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Voar é um desejo que começa em criança!

sábado, 30 de setembro de 2017

Casa Avião em Rondônia

Portal G1 mostra interior de casa construída no formato de avião em Rondônia
Vestindo roupa de piloto, Geraldo passeia pela casa que ele construiu na Zona Rural de Porto Velho. 

Técnico em eletrônica disse que nunca entrou em uma cabine de avião.

Depois de ter a foto da 'casa-avião' viralizada na internet, Geraldo Araújo, o inventor e o construtor da inusitada residência, abriu as portas e mostrou ao G1 o interior da construção. A casa do aposentado, que sempre sonhou em ser piloto, fica localizada na zona rural de Porto Velho. Vestindo roupas e o quepe de piloto da aviação, o técnico em eletrônica mostrou o interior do avião feito acoplado na casa dele.

Assim que entra com a reportagem na aeronave, Geraldo descreve a sensação de entrar na cabine projetada por ele. "Me imagino entrando no avião e cumprimentando os passageiros. Ainda não tem nada pronto, mas eu já consigo ver os painéis, as luzes, o manche e as poltronas. Vai ficar lindo! Eu consigo até imaginar as nuvens do lado fora do avião", expressa. 

Olhando para o horizonte e de dentro da cabine da casa-avião, Geraldo confessa que nunca entrou de fato em uma cabine de avião. "Depois da invenção da internet ficou muito mais simples aprender. O que antes para mim era um sonho impossível, a cada dia tenho chegado mais perto da realização de pelo menos fazer um filme com o meu avião. Nunca entrei em uma cabine, mas imagino o tamanho que ela seja, e que exista um lugar para o piloto e outro para o copiloto e que é cheio de 'luzinhas'. As janelas de onde ficarão as poltronas dos passageiros eu fiz na serra circular e ainda vou colocar os vidros. Quero que fique igualzinho o de verdade", fala.

Amor por voar
Geraldo conta que um certo dia estava passeando pelo sítio, quando reparou que um avião sobrevoava o local e decidiu ir para o aeroporto de Porto Velho e viajar para Manaus (AM). "Eu ainda não tinha iniciado a construção da casa-avião, e estava por aqui no sítio andando de um lado para o outro e ai foi quando eu vi um avião no céu. Me lembro que me deu uma imensa vontade de voar. Fui até o aeroporto e paguei caro em uma passagem, que foi comprada na hora e fui para Manaus. Isso só para voar mesmo", lembra o técnico em eletrônica, sorrindo.

O técnico em eletrônica, que é natural do Ceará, lembra que na infância não tinha condições para comprar brinquedos e por isso recorria à imaginação, mas sempre com foco nas alturas. "A gente não tinha dinheiro para comprar uma bicicleta ou um carrinho. Me lembro que eu sempre subia nas árvores e queria voar. Mesmo sem saber que um dia teria como construir uma casa dessas, eu já sonhava", disse.

Apoio da esposa
Isabel Araújo, casada há 40 anos com Geraldo, conta que na participação para realizar o sonho do esposo sempre esteve presente. "É muito bom estar casada com ele. A minha vida nunca está parada, e sim sempre em movimento. Ele já escreveu e produziu 11 filmes e, mesmo sem muitos recursos de qualidade, a gente dava um jeito. Usávamos câmeras pequenas, de mão mesmo, e enquanto ele atuava eu filmava. Quando eu estava em cena, outro filmava. No elenco dos filmes ele sempre coloca a família toda para participar", conta. A neta de 16 anos, Ana Araújo, fala que cresceu atuando nos filmes escritos e produzidos pelo avô. "Ele coloca todo os netos para participar. Não tem falas definidas no roteiro, a gente tem que improvisar na hora. Tudo é improvisado. Quando um está na cena outro está filmando, mas eu gosto de estar em tudo que envolve a realização do sonho do meu avô. Isso é motivador", diz a neta.

Além da construção da casa-avião, a atuação e produção dos próprios filmes, o técnico em eletrônica é compositor. Ele ressalta que as letras das canções feitas por ele sempre o mantiveram motivado na construção da realização do sonho. "Na minha família, lá de onde eu vim, ninguém nunca fez o que eu já fiz. Ninguém foi artista ou cantor. Ninguém sabe tocar um violão ou sanfona e eu fiz tudo isso. Meu primo uma vez falou que eu era diferente e que eu ia longe, mas a verdade é que nem todos foram legais comigo. A maioria sempre me criticava. Um cara, uma vez, falou que eu queria roubar a ideia de um amigo, mas eu não preciso roubar ideia de ninguém! Eu tenho 1.001 ideias", desabafa.

Fonte: Jheniffer Núbia, estagiária do G1 Rondônia, sob a supervisão de Jonatas Boni.