ele explica que o sistema é eficiente dentro da sua margem de 400 metros, mas que em casos de neblina muito cerrada, não adiantará, e o aeroporto precisará ser fechado até que as condições se restabeleçam. – As operações melhoram com certeza. Mas é preciso levar em consideração a intensidade dessa neblina, e quanto mais forte, menos provável que o ILS 2 consiga operar – salienta Scherer. Outra questão apontada por Scherer é quanto à homologação das aeronaves que pousam no Salgado Filho. Além de autorização da Agência Nacional de Aviação (Anac), os pilotos devem estar treinados para usar a tecnologia. Aviões de menor porte e executivos, por exemplo, podem não ter os requisitos para operar com o ILS 2 e só operariam nas condições para o sistema ILS categoria 1.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Aeroportos

Galeão e Confins passam para a iniciativa privada
Desde o dia 11 de agosto de 2014, os aeroportos do Galeão, no Rio, e o de Confins, em Minas, passaram para a iniciativa privada, sob concessão.

Rio Galeão
A concessionária Rio Galeão – nova marca da Concessionária Aeroporto Rio de Janeiro – assume a operação do Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador. Segundo a empresa, com a mudança, novos serviços de atendimento também serão inaugurados, além do início da realização de grandes obras de modernização visando aos Jogos Olímpicos de 2016. De acordo com o Rio Galeão, o processo de mudança de gestão pode levar de três a seis meses e conta com o apoio da Infraero. No início, a nova administração já vai oferecer serviços de atendimento bilíngue, mais opções de lojas comerciais e alimentação; cancelas automáticas e câmeras de segurança nos estacionamentos; melhoria na limpeza dos terminais, dos banheiros e dos fraldários; wifi grátis e um sistema de coleta seletiva de resíduos. A empresa afirma ainda que já trabalha na captação de novos voos para o aeroporto e inicia as grandes obras de infraestrutura que estão no plano de investimento para os Jogos Olímpicos de 2016. Dois novos balcões de atendimentos serão instalados nos saguões de desembarque dos dois terminais.

BH Airport
O Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na AMBH -Área Metropolitana de Belo Horizonte, terá vida nova. A concessionária BH Airport, que venceu o leilão em novembro do ano passado, assumiu a administração e prometeu entregar o Terminal 2 em abril de 2016. A nova administradora prevê um investimento de cerca de R$ 1,5 bilhão para os próximos dez anos, e um aumento de 100% na capacidade de passageiros do local. A concessionária BH Airport, formada pelas empresas Companhia de Participações em Concessões CPC, que é controlada pela CCR (75%), Zurich Airport International AG (24%) e Munich Airport International Beteiligungs GMBH (1%), vai administrar o aeroporto por 30 anos, com 51% de participação. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) tem 49%. Segundo o presidente da Concessionária BH Airport, Paulo Rangel, a construção do Terminal 2, chamado de Novo Terminal, representará um aumento do número de passageiros na ordem de 100%, chegando a 20 milhões por ano. Atualmente, Confins recebe cerca de 11 milhões/ano. “Nós estamos em fase do anteprojeto, iniciaremos o projeto base e ainda o executivo. O início das obras se dará ainda neste ano. A meta [para o segundo terminal] é 30 de abril de 2016”, disse Rangel. O novo terminal terá 14 novas pontes de embarque, novas áreas de check-in e de desembarque. A obra do Terminal 2, que chegou a ser prevista para a Copa do Mundo deste ano, não saiu do papel, e foi substituída pelo Terminal 3, que ainda está em fase de construção pela Infraero. 

Fontes: http://odia.ig.com.br e G1

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

VANT

Emprego de VANTs se amplia no jornalismo, apesar o risco de acidentes
A Arena Castelão, em Fortaleza (CE), estava tomada por trinta mil torcedores naquele domingo, 27 de janeiro de 2013, data da reinauguração do estádio depois das obras para a Copa do Mundo. Quem foi assistir aos jogos Fortaleza x Sport e Ceará x Bahia, além da emoção de ver seu time jogar um clássico em um estádio novinho em folha, também levou um baita susto. Uma pequena aeronave motorizada que registrava imagens do local perdeu o controle e se chocou contra a torcida. Por sorte, ninguém se feriu. Considerados uma versão mais avançada dos aeromodelos, os drones são veículos aéreos não tripulados (VANT), equipamentos controlados à distância que têm dividido opiniões mundo afora. Devido ao seu baixo preço – modelos mais simples custam a partir de R$ 2,3 mil – e, pelas inúmeras possibilidades de uso, os dispositivos têm encontrado um terreno fértil em diversos setores da economia, desde a agricultura ao mercado cinematográfico e publicitário. Quando acoplados a uma câmera de filmagem ou de fotografia, eles são usados para o monitoramento de plantações, do trânsito ou para o registro de eventos, como aniversários e casamentos. Sua maior vantagem é fornecer imagens de alta qualidade e com melhor custo-benefício em relação a um helicóptero, por exemplo. Tanta versatilidade acabou chamando a atenção da imprensa que, nos últimos anos, integrou as aeronaves não tripuladas à cobertura jornalística. No Brasil, o jornal Folha de S.Paulo estreou a tecnologia, com a filmagem aérea das manifestações contra o aumento das passagens do transporte público, em junho de 2013, na capital paulista. Na ocasião, a TV Folha contratou os serviços da GoCam, empresa especializada em filmagens com aeronaves não tripuladas, para sobrevoar a região da Marginal Pinheiros e Largo da Batata, onde se concentravam os manifestantes. “A gente usou o drone porque ele traz outro ponto de vista. É um novo campo que se abre. As imagens de helicóptero são muito altas, enquanto as feitas do chão são muito baixas. Esse meio termo é o que exploramos de forma inovadora”, explica João Wainer, diretor da TV Folha e do documentário “Junho”, sobre os protestos em São Paulo. Não demorou muito para que outros veículos também fizessem suas experiências. No Carnaval deste ano, o portal Terra contratou uma empresa especializada em filmagens aéreas feitas a partir de drones para mostrar aos internautas, em tempo real, os blocos de rua do Rio de Janeiro e da Vila Madalena, na capital paulista. O jornal O Estado de S. Paulo também estuda o uso das aeronaves, tanto que já adquiriu dois modelos, mas aguarda as autorizações necessárias para as primeiras experiências.

Risco calculado
Pesando a partir de dois quilos, e podendo chegar a quase meia tonelada dependendo do modelo, um veículo não tripulado que sobrevoa a uma distância de mais de cinquenta metros de altura pode facilmente causar acidentes com mortes. É justamente por isso que a legislação sobre a atividade é tão restritiva em alguns países. Nos Estados Unidos, por exemplo, o uso desse tipo de aeronave está restrito às iniciativas militares, o que tem gerado polêmica entre as empresas de comunicação, que acusam o governo de tentar interferir na liberdade de imprensa. No Brasil, onde ainda não há legislação específica para a operação de drones não utilizados para lazer, esporte ou competição, como no caso das empresas jornalísticas, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) promete, até o fim do ano, bater o martelo para a criação de uma nova lei. Em fevereiro de 2014, o órgão apresentou algumas diretrizes que, antes de votadas, serão levadas à consulta pública. Dentre as principais propostas, destaque para a liberação de voos em áreas públicas abertas quando o equipamento pesar até 25 kg e sobrevoar abaixo dos 120 metros de altura. A medida permite, no caso, a filmagem de manifestações e grandes eventos, como o Carnaval. No ano passado, a Folha também utilizou os drones para mostrar o trânsito na volta do feriado do Réveillon, operação que seria autorizada segundo a nova lei. As exigências se intensificam de acordo com o seu peso. A proposta prevê ainda a proibição do transporte de pessoas, animais ou artigos perigosos. Enquanto a nova legislação não entra em vigor, por hora, não há restrição para a compra do drone por um cidadão, instituição ou empresa, mas sua operação depende de uma autorização específica da Anac e do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Azul Linhas Aéreas

Anac confirma autorização para Azul voar aos EUA
A Azul Linhas Aéreas recebeu o sinal verde do governo para iniciar voos aos Estados Unidos. O aval está em portaria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicada no Diário Oficial da União (DOU) do dia 11 de agosto de 2014. Foram liberadas 18 frequências semanais para a realização de "serviços aéreos mistos entre o Brasil e os Estados Unidos". A Azul escolheu o aeroporto de Viracopos, em Campinas, interior paulista, para lançar seus voos internacionais, que serão conectados com a operação doméstica da empresa. Campinas é o principal centro de distribuição de voos nacionais da empresa, com ligações diretas para 50 cidades. Na mesma edição do DOU, a Anac anunciou a decisão de alocar sete frequências semanais à empresa TAM Linhas Aéreas para a realização de serviços aéreos mistos entre o Brasil e o Paraguai.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Meteorologia

El Niño pode ocorrer no segundo semestre de 2014
O fenômeno meteorológico El Niño, que pode ocorrer no segundo semestre de 2014, e que altera o clima global, não deve aumentar a quantidade de chuvas no Sudeste, nem amenizar a seca que afeta o Sistema Cantareira, conjunto de reservatórios que abastece a Região Metropolitana de São Paulo e parte do interior do estado, segundo especialistas. Eles afirmam que as taxas pluviométricas nos próximos três meses devem continuar baixas na região, índice normal para o período – que é de transição entre o inverno e a primavera –, e a temperatura pode subir até 2ºC, caso o El Niño se confirme. Batizado em homenagem ao Menino Jesus (em espanhol, "El Niño"), o fenômeno ocorre quando a temperatura do Oceano Pacífico aumenta e provoca alterações na atmosfera. Segundo os cientistas, a anomalia na costa pacífica da América do Sul deixa o mar ao menos 0,5ºC mais quente e enfraquece os ventos alísios (que sopram de leste para oeste) na região equatorial. Isso provoca uma mudança no padrão de transporte de umidade pelo globo, variações na distribuição de chuvas em regiões tropicais e de latitudes médias e altas, além de inconstância nas temperaturas. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) vê como provável a ocorrência do El Niño neste ano, mas ele ainda estaria em desenvolvimento. Se consolidado, o que pode acontecer entre o fim de agosto e início de setembro, seu pico de força deve ser relativamente fraco, segundo Alexandre Nascimento, da Climatempo. Na Climatologia, o nível de certeza sobre o impacto do El Niño em certas regiões do mundo, entre elas o Sudeste brasileiro, não é tão preciso quanto em outras áreas, como Sul, Norte e Nordeste do país. Segundo o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, o último El Niño que afetou o Brasil, entre junho de 2009 e maio de 2010, foi de intensidade fraca. De acordo com a Climatempo, na época, o volume de chuvas no Sudeste foi considerado normal e acima da média entre agosto e novembro, e durante o verão choveu menos que a normalidade. Fábio Rocha, meteorologista do Cptec, afirma que em outras edições do fenômeno foi possível estabelecer que o Norte e Nordeste são afetados constantemente com o aumento da temperatura e escassez de chuvas, enquanto o Sul do país é castigado com chuvas abundantes. Mas que o impacto no Sudeste ainda continua incerto -- não há relação estabelecida entre as chuvas na região e o El Niño. Apesar, disso, segundo ele, estima-se que o período seco em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais deve ser persistente, insistindo até meados de setembro, e que o volume de chuva de agosto, setembro e outubro para boa parte do território paulista deve variar entre índices de 200 mm e 300 mm – média registrada para o período conforme estimativas entre 1961 e 1990.

domingo, 10 de agosto de 2014

Especial de Domingo

No dia dos pais, o Núcleo Infantojuvenil de Aviação-NINJA reproduz conteúdo do excelente Santos Dumont de próprio punho, como singela homenagem ao nosso Pai da Aviação.
Boa leitura.
Bom domingo!
Feliz Dia dos Pais!

NOSSA ENTREVISTA COM SANTOS-DUMONT
Todos sabem que pioneiro da conquista do ar foi o famoso Santos-Dumont. Não seria interessante aprender com ele de onde veio sua vocação, como realizou seus primeiros ensaios e o que pensa do futuro da aviação? Em nome da “Lectures pour tous”, um repórter reconhecido pelo seu conhecimento em assuntos esportivos, o Sr. Frantz Reichel, solicitou que ele respondesse a estas diversas perguntas. É esta entrevista tão instrutiva, alimentada por fatos e ideias, com o Sr. Santos-Dumont e o nosso colaborador, que os nossos leitores vão encontrar aqui. No último dia 19 de outubro, o Sr. L. Barthou, diretor do gabinete do presidente do Conselho, ministro da Instrução Pública da França, inaugurou, no cruzamento das colinas de Saint-Cloud, o monumento erguido pelo Aeroclube da França em grande homenagem à Santos-Dumont.
Na base da estátua, foi gravado o que segue: “Este monumento foi erigido pelo Aeroclube da França para comemorar as experiências de Santos-Dumont, pioneiro da locomoção aérea.” Santos-Dumont assistia à cerimônia. Não há muitos exemplos, na história das conquistas humanas, de inventores que tenham, durante suas vidas, sentido a emocionante honra de receber uma homenagem, em pedra e bronze, pelos seus esforços generosos. Santos-Dumont recebera essa excepcional recompensa a dois passos do parque do Aeroclube da França de onde, no dia 20 de outubro de 1901, ele se lançou a bordo de seu dirigível para tentar ganhar o prêmio de cem mil francos oferecido pelo Sr. Henry Deutsch de la Meurthe ao indivíduo audacioso que, em um aeróstato, e em menos de trinta minutos, lançaria-se das colinas de Saint-Cloud para contornar a torre Eiffel e retornar, sem ter feito escala, ao seu ponto de partida. Ninguém esqueceu a emoção que essa extraordinária façanha causou. Provocou uma verdadeira euforia no mundo inteiro. O homem havia tido, dessa vez, a impressão de que o sonho (ambicioso e orgulhoso) da conquista do ar, perseguido através dos séculos, estava como que realizado.
Durante o espetáculo do dirigível contornando a torre Eiffel e retomando o caminho de volta, pessoas corriam, conversavam, cumprimentavam-se, abraçavam-se. Elas sentiam que, a partir daquele dia, despontava uma época de novas vitórias, de façanhas inéditas e de heroísmo. Santos-Dumont fez mais para a conquista do ar por meio da fé que o inspirava, pelo impulso transmitido, pelas esperanças que fez nascer, pela confiante bravura de suas tentativas intrépidas, do que por suas próprias criações. Ele abriu as portas, suscitou o movimento, e, por isso, foi e é o verdadeiro e magnífico pioneiro da locomoção aérea. Ele ousou; arriscou com simplicidade admirável. E será uma honra para França ter homenageado adequadamente a atividade de um estrangeiro que considera um dos seus e adotou-a como pátria. Santos-Dumont, no dia seguinte à manifestação que consagrou seus atos e sua justa glória, quis revelar aos leitores de Lectures pour tous como alcançou a conquista do ar. 

Avenida du Bois-de-Boulogne, 58: um vasto, claro, elegante rés-do-chão, cujas janelas sorriem ao esplendor verdejante da avenida. Nas lareiras, nos móveis, nas paredes, enfeites lembram as façanhas aéreas de Santos-Dumont. O senhor conhece Santos? Um homenzinho ágil, magro, nervoso, vigoroso; um verdadeiro atleta em miniatura, do peso de cinquenta quilos, que a prática de esportes mantém em perfeitas condições. Ele tem a testa comprida, larga, descoberta, o rosto alongado, os traços bem marcados, simultaneamente resolutos e afáveis. Um pequeno bigode, bastante curto, olhos brilhantes, ágeis completam sua fisionomia tão particular, tão original. De maneira gentil e como que constrangido de ter de falar de si, Santos consente, contudo, a entrevista; dificilmente o faz; porém, para tal, empenho uma obstinação rigorosa e metódica. Ele relata o que segue:

“Sou brasileiro; isto se sabe. Nasci no dia 20 de julho de 1873. Minha juventude se passou no meio de vastas plantações de café que meu pai possuía. Nesse lugar, tive uma vida livre, incomparável para formar o temperamento e suscitar o gosto pela aventura. Desde minha adolescência, tive uma queda extremamente acentuada pelas coisas da mecânica e, como todos aqueles que têm, ou acreditam ter, uma vocação, cultivava a minha com cuidado e paixão. Desde sempre imaginei, construí, dediquei-me a pequenos engenhos mecânicos que me alegravam e rendiam uma grande consideração da família. Minha principal alegria era ocupar-me das instalações mecânicas do meu pai, era da minha competência e ficava bem feliz e orgulhoso. Brilhava, aliás, na minha função; e acredite o senhor que, em uma área tão vasta quanto aquela que possuía meu pai, as instalações mecânicas abundavam. Essa área compreendia sobretudo uma via férrea de uma extensão de mais de cinquenta quilômetros; com frequência, eu mesmo conduzia os trens. Era um dos meus grandes prazeres. Meu gosto pela mecânica levou-me a entrar e estabelecer-me na nossa escola politécnica, de onde saí engenheiro civil. Foi então que vim para a França. Vivo no seu belo país há cerca de vinte e dois anos: eu o amo de um amor quase igual àquele que nutro por minha querida pátria."

POR TER LIDO JÚLIO VERNE
Quando e como (eu o interrompi) o senhor foi conduzido a se envolver com a aeronáutica, a se tornar o pioneiro da conquista do ar?

De maneira bem simples, que provavelmente parecerá inverossímil e extraordinária: graças às leituras de minha juventude fui influenciado a me apaixonar pela conquista do ar. E atribuo essa paixão ao maravilhoso romancista cujo gênio prodigioso, profético, nunca será célebre o suficiente, a Júlio Verne; espírito surpreendente de previsão que, com uma originalidade científica adivinhadora, construiu espontaneamente todas as grandes invenções modernas. Eu amo e venero Júlio Verne, e seria, da minha parte e da parte de todos, a pior ingratidão não reconhecer a influência considerável que ele teve no imaginário das novas gerações. Foi ele que deu a elas o gosto, a curiosidade pelas tentativas mecânicas mais audaciosas, poder-se-ia dizer as mais monstruosas. Tornou-as verossímeis, e a realidade mostrou que, na verdade, ele havia tido razão. Eu tinha, portanto, a ideia de me empenhar pela conquista do ar, que devia ser para o homem, quando fosse realizada, a causa de novas alegrias provocadas pela sensação vitoriosa de agir de maneira consciente, de viver a seu capricho, a sua vontade, em pleno ar livre. O balão esférico, do qual fui um adepto, não provoca essa sensação, essa exaltação vitoriosa. Quando levantamos em um esférico, não temos essa sensação de ação, essa impressão de movimento. É a terra que parece se distanciar; o aeronauta não tem a impressão de que ascende. Ele permanece como que imóvel.

Santos-Dumont para um instante e retoma:

Devo fazer, aqui, uma confissão; não que eu queira privar quem quer que seja da honra de ter empreendido algo, nem exagerar o que pude ou tive a felicidade de fazer, mas por simples homenagem à verdade. Quando comecei minhas pesquisas e experiências, não conhecia nada daquilo que podia ter sido feito antes, ou que era realizado por outros em paralelo aos meus trabalhos. Sei perfeitamente bem que um inventor tem grandes chances de ter êxito: quando é chegado o momento em que deve ser cumprido o tempo previsto. Sei que seus esforços também são, com frequência, o resultado do esforço de outros. Aliás, um inventor pode repentinamente obter sucesso em algo que outros teriam mais bem realizado, mas que não conseguiram porque chegaram cedo demais ou (igual e geralmente) tarde em demasia. Tive a extraordinária sorte de estar presente à ocasião em que os meios para realizar meu sonho e minhas concepções se encontravam à minha disposição. Cheguei no tempo esperado, num bom momento; foi meu glorioso destino, e eu, que acreditara nos maravilhosos sonhos do romancista, contentei-me pura e simplesmente em realizar o que ele imaginara, previra, em uma magnífica e genial concepção.

AS PRIMEIRAS TENTATIVAS
Seus primeiros esforços datam exatamente de qual época?

A possibilidade de conquistar o ar me pareceu evidente em 1892-93, ao longo de uma visita feita ao Salon du Cycle, instalado, naquele momento, no Palácio da Indústria de Paris, onde, pela primeira vez, expunha-se motores de automóveis: eles eram bastante pesados, de 40 a 50 quilogramas com ¼ de cavalo-vapor, e logo pensei que a indústria em pouco tempo consideraria outros resultados e que, dada a existência de um motor a explosão suficientemente potente e leve, a conquista do espaço aéreo não seria difícil. Não me enganara; em alguns anos, a tecnologia do motor à explosão sofreu extraordinárias transformações, devidas essencialmente ao triciclo a petróleo. Desde então, tive pressa de ser o primeiro a navegar em dirigível; eu sentia – como posso dizer? – que a coisa estava no ar. Para estar preparado, eu me envolvera, com empenho, na navegação aérea por meio do balão esférico, desde que se apresentara a ocasião para realizar meus projetos.

Quando o senhor desenhou e construiu seu primeiro dirigível?

Foi em 1898 que construí meu primeiro dirigível – um charuto – inflado a hidrogênio, composto por uma pequena barquinha munida de um motor, de uma hélice e de um leme. Meu balão havia sido inflado nos ateliês de Henri Lachambre, em Vaugirard, e o dia de minha primeira saída, em fevereiro de 1898, o tempo estava horrível; nevava. Essa primeira saída, aliás, quase me foi fatal. A cinco ou seis metros de altura, sobre Longchamp, o aparelho, repentinamente, dobrou-se e a queda começou. De toda minha carreira, esta é a lembrança mais abominável que tenho guardada. Enquanto o balão caía, perguntava-me se os cabos que sustentavam minha barquinha não se romperiam! A queda durou vários minutos e tive tempo de me preparar para a morte. O que começara tão mal, de resto, terminou muito bem; aterrissei incólume.

A EXPERIÊNCIA
O senhor me disse, prontamente, que ignorava todos os trabalhos feitos por aqueles interessados na pesquisa da aviação à época em que se dedicou à conquista do ar. Isso dá a sua obra um valor pessoal muito mais considerável e largamente merecido. Entretanto, desde então, quais foram os métodos empregados para fornecer as soluções tão engenhosas e tão racionais devidas ao senhor pela navegação aérea em “o mais leve” e “o mais pesado” que o ar?

O empirismo…e acredito de bom grado que todos aqueles que, na conquista do ar, atingiram resultados úteis não procederam diferentemente. Partir de dados teóricos, conforme constatei, não conduz a grande coisa; se o erro está na base, ele também está na consequência. Procedi por empirismo na construção de todos meus aparelhos, de todos sem exceção. Parece-me supérfluo lembrar-lhe os inumeráveis modelos de dirigíveis que construí e seria bem difícil lhe dizer o número exato! Acredito, contudo, recordar-me que construí quatorze dirigíveis e aproximadamente dezenove modelos de aeroplanos. Tratando-se tanto de dirigíveis quanto de aeroplanos, e admitindo, mais uma vez, a possibilidade de chocar algumas pessoas dentre as quais lerão esta entrevista: sempre procedi apenas por empirismo. Tateei, experimentei; cada experiência servia a uma próxima; eu continuava de maneira ponderada, com prudência; encontra-se a gênese de meus resultados na variedade de meus engenhos ampliados e modificados de modelo em modelo. Nunca me sentei diante de uma mesa para trabalhar sobre dados abstratos; à medida que realizava testes, aperfeiçoava minhas invenções, segundo o bom senso e a prática. Entretanto, não nego ter sido utilmente assessorado em meus esforços pelos conselhos de alguns técnicos, que foram, contudo, menos felizes na aplicação daquilo que a teoria ensinara-lhes. Eu tinha uma fé absoluta que, com paciência e aplicação, chegar-se-ia a vencer o ar, senão em todas as circunstâncias, ao menos na maioria delas. Nada me desencorajou, tão numerosas as aventuras tenham sido, das quais fui a vítima…aliás feliz, pois a Providência zelou constantemente por mim, já que fui ferido apenas uma vez ao longo de uma aterrissagem em balão livre, em Nice.

O senhor se lembra do número de suas desventuras? Santos-Dumont se recolheu um instante, pôs-se a contar nos dedos, depois:

Certamente que não! Às minhas quedas, não dei muita importância. Tinha fé no meu destino…e nos amuletos que carregava. Os navegadores do ar são, com efeito, como os marinheiros; eles têm crenças e superstições: o progresso da locomoção aérea não os fez renunciar a esses hábitos, e o senhor sabe que todos os aviadores usam no pescoço talismãs cuja perda ou cujo esquecimento desestabilizariam sua coragem. A todas minhas quedas, escapei, com efeito, sem problemas; aconteceu dessa forma quando caí no campo de polo; quando vim a encalhar na propriedade do Barão de Rothschild, na ascensão em Bois-de-Boulogne; quando caí sobre os telhados de Passy, ou sobre as árvores de Saint-Cloud; quando o vento me empurrou em direção ao aqueduto do Avre; e, enfim, em Monte-Carlo, quando naufraguei no porto. Em todas essas quedas, não tive emoção alguma; foi breve e natural; desci simplesmente e, em alguns segundos, estava imóvel. Nos telhados de Passy, foi instantâneo: um estalo e estava enganchado. Apenas tive, após ter adquirido paciência, de fazer um pouco de ginástica: na verdade, pouco de perigo e nada de emoção. Ao contrário, foram essas aventuras que me tranquilizaram e deram confiança. Com calma e presença de espírito, o homem pode se defender melhor na navegação aérea do que na locomoção terrestre. Reitero ao senhor: a única aventura angustiante foi minha primeira queda, quando meu balão se dobrou.

DO DIRIGÍVEL AO AEROPLANO

Qual é, quais são suas mais ternas lembranças?

Tenho tantas lembranças que escolher a mais terna dentre elas, a mais preciosa, é muito difícil, para não dizer impossível. E seria ingratidão. Não são, acredite mesmo, os dias que foram, então, considerados como aqueles de vitórias definitivas que ocupam o lugar mais importante no meu coração; recordo-me com maior emoção das primeiras tentativas, daquelas que, consolidando as audaciosas esperanças de uns e outros, e as minhas, mostravam que era de fato possível conquistar cedo ou tarde o espaço aéreo. Essas tentativas eram, para mim, o que são, para a mãe e o pai, os primeiros passos de um filho que, entregue à própria sorte, vai dos braços da mãe aos do pai. Certamente, passei por uma nobre emoção no dia em que, com felicidade, tive êxito na viagem de Saint-Cloud à Torre Eiffel, ida e volta, pois era o primeiro grande experimento do balão automóvel, mas sabe-se que, cedo ou tarde, por mim ou por outros, ele seria concluído. Tive simplesmente a magnífica sorte de ser o primeiro. Por isso, tal evento me alegrava excepcionalmente, porque provocaria, sem dúvida, emulações e, em consequência, desencadearia progressos cuja humanidade logo se beneficiaria.

Mas como o senhor foi conduzido a passar subitamente do dirigível ao aeroplano?

Após alguns sobrevoos em Longchamp, em Paris e, sobretudo, aquele onde fiz escala no Champs-Elysées, em frente ao imóvel em que vivia, considerei, quanto ao dirigível, minha tarefa como cumprida; comportava-me como sportsman cientista e não tinha, por isso, nenhuma intenção de industrializar minhas pesquisas providencialmente favoráveis. O motor de automóvel tinha sido, em alguns anos, tão aperfeiçoado que se evidenciou, então, o fato de o homem poder, enfim, empenhar-se em rivalizar com o pássaro; e, lançando “o mais leve que o ar”, pus-me com urgência a trabalhar “o mais pesado”. Devo, aqui, afirmar igualmente que nada subtraí de outros. Tinha, provavelmente, ouvido falar dos Wright, mas ignorava seus trabalhos, os resultados atingidos por eles quando, em 1905, comecei no aeroplano. Tratando da aviação, continuei procedendo por empirismo. E, sem querer em qualquer momento diminuir o que outros fizeram, e então muito melhor do que eu, não posso ser acusado de tê-los copiado. Para se convencer disso, basta comparar meus aparelhos da época com os utilizados então.

A PRIMEIRA “DEMOISELLE”
É necessário recordar minhas primeiras e tímidas experiências com o canard de asas de tipo celular em V? Aqueles que foram as testemunhas dessas primeiras tentativas, ao longo das quais consegui deixar o solo em 7, depois 13, 60, 160 e 220 metros, enfim conheceram emoções e alegrias desproporcionadas com os resultados adquiridos; mas nisso ainda tive a sorte extraordinária de ser o campeão de suas esperanças. Eis a verdade! Eu entrara em cena no dia certo. Minhas primeiras experiências de aeroplano aconteceram em Bagatelle. Depois de meu voo, meu salto de 220 metros, transportei meu campo de ação para Issy-les-Moulineaux, mais vasto e deserto. Foi então que, renunciando ao gigantesco aparelho de minhas primeiras pesquisas, iniciei a construção do monoplano “la Demoiselle”, que renovava o primeiro monoplano concebido, construído e experimentado por Ader. Encontrei, na minha prática, sérias dificuldades; elas vinham do motor. Sempre fui partidário – e sou ainda mais do que antes – de um aparelho leve, que dispõe de uma fonte de energia suficientemente grande, a fim de poder voar com facilidade e se defender utilmente no ar da decolagem à aterrissagem. Os motores de então, mesmo tão aperfeiçoados, estavam ainda demasiadamente pesados. Foi, nesse momento, que pensei em aplicar o motor horizontal e que utilizei o Dutheil-Chalmers, com o qual obtive resultados suficientemente satisfatórios, mas que não valem comparados aos conquistados por mim com o motor que desenhei e cuja construção foi infelizmente abandonada. Em Issy-les-Moulineaux, somente pude treinar em linha reta, mas meu aparelho estava tão rápido e suas qualidades tão seguras, que sonhei em ultrapassar os limites da propriedade e pôr-me à prova em voos pela campanha, e, como se tornava perigoso voar em Issy, devido à multidão que os experimentos atraíam para esse local, desloquei-me para Saint-Cyr. Estava muito satisfeito com minha “Demoiselle”, com a qual completei velocidades de 90 quilômetros por hora, o que, para a época, era uma velocidade relevante. Fiz algumas ascensões que tiveram repercussões, sobretudo aquela que me dirigiu ao castelo de Wideville, onde fui acolhido com entusiasmo do qual ninguém duvidará. Eu era, naquela época, o pássaro raro. Isso é quase toda minha história.

O senhor sabe que sua aposentadoria repentina é o que surpreende. Lastima-se que não tenha trabalhado mais longamente sua “Demoiselle”.

Tal qual era em 1910, é, com efeito, a “Demoiselle” em 1913, - retoma Santos-Dumont. Ela teve seus adeptos, e ainda posso dizer que me orgulho de ter fornecido a dois dos mais conhecidos aviadores modernos, a Roland Garros e a Audemars, o aparelho de sua estreia. Foi com minha “Demoiselle” que Roland Garros estreou: aquela com a qual fiz as ascensões e a visita que o senhor sabe, Roland Garros fez seu aprendizado. Ele comprara de mim uma “Demoiselle”, e, no dia 9 de setembro de 1910, efetuou a travessia do rio Rance, de Paramé à Dinard, passando sobre Saint-Malo; no dia seguinte, deslocou-se de Dinard até a ilha de Cézembre, em oito minutos e seis segundos. Por sua vez, Audemars adquiriu sua “Demoiselle” na maison Clément, que havia começado a construir essa máquina.

O senhor renunciara completamente à navegação aérea desde 1910. O que motivou o seu retorno?

Retornei à navegação este ano, porque me pareceu que o motor aeronáutico havia realizado progressos tais, que se podia, enfim, construir os aeroplanos leves, robustos, práticos os quais sonhara. Quis, inicialmente, introduzir-me aos aparelhos modernos, e havia mesmo começado meu treinamento. Tentei, sinceramente, familiarizar-me com os comandos atuais; não tenho a pretensão de criticá-los, mas foi bem difícil adaptar-me a essas manobras, que são contraintuitivas; elas trabalham tanto os pés quanto as mãos e são contrárias aos gestos comandados pelo instinto. Desaprovo isso; tenho medo que, em situações graves, quando o piloto não se controla mais o suficiente, seu instinto, vencendo, dirija-o a movimentos que o fazem se perder em vez de se salvar. Havia imaginado um aparelho permitindo o aprendizado fácil desses diferentes movimentos, mas não pude submeter-me a essas manobras e preferi renunciar aos aparelhos modernos para retornar pura e simplesmente à minha “Demoiselle”.

MINHA NOVA MÁQUINA
Devo aos senhores Morane e Saulnier uma nova ‘Demoiselle’, construída de maneira perfeita, muito mais sólida, muito mais robusta, muito mais ágil em relação àquelas que foram seus ancestrais. Leve, dispondo de um motor de 50 cavalos, tenho nela um instrumento de turismo que considero perfeito e que oferece as mais altas garantias de segurança; conservei minha “curvatura”, apenas pela manobra do corpo, com a ajuda de correias que agem na extremidade das asas e criam a torção desejável, pelo único fato de o piloto se inclinar do lado oposto ao da queda, e tanto quanto for necessário para obter a correção conveniente. Agrada-me nesse sistema não muito mecânico, eu reconheço, mas extremamente seguro, extremamente maleável, ter de me encarregar apenas com a direção do aparelho; e, como estou sentado sob minhas asas, disponho de uma visibilidade admirável que me permite controlar a aterrissagem à minha maneira. Penso, com efeito, que muitas dessas quedas mortais que lamentamos foram provocadas pela necessidade na qual os pilotos se encontram, no momento da aterrissagem, de colocar o aparelho cabeça para baixo e cauda para cima para ver o solo. Quando, então, em virtude de um ângulo desmesurado, eles se chocam contra o solo, ou quando, faltando velocidade, levam de repente uma rajada de vento, ocasionando a capotagem e a queda com suas consequências desoladoras. A meu ver, pouso com as asas altas, por assim dizer; desço em posição normal.

CONSELHO AOS CONSTRUTORES
Não acredito, na verdade, que o aeroplano deva, no futuro, mudar muito, mas se tivesse uma observação a dar aos construtores, dir-lhes-ia que cegaram ao exagerar a potência de seus aparelhos; eles se lastimam que a aviação civil não se desenvolve, mas são eles mesmos que a tornam verdadeira e demasiadamente dispendiosa. Do motor de 50 cavalos passou-se ao de 70, 80, 100, 160 cavalos; eis que nos encontramos no de 200 cavalos! Aparelhos de 30.000 a 45.000 francos são excessivamente caros, não somente do ponto de vista do valor de compra, mas, sobretudo, se consideramos sua utilização. O quilômetro/“voo” custa valores exorbitantes; esses motores tão potentes são embebidos de petróleo e de óleo: a menor ascensão se torna uma prodigalidade! Se compreendemos muito bem que a aviação militar necessite de aparelhos que por sua força possam ascender a todo o momento, porque, para lutar, não se escolherá nem o dia, nem a hora, acredito ser um erro grave querer fazer, para a aviação civil, aparelhos de todas as formas. Neste momento, o aparelho civil deve ser considerado antes de tudo e, sobretudo, na área dos construtores, como um aparelho de turismo e de esporte ocasional. Por exemplo, os iates à vela de nossos rios ou de nossos portos, tão bons navegadores, tão ótimos veleiros, têm a pretensão de poder enfrentar o mar e o vento em todas as ocasiões? Eles esperam seu dia, a maré favorável, o vento propício, e, se as condições marítimas e atmosféricas não são aquelas esperadas, permanecem ancorados, abrigados no porto! A marinha de guerra necessita de navios que partam todos os dias, que partam a todo o momento. O sportsman, o turista e mesmo o comerciante não necessitam completamente de um navio que enfrente todas as dificuldades do mar e do ar. Igualmente para a aviação. Sempre buscando a realização do aeroplano para todos os dias e para qualquer momento, os construtores deveriam se empenhar para criar o aeroplano de esporte, de simples adesão, para belos dias, para o tempo bom, leve, barato. Veja o céu! Será que os pássaros permanecem no ninho quando o céu está contra eles? É o instinto deles que os faz ficar; quanto ao homem, a razão é o seu instinto. Desejo que os construtores franceses cheguem à fórmula que indico; eles prestarão um grande serviço à causa da aviação e a si mesmos, fornecendo a muitas pessoas, que desejariam se dar asas, a ocasião de adquiri-las, mas que renunciam ao turismo e ao esporte aéreos porque são dispendiosos, e não porque acham perigosos.

Assim relatou o Sr. Santos-Dumont. Agradeci a ele pelos detalhes que fornecera a respeito de si e da origem de sua extraordinária vocação, e mais ainda pelas opiniões que expusera sobre a aviação moderna. Parece que os fatos lhe dão constantemente razão! Alguns dias após esta entrevista, o aviador Perreyon, que todos consideravam um piloto que sua ciência, sua experiência, seu sangue-frio protegiam-no de um acidente, faleceu na cidade de Buc em um acidente de aterrissagem, no momento em que os acidentes mortais se multiplicam na França e no estrangeiro, na aviação civil e militar. Se alguns acidentes tinham sido comunicados com esta menção: “por uma causa desconhecida”, a maior parte era motivada por uma má aterrissagem. Devo recordar aqui o mais trágico de todos? Aquele ocorrido na cidade de Bethon, próximo de Epernay, com o tenente Briault e o soldado Brouillard, que, em um pouso infeliz, foram mortos carbonizados nas ferragens de seu aparelho em chamas? A aviação francesa passa, do ponto de vista industrial, por um período difícil: ela tem como clientes apenas o as forças armadas da França e os governos estrangeiros, estes últimos pouco a pouco tentando realizar o próprio abastecimento ou buscando provimentos por outra via. É necessário que nossos construtores voltem seus esforços para a aviação civil, fazendo dela um esporte e um meio de turismo ocasional, excepcional, delicioso e vencedor. As forças armadas alimentam o projeto – denegado, mas inevitável – de se tornar seu construtor. A partir de então, elas decidiram admitir na formação de suas esquadrilhas apenas três marcas de aparelhos, quatro no máximo. Hoje, uma dezena de marcas supre as forças armadas, e sua concorrência assegura o progresso da aviação. O dia em que a concorrência for limitada a quatro marcas oficiais, essa concorrência perderá sua intensidade e suas consequências fecundas serão quase nulas. Sozinha, então, a aviação civil garantirá o futuro da conquista do ar. É preciso pensar nela.

Frantz REICHEL

Tradução de Janaína Pinto Soares

sábado, 9 de agosto de 2014

Carreiras na Aviação

ITA abriu inscrições para o vestibular 2015
Começaram, no dia 7 de agosto de 2014, as inscrições para o vestibular 2015 do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). São oferecidas 170 vagas. As inscrições podem ser realizadas por meio do site do Instituto até o dia 15 de setembro de 2014. O ITA oferece seis cursos de engenharia: aeroespacial, aeronáutica, civil-aeronáutica, mecânica-aeronáutica, eletrônica e de computação. As provas de português, inglês, física, matemática e química serão aplicadas de 9 a 12 de dezembro de 2014 em 23 cidades distribuídas em todas as regiões do país.

Saiba mais: www.ita.br

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Ação Cívico-Social

FAB em ação cívica faz atendimento médico no Pará
“Eu fui ao ginecologista, oftalmologista e ortopedista”, declarou a dona de casa Maria da Conceição. Ela foi uma das cerca de 500 pessoas atendidas no domingo, dia 03 de agosto de 2014, na Ação Cívico-Social (Aciso), realizada no Campo de Provas Brigadeiro Velloso (CPBV), localizado na Serra do Cachimbo, no Sul do Pará, por militares da Força Aérea Brasileira. O objetivo da ação era de levar atendimento de saúde à população do entorno do CPBV. A maior parte dos visitantes da Aciso era de Guarantã (MT), cidade mais próxima do Campo, que fica a 80 km do Centro. Segundo a secretária de saúde da cidade, Izabel Cristina, a maior dificuldade da população é a ausência de médicos nas diversas especialidades. “Nós temos carência de pediatra e ginecologista e o evento proporcionou que tivéssemos acesso a especialidades que não dispomos em nosso município”, declarou. Na Aciso foram disponibilizadas diversas especialidades para os pacientes, que puderam contar com otorrinolaringologista, oftalmologista, ginecologista, ortopedista, clínico geral e pediatra, além de procedimentos preventivos e curativos emergenciais na área de odontologia. Ao todo, foram 36 profissionais de saúde. Luciano Romaes, 62 anos, viajou cerca de 100 km da cidade de Matupá (MT) até o CPBV. “Eu estou com problemas de audição e preciso de atendimento no otorrinolaringologista. Também devo ir ao oftalmologista”, afirmou. Como Luciano, o público da Aciso viajou dos municípios vizinhos até o CPBV. A cidade mais distante foi Rondonópolis (MT), a cerca de 1100 km do local da Aciso. Para o coordenador do evento, Major Médico Fábio Amadeu, essa é uma das funções dos militares profissionais de saúde da FAB. “Os médicos, dentistas e enfermeiros não devem ficar apenas em consultórios ou locais fechados. Eventos como esses, com apoio das Unidades Celulares de Saúde, ajudam a população mais necessitada”, afirmou. A Ação Cívico-Social foi organizada pelo Sexto Serviço Regional de Saúde, pelo Sexto Comando Aéreo Regional e pelo CPBV.

Fonte: FAB

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Gripen NG

Governo inicia ‘pente-fino’ em parcerias tecnológicas do F-X2
Especialistas do programa F-X2 estão revendo a proposta de compensação tecnológica e industrial feita pela sueca Saab para o projeto dos caças Gripen NG que o Brasil vai comprar para a Força Aérea Brasileira. Na pauta das reuniões, que deve durar duas semanas, também está sendo atualizado o plano de participação da indústria nacional no desenvolvimento do caça. A informação foi divulgada pelo brigadeiro José Augusto Crepaldi, presidente da Copac (Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate), conforme o site Defesanet. Na semana passada, a Saab entregou à FAB a atualização das especificações técnicas do caça Gripen NG, que será desenvolvido em conjunto com o Brasil. A Embraer, sediada em São José dos Campos-SP, será a empresa líder do programa de desenvolvimento da aeronave no Brasil.

Participação
Além da Embraer, outras empresas do polo aeronáutico de São José dos Campos, como a Akaer, também participam do programa do Gripen NG. O Brasil vai comprar 36 caças para renovar a frota da FAB. O contrato está estimado em US$ 4,5 bilhões. A montagem final do caça será feita na unidade da Embraer em Gavião Peixoto-SP.

Visita
Na próxima semana, a ministra de Defesa da Suécia, Karin Enströn, se reunirá com o ministro Celso Amorim para efetivar as parcerias entre os dois países. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Defesa, na pauta do encontro, o programa F-X2. Especialista em assuntos militares da Universidade Federal de Juiz de Fora-MG, Expedito Bastos, avalia que a participação de empresas nacionais no programa é fundamental para a indústria de defesa do país, mas pondera que é preciso definir o grau de transferência de tecnologia que ocorrerá com o programa. Por enquanto, segundo ele, não é possível avaliar esse quesito porque ainda não foi divulgado pela FAB.

Contrato
Esses dois itens são objetos de avaliação da FAB e deverão constar no contrato que será assinado com a Saab para a produção do caça. A previsão do governo federal é de que o contrato será assinado até o final deste ano. A perspectiva do Ministério da Defesa é que a produção dos caças no Brasil seja iniciada em 2018. A Saab vai montar uma fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

Fonte: O Vale

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

LABACE

Embraer exibira cinco jatos executivos na LABACE 2014 
A Embraer levará cinco jatos executivos para a 11ª edição da Latin American Business Aviation Conference and Exhibition (LABACE), evento que acontece de 12 a 14 de agosto, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A principal feira de aviação executiva na região terá entre os seus destaques o Legacy 500, novo jato executivo da categoria midsize, que será exibido pela primeira vez na LABACE com interior completo. A Embraer também levará para exposição estática o Phenom 100E, Phenom 300, Legacy 650 e o Lineage 1000E, além de apresentar suas soluções em serviços e suporte ao cliente. Na segunda-feira, 11 de agosto, às 14h, a Embraer realizará uma coletiva de imprensa na sala Santos Dumont, no local da exposição, para apresentar atualizações de seus programas na aviação executiva e previsões de mercado. “A LABACE é uma vitrine importante para a aviação executiva na América Latina e proporciona uma grande oportunidade de exposição das inovações e diferenciais tecnológicos dos nossos produtos”, disse Breno Corrêa, Diretor de Marketing e Vendas da Embraer Aviação Executiva para a América Latina. O portfólio de jatos executivos da Embraer oferece tamanhos de cabine e flexibilidade de alcance adequados para as mais variadas demandas, permitindo maior produtividade no trabalho e economia de tempo nas viagens, com conforto e privacidade.

Sobre a Embraer Aviação Executiva
A Embraer é uma das maiores fabricantes de jatos executivos do mundo, tendo entrado neste segmento de mercado a partir de 2000, com o lançamento do jato Legacy. Seu portfólio, o mais amplo da indústria, é formado pelos jatos Phenom 100E, Phenom 300, Legacy 450, Legacy 500, Legacy 600, Legacy 650 e Lineage 1000E. Mais de 750 jatos executivos da Embraer estão em operação em mais de 50 países. Os clientes são apoiados por uma rede global de cerca de 70 centros de serviços entre próprios e autorizados e centros de distribuição de peças, complementados por um Contact Center 24/7.

Fonte: Embraer

terça-feira, 5 de agosto de 2014

III FAE

III Força Aérea celebra 23 anos e mostra projetos para o futuro
A Terceira Força Aérea (III FAE), unidade responsável pelas aviações de caça e reconhecimento da FAB, celebrou 23 anos nesta terça-feira (05/08) em cerimônia militar realizada em Brasília. O evento, presidido pelo comandante do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR), Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, contou com a presença de autoridades civis e militares. Durante a solenidade, foram entregues a militares as homenagens de Graduado e Praça Padrão, Menção Destaque Operacional ouro e prata e Medalha Militar por bons serviços prestados. Sob o Comando da III FAE, estão 13 Unidades Aéreas de emprego aeroestratégico, operações aerotáticas e defesa aérea, que vivem um momento de renovação das aeronaves disponíveis. Uma delas, é a aquisição dos caças Gripen NG e para receber as aeronaves a III FAE está em fase de mudança e readequações. “O nosso grande projeto é preparar a estrutura para receber a aeronave que foi escolhida. Além disso, temos que preparar nosso pessoal, pois será um salto tecnológico significativo, já estamos em processo de mudança de doutrina”, revela o Comandante da III FAE, Brigadeiro do Ar Mário Luís Da Silva Jordão. Ainda na aviação de caça, as aeronaves F-5 e A-1 estão em fase de modernização. Na aviação de reconhecimento, a Unidade também tem novidades com a incorporação da nova aeronave remotamente pilotada, RQ-900 e a modernização do E-99, ambos utilizados durante a Copa do Mundo. Para receber essas modernizações e novas aeronaves, a III FAE gerencia juntamente com o COMGAR a integração com outras unidades da FAB, para atender às necessidades dos setores envolvidos. “Todo esse preparo que nós fazemos é para dar condição para que todas as aeronaves estejam prontas para decolarem e defender nosso espaço aéreo e território. Nós temos um trabalho silencioso, as unidades aéreas da III FAE guarnecem os alertas de defesa aéreo espalhados por todo Brasil e estão sempre prontas a atuarem em prol da população brasileira”, finaliza o Brigadeiro do Ar Jordão.

Fonte: FAB

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Aviação Regional

São José dos Campos e Caçapava tentam alavancar mercado aéreo
Pouco mais de 20 quilômetros separam dois cenários distintos do mercado de aviação regional. De um lado, o aeroporto de São José dos Campos-SP fechou o balanço do primeiro semestre com queda na movimentação de aeronaves, passageiros e cargas aéreas. De outro, o projeto do Aerovale em Caçapava-SP foi turbinado em R$ 30 milhões, totalizando investimentos de R$ 280 milhões na construção de um aeroporto comercial privado. De acordo com estatísticas disponibilizadas pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), o aeroporto Professor Urbano Ernesto Stumpf, em São José dos Campos, contabilizou entre janeiro e junho 454 aeronaves a menos, deixou de receber 51.448 passageiros e reduziu em 620 toneladas a quantidade de carga aérea transportadas. Por meio de nota, a Infraero alega que “oscilações na movimentação de aeronaves e passageiros no aeroporto são geralmente decorrentes de variações sazonais e/ou outras circunstâncias na demanda junto às companhias aéreas”. Em fase final de obras que consumiram R$ 16,6 milhões por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o aeroporto está na mira da SAC (Secretaria de Aviação Civil) e pode receber novos investimentos, desta vez dentro do Programa de Aviação Regional do governo federal. De acordo com a SAC, na RMVale, estudos técnicos sobre a infraestrutura dos aeroportos de São José dos Campos e de Guaratinguetá já foram realizados e estão em fase de análise.

Caçapava
Nas contas do empresário Rogério Penido, as obras no complexo do Aerovale estão 80% prontas. Segundo ele, as operações no local, que estavam previstas para maio, foram adiadas para o final do ano em função de modificações no projeto. A pista, por exemplo, teve sua estrutura de pavimentação reforçada e terá capacidade para suportar grandes cargueiros, como o A-300 da Airbus e o futuro KC-390 da Embraer. “Começamos a pavimentação da pista. Tudo deve ficar pronto em dezembro. Aumentamos o terminal de passageiros, já compramos um caminhão de bombeiros. Inclusive faz parte desse investimento maior a operação do aeroporto por instrumentos. Também vai ter torre (de controle)”, afirmou Penido. Penido também espera iniciar até o final do mês as operações com dois helicópteros modelo Esquilo. Para o empresário, o futuro do Aerovale está ligado ao transporte de cargas leves “A carga leve vai ser muito próspera. A carga pesada não. A Infraero montou uma estrutura muito grande em São José e não dá conta. O Vale não tem volume para tráfego pesado. A gente acredita muito no movimento de cargas de alto valor agregado".

Aeroporto de São José dos Campos-SP
Aeronaves
2014 - 7.497
2013 - 7.951

Passageiros
2014 - 44.618
2013 - 96.066

Cargas Aéreas
2014 - 534 toneladas
2013 - 1.154 toneladas

Situação atual
Concluída nova sala de embarque e desembarque de aproximadamente 1,2 mil m², um novo saguão de embarque e novos balcões de check-in.

Investimento
R$ 16,68 milhões

Conclusão
A previsão inicial era em julho, mas foi adiada para agosto

Estímulos devem melhorar o setor
O secretário de Desenvolvimento Econômico de São José dos Campos, Sebastião Cavali, está otimista quanto aos estímulos à aviação regional. "Com a aprovação do incentivo federal à aviação regional formalizado pela MP 652/14, os parâmetros de lucratividade da operação das companhias aéreas em aeroportos regionais como o de São José irão melhorar.”

Custo operacional precisa ser menor
Para o empresário e especialista em logística, Osman Cordeiro, a Infraero deve ser mais competitiva para atrair voos ao aeroporto de São José dos Campos. “Para crescer com a aviação regional, é preciso custo operacional mais baixo. Guarulhos e Viracopos têm uma estrutura consolidada. Estamos a 70 km de Guarulhos. Para atrair empresas, tem que ter viés financeiro.”

Operação assistida completa 20 dias
A operação assistida das novas instalações do aeroporto de São José dos Campos foi iniciada no dia 10 de junho, com uma nova sala de embarque e desembarque, um novo saguão e novos balcões de check-in. “Essas novas áreas já estão proporcionando muito mais conforto aos passageiros e usuários e rapidez no atendimento”, informou a Infraero.

Texto: Marcelo Pedroso

Fonte: O Vale

domingo, 3 de agosto de 2014

Especial de Domingo

É sempre gratificante selecionar conteúdo do blog Pery de Serra Negra. Numa linguagem muitas vezes poética, histórias, "causos", experiências de vida estão disponíveis para leitores de todas as idades.
Boa leitura.
Bom domingo!

Palestra dada aos alunos do Aeroclube do Rio Grande do Norte 
Por Pery Lamartine
Em 09.08.2010
Vocês estão iniciando um curso de “piloto privado” que poderia também ser chamado de “curso primário”. É por aí que se inicia a carreira de “piloto-aviador”. Os primeiros passos são dados nesses pequenos aviões “treiners”. Com o surgimento dos chamados ultraleves, ou “experimentais”, causou uma certa confusão na classificação dos pequenos aviões. Eles foram classificados pelo peso o que levou os antigos e ótimos aviões dos aeroclubes a categoria de experimentais, uma injustiça, no meu ponto vista. O ultraleve,pode-se dizer que, é como se fosse uma jangada, e os aviões tipo Piper, AeroBuero, Paulistinha e outros, seriam as lanchas esportivas. Espero que o Governo um dia revise essa classificação. No ultraleve, pela precariedade na sua construção, não se consegue transmitir ao aluno uma pilotagem de qualidade o que não acontece nas avionetas dos aeroclubes. Mas continuemos: Vamos primeiro situar vocês dentro deste “nosso” aeroclube; é uma instituição pioneira no Brasil.Quando foi inaugurado no dia 29 de dezembro de 1928, somente existia no país o Aeroclube do Brasil, que só fazia emitir títulos (Brevet), para as pessoas que haviam feito o curso nas escolas particulares existentes em São Paulo. Na primeira fase, o Aeroclube do Rio Grande do Norte, teve uma vida muito curta. Não chegou a completar dois anos de vida. Quando estava em plena atividade, formando pilotos, veio a chamada “Revolução de 30”, ( 03 de novembro 1930 ) que fechou o clube. Os aviões – eram dois biplanos “treiner” de fabricação inglesa chamados “Blue-Bird” que o Aeroclube havia importado diretamente da Inglaterra.
Um desses aviões caiu com o piloto Edgard Dantas,vindo ele a falecer, ali mesmo no Aeroclube. Por ordem da revolução, o Instrutor Djalma Petit retornou ao Rio de Janeiro levando o “Blue-Bird” restante. Nos dois anos que funcionou, ainda diplomou uma turma, foram eles: Fernando Gomes Pedroza, Eloi Caldas, Aldo Cariello, Octávio Lamartine e Edgard Dantas. Houve outro candidato que não concluiu o curso, chamado Plínio Saraiva. Ele só fez a conclusão, quando o Aeroclube foi reativado em 1942, doze anos depois. O instrutor era uma oficial da aviação naval, cedido ao Governo do Rio Grande do Norte, chamado Djalma Petit.
Foto da 1ªTurma de alunos da Escola de Aviação do Aero-Clube

Em 1942, a 2ª.Guerra Mundial estava a todo vapor, quando surgiu no Brasil a Campanha Nacional de aviação, apoiada pelo jornalista Assis Chateaubriand dos “Diários Associados”, com o objetivo de criar a reserva da Força Aérea Brasileira. O Brasil estava mandando tropas para Europa ( AeronáutIca também enviou um contingente) e a nossa Força Aérea não tinha nenhuma reserva. Na época foi fundado dezenas de Aeroclubes por todo o país e o nosso que havia sido desativado em 1930, foi reativado. Daquele ano até hoje vem funcionando com atropelos por questões de natureza administrativas. É uma instituição que merece ser preservada pela sua história e pelo o que pôde fazer em prol da Aviação. Hoje existem alguns pilotos formados aqui trabalhando nas companhias aéreas e tem motivado alguns jovens a entrar na aeronáutica. Conhecí pessoalmente pelo menos um deles (Capitão Aviador Clidenor do Lago Filho, hoje já falecido). Está aí um pouco da história muito resumida do Aeroclube do Rio Grande do Norte. Um clube que merece o nosso respeito. Como toda instituição que ensina aviação, também teve seus sinistros, em número de cinco mas a análise de cada um conclui-se que houve falha humana. Daí porque vou fazer adiante algumas recomendações que ajudarão a fazer um bom curso e preparar bons pilotos.

Recomendações aos candidatos a aviadores:

1. Siga sempre as determinações do seu instrutor. Ele está ali para passar a você os conhecimentos que adquiriu depois de demorado treinamento.

2. O avião é uma máquina quase perfeita. Está sujeita a defeitos. Todo cuidado é pouco para garantir a sua segurança enquanto estiver com ele em uso. Já ouvi de um especialista uma frase corretíssima sobre “acidentes aéreos”; um certo advogado americano que trabalha para as Seguradoras, especializado em encontrar a causa dos acidentes, falou a seguinte frase: "Acidentes aéreo não é um desígnio de Deus, ele acontece porque alguém cometeu algum erro.” É portanto um dever de todos que se envolvem com o avião, está sempre atento para evitar falhas humanas que levam a acidentes.

3. O excesso de entusiasmo tem sido a causa de um grande numero de acidentes. Contenham-se.

4. O corpo do aviador é como se fosse uma peça de toda estrutura que é o avião. Deve-se encarar como tal. Por exemplo: senta-se na poltrona de comando, de forma confortável, totalmente descontraído para poder sentir o avião como um todo. No popular, o instrutor poderá dizer, sinta o avião na bunda. Sobre esse assunto Saint-Exupéry, que pilotava um hidro-avião, escreveu um texto um tanto poético mas que exprime bem esse fato: “Quando os motores começam a girar, quando o avião já sulca o mar, seu casco soa como um gongo ao choque das marolas e o piloto sente nesse momento o tremor de seus rins. Sente que o hidroavião, segundo por segundo, à medida que vai ganhando velocidade, vai se enchendo de poder...”

5. Acrobacia, nem pensar. Isso é assunto para após o curso quando o jovem já é piloto, dominando totalmente o avião. Não confundir acrobacia com manobras acrobáticas. Acrobacia é “show aéreo”, aquilo que a Esquadrilha da Fumaça faz. Manobras acrobáticas são certas situações que se faz durante o curso para desenvolver a coordenação de comando e o aluno saber sair de situações embaraçosas.

6. O parafuso se faz para que o aluno saiba não entrar e saber sair se isso vier acontecer acidentalmente. Uma curva muito fechada e mal feita pode levar a um “parafuso acidental”.

7. Estol é para o aluno sentir até onde o avião se sustenta no ar.

8. Exercício de coordenação de comando, para o aluno saber o quanto de pé e mão pode ser aplicado durante a pilotagem.

9. Oito sobre pontos de referência – para desenvolver a coordenação de comando.

Pelo o apresentado conclui-se que a “coordenação de comando” é o ponto fundamental para uma boa pilotagem e dá a segurança ao piloto, contra acidentes. O “Manual de Pilotagem” é indispensável para se estudar a teoria do voo mas deve ser sempre conferido com as reações do avião durante o voo. São inúmeras as recomendações que se deve fazer sempre ao pretendente a aviador; mas se perderiam se fosse expostas sem o contato com o avião. No decorrer do treinamento, o instrutor vai localizando os casos e mostrando na prática como deve ser tratado.

Oito mandamentos para segurança do voo:

1. Todo acidente resulta de uma sequencia de erros e não de uma causa isolada.

2. Todo acidente tem um precedente. 

3. Prevenção de acidentes é uma tarefa que requer mobilização geral.

4. O propósito da prevenção de acidentes não é restringir a atividade aérea, mas sim estimular o seu desenvolvimento com segurança.

5. Comandantes, Diretores e Chefes são os principais responsáveis pelas medidas de segurança.

6. Em prevenção de acidentes não há segredos nem bandeiras.

7. Acusações e punições agem diretamente contra os interesses da prevenção de acidentes.

"O acidente que não podia ter sido evitado pelo piloto é quase inexistente"– disse certa vez o escritor-aviador Richard Bach em um dos seus livros.

sábado, 2 de agosto de 2014

Portões Abertos

Portões Abertos deve reunir seis mil pessoas em Cachimbo (PA)
Exposição estática de aeronaves, demonstração operacional e apresentações culturais. Essas são algumas das atrações preparadas para a 8ª Edição dos Portões Abertos a ser realizada no dia 3 de agosto, das 8h às 18 horas, no Campo de Provas Brigadeiro Velloso (CPBV), localizado na Serra do Cachimbo, no Sul do Pará. A expectativa dos organizadores é que cerca de seis mil pessoas participem do evento. O público poderá conhecer aeronaves empregadas nas diversas missões da Força Aérea Brasileira (FAB), como os caças A-29 Super Tucano; aviões de transporte, como o C-105 Amazonas e o C-95 Bandeirantes; além de helicópteros H-60 Black Hawk. “O evento é muito aguardado pela população local. É uma oportunidade para mostrarmos o trabalho da FAB e ao mesmo tempo estreitarmos os laços com a população dos municípios vizinhos ao CPBV. Acredito que será um grande sucesso”, ressalta o Tenente-Coronel Mark Lima Santos, Diretor do CPBV. Também estão previstas na programação demonstração operacional de rapel e apresentações culturais de grupos de cidades localizadas no entorno do CPBV. O Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I) montará um estande onde apresentará informações sobre tráfego aéreo e meteorologia. No Portões Abertos também serão conhecidos os vencedores do concurso de redação que teve como tema “Força Aérea Brasileira: Asas que protegem o País!”. Participaram alunos da rede pública de ensino dos municípios de Guarantã do Norte, Novo Mundo, Matupá, Peixoto de Azevedo, Terra Nova do Norte, todos do estado de Mato Grosso. Também estarão presentes ao evento agências governamentais como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Fonte: FAB

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Aviação Regional

Programa de apoio à aviação regional fortalece a Embraer
O pacote de incentivo do governo federal à aviação regional, com a criação de novas rotas regionais, principalmente para cidades de médio porte, deve beneficiar a Embraer, sediada em São José dos Campos-SP e aumenta a possibilidade de venda de mais aeronaves comerciais da empresa para o mercado interno. A Azul, por exemplo, não descarta comprar mais jatos da fabricante brasileira. A aérea é a única operadora de jatos comerciais da Embraer no Brasil. Atualmente, a companhia aérea brasileira tem um total de 82 E-Jets em operação e mais 11 pedidos em carteira. A Azul opera a maior frota de jatos E195 no mundo. Em junho, a companhia anunciou a compra de até 50 aeronaves da nova família de jatos da Embraer, prevista para entrar em operação a partir de 2018. O acordo é para a compra firme de 30 jatos E195-E2 com opção de mais 20 aeronaves do mesmo modelo. O valor do contrato, se exercidos todos os direitos de compra atinge US$ 3,1 bilhões, a preço de lista. Anteontem, o presidente da aérea, Antonoaldo Neves, disse à imprensa que a Azul vai precisar de 10 a 20 novos aviões Embraer em até três anos. O plano da empresa é colocar os jatos nas rotas hoje usadas pelos aviões turboélice ATRs, para ampliar a oferta nos destinos para cidades maiores operadas por ela.

Incentivo
Em nota, a Embraer informou que o “programa de estímulo à aviação regional no Brasil é uma iniciativa que pode ser uma importante ferramenta indutora para o desenvolvimento econômico do País, como já ocorreu com iniciativas similares em outros países”. A fabricante frisa que existe um grande potencial de crescimento, pois o Brasil tem um vasto território e inúmeras regiões em franco desenvolvimento, mas que não são atendidas adequadamente pelo transporte aéreo regular. Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) pouco mais de 120 cidades brasileiras recebem voos regulares de companhias aéreas. “Ao viabilizar a operação em aeroportos em cidades menores e aumentar o número de rotas e frequências, este plano ajudará a estimular o setor aeronáutico e a dinamizar a economia como um todo, com benefícios para toda a sociedade”, disse a Embraer em nota. Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, o programa federal de incentivo à aviação regional é uma excelente notícia para São José dos Campos e de todo o Vale do Paraíba, uma vez que seu principal objetivo é estimular as companhias áreas a aumentarem o número de voos, iniciarem operações em novos destinos e reduzirem os preços das passagens áreas. “Os moradores da Região Metropolitana do Vale poderão se beneficiar com uma oferta maior de voos e conexões, por um preço menor”.

Professor do ITA elogia pacote de medidas
Para o chefe da Divisão de Infraestrutura e Engenharia Civil do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), professor Cláudio Jorge Pinto Alves, as medidas do governo federal para incentivar a aviação regional a princípio são positivas e estão na direção certa. O especialista, no entanto, destaca que, ainda que sejam medidas no sentido de disseminar o uso do transporte aéreo por todo o país, devem ser estabelecidas com muito cuidado para que efetivamente venham a viabilizar o tráfego de baixa densidade em comunidades que comercialmente não seriam interessantes às empresas aéreas. “Deve-se evitar que o subsídio se concentre nas ligações em que as empresas já fazem, nesse caso, beneficiando apenas um dos atores do sistema”, pontuou o especialista. Sobre a possibilidade de São José dos Campos vir a ser beneficiada, o professor frisou que há muitos interesses em jogo no aeroporto da cidade, como uso industrial e militar e ninguém quer ser prejudicado. “Aqui é mais complicado do que na maioria dos outros 270 aeroportos listados”.

Fonte: O Vale