Visualizações:

Voar é um desejo que começa em criança!

domingo, 5 de novembro de 2017

Especial de Domingo

Voltamos a publicar alguns registros, de fontes diversas, sobre J.D'Alvear e seu avião, que voou em novembro de 1914!!!
Uma das vantagens do blog é enriquecer o conteúdo na medida em que novas informações são colhidas. Neste sentido, contamos com os amigos leitores para contribuir com mais textos e outros documentos, sempre citando a fonte.
Boa leitura.
Bom domingo!


1914: VOA O APARELHO ALVEAR
O segundo avião projetado e construído no Brasil voou em 14 de novembro de 1914. Era um monomotor monoplace concebido por J. D´Alvear. Carioca, nascido em 1884, Alvear projetara seu aparelho apenas com a ajuda de um manual francês, “Théorie et pratique de L´aviation”, de Victor Tatin. O avião contava com um motor de 60 cavalos e hélices importados da França e foi batizado com o nome de seu projetista. A fuselagem era de madeira recoberta com linho envernizado, pinho e faia. Os acontecimentos de São Paulo não tinham repercussão imediata no Rio de Janeiro. O avião São Paulo voara quatro anos antes. O jornal “O Estado de São Paulo” publicara uma reportagem sobre as experiências de 1910 com título de “Primeiro voo em aeroplano na América do Sul”. Ainda assim, o Alvear foi, durante muito tempo, considerado o primeiro avião projetado e construído no país. Em 7 de fevereiro de 1915, o Aeroclube do Brasil organizou uma demonstração do aparelho descrevendo o Alvear como sendo “o primeiro aeroplano construído com êxito no Brasil”.( 1 ) Outra notícia apresenta o Alvear como “o primeiro de invenção nacional construído na América do Sul com grande sucesso e sem auxílio do Governo”. ( 2 ) Apesar do sucesso das experiências, J. D´Alvear abandonou a construção aeronáutica depois de realizar seu primeiro e último aparelho. Em 1944, ele responsabilizou o ambiente adverso por esse fato: “nunca fui ouvido nem compreendido pelos homens do meu tempo. Jamais fui solicitado para uma explanação sobre o desenvolvimento do meu trabalho e ninguém se interessou pela consecução do meu ideal que era, unicamente, o de construir aviões no Brasil com material nacional”. ( 3 )
Notas
( 1 ) SOUZA, José Garcia de. A verdade sobre a história da aeronáutica. Op. cit. p. 415.
( 2 ) REVISTA FON FON, Rio de Janeiro, novembro de 1914.
( 3 ) SOUZA, José Garcia de. A verdade sobre a história da aeronáutica. Op. cit. p. 416.
Fonte: Vencendo o Azul 

O primeiro avião brasileiro a receber patente nacional
J. D’Alvear, um simples estudioso de matemática e engenharia, conseguiu levantar do chão, em 1914, o primeiro avião brasileiro (“um novo tipo de monoplano inteiramente original que conta com poderosos elementos para a conquista do ar” , como registrou com entusiasmo a revista “Fon-Fon”). O primeiro avião brasileiro a receber patente nacional foi o Alvear, construído por um descendente de espanhóis radicados no Brasil, o engenheiro carioca J. D’Alvear. Entretanto, o inventor “logo abandonou a construção de aviões, aborrecido com a falta de apoio oficial para a continuidade de suas atividades, e também chocado com a morte do amigo Caragiolo, acidentado fatalmente em experiências com o Alvear”. O aviador ítalo-argentino Ambrósio Caragiolo foi instrutor da Escola Brasileira de Aviação (EBA), em 1914. A notícia da revista “Fon-Fon” sobre o primeiro voo do monoplano D’Alvear, em 1914, dizia do aparelho: “É o primeiro construído na América do Sul com grande sucesso e sem ajuda do governo”. J. D’Alvear construiu seu monoplano no fundo do quintal, consultando um tratado do francês Victor Tatin. “Théorie e Pratique de l’Aviation.” Desistiu da indústria quando seu piloto de provas morreu num acidente aéreo.
Revista Veja, 6 de novembro de 1968 – Edição 9 – BRASIL – Pág: 26/27
REVISTA DA UNIFA / Uma Visão Multidisciplinar do Poder Aeroespacial - 29 Junho 2011
Fonte: O Explorador 

Aviação Nacional
Um invento do Snr. J. d'Alvear
O nosso patrício Snr. J. d'Alvear acaba de construir, nesta capital, um novo tipo de monoplano, inteiramente original, que conta com poderosos elementos para a conquista do ar. A primeira experiência deste novo aparelho que é o primeiro de invenção nacional construído na América do Sul, com grande sucesso e sem auxílio do governo, teve lugar no campo dos Afonsos, com resultados surpreendentes devendo seu autor realizar dentre de poucos dias sua experiência oficial, que será pública, no Campo de São Cristóvão ou no Jockey-Club.
Fonte: Revista Fon-Fon!,  edição nº 46, nov 1914

Trecho de
"O Debate Sobre a Criação da Aviação Militar Brasileira"
Tenente Historiador Mauro Vicente Sales
Ao findar-se a guerra, algumas tentativas bem sucedidas de construção de aviões protótipos foram noticiadas no Rio de Janeiro e voaram no Campo dos Afonsos. O primeiro avião brasileiro construído a receber patente nacional foi o Alvear, construído pelo engenheiro carioca José D’Alvear (ANDRADE, 1976, p.22), a partir de agosto de 1914. Este avião era monoplano, de asa média, com motor Gnome de 50hp e hélices francesas. (SOUZA, 1944, p.423). Tendo a armação construída em madeira brasileira (pinho do paraná e faia), forrado de linho, o Alvear voou pela primeira vez no Campo dos Afonsos, na presença de uma comissão do AeCB composta pelo capitão-tenente da Marinha e aviador Jorge Henrique Moller e pelo capitão do Exército Estelita Werner, em 14 de novembro de 1914, pilotado pelo ítalo-argentino Ambrósio Caragiolo, ex-instrutor da Escola Brasileira de Aviação (EBA).(INCAER, 1988, p. 498; ANDRADE, 1976, p. 22) O presidente da República Wenceslau Braz concedeu patente ao Alvear em 23 de dezembro de 1914. (SOUZA, 1944, p. 410). A revista carioca de amenidades Fon Fon, em novembro de 1914, qualificava erroneamente o avião Alvear como o primeiro avião da América do Sul.(ANDRADE, 1976, p. 22). Na verdade, o primeiro avião brasileiro foi o São Paulo, de projeto e construção brasileira, cujo voo ocorreu em Osasco-SP, em 7 de janeiro de 1910. Em 7 de fevereiro de 1915 o avião Alvear, pilotado pelo destemido Caragiolo, acabou se acidentando no prado do Derby Club, resultando na morte do piloto. O inventor, J. D’Alvear “logo abandonou a construção de aviões, aborrecido com a falta de apoio oficial para a continuidade de suas atividades, e também chocado com a morte do amigo Caragiolo”. (INCAER, 1988, p. 499; WANDERLEY, 1975, p.36).
Fonte: Revista da UNIFA junho 2011