Seminário aprimora jornalistas para cobertura de acidentes aeronáuticos
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), no dia 30 de novembro de 2015, recebeu jornalistas de diversos órgãos de imprensa para uma série de palestras e visitas técnicas, no I Seminário de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.O objetivo foi capacitar os profissionais a entenderem os processos envolvidos na investigação de um acidente aeronáutico e, assim, possibilitar coberturas jornalísticas mais completas para a sociedade brasileira, devidamente contextualizadas. O evento proporcionou aprofundamento do conhecimento desses profissionais de comunicação nos processos relacionados à investigação de acidentes aeronáuticos. Anualmente, o CENIPA investiga, em média, 150 acidentes aeronáuticos.
Segundo o Vice-Chefe do CENIPA, Coronel Marcelo Marques de Azevedo, a atividade é importante para que os jornalistas possam compreender melhor os procedimentos envolvidos na investigação e, assim, informar melhor a sociedade brasileira, já que os acidentes aeronáuticos geram interesse público. “A programação foi montada para mostrar aos jornalistas os fundamentos que seguimos no nosso trabalho, ou seja, por que agimos de determinada forma”, explica o Coronel Azevedo.
O jornalista Alan Graça Ferreira, produtor do programa Fantástico, da Rede Globo, acredita que as informações podem ajudar nas próximas coberturas de acidentes. Ele afirma que uma das maiores dificuldades desse tipo de trabalho jornalístico é o excesso de especulações sobre as causas do acidente e o aparecimento de diversos especialistas comentando o caso. O tempo do jornalismo, segundo ele, é diferente do tempo da investigação. “Nosso maior cuidado é procurar fontes fidedignas e oficiais e fugir das especulações”, afirma o jornalista.
A palestra do Chefe do CENIPA, Brigadeiro do Ar Dilton José Schuck, tratou sobre a importância da prevenção e da identificação de fatores contribuintes dos acidentes aeronáuticos. O oficial-general também explicou que as investigações conduzidas pela Aeronáutica não são realizadas para encontrar culpados ou puni-los. “Nosso objetivo é identificar situações inseguras, de forma a evitar novos acidentes”, afirma o Brigadeiro Schuck.
Os jornalistas tiveram palestras sobre aspectos jurídicos da investigação de acidentes aéreos, estatísticas brasileiras e passo a passo do processo investigativo. Conheceram o laboratório onde ocorre a leitura das caixas-pretas das aeronaves e o laboratório de destroços. Segundo explica o Chefe da Assessoria de Imprensa do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), Coronel Adolfo Aleixo, a demanda por esse tipo de encontro veio dos próprios jornalistas, que precisam ter clareza dos processos investigativos para realizar as coberturas dos acidentes. “Nosso objetivo é que possamos repetir o evento, ao menos, duas vezes no ano”, afirma.
Fonte: www.fab.mil.br