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sábado, 24 de setembro de 2016

Aviação e Biologia

Gaviões são empregados no aeroporto de Confins contra pássaros intrusos
Responsáveis por acidentes graves, danos a equipamentos e prejuízos financeiros às companhias aéreas, as colisões entre aves e aeronaves vêm sendo combatidas no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte - Confins. Uma das ferramentas utilizadas no aeródromo é a falcoaria. O investimento anual no serviço, que consiste na utilização de aves de rapina para identificar e capturar animais que sobrevoam o aeroporto, é de R$ 500 mil. Até abril de 2016, o modal aéreo havia registrado oito colisões do gênero, representando 1% dos 797 relatos registrados em todos os aeroportos brasileiros no período. Em 2015, foram 35 ocorrências relatadas na região. A equipe responsável pelo programa de falcoaria do aeroporto é formada por cinco funcionários, que realizam o manejo de cinco aves, sendo quatro fêmeas e um macho, das espécies gavião asa-de-telha, falcão e gavião-de-penacho. O diretor de operações do aeroporto, Daniel Bircher, explica que a técnica não é utilizada isoladamente, mas executada em conjunto com outras voltadas para a segurança operacional, tais como o uso de fogos de artifício e de armadilhas. Além disso, desde o ano passado, toda a grama do complexo aeroportuário vem sendo substituída por uma espécie que, dentre outras vantagens, acumula menos matéria seca e, portanto, reduz a presença de animais no local. “O programa de falcoaria existe há vários anos e é uma das ferramentas que utilizamos para reduzir o perigo da presença de aves no sítio aeroportuário. Nosso foco está, principalmente, nas espécies maiores, como o carcará, o urubu e o quero-quero, que oferecem risco aumentado para as aeronaves. Os mais frequentes, no entanto, são os pássaros menores, menos ofensivos”, detalha Bircher. De acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), a maioria das colisões registradas no ano passado no País - 1.825 no total - e cujas espécies foram identificadas envolveram quero-queros (29%) e carcarás (12%). Ainda conforme o Cenipa, o aeroporto com maior número de registros dessa natureza reportados nos últimos quatro anos, entre 2011 e 2015, foi o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (Rio Grande do Sul), com 553 ocorrências. Os números, no entanto, não traduzem necessariamente a quantidade real de colisões, já que as notificações não são compulsórias.

Falcoaria
Adotado, originalmente, como um esporte da nobreza europeia, no período medieval, e pelos senhores feudais do Japão, há mais de 3 mil anos, a falcoaria, arte de criar e treinar falcões e outras aves de rapina é, atualmente, praticada no Brasil todo. Alguns dos principais centros de criação desse tipo de ave estão localizados em Minas, em Belo Horizonte; Uberlândia, no Triângulo; e Patrocínio, no Alto Paranaíba. A prática é representada pela Associação Brasileira de Falcoeiros e Preservação de Aves de Rapina (ABFPAR), sediada em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Estima-se que 8% dos falcoeiros profissionais do País empreguem a técnica no controle da fauna nociva. Além do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, apenas outros cinco aeroportos brasileiros utilizam a técnica para controle de fauna. São eles: Pampulha, em Belo Horizonte; Galeão, no Rio de Janeiro; Salgado Filho, em Porto Alegre; Vitória, capital do Espírito Santo; e Viracopos, em Campinas, SP.

Fonte: Diário do Comércio (MG)

Saiba mais: Blog do NINJA de 10/07/2016