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Voar é um desejo que começa em criança!

domingo, 17 de abril de 2016

Especial de Domingo

Em 12 de abril, última terça-feira, comemoramos os 55 anos da viagem de Yuri Gagarin ao espaço. Brindamos o feito, reproduzindo conteúdo do portal de notícias G1 e, também, uma homenagem do astronauta brasileiro Marcos Pontes.
Boa leitura.
Bom domingo!

Viagem pioneira de Yuri Gagarin ao espaço completou 55 anos

Cosmonauta personificava estereótipo do trabalhador soviético.
Após feito arriscado, ele virou herói em seu país.

O astronauta Yuri Gagarin, primeiro homem a alcançar o espaço, em 1961. (Foto: alldayru.com / via ESA)
Há 55 anos, o cosmonauta soviético Yuri Gagarin entrava para a história ao se tornar o primeiro ser humano a viajar ao espaço. A missão era perigosa: de 48 cães enviados ao espaço pela União Soviética, 20 tinham morrido. Ainda assim, muitos sonhavam em ir no lugar dele. Na época do feito, a União Soviética e os Estados Unidos travavam uma batalha silenciosa para saber qual nação levaria o primeiro ser humano à Lua. Os norte-americanos venceram a disputa em 1969, com o “pisão” inaugural de Neil Armstrong no satélite natural da Terra, mas nos oito anos anteriores, os soviéticos sempre estiveram à frente - inclusive no lançamento do primeiro satélite artificial, o Sputnik, em 1957. Os Estados Unidos só levariam o primeiro homem ao espaço alguns meses depois de Gagarin, durante a viagem de Alan Shepard no voo da Freedom 7, em 5 de maio de 1961. Porém somente em 7 de fevereiro de 1962, durante a missão Friendship, com John Glenn, o país teve seu primeiro astronauta completando uma volta inteira ao redor do planeta.

‘Poyekhali’
O voo de Gagarin começou às 09h07 do dia 12 de abril de 1961, no horário de Moscou, com o lançamento da cápsula Vostok 1 com o foguete R-7. Antes de decolar, o cosmonauta gritou “Poyekhali!” (“Vamos nessa!", em tradução livre). A nave partiu das instalações do então secreto Cosmódromo de Baikonur, conhecido à época também como Tyuratam, localizado nas estepes do Cazaquistão – uma das ex-repúblicas soviéticas.
Cápsula Vostok após aterrissar no Cazaquistão (Foto: ESA)
Onze minutos após a decolagem, o combustível do foguete acabou, a cápsula redonda Vostok foi liberada e a humanidade entrava em órbita pela primeira vez. Para girar ao redor do planeta, a Vostok precisou alcançar uma velocidade média de 28 mil km/h. Gagarin não chegou a controlar a nave, ainda que os controles para uma operação manual da Vostok 1 estivessem disponíveis ao piloto soviético. Durante os 108 minutos de duração da missão, Gagarin deu uma volta inteira em torno da Terra. Os relatos do cosmonauta narram a sensação de estar sob o efeito de uma gravidade menor, além de uma preocupação constante sobre os dados do voo – ao solicitá-los à equipe responsável na Terra. O cosmonauta retornou ao solo terrestre às 10h55 em uma área de plantação em Smelovka, na província de Saratov, a 300 km de onde deveria ter pousado.
Jornal americano noticia feito de Gagarin (Foto: AFP Photo)
Gagarin foi designado para fazer o primeiro voo do homem ao espaço, marcado para 12 de abril de 1961 quando tinha 27 anos e era casado com Valentina, uma enfermeira que acabava de dar à luz a segunda filha do casal. Morto em 1968, o cosmonauta é um dos raros heróis nacionais cuja imagem não sofreu com a queda da União Soviética no fim de 1991. Suas origens populares - um pai carpinteiro e uma mãe camponesa - jogaram a favor de sua candidatura para se tornar o primeiro homem no espaço, frente a seu rival Gherman Titov, proveniente de uma família de professores e com a desvantagem de ter um nome germânico, segundo seus biógrafos. Nascido em março de 1934 em um povoado perto de Smolensk (oeste), depois de uma infância difícil marcada pela guerra e pela ocupação nazista, Gagarin dedicou-se primeiramente a trabalhar como metalúrgico. Apaixonado por aviação, inscreveu-se em uma escola militar de Orenburgo (Montes Urais) e assumiu pela primeira vez o comando de um avião em 1955. Quando em um dia de outono de 1959 uma comissão selecionava voluntários para pilotar um "tipo moderno de aeronave", sua baixa estatura - apenas 1,60 metro -, jogou a seu favor. Vinte candidatos começaram um treinamento de um ano em um centro secreto de Moscou. Com o passar do tempo, não restaram mais de 12, e logo seis -- entre eles, Gagarin. Homem loiro, de olhos azuis e sorriso quase infantil, Gagarin encarnava o arquétipo do homem russo apontado como exemplo pela propaganda soviética. Ganhou assim a simpatia de seus colegas, e em especial a de Serguei Korolev, pai da astronáutica soviética. "Gagarin não era um líder, mas era amigo de todos, e Korolev o tratou como um filho", lembrou em entrevista recente à agência AFP o cosmonauta Boris Volynov. "Yuri foi eleito por suas qualidades pessoais, muito próximas ao povo", e se transformou no símbolo perfeito dos êxitos da União Soviética, comentou o cosmonauta.
Aós viajar ao espaço, Gagarin ganhou status de heróis soviético (Foto: AFP Photo)
Recebido de forma triunfal pelo mundo inteiro, Gagarin completaria essa missão perfeitamente, demonstrando segundo as testemunhas uma simplicidade absoluta. Durante um jantar, recebeu um sorriso da rainha da Inglaterra ao admitir que não sabia com qual garfo poderia servir-se. Mas não apenas por isso: herói nacional com todos os privilégios, Gagarin passava horas ao telefone para conseguir um remédio, um lugar no hospital ou um tíquete para o teatro Bolshoi para seus diversos amigos. Ele sonhava em ir à Lua, mas o destino tinha decidido outra coisa. Muito apreciado pelas autoridades soviéticas, permaneceu longo tempo com a proibição de pilotar. Em 27 de março de 1968, ao pilotar um pequeno avião de treino, caiu no nordeste de Moscou em circunstâncias ainda pouco claras.

Legado
Gagarin virou um herói soviético após retornar ao planeta que ele observou - pela primeira vez - de fora. Foi poupado de outras missões pelo medo de um acidente encerrar a vida de um dos principais ícones soviéticos durante a Guerra Fria. Após a tragédia que o matou, uma cratera na Lua e um asteroide foram nomeados em homenagem ao cosmonauta.
Yuri Gagarin ao ser transportado para o lançamento da Vostok 1, na manhã de 12 de abril de 1961. Ao fundo da imagem está German Titov, piloto reserva da missão, que foi ao espaço na missão Vostok 2. (Foto: Nasa)
Fonte: G1

Astronauta brasileiro Marcos Pontes
homenageia Yuri Gagarin

“Yuri Gagarin teve importância decisiva em minha vida, e eu devo a ele a minha determinação de me tornar um astronauta.”
(Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro)

Marcos Pontes - que no último dia 29 de março comemorou os 10 anos de sua viagem ao espaço - concedeu entrevista à agência Sputnik Brasil, por ocasião das celebrações do Dia do Cosmonauta e da Cosmonáutica, alusiva ao histórico evento de 12 de abril de 1961, quando o russo Yuri Gagarin se tornou o primeiro ser humano a viajar ao espaço. Nascido em 11 de março de 1963, Marcos Pontes passou a infância ouvindo dos pais e dos amigos histórias relativas à façanha de Yuri Gagarin. Adolescente, decidiu entrar para a Aeronáutica e, num dos seus voos em aviões de caça, deu-se conta de que queria mesmo se transformar num astronauta. Então, em 2006, participou da Missão Centenário, integrando a tripulação também formada pelo norte-americano Jeffrey Williams e o experiente russo Pavel Vinogradov, comandante da missão. A bordo da Estação Espacial Internacional, em que participou de vários experimentos científicos, Marcos Pontes consolidou a avaliação que tinha de Yuri Gagarin, reafirmando a sua importância para a exploração e a pesquisa espacial. “O que ele fez, na verdade, foi abrir o caminho para outras conquistas. No sentido exato da palavra, ele foi um pioneiro que colocou a vida em prol da humanidade. Eu sou um fã de Yuri Gagarin há muito tempo, e mais ainda depois que fui para a Rússia fazer um treinamento na Cidade das Estrelas. Conheci os mesmos lugares por onde ele andou. Um dos meus livros tem o nome de “Caminhando com Gagarin”, porque estava andando pelos mesmos lugares por onde ele caminhou e ficava imaginando o que ele pensava durante os treinamentos dele. Não só me inspirou como me motivou e me ajudou a passar pelos momentos duros do treinamento”, diz Pontes.

Fonte: Portal Sputinik Brasil