
No Brasil, cadete é o jovem, brasileiro nato, que ingressa nas Forças Armadas pelo assentamento de praça nas respectivas fileiras. Cadete da Aeronáutica é o jovem que ingressa na Força Aérea, depois de preencher as condições legais de idade, escolaridade, aptidão física, exame médico e psicotécnico. É prerrogativa do cadete preparar-se para servir ao futuro da Pátria, ao amanhã da Nação, de forma a assegurar-lhe a incolumidade, a perenidade e a honra.
HISTÓRICO
A idéia de criar a Força Aérea remonta a I Guerra Mundial, quando coube à Marinha tomar a iniciativa de organizar o primeiro núcleo militar de aviação do Brasil. Estava, pois, dado o primeiro passo. Pelo Decreto no 12.167, de 23 de agosto de 1916, o então Presidente da República Wenceslau Braz, fundava a Escola de Aviação Naval, enquanto o Ministro da Marinha, Almirante Alexandrino Faria de Alencar, iniciava as negociações para a aquisição dos primeiros aviões Militares Brasileiros, a fim de equipar aquela Escola. Foram três Curtiss, modelo F, adquiridos dos Estados Unidos. O Exército só iria ter sua Escola de Aviação Militar após o término da Guerra. Em 15 de janeiro de 1919, pelo Decreto 13.417, foi aberto um crédito de dois mil contos de réis, para que se organizasse o serviço de Aviação Militar. O serviço foi provido de infra-estrutura, adquirindo-se aviões e outros materiais necessários. Foram contratados, também, professores para a escola, além de operários para a manutenção.
Com a criação do Ministério da Aeronáutica em de 20 de janeiro de 1941, sentiu-se a necessidade de intensificar a formação de pessoal. A Força Aérea, em eminente expansão, devido às necessidades da Guerra, às portas do Brasil, obrigou-se a um programa de aceleração imediata do ritmo de formação de pessoal navegantes e especialistas. Além disso, o novo Ministério acabava de herdar das aviações do Exército e da Marinha, uma duplicidade de centros de formação que, por razões óbvias, devia ser eliminada. Conseqüentemente, foram extintas a Escola de Aviação Militar e a Escola de Aviação Naval, enquanto era criada, no Campo dos Afonsos, a Escola de Aeronáutica, pelo Decreto nº 3,142, de 25 de março de 1941, que iria centralizar toda a formação de oficiais aviadores.
Em janeiro de 1942, foi designada uma comissão de oficiais aviadores, com a finalidade de escolher um novo local, isento das limitações do Campo dos Afonsos, para a construção da nova Escola de Aeronáutica. A escolha de Pirassununga decorreu das excepcionais características topográficas da área oferecida. No ano de 1949, o Ministério da Aeronáutica designou um grupo de oficiais para apresentar projeto sobre a nova Escola. Em 17 de julho de 1956, foi nomeada nova comissão para elaborar o projeto definitivo da Escola, que deveria atender as duas fases: mudança para Pirassununga do último ano do Curso de Formação de Oficiais Aviadores e, posteriormente, mudança completa da Escola.
Em 17 de outubro de 1960, foi inaugurado, em Pirassununga, SP, o Destacamento Precursor de Aeronáutica. Em 10 de julho de 1969, a Escola de Aeronáutica passou a denominar-se Academia da Força Aérea, e, em decorrência, o Destacamento passou a denominar-se Destacamento Precursor da Academia da Força Aérea. No ano de 1971, a Academia da Força Aérea foi transferida, definitivamente, do Campo dos Afonsos para Pirassununga.

CURSOS
Atualmente, funcionam na Academia os seguintes cursos: Curso de Formação de Oficiais Aviadores (CFOAv), Curso de Formação de Oficiais Intendentes (CFOInt) e o Curso de Formação de Oficiais de Infantaria (CFOInf), sendo todos com duração de quatro anos. Ao ser matriculado, o jovem recebe as regalias e as responsabilidades inerentes à situação de Cadete. CORAGEM, LEALDADE, HONRA, DEVER e PÁTRIA constituem o Código de Honra do Corpo de Cadetes da Aeronáutica.
Matemática, Cálculo Diferencial e Integral, Informática, Eletricidade, Mecânica, Física, Química, Língua Portuguesa, Língua Espanhola, Língua Inglesa, Psicologia, Sociologia, entre outras disciplinas de nível universitário, dão o embasamento cultural necessário à formação acadêmica de futuros Oficiais Aviadores, Intendentes e de Infantaria. Educação Física e Instrução Militar são ministradas diariamente, dentro de rígidos padrões.

Os Cadetes Intendentes estudam em laboratórios de administração e intendência, onde aprendem a ciência e a tecnologia moderna da gestão econômico-financeira e dos serviços especializados de intendência, preparando-se assim para as tarefas de um combatente de superfície.
Os cadetes Infantes estudam Métodos de Defesa e Segurança das Instalações Militares, Emprego de Defesa Antiaérea de Aeródromos e Sítios, Comando de Frações de Tropas e de Equipes Contra-Incêndio, Legislação Militar, Emprego de Armamento, Serviço Militar e Mobilização, entre outras.
Os cadetes desfrutam, dentre as atividades de lazer nos fins de semana, de diversos clubes com atividades dirigidas por eles próprios e supervisionadas por Oficiais. Esses clubes recebem suas denominações de acordo com a atividade que desenvolvem: Clube de Voo a Vela, Clube de Aeromodelismo, Clube de Plastimodelismo, Clube de História Militar, Clube de Literatura, Clube de Informática, Clube de Tiro, Clube das Gerais e Centro de Tradições Gaúchas e Clube de Tradições Nordestinas.
INGRESSO NA AFA
O ingresso na AFA ocorre mediante concurso público, conforme requisitos em edital específico, divulgados entre os meses de maio e junho, pelos endereços eletrônicos da FAB e da AFA. É preciso que os candidatos, homens e mulheres, na faixa de idade exigida, tenham concluído até a data da matrícula no ano seguinte o ensino médio.
Texto: Adaptado pelo NINJA – Núcleo Infantojuvenil de Aviação, a partir do conteúdo no endereço eletrônico da AFA.
Visite: www.afa.aer.mil.br e www.fab.mil.br