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Voar é um desejo que começa em criança!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Gripen NG

São José dos Campos (SP) quer concentrar a produção do Gripen
A Akaer, empresa do setor tecnológico de São José dos Campos (SP) que vai desenvolver peças da fuselagem do caça Gripen NG, fabricado pela sueca Saab, defende que toda a produção do avião da Força Aérea Brasileira seja concentrada na cidade da região. A ideia foi exposta pelo presidente da empresa, Cesar Augusto Andrade e Silva, durante palestra ministrada na sede da regional da Ciesp São José dos Campos (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). Atualmente, a empresa sueca prevê a construção de um parque aeronáutico em São Bernardo do Campo, no Grande ABC. A Saab, inclusive, adquiriu mais 10% das ações da Akaer e, agora, totaliza 25% sobre a empresa. Durante o governo anterior, o país fez um acordo para a compra de 36 caças, no valor de US$ 5,4 bilhões, além da construção da fábrica no ABC. Nenhum representante da Akaer foi localizado para falar sobre o assunto. O secretário de Inovação e Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de São José dos Campos, Alberto Mano Marques, que esteve na palestra, também defende que as peças do caça sejam produzidas na cidade. “A Prefeitura vem acompanhando todo o processo e faz esforços para aquecer o mercado local”, disse ao jornal O Vale. “A Saab adquiriu mais 10% da Akaer na semana passada. Ou seja, tem interesse na empresa, que tem toda a estrutura pronta na cidade. Não faz o menor sentido que seja produzido em outro lugar que não seja aqui”, afirmou Mano, que prevê a geração de 200 a 500 empregos na cidade. “São três pontos importantes. Primeiro, que a Saab é parceira da Akaer. Segundo, que a empresa tem a estrutura pronta na cidade. E, terceiro, que toda a cadeia produtiva de aviação está em São José dos Campos”.

Texto: Marcos Eduardo Carvalho, em www.ovale.com.br

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Segurança de Voo

Aspectos da investigação de acidentes aeronáuticos
Nos últimos meses, o Brasil testemunhou duas grandes tragédias aeronáuticas. Em novembro, o time de futebol, Chapecoense, foi vítima de um acidente a caminho da Colômbia e, em janeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki faleceu enquanto viajava para Paraty, no Rio de Janeiro. Em momentos como esses, fica em evidência a investigação de acidentes aeronáuticos. Muita gente acaba questionando como ela realmente funciona?

Prevenção
O foco principal do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) é impedir que acidentes aconteçam. Afinal, por mais que o órgão também trabalhe na investigação, é ainda mais importante entender quais fatores levaram a qualquer tipo de incidente, a fim de impedir que se repitam em circunstâncias semelhantes futuramente.

Alerta
Os passageiros também podem colaborar para que o voo ocorra bem. Ao notar qualquer indicação de algo está fora da normalidade, qualquer pessoa pode - e deve - avisar à tripulação para que a situação seja verificada. De acordo com o Código Brasileiro de Aeronáutica, “qualquer pessoa que tiver conhecimento de uma ocorrência aeronáutica no território brasileiro deverá alertar a autoridade pública mais próxima”. Uma vez avisadas, as autoridades alertarão o Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa). Existem sete unidades espalhadas pelo País. Elas atuam de forma regional, porém não seguem a divisão convencional de regiões brasileiras.

Etapas
Caso aconteça um acidente, o Cenipa atuará em três etapas. Primeiro, a ocorrência deverá ser notificada e confirmada. Em seguida, as informações da notificação podem ser complementadas ou confirmadas. Na terceira etapa, as informações da ocorrência passam por autenticação. Como o principal objetivo das investigações é prevenir futuros acidentes, a investigação pode ser interrompida a qualquer momento caso o órgão constate que não haverá benefícios neste sentido em próximas ocorrências.

Primeira ação
Quando a ocorrência é processada como acidente aeronáutico, o primeiro passo é verificar o local onde ocorreu. Nessa visita, o Cenipa preserva os indícios, coleta novos dados e confirma as informações já recebidas e verifica danos à aeronave ou provocados por ela. Assim, poderá designar o Seripa para esse primeiro reconhecimento. O responsável pela ação inicial recebe acesso irrestrito à aeronave, aos destroços e a qualquer material que considere relevante. Um exame detalhado deverá ser feito logo após as operações de resgate.

Caixa Preta
O centro de investigações da Aeronáutica também é responsável pelos dados de gravação do voo armazenados na caixa-preta. A decodificação é feita no Laboratório de Leitura e Análise de Gravadores de Voo (LABDATA) em Brasília. Em algumas ocasiões, os gravadores poderão ser enviados para laboratórios credenciados ou para o laboratório do fabricante.

Destroços
Depois que a coleta de todas as informações essenciais é feita e a cena do acidente é liberada pelo responsável para a investigação policial, o operador ou proprietário da aeronave fica encarregado da remoção de objetos e destroços e limpeza do local. É importante que nenhum objeto seja retirado da aeronave, exceto em casos de resgate. Todos os indícios podem colaborar para que a investigação seja feita com detalhes exatos.

Relatório
O final da investigação é marcado por um relatório com o objetivo de prevenir futuras ocorrências. Este documento não aponta culpados e é recomendado que não seja utilizado em processos criminais. Os relatórios podem ser acessados no site do Cenipa.

Recomendação
A partir dos aprendizados retirados da investigação do acidente, é formulada uma recomendação de segurança, com sugestões de como evitar futuras tragédias. Emitida pelo centro, essa recomendação é enviada ao órgão competente para colocá-las em prática.

Fonte: Último Segundo, com informações da FAB

Visite: CENIPA

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Santos Dumont

Força Aérea recebe bandeira que cobriu Santos Dumont
Em visita à exposição “O Poeta Voador, Santos Dumont “, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ), o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, recebeu a bandeira do Brasil que cobriu o caixão de Alberto Santos Dumont em seu velório. O Comandante passou ao Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (Incaer) e ao Museu Aeroespacial (MUSAL), localizado no Campo dos Afonsos, no Rio, a responsabilidade pela guarda deste símbolo. O evento aconteceu no dia 03 de fevereiro de 2017 e também marcou o sucesso da exposição, que recebeu mais de meio milhão de visitantes desde abril de 2016. Até então, a bandeira estava sob a responsabilidade do consultor científico da exposição, Henrique Lins de Barros, que passou o símbolo às mãos do Tenente-Brigadeiro Rossato. “Essa bandeira envolveu o caixão de Santos Dumont durante seu velório no Rio, e ficou sob a guarda da família durante todos esses anos. No dia da abertura da mostra aqui no museu, a família decidiu doá-la para que fizesse parte do acervo. Hoje, nós a passamos para que fique sob a guarda da Aeronáutica e seja exposta no MUSAL, junto ao coração e a objetos pessoais do Pai da Aviação”, disse.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Especial de Domingo

Nos 90 anos do voo do Jahú, o NINJA - Núcleo Infantojuvenil de Aviação - apoia ações para manter viva a memória deste feito extraordinário. Assim, reproduzimos matéria publicada no jornal Comércio do Jahu que traz entrevista com Cesar Rodrigues da Costa, autor do livro “Vou ali. Já volto: o voo transatlântico do avião Jahú” que será lançado em Ubatuba-SP no próximo dia 18 de fevereiro, às 19h, na Sala Gastão Madeira. A reportagem é de Natalia Gatto Pracucho.
Boa leitura.
Bom domingo!

Jornalista lança livro sobre o voo do Jahú

Cesar Rodrigues da Costa é autor da obra “Vou ali. Já volto: o voo transatlântico do avião Jahú”

A primeira travessia em voo do Atlântico Sul por uma tripulação genuinamente brasileira foi há 90 anos, em 28 de abril de 1927. O feito foi realizado com a aeronave Jahú, tendo a bordo o comandante jauense João Ribeiro de Barros, o copiloto João Negrão, o navegador Newton Braga e o mecânico Vasco Cinquini. Esta travessia é o tema do livro “Vou ali. Já volto: o voo transatlântico do avião Jahú”, de autoria do jornalista e piloto civil Cesar Rodrigues da Costa, 59 anos.

A obra, didática e voltada para entusiastas de aviação e de história, será lançada dia 18 de fevereiro, às 19h, na sede do Núcleo Infantojuvenil de Aviação (Ninja), em Ubatuba, no litoral paulista. Já é possível adquirir exemplares do livro antes mesmo do lançamento.

Cesar nunca esteve em Jaú, embora tenha se interessado pelo Município por causa da história do avião. É possível que o livro seja lançado em Jaú, oportunidade em que o piloto conhecerá a cidade.

O escritor também é autor de “Rumo Verdadeiro: a História da Simulação de Tráfego Aéreo no Brasil” (2010), “Torres de Controle do Brasil” (2013) e “A Aviação em Lorena: Traços Históricos” (2014).

Comércio do Jahu - Por que decidiu escrever sobre a travessia de João Ribeiro de Barros?

Cesar Rodrigues da Costa - Porque os 90 anos do voo do avião Jahú é um dos temas a serem abordados, durante 2017, nas atividades do Núcleo Infantojuvenil de Aviação (Ninja), apoiado pelo Instituto Salerno-Chieus. Ao ser discutido o assunto preliminarmente, entre os voluntários do núcleo, notou-se uma diversidade de fontes de informação.


Foi aí que nasceu a ideia de reunir as várias citações e facilitar o acesso aos fatos, como mais uma contribuição à preservação da história da espetacular jornada do comandante João Ribeiro de Barros e seus bravos tripulantes do avião Jahú.

Comércio - O que é o Ninja?

Cesar - O Núcleo Infantojuvenil de Aviação (Ninja) é um projeto social em Ubatuba (SP), mantido por voluntários, cujo objetivo é divulgar, gratuitamente, cultura aeronáutica para crianças e jovens, reunindo estudantes de escolas públicas e particulares, despertando vocações, revelando talentos.


A ideia é que aulas de aviação, atividades lúdicas, práticas e teóricas sejam complemento à instrução formal da grade escolar.

Comércio Como será desenvolvido o tema “90 anos do voo do avião Jahú”?

Cesar - O tema ensejará entre os alunos do Ninja, além da apresentação e discussão do livro, concurso de desenhos, palestras, exposição da coleção de objetos sobre a travessia - preparada pelo pesquisador Alexandre Ricardo - e publicações de matérias e entrevistas no blog do núcleo.

Comércio – Qual foi o tempo de pesquisa? Onde encontrou material sobre a travessia de João Ribeiro de Barros?

Cesar - A pesquisa acerca do voo do Jahú vem desde 2014, quando o Ninja promoveu a exposição “Jahú: Influência de uma Época”. A mostra é uma criação de Alexandre Ricardo Baptista, pesquisador e colecionador de itens culturais relativos ao avião e à travessia do Atlântico pelo comandante Ribeiro de Barros.

A partir daí, foram agregadas informações, até dezembro passado, as quais deram origem ao livro. O material sobre o assunto é basicamente composto do próprio avião Jahú, hangarado no, por ora inativo, Museu da TAM, em São Carlos (SP), de referências bibliográficas e do acervo do pesquisador e colecionador de itens sobre o Jahú, Alexandre Ricardo. 

Comércio – De que maneira a obra aborda a travessia?

Cesar - A narrativa da travessia é factual e segue uma linha cronológica. A linguagem é direta, concisa e tende à síntese, a fim de facilitar a apreensão das informações.

É um chamado para que o leitor se interesse pela história da aviação brasileira.

Comércio – Qual a explicação para o título?

Cesar - O jauense João Ribeiro de Barros, ao sair do Brasil em direção à Itália, para adquirir o Savoia-Marchetti S-55, o qual mais tarde seria chamado de Jahú, teria proferido a expressão que se tornou seu lema: “Vou ali. Já volto”, como destacava um jornal da época. O lema era ostentado nos dois botes que formavam a fuselagem do avião.

Com o tempo, as palavras foram apagadas e só foram recuperadas após a restauração do Jahú, já no Museu da TAM, graças ao alerta do pesquisador Alexandre Ricardo, para que os botes voltassem a ter o lema do comandante Ribeiro de Barros.

No lado direito do Jahú está escrito “Vou ali”; no esquerdo, “Já volto”.


Texto: Natalia Gatto Pracucho

Fotos: Blog do NINJA.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Força Aérea 100

Bases Aéreas deixam de existir. Nascem as Alas
A Força Aérea Brasileira (FAB) dá seguimento à ativação de unidades militares no processo chamado de Força Aérea 100, o qual prevê, até 2041, ano do centenário do Comando da Aeronáutica (nascido Ministério) reestruturação do organograma da FAB, com unidades eminentemente operacionais, as chamadas Alas, e unidades exclusivamente administrativas, como exemplo os Grupos de Apoio (GAP). O objetivo é tornar a instituição mais eficiente e focada na sua atividade-fim.

Ala 6 substitui Base Aérea de Porto Velho
No dia 01 de fevereiro de 2017, foi a vez da ativação da Ala 6, em Porto Velho (RO). A cerimônia, presidida pelo Comandante de Preparo, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Egito do Amaral, marcou a assunção do Coronel Aviador Célio Otávio Araújo Galvão como comandante da Ala 6 e a desativação da Base Aérea de Porto Velho. A nova unidade possui um esquadrão de caça, o Grifo (2°/3° GAV) – composto pelas aeronaves A-29 Super Tucano; e um esquadrão de helicóptero, o Poti (2°/8°GAV) - composto pelos helicópteros de ataque AH-2 Sabre. De acordo com o Comandante da Ala 6, essa nova formatação trará benefícios que possibilitarão uma maior operacionalidade da FAB na Amazônia Ocidental.

Base Aérea do Galeão dá lugar à Ala 11
O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, presidiu, no dia 27 de janeiro de 2017, a cerimônia militar de ativação da Ala 11, no Galeão (RJ). A nova unidade responsável por dirigir, coordenar e controlar as atividades operacionais, logísticas e de segurança e defesa da região. O evento também marcou as desativações da II e da V Força Aérea e da Base Aérea do Galeão (BAGL). O comando da Ala 11 está a cargo do Brigadeiro do Ar Mozart de Oliveira Farias, antes comandante da V FAE. Em suas palavras, ele relembrou a missão da V FAE como o comando operacional responsável pelo preparo de suas unidades aéreas subordinadas. Remontou, também, os desafios a serem encarados pela nova organização, da mesma forma que haverá uma maior fortaleza à Aviação de Transporte, mais moderna e mais motivada. A Ala 11 é composta pelas seguintes Unidades Operacionais de Transporte Aéreo: Esquadrão Pioneiro (3º ETA), Esquadrão Condor (1º/2º GT), Esquadrão Corsário (2º/2º GT), Esquadrão Gordo (1º/1º GT) e Esquadrão Cascavel (1º GTT) e pelo Grupo de Segurança e Defesa, que corresponde ao antigo Batalhão de Infantaria Especial do Galeão. Além delas, fazem parte o Grupo Logístico.


Saiba mais: Blog do NINJA de 30/01/2016 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Datas Especiais

03 de fevereiro: dia da Aviação de Asas Rotativas
A Força Aérea Brasileira (FAB) celebra, nesta sexta-feira, 03 de fevereiro, o Dia da Aviação de Asas Rotativas. A data relembra o feito ocorrido em 1964 quando foi realizado o primeiro resgate em combate da FAB. Uma das características das asas rotativas é a flexibilidade e a versatilidade na hora do pouso. Um helicóptero é capaz de chegar em locais de difícil acesso, como em uma mata ou numa clareira, por exemplo.Veja o vídeo preparado pela Comunicação Social da Aeronáutica, acerca do trabalho com helicópteros.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Busca e Salvamento

FAB treina na Espanha para operar novo avião SAR
Seis militares da área de comunicações e eletrônica do Esquadrão Pelicano (2º/10º GAV) estão, desde o início de janeiro de 2017, em Sevilha, na Espanha. Os sargentos participam dos cursos de adaptação ao avião Casa C-295, aeronave especializada em Busca e Salvamento, que foi adquirida pela Força Aérea Brasileira (FAB), e será implantada em 2017. A capacitação tem duração de dois meses e é oferecida pelo Internacional Trainning Centre (ITC), órgão subordinado à Airbus Defense & Space. Os cursos têm o objetivo de orientar os militares sobre como operar os novos sistemas SAR (do inglês, Search and Rescue - Busca e Salvamento) embarcados na aeronave. O Mission Suport Center (MSC) é uma das novidades do C-295, que permite que todas as informações, dados, áudios ou vídeos de uma missão de resgate, por exemplo, sejam transmitidos, em tempo real, para uma sala do esquadrão. No início de março, a segunda turma composta por seis pilotos também desembarca em Sevilha para realizar os cursos. A instrução prática e os voos ocorrem nas últimas semanas de treinamento. Já a parte de manutenção dos sistemas acontece em julho, no Brasil. Está prevista a aquisição de duas aeronaves Casa C-295 que equiparão o Esquadrão Pelicano, sediado em Campo Grande (MS), única unidade da FAB especializada em Busca e Salvamento.

Saiba mais: Blog do NINJA de 21/09/2016 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

RPA

Dicas para drone voar com segurança
Pode até parecer, mas alçar uma Aeronave Remotamente Pilotada (RPA – Remotely Piloted Aircraft) aos céus não é uma brincadeira. Drones – como são popularmente conhecidas as RPAs – são, antes de tudo, aeronaves. E devem ser encarados como tal. Até porque, na ocorrência de algum acidente, assim serão tratados pela Justiça, conforme legislação destinada às RPAs existente no Brasil. O que isso significa? A partir do momento que alguém decola um drone, torna-se, aos olhos da Lei, um piloto. Passa a responder pelos direitos, deveres e penalidades previstos, não só na legislação pertinente ao voo RPA, como também nas demais que lhe dizem respeito diretamente – o Código Brasileiro de Aeronáutica – ou indiretamente – as relativas à invasão de privacidade ou mesmo do Código Penal, por exemplo. Exagero? Não, não é. Um pequeno quadricóptero pode parecer inofensivo, mas, dependendo de seu mau uso, tem um potencial catastrófico. Imagine um drone colidindo com a turbina de um avião lotado de passageiros? Uma RPA que perde seu enlace de dados e cai sobre uma multidão numa praia lotada?

Normas
As normas existentes para o voo de uma RPA levam em consideração a segurança das pessoas. Para isso preveem restrições para salvaguardar regiões densamente povoadas, áreas de segurança ou de intraestruturas críticas, edificações, altitudes onde ocorrem operações aéreas, dentre outras. A legislação, desenvolvida pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo – DECEA, que abarca estas instruções e aborda as regras para o acesso ao espaço aéreo de uma RPA é a ICA 100-40 (Instrução do Comando da Aeronáutica). Para colaborar com entusiastas desses fantásticos robôs voadores, este artigo reúne algumas orientações para um voo com mais segurança. As Aeronaves Remotamente Pilotadas podem ser uma tecnologia fantástica! Mas, nunca estarão imunes a falhas. É preciso precaver-se. A chamada "terminação de voo" é nada mais do que um procedimento de voo imediato e controlado até o solo, em face a alguma pane ou situação de risco. Assim, a RPA deverá estar equipada com um mecanismo, sistema ou procedimento pré-programado de terminação de voo, acionado automaticamente ou manualmente, que levará a aeronave ao solo, em caso de falha de quaisquer sistemas de controle, dentro de padrões de segurança estabelecidos.

Distância mínima
Uma Aeronave Remotamente Pilotada deve manter uma distância mínima de 30 metros de regiões densamente povoadas, áreas de segurança ou de infraestruturas críticas e edificações. A nova atualização da ICA 100-40, porém, a ser publicada nos próximos meses, prevê uma exceção. Esta distância poderá ser reduzida caso haja a autorização do proprietário, dada uma necessidade mandatória: casos específicos como o uso de uma RPA para a realização de algum serviço na fachada de um prédio, por exemplo, seriam contemplados. Afinal, o objetivo da legislação não é restringir as potencialidades da ferramenta, mas organizar os fluxos de voo e salvaguardar as pessoas de qualquer perigo.

Fins recreativos
O voo de aeronaves não tripuladas para fins recreativos não se enquadra na legislação do DECEA referente ao tema (ICA 100-40), mas na de aeromodelismo que possui uma legislação própria (a Portaria DAC 207 de 1999). O voo recreativo, aliás, deve ser realizado em áreas específicas, reservadas a seu uso, como um clube destinado à atividade, por exemplo. Com a manutenção em dia, o equipamento proporcionará maior segurança para a operação. Realize os procedimentos previstos no check-list do fabricante antes, durante e após o voo. Esse hábito aumenta a segurança operacional e a vida útil do equipamento. Parece óbvio, mas nunca é demais enfatizar: o voo de drones sobre áreas de segurança, como presídios e instalações militares, ou sobre infraestruturas críticas, como usinas termelétricas ou estações de distribuição de energia, não é nada bem vindo e pode gerar penalidades severas, dado seu alto grau de periculosidade. Na dúvida, nem chegue perto. A segurança de um grande número de pessoas está em jogo.

Texto: Daniel Marinho - Jornalista
Infografias: Aline Prete
Fonte: Blog Sobrevoo, em www.decea.gov.br

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Gigantes do céu

Airbus A380 fará voos regulares entre Brasil e Dubai
O maior avião comercial do mundo, o Airbus A380, começa a operar regularmente no Aeroporto Internacional de São Paulo, a partir de 26 de março de 2017. O jato tem capacidade para 491 passageiros e fará a rota Dubai-Guarulhos pela Emirates Airlines. É a primeira operação comercial de um A380 na América do Sul. O primeiro voo sairá de Dubai às 8h35 e pousará diariamente em Guarulhos às 16h30. A partida de Guarulhos está marcada para a 1h25. O avião dispõe de 14 assentos para a Primeira Classe, 76 para a Business e 401 para a Econômica.

Envergadura de 60 metros
Com capacidade para até 853 passageiros, dependendo da configuração, o Airbus A-380 é o maior avião de passageiros da atualidade. Possui dois andares e 478 metros quadrados de área de cabine. O avião tem lounge, bar e camas privativas na primeira classe. Da ponta de uma asa a outra (envergadura) são 60 metros, o que exige adaptações em alguns aeroportos. O Airbus 380 fez sua primeira operação no Brasil, num voo de demonstração, pousando em Guarulhos no dia 14 de novembro de 2015 e partindo no dia seguinte. No voo de Dubai para o Brasil, o imenso avião da Emirates foi pilotado pelos comandantes brasileiros Pablo Leite e Glauco Luciano di Giácomo, integrantes de uma equipe de quatro pilotos. Foram realizadas adaptações em Guarulhos, para comportar o aparelho.

Saiba mais: Blog do NINJA do dia 05/09/2011

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Força Aérea

Militares brasileiros ajudam combate a incêndio no Chile
Duas aeronaves C-130 Hércules da Força Aérea Brasileira foram acionadas para ajudar no combate aos incêndios florestais no Chile. Os aviões operados pelo Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) mobilizam 28 militares.“Em Santiago, a tripulação recebe orientações da Onemi (Oficina Nacional de Emergencia del Ministerio del Interior) e da Conaf (Corporación Nacional Forestal), responsáveis pela coordenação da ajuda internacional, e será destinada para o local a partir do qual devem operar”, explica o Adido de Aeronáutica no Chile, Coronel Aviador Paulo Cesar Andari. O acionamento ocorreu após coordenações entre os Ministérios da Defesa e de Relações Exteriores com o Comando da Aeronáutica. O Chile decretou situação de emergência por causa de um dos piores incêndios da história. Segundo o boletim de 12h30 do dia 28/01/17 da Corporación Nacional Forestal, há 110 incêndios florestais ativos. As chamas já deixaram 11 mortos e queimaram uma área de cerca de 374 mil hectares, equivalente a cerca de 37 mil campos de futebol. As regiões mais afetadas são as regiões do centro e do sul do país.

Sistema do C-130 da FAB
Um dos aviões C-130 Hércules da FAB está equipado com o sistema MAFFS (sigla em inglês de Modular Airbone Fire Fighting System - Sistema Modular Embarcado de Combate a Incêndio). O outro transporta materiais de suporte ao emprego, tais como compressor, piscinas para abastecer de água a aeronave e equipamentos de manutenção. O sistema MAFFS é composto por cinco tanques de água. Dois tubos projetam-se pela porta traseira do C-130 e, a uma altitude média de 150 pés (cerca de 46 metros de altura), despejam água sobre as áreas previamente determinadas. Por questões de segurança, as equipes de bombeiros e brigadistas que atuam no solo evacuam a área antes da dispersão da água. Pode ser realizado um lançamento de toda carga, que pode chegar a 12 mil litros de água, ou ainda três lançamentos menores.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Especial de Domingo

Nestes 90 anos da travessia do Oceano Atlântico pelo avião Jahú,  o NINJA - Núcleo Infantojuvenil de Aviação promoverá diversas ações para comemorar a data. Hoje, saiba mais sobre a iniciativa do pesquisador Alexandre Ricardo, que preserva a memória do voo do Jahú em coleção de itens culturais. 
Boa leitura.
Bom domingo!

Voo do Jahú: 90 anos
Há 90 anos, no dia 28 de abril de 1927, o avião Savoia-Marchetti S-55, chamado Jahú, serviu para primeira travessia do Atlântico Sul por uma tripulação 100 % brasileira composta por João Ribeiro de Barros (comandante), João Negrão (copiloto), Newton Braga (navegador) e Vasco Cinquini (mecânico). À época, a histórica travessia despertou comoção na população, que recebeu em festas, em várias cidades do Brasil, os heróis da jornada sobre o Oceano Atlântico. O reide aéreo imprimiu modismos na cultura nacional.

Produtos e estabelecimentos comerciais receberam o nome de “Jahú”, em homenagem aos corajosos tripulantes. Desfiles e bailes foram agendados para receber os navegadores. Esses aspectos culturais despertaram a percepção do publicitário Alexandre Ricardo Baptista.

Para contribuir com a preservação desse fato histórico, Alexandre pesquisou e montou uma coleção com 216 itens culturais, dos mais variados tipos, com a marca Jahú. O interesse em pesquisar nasceu há mais de quinze anos, quando foram adquiridos os primeiros itens do acervo.

Um dia no museu
O acaso e a curiosidade fizeram Alexandre Ricardo ter interesse pelas informações culturais do Jahú. “Sempre gostei de aviação” – conta o publicitário - “mas não tinha noção da História da Travessia, e muito menos da existência do avião Jahú. Sabia que os brasileiros haviam atravessado o Atlântico a bordo do Jahú, mas não sabia que ele ainda existia e, muito menos que se encontrava próximo. Na década de 90, eu fazia um curso de dublês e treinávamos no Parque do Ibirapuera. Um dia minha noiva, hoje minha esposa, que treinava comigo, e eu, entramos no então “Museu da Aeronáutica”, que ficava situado onde hoje é conhecido como “Oca”. O Museu da Aeronáutica estava fechado havia vários anos e como a porta estava aberta e eu sou muito curioso, resolvi entrar e espiar. Logo na entrada estava um Gloster Meteor da FAB e quando olho para o pavimento inferior, quase caio para trás! Avistei o Jahú, vermelho, um tanto deteriorado, mas com toda sua imponência, ao lado do Cessna da Ada Rogato”.

O primeiro item: um livro
Alexandre deu uma espiada e, naquele momento, um guarda pediu que ele saísse, porque o museu estava fechado. No entanto, abriu-se a vontade de conhecer mais sobre aquele avião e a sua história. Em meados de 1995, ele ganhou um livro de um conhecido, sobre a história da Travessia. Era o livro “Azas ao Vento”, do navegador Newton Braga, que se tornaria o primeiro item da sua rica coleção. Ao ler o livro, uma espécie de diário de bordo, percebeu a importância e a repercussão que a travessia causou na sociedade brasileira da época e porque não dizer mundial, já que a travessia do Atlântico era um feito tentado por muitos, mas que poucos conseguiram. “A partir daí, comecei a pesquisar e me aprofundar mais na História e a garimpar qualquer item que fizesse menção ao Jahú ou a Travessia do Atlântico”, diz Alexandre, que nasceu em São Paulo e morou por 10 anos, durante a adolescência, na cidade de Jaú (SP), terra de seus pais e do comandante do S-55, João Ribeiro de Barros.

Manter viva a história
O trabalho de colecionar itens do avião Jahú tem uma meta nobre. “Meu objetivo é manter viva esta parte de nossa História e principalmente da História da Aviação, que hoje, pode parecer de pouca importância, mas foi um grande feito para a época e para as linhas comerciais que surgiram depois”, assegura o colecionador. As primeiras peças do acervo foram o livro “Azas ao Vento”, uma medalha comemorativa e um quadro com uma fotomontagem. Para chegar aos 216 objetos do seu acervo, Alexandre comprou e ganhou itens de diversos assuntos que fazem menção direta ou indiretamente ao Jahú ou a Travessia do Atlântico, desde medalhas comemorativas a partituras musicais, de selos a camisas de times de futebol com o nome do Jahú. Grande parte da coleção foi ofertada por pessoas que sabem de seu interesse no assunto.

Manuseio do material
O acervo do pesquisador Alexandre suporta a exposição “Jahú: influência de uma época”, a qual pode ser solicitada para montagem em escolas, museus e instituições culturais. O manuseio do material é cuidadoso. “Procuro sempre manter limpo e, quando possível, em funcionamento todos os itens da coleção. Não sigo a recomendação de colecionadores e associações que dizem que um item de coleção deve manter a aparência em que se encontra, mantendo a patina original que se formou por décadas. Quando não oferece risco ao material do item, procuro deixá-lo com a aparência mais próxima possível de quando estava novo na época em que foi confeccionado”, comenta Alexandre.

Mostras
As principais mostras já montadas por Alexandre foram no Museu da TAM, em São Carlos (SP), de 07 de junho a 30 de julho de 2012, quando foi visitada por 20.200 pessoas; no Museu Municipal, em Jaú (SP), de 28 de abril a 30 de outubro de 2013; no Núcleo Infantojuvenil de Aviação – NINJA, em Ubatuba (SP), dias 21 e 22 de agosto de 2014. A exposição “Jahú: influência de uma época” é uma das formas do pesquisador divulgar a história daquela travessia em voo sobre o Atlântico em 1927. “Sempre divulgo a data da Travessia do Atlântico, que é comemorada oficialmente no dia 28 de abril, nos meios de comunicação. E durante as exposições, nas quais muitos podem ter a ideia de como foi importante aquele feito”, diz Alexandre, cuja atividade cultural resulta em repercussão positiva, pois muitos o procuram principalmente durante ou após as exposições, para dizer o quanto acrescentou a seus conhecimentos, pois a maioria nem tinha ideia do feito, ou se conhecia, nem sabia sobre os diversos produtos que foram criados para homenagear a jornada do Jahú.

O colecionador pretende criar um site, no qual exporá a coleção com histórico descritivo de cada item, além da publicação de um livro que está escrevendo.

Texto: Redação do NINJA

sábado, 28 de janeiro de 2017

Recreio

Base Aérea de Florianópolis teve colônia de férias para estudantes especiais
Alunos portadores de necessidades especiais da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) estiveram na Base Aérea de Florianópolis (BAFL) para uma programação de férias. Foi a 21ª edição da Colônia de Férias Voo Livre, que se encerrou no dia 25 de janeiro de 2017, reunindo 57 alunos. Divididos em dois grupos, os participantes hospedaram-se durante dez dias no alojamento da Base. De lá, diariamente, partiam para atividades lúdicas na capital catarinense e região. O grupo visitou praias, restaurantes, casas de cultura e parques. “O que eles gostam mesmo é da trilha da Base Aérea. É o ponto alto da colônia de férias”, relata o terapeuta ocupacional e coordenador do segundo grupo de alunos, Rafael Borges. Para a realização da trilha, os alunos vestiram camisetas camufladas do fardamento normalmente utilizado em ações militares de campanha. A camuflagem do rosto completou a preparação para a atividade iniciada com a formação da tropa, comandada pelo Sargento da Reserva José Gilberto Luz, assistido por militares voluntários. No caminho, os participantes encontraram oficinas, similares às realizadas em cursos militares, sobre como conseguir água e comida na mata e produzir fogo. Os cadeirantes também participaram da atividade. O Sargento Luz, instrutor voluntário da colônia de férias desde a primeira edição, também mostrou muita força de vontade ao completar o trabalho mesmo depois de ter sofrido dois infartos. “Poder passar um pouco de atenção, carinho e cuidado para quem tanto precisa é o nosso combustível e nos dá força para superar qualquer dificuldade”, expressa.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Embraer

E-195 E2 é o avião brasileiro de maior comprimento
O jato Embraer 195 E2, a ser apresentado no primeiro semestre de 2017, passa a ser a aeronave de maior comprimento já produzida no Brasil. O aparelho está em fase final de montagem na fábrica da Embraer, em São José dos Campos (SP) e deverá voar para testes no segundo semestre. O emprego comercial será em 2019. O E195-E2 tem a maior envergadura entre os aviões fabricados no país (35,1 m) e possui três metros a mais de comprimento (41,5 m) em relação ao primeiro modelo E195, lançado há 10 anos. O cargueiro KC-390 mede 35,2 metros de comprimento, mas detém a marca de ser o mais pesado: 81 toneladas, contra 60,7 toneladas do E195-E2.

Desempenho
O E195-E2 terá alcance de até 4.537 km. Poderá atingir a velocidade de 870 Km/h, a mesma do E190-E2, que já faz ensaio em voo, com vistas na homologação. O E195 de segunda geração transporta 120 passageiros com 24% a menos de combustível por assento, se comparado com o atual E195 com 106 passageiros. O desempenho se dá pelo emprego de motores Pratt & Whitney PW1900G. O E195-E2 emprega comandos eletrônicos fly-by-wire. O sistema economiza peso, aperfeiçoa o controle de pilotagem, aumenta a performance e proporciona um conjunto de proteção para voo suave em todas as fases de operação. Para tornar o voo mais suave e diminuir a carga de trabalho dos pilotos, os E2 possuem sistemas aviônicos integrados e tecnologias inovadoras, como visão sintética e gerenciamento de apoio para aproximações mais eficientes em termos de consumo de combustível. Além disso, uma configuração de asa diferenciada, aliada à motorização, proporciona economias no combustível e amplia o desempenho aerodinâmico do avião. Em condições normais, o E195-E2 utiliza 1.880 metros de pista para decolagem e 1.400 para pouso. Pode subir até 41 mil pés de altitude (aproximadamente 12.300 metros). O primeiro produto da família E-Jet 2 a entrar em operação será o E190-E2, a partir de 2018, seguido do 195-E2 em 2019. O de menor porte, o E175-E2, terá emprego comercial em 2020.

Texto: Redação do NINJA.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Carreiras na Aviação

560 jovens ingressam na Escola de Especialistas de Aeronáutica
A Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), localizada em Guaratinguetá (SP), no início de janeiro de 2017, recebeu 560 novos alunos que fazem parte da primeira série do Curso de Formação de Sargentos (CFS) e do Estágio de Adaptação à Graduação de Sargentos (EAGS). A atividade marcou o início do semestre letivo do maior centro técnico militar da América do Sul. A escola possui, atualmente, mais de 1.600 alunos, que em breve serão sargentos da Força Aérea Brasileira.

EEAR
A Escola de Especialistas de Aeronáutica é a organização de ensino responsável pela formação desse profissional. Homens e mulheres, de 17 a 24 anos, que possuam o ensino médio completo, passam dois anos em Guaratinguetá, onde realizam o CFS. Já o candidato com curso técnico completo em uma das áreas de interesse da FAB realiza o EAGS, com duração de um ano. Em ambos, é oferecida uma formação militar e técnica, sempre voltada às necessidades do Comando da Aeronáutica.

Saiba como ingressar na FAB: www.fab.mil.br/ingresso

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Embraer

Embraer entregou 225 aviões em 2016
A Embraer encerrou 2016 com 225 entregas de aeronaves, sendo 108 de aviação comercial e 117 de executiva, dos quais 73 jatos leves e 44 jatos grandes. Com esses números, a companhia afirma ter atingido as metas para o ano. O total de entregas em 2016 é o maior volume dos últimos seis anos. No segmento de Defesa, a Embraer está em busca de compradores para o KC-390, o maior avião militar já fabricado no Brasil. A aeronave, que tem comprimento de 35,2 metros, altura de 11,8 metros e que pesa, quando carregado, 74 mil quilos, é indicada para transporte tático/ logístico e para reabastecimento em voo.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Transporte Aéreo

Avianca Argentina recebe primeiro ATR 72
A primeira aeronave da filial argentina do grupo Avianca foi entregue em Toulouse (França) pela fabricante ATR. O turbo-hélice ATR 72-600 integra a aquisição de 12 unidades firmes e mais seis opções. A compra foi definida, em 2016, pela Synergy, holding que controla as companhias aéreas Avianca da Colômbia e a Avianca Brasil, anteriormente com o nome Ocean Air. A operação da Avianca na Argentina deve começar no primeiro trimestre de 2017. Com capacidade para até 78 passageiros, o ATR cobrirá rotas menos disputadas atualmente, a partir de bases em Buenos Aires, Cordoba e Tucumán. “Nosso grupo tem operado com sucesso as aeronaves ATR em diferentes regiões da América Latina”, disse German Efromovich, CEO da empresa. Atualmente, a Avianca – participante da aliança Star Alliance - possui subsidiárias em países como Peru, Equador, Costa Rica, Honduras, além de Brasil e Colômbia.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Biblioteca NINJA

Livro “Vou Ali. Já volto” narra a histórica travessia do Atlântico em voo com o avião Jahú
A espetacular jornada do voo do avião Jahú, em 1927, com a primeira tripulação 100 % brasileira a cruzar o Atlântico Sul, é o tema do livro “Vou ali. Já volto: o voo transatlântico do avião Jahú”. Preparado por Cesar Rodrigues e editado pelo Instituto Salerno-Chieus, o livro homenageia os 90 anos da travessia “da grande lagoa” (como os pilotos, de ontem e de hoje, tratam o traslado sobre o Oceano Atlântico) pelos pioneiros: João Ribeiro de Barros (comandante), João Negrão (copiloto), Newton Braga (navegador) e Vasco Cinquini (mecânico). A bordo do Savoia-Marchetti S-55 chamado de Jahú, em homenagem à terra natal de Ribeiro de Barros, Jaú (SP), o histórico voo dos brasileiros foi marcado por festas, expectativas, dificuldades, sabotagens, panes e até pela doença malária de Ribeiro de Barros. O título do livro remete à declaração do comandante ao deixar o Brasil para buscar o S-55 em fábrica da Itália e iniciar o reide em Gênova: “Vou ali. Já volto”. As frases do seu lema foram ostentadas nos dois botes formadores da fuselagem do avião Jahú.

Serviço:
Livro: “Vou ali. Já volto: o voo transatlântico do avião Jahú”
Páginas: 72

domingo, 22 de janeiro de 2017

Especial de Domingo

Nas vésperas do início de mais um ano letivo, reproduzimos novamente parte do conteúdo do Projeto Sete Rios, sob o comando de Gérard e Margi Moss, cujos trabalhos integram os estudos do Núcleo Infantojuvenil de Aviação - NINJA. O Projeto Sete Rios nasceu com o objetivo de envolver ribeirinhos, de diferentes regiões, na preservação de seus rios. Aos professores, recomendamos uma visita ao Mundo Moss, acessando a matéria completa, conhecendo outros projetos fascinantes e as respectivas instituições apoiadoras e parceiras. Confiram a qualidade do material disponível para enriquecer as atividades em sala de aula. Há slides, fotos, diários de campo, links para novas pesquisas, vídeos, enfim, muitas possibilidades para despertar o interesse dos estudantes.
Boa pesquisa.
Boa leitura.
Bom domingo!

PROJETO SETE RIOS

Como sequência natural do premiado projeto Brasil das Águas, Sete Rios nasceu com o objetivo de envolver os ribeirinhos na preservação de seus rios. Baseado em informações apuradas na pesquisa anterior e imagens aéreas tiradas especialmente, foram escolhidos sete rios localizados em diferentes regiões do Brasil. Em 2006 e 2007, Gérard e Margi Moss, juntos com os membros da equipe, realizaram expedições por barco ao longo destes rios. Além de coletar amostras de água, identificaram os riscos que ameaçam os rios e, nas palestras para as comunidades, buscou-se incentivar a população a zelar pela qualidade de suas águas. Novamente à frente dessa fase, o piloto e engenheiro Gérard Moss e sua esposa Margi, com os demais membros da equipe, percorreram sete rios selecionados em regiões diferentes do país. O objetivo de mostrar às populações ribeirinhas a cara de seu rio através de palestras nas praças principais das cidades ribeirinhas for recebido com entusiasmo pela população local.

Ouvindo os usuários, é mais fácil entender como cada comunidade se relaciona com seu rio respectivo, quais são suas maiores preocupações e assim discutir a melhor forma de mobilizá-la na preservação das águas. Cada expedição buscou identificar os principais riscos que ameaçam os rios, observando aspectos como ocupação desordenada das margens, utilização intensiva de agrotóxicos, uso do solo, erosão, condição da mata ciliar, tratamento de esgoto, lançamento de efluentes ou proximidade de lixões. Mais importante foi identificar oportunidades de desenvolvimento sustentável, como por exemplo o potencial turístico que abrange o mercado de trekking, canoagem, rafting, observação de pássaros e pesca esportiva. Todo esse levantamento serviu de base para a elaboração de programas de preservação por parte de autoridades e organizações locais, sempre considerando as situações social, econômica e ambiental da região específica. Com a exceção do Rio Araguaia, escolha da própria equipe Brasil das Águas, os outros seis rios foram selecionados em abril de 2006, em um workshop realizado em Brasília. Os rios eleitos pela comissão foram: Grande (BA), Ribeira (PR/SP), Miranda (MS), Ibicuí (RS), Verde (MT) e Guaporé (MT/RO). Cada rio foi navegado na época mais apropriada em termos das condições meteorológicas da região específica, e os relatórios das atividades e das recomendações foram encaminhados para as respectivas prefeituras e interessados. O projeto encerrou as atividades em setembro de 2007, mas a equipe Brasil das Águas continua em contato com ribeirinhos dos sete rios e respondendo a perguntas e dúvidas dos internautas, especialmente crianças e professores.

Em Conceição do Araguaia, uma senhora de idade se aproximou à equipe depois da palestra na praça pública. Com lágrimas nos olhos, ela disse: 
“Vocês me mostraram meu rio! Moro aqui minha vida toda e nunca soube onde nasce o Araguaia, nem onde termina. A nascente é muito linda! Muito obrigada a vocês.” 
 Para ouvir um depoimento desses, tudo vale a pena!

PESQUISA
Durante as expedições pelos rios selecionados, amostras de água foram novamente coletadas e posteriormente analisadas em laboratórios. Cada pesquisador tem sua especialidade e contribuiu com novas informações que complementaram o estudo.

Os pesquisadores que participaram do projeto foram:

Dr. José Galizia Tundisi e Dr. Donato Seiji Abe do Instituto Internacional de Ecologia (IIE), São Carlos, SP. Estudando a concentração de carbono, nitrogênio e fósforo na água e através da concentração de fósforo total, classificaram as amostras em um Índice de Estado Trófico (IET).

Dr. Rodolfo Paranhos Instituto de Biologia – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), RJ. Determinou a abundância celular do bacterioplâncton.

Dra. Maria do Socorro Rodrigues – Departamento de Ecologia, Instituto de Biologia – Universidade de Brasília (UnB), Dra. Iná de Souza Nogueira – Doutora em Ciências Biológicas (Botânica) pela USP e ligada ao Laboratório de Limnologia, Univ. Federal de Goiás e Elizabeth Cristina Arantes de Oliveira – Mestre em Ecologia pela UnB. Examinaram a biodiversidade do fitoplâncton nas amostras coletadas.

DADOS FÍSICO-QUÍMICOS
(Dr. José Galizia Tundisi e Dr. Donato Seiji Abe)

As seguintes informações, que ajudam os pesquisadores a entenderam as características das amostras de água, foram medidas usando uma sonda portátil fornecida pela Mettler Toledo.

Temperatura: a temperatura da água é uma medida importante para complementar os dados das pesquisas. Pode ser relacionada à salinidade e à presença de alguns organismos aquáticos, pois, dependendo da temperatura da água, existirão diferentes espécies de plantas e animais no local.

Condutividade: é a capacidade da solução de conduzir a corrente elétrica. Quanto maior a quantidade de íons (átomos com cargas positivas ou negativas), provavelmente, maior será a condutividade da água. A temperatura e o pH também podem influenciar na condutividade.

Salinidade: é a quantidade de sais minerais misturados na água. Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), as águas podem ser classificadas quanto à salinidade em: águas doces (rios e lagos), salobras ou salinas (mar). Um agente natural muito importante na diminuição do valor de salinidade das águas é a chuva, que diminui a quantidade de sais minerais nas águas, diluindo-os. As águas doces possuem salinidade menor que 0,5.

Oxigênio dissolvido: é a quantidade de oxigênio misturado na água, disponível para a utilização pelos os seres aquáticos, para a respiração, por exemplo. Assim, o oxigênio dissolvido na água é fundamental para a vida dos organismos aquáticos que o respiram. As principais fontes de oxigênio para a água são a própria atmosfera e a fotossíntese, processo realizado por microalgas. A quantidade de oxigênio dissolvido na água depende de fatores como: densidade e temperatura. Para a classificação do CONAMA, águas da Classe 1 devem possuir concentrações de oxigênio maiores do que 6 miligramas em cada litro de água.

pH: a água é uma molécula formada por átomos de hidrogênio e oxigênio (H2O). Esta molécula pode se separar em H+ e OH -, formas que tendem a ficarem em quantidades iguais na água, devido à suas cargas elétricas. Podemos chamar de solução, um líquido com mais de um componente. Em relação ao pH, potencial hidrogênio, as soluções podem ser classificadas em 3 tipos. Uma solução neutra possui quantidades iguais de H+ e OH– e valor de pH = 7, a solução ácida possui maior quantidade de H+, com valor de pH entre 0 e 7 e a solução básica, tem maior quantidade de OH–, apresentado valor de pH entre 7 e 14. O CONAMA classifica como Classe 1, águas com pH entre 6 e 9. Águas com valores baixos de pH são encontradas, por exemplo, na região Amazônica; valores altos de pH podem ser encontrados em locais onde a água evapora mais do que chove.

Saiba mais sobre pH: O pH é definido como o logarítimo negativo da quantidade (concentração molar) de íons hidrogênio. Isto quer dizer que uma substância com grande quantidade de H+, portanto pequena quantidade de OH-, terá um valor de pH baixo e uma substância com pequena quantidade de H+ possuirá um valor alto de pH. Em relação aos organismos, o pH atua na permeabilidade da membrana celular, ou seja, atua no transporte de substâncias dentro das células do corpo e nas trocas entre o corpo e o meio ambiente.

ESTADO TRÓFICO
(Dr. José Galizia Tundisi e Dr. Donato Seiji Abe)
Dentro da pesquisa de composição química da água, são analisadas as concentrações de fósforo total presentes nas amostras. O nitrogênio também é um dos elementos mais importantes no metabolismo de ecossistemas aquáticos, principalmente a sua participação na formação de proteínas. Também são analisados os ânions (nitrato e nitrito) e o amônio. Dentre as diferentes formas presentes nos ambientes aquáticos, o nitrato e o amônio assumem grande importância, uma vez que representam as principais fontes de nitrogênio aos produtores primários. A partir destas concentrações, as amostras são classificadas como oligotrófica, mesotrófica, eutrófica ou hipereutrófica. Especificação dos índices de estado trófico adotados pela CETESB. Extraído do Relatório de Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo – 2002.

Classificações e especificações:
Oligotrófico: Corpos de água limpos, de baixa produtividade, em que não ocorrem interferências indesejáveis sobre os usos da água.

Mesotrófico: Corpos de água com produtividade intermediária, com possíveis implicações sobre a qualidade da água, mas em níveis aceitáveis na maioria dos casos.

Eutrófico: Corpos de água com alta produtividade em relação às condições naturais, de baixa transparência, em geral, afetados por atividades antrópicas, em que ocorrem alterações indesejáveis na qualidade da água e interferências nos seus múltiplos usos.

Hipereutrófico: Corpos de água afetados significativamente pelas elevadas concentrações de matéria orgânica e nutrientes, com comprometimento acentuado nos seus usos, podendo inclusive estar associados a episódios de florações de algas e de mortandade de peixes e causar conseqüências indesejáveis sobre as atividades pecuárias nas regiões ribeirinhas.

BACTERIOPLÂNCTON
(Prof. Rodolfo Paranhos)
Prof. Rodolfo Paranhos pesquisou bacterioplâncton nas amostras coletadas pelo projeto Brasil das Águas na pesquisa de âmbito nacional. Interessado pela correlação entre a relação de bacterioplâncton com a qualidade da água, ele novamente analisou as amostras trazidas pelo projeto Sete Rios. As bactérias são formas muito antigas de vida em nosso planeta e têm um papel importante no ciclo dos organismos aquáticos: servir de alimento para organismos maiores, como protozoários, que serão comidos por pequenos animais, e, estes, por animais maiores, como peixes. As bactérias também ajudam na transformação e decomposição da matéria orgânica, quebrando o tronco de uma árvore que tenha caído no rio em vários pedacinhos, por exemplo. Plâncton são organismos que vivem “flutuando” na água, portanto, bacterioplâncton são bactérias que vivem flutuando na água.As bactérias podem produzir ou não seu próprio alimento, sendo chamadas de autotróficas ou heterotróficas, respectivamente. Na pesquisa, será determinada a quantidade de células do bacterioplâncton em amostras de 2 mL, tentando diferenciar as bactérias autotróficas do bacterioplâncton heterotrófico, através da técnica de citometria em fluxo.

FITOPLÂNCTON
(Dra. Maria do Socorro Rodrigues, Dra. Ina de Souza Nogueira, Elizabeth Arantes de Oliveira)
O fitoplâncton é constituído de plantas diminutas com tamanho médio em torno de 20µm (0,020mm) cuja visualização é possível com o auxílio do microscópio. As algas que compõem o fitoplâncton flutuam livremente nas águas e são o elo primário das cadeias alimentares dos ambientes aquáticos pois realizam fotossíntese graças ao pigmento conhecido como clorofila. Contribuem em grande parte para o oxigênio existente na Biosfera, essencial à vida de plantas e animais. Há no fitoplâncton as cianobactérias, que fazem parte dos organismos mais antigos do planeta. São capazes de fixar o nitrogênio atmosférico e vivem em simbiose com diversas plantas. Em alguns casos, seu crescimento exagerado produz “florações” com eventual liberação de toxinas que comprometem a qualidade da água para consumo humano e de animais. Atualmente as “florações” de cianobactérias têm despertado interesse geral e sua ocorrência e abundância têm sido objeto de consideração em legislação específica no Brasil. O trabalho objetivou avaliar a qualidade das águas de alguns rios brasileiros com base na diversidade fitoplanctônica e na ocorrência de cianobactérias potencialmente tóxicas.


EQUIPE SETE RIOS:

Gérard Moss
Engenheiro mecânico, empresário e piloto com mais de 4.000 horas de voo, Gérard não consegue afastar as preocupações ambientais de sua vida. Sempre atraído por tecnologias novas, ele gosta de inovar nos projetos que cria e foi assim que idealizou o Projeto Brasil das Águas.

Apesar da complexidade do projeto, especialmente em termos da coleta das amostras, o entusiasmo gerado nacionalmente pediu uma continuação. Sentindo falta de um contato mais imediato com as populações que vivem às margens dos inúmeros rios brasileiros, para vivenciar suas necessidades e relação com as águas, criou Sete Rios na esperança de envolver essas mesmas pessoas diretamente na condição de seus rios no futuro.

Margi Moss
Sempre pronta para a próxima, Margi encara as novas invenções do Gérard com naturalidade. Acostumada desde pequena com viagens “rústicas”, embarca com entusiasmo em cada nova expedição. Licenciada em Letras, gosta de passar algumas das pérolas dessa vida na estrada para os que ficam em casa, especialmente quando pode combinar as cores das fotografias com as emoções vividas e as lições aprendidas. Em 2005, selecionou as imagens e escreveu a maioria dos textos do livro fotográfico sobre o projeto: “Brasil das Águas – Revelando o azul do verde e amarelo”.

Equipe Rio – Isabela Guimarães
Com a mudança para Brasília do centro de operações para as expedições Sete Rios, Isabela ficou segurando os pontos no Rio de Janeiro. Já acostumada com os pedidos mais absurdos da logística das expedições (sempre ‘para ontem’), ela dá jeitinhos baianos para resolver encrencas e despachar os telemarqueteiros insistentes enquanto controla minuciosamente as despesas em intermináveis arquivos Excel. Além disso, atende às demandas da pequena Sofia que, pelo que indica a boa disposição para tudo, em alguns anos será mais uma expedicionária Brasil das Águas.

Equipe Rio – Sérgio Cardoso
Colaborador de longa data dos projetos de Gérard, desde Asas do Vento em 2001, Sérgio é formado em Engenharia da Computação pelo IME. Atualmente mestrando pelo IME em Sistemas de Informação com ênfase em Redes de Computadores, é especialista em resolver problemas mirabolantes. Recém retornado ao Rio após 3 anos curtindo a brisa do mar em Fortaleza, deu de cara com o desafio de conectar os escritórios de Rio e Brasília.

Equipe Rio – Tiago Iatesta
Mineiro de Poços de Caldas, formado em Fotografia pela faculdade Senac em São Paulo, Tiago mudou-se recentemente para o Rio de Janeiro. Contratado para digitalizar o imenso arquivo de cromos dos projetos, ele acabou entrando na equipe das expedições. Cheio de energia e sempre pronto para ajudar, ele se mostrou um perfeito companheiro de viagens. Está agora triplamente realizado: morando no Rio, trabalhando com fotografia e viajando nas expedições para destinos de aventura.

Equipe Brasília – Rejane Pieratti
Formada em Marketing, com especialização em gestão ambiental e gestão de Terceiro Setor, Rejane é fundadora da ONG Amigos do Futuro. Muito atuante na área sócio-ambiental, além dos projetos que ela coordena, ministra cursos de elaboração de projetos por todo o país. Muito organizada e cheia de energia, qualidades indispensáveis na criação de uma galera de 5 filhos, ela encara todos os desafios com calma praticidade.

Equipe Rio – Bernardo Leite
Técnico eletrônico fundamental no desenho e montagem do laboratório interno do avião usado na pesquisa nacional do Brasil das Águas, Bernardo ajuda novamente com instalações delicadas no Talha-mar, conectando o computador de bordo ao GPS e a câmera fotográfica.



OS SETE RIOS:


Rio Araguaia (GO/MT/TO/PA)
Rio Grande (BA)
Rio Guaporé (MT/RO)
Rio Ibicuí (RS)
Rio Miranda (MS)
Rio Ribeira (PR/SP)
Rio Verde (MT)


RIO ARAGUAIA (GO/MT/TO/PA):


A equipe do projeto realizou a navegação do Rio Araguaia em duas etapas. A primeira, da nascente até Luis Alves (GO), na segunda quinzena de maio de 2006. A segunda, de Luis Alves até a foz, em junho de 2006. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.

CARACTERÍSTICAS DO ARAGUAIA
O Araguaia nasce perto da Parque Nacional das Emas, no município de Mineiros (GO), e deságua no Rio Tocantins, formando uma grande rede hidrográfica que une a Região Centro-Oeste ao norte do Brasil. Esse rio faz a divisa natural primeiro entre os Estados de Mato Grosso e Goiás, depois entre Mato Grosso e Tocantins e finalmente entre Pará e Tocantins. Possui uma extensão de mais de 2.000km e é considerado um dos rios mais piscosos do mundo. O rio é navegável em grande parte de seu curso (em 1.818 Km ), com profundidade mínima de 0,8 m. O leito do rio é arenoso e em constante mudança. Os acidentes geológicos são de pequeno porte, mas freqüentes. Quando as águas baixam, aparecem boa quantidade de travessões e rápidos. Rio abaixo da cidade de Luis Alves, o Araguaia se separa e forma a maior ilha fluvial do mundo, a Ilha do Bananal ou de Camonaré, com 20 mil quilômetros quadrados, que abriga reserva indígena. A região é um ponto turístico com grande potencial pela beleza de suas praias na estação seca. É muito procurado por praticantes da pesca esportiva, mas até agora não foi desenvolvido o turismo contemplativo (observação de aves, por exemplo) que poderia trazer visitantes o ano todo. A diversidade da ictiofauna na planície aluvial do Araguaia é grande, mas já sofre as sequelas da sobrepesca e desrespeito da piracema. A monocultura, principalmente de soja, vem ameaçando suas nascentes e suas afluentes, principalmente através da infiltração de agrotóxicos na água, além do assoreamento causado pela derrubada da mata nativa. Havia planos de criar uma hidrovia no Araguaia mas há anos a população local derrubou a proposta, devido às características especiais do rio. Porém, recentemente, foram ressuscitados planos para dragar o rio para a passagem de barcaças de grãos, o que será extremamente prejudicial para o equilíbrio do rio, suas importantíssimas lagoas marginais (berçarios dos peixes) e sua vocaçao turística que sustenta muitas das cidades ribeirinhas. Quem vai querer ficar em uma praia do rio com uma barcaça passando a poucos metros a cada meia hora?

Bacia hidrográfica: Tocantins-Araguaia
Extensão: 2.115 Km
Trecho navegável: Foz / Aruanã – 1472 km; Aruanã / Barra do Garças – 288 Km; Barra do Garças / Baliza – 58 Km
Extensão navegável: 1.818 Km
Principais cidades: Alto Araguaia, Santa Rita do Araguaia, Baliza, Torixoréu, Barra do Garças, Aragarças, Aruanã, Cocalinho, Bandeirantes, Luis Alves, São Félix do Araguaia, Luciara, Conceição do Araguaia, Caseara, Pau d’Arco, São Geraldo do Araguaia, Xambió, Araguatins
Percorre os Estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Pará
Período de estiagem: Junho-Outubro
Período de chuva: Novembro-Maio
Unidades de conservação: Parque Nacional do Araguaia – 562.312 he; Estação Ecológica Coco Javaés – 37.000 he; RESEX – Extremo Norte do Estado do Tocantins – 9.289 he



RIO GRANDE (BA):


Na votação do painel do workshop para escolher um rio nordestino a ser percorrido pelo projeto – entre o Paraguaçu, Grande e Vaza-Barris, todos na Bahia – o selecionado foi o Rio Grande. Isso ocorreu em meio a uma visita às comunidades como Almas, Sítio Grande, São José do Rio Grande, Taguá e Jupaguá até a foz, em Barra, onde o trecho mais comprido e mais bonito, passando por duas gargantas, é a região que abrange o Boqueirão e a Serra do Estreito. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.

CARACTERÍSTICAS DO RIO GRANDE
O RIO GRANDE nasce na Serra Geral de Goiás no município de São Desidério (BA) e atravessa a Bahia em direção nordeste até encontrar o Rio São Francisco na cidade de Barra. Com uma extensão de 580 km, é um importante afluente da margem esquerda do Velho Chico, sendo o último antes do gigantesco lago formado pela represa de Sobradinho. As águas azuis dos rios e riachos que brotam milagrosamente nas chapadas secas do Oeste Baiano possibilitaram a implantação dos agronegócios que movimentam a cidade de Barreiras (BA). Entre Barreiras e a foz, as águas esverdeadas do Rio Grande atravessam a caatinga, onde pequenos agricultores enfrentam duras condições de vida mesmo nas margens do rio. Os recursos hídricos da bacia do Rio Grande pedem uma atenção especial, pois segundo a Superintendência de Recursos Hídricos do Estado da Bahia, a ocupação da região e a exploração das suas águas aconteceram sem a fiscalização ou outorga do Estado. No alto curso do Grande, como também nos seus afluentes, pivôs de irrigação – hoje em dia sinônimos do desperdício de água – impactam o nível dos rios. O ideal, em clima tão seco, seria a irrigação por gotejamento, conforme utilizada nas culturas frutíferas do Baixo São Francisco. Outros fatores que ameaçam a saúde do rio são a derrubada da vegetação nativa, os consequentes problemas de erosão e o manuseio inadequado de agrotóxicos. Após sobrevoar o Rio Grande fotografando a condição da mata ciliar e observando impactos como esses, a equipe retornou à região no dia 17 de setembro para percorrer e navegar toda sua extensão e coletar amostras. Nas cidades de Barreiras, São José do Rio Grande, Jupaguá e Barra, foram feitas apresentações abertas ao público para mostrar aos moradores a cara de seu rio desde a nascente até a foz. O objetivo foi ouvir as preocupações e esperanças dos ribeirinhos, abrir um debate e sensibilizar moradores e autoridades para a necessidade de cuidar dessa privilegiada fonte de água, mostrando que o futuro do rio está nas mãos dos usuários. A tão conclamada revitalização do sofrido Velho Chico não dará frutos se os afluentes que fornecem sua água também não receberem os mesmos cuidados.

Bacia Hidrográfica: A bacia do Rio Grande faz limite com a dos altos formadores do Parnaíba, ao norte e, a oeste, com a bacia do Tocantins.
Extensão: 75.710 km²
Trecho navegável: 366 km
Extensão navegável: O Rio Grande apresenta, em geral, largura uniforme, sendo que na confluência com o Rio Preto, verifica-se um brusco estreitamento do curso do rio em extensão reduzida, indicando que o curso d’água cortou sua passagem através da Serra do Boqueirão, enquanto se formava.
Principais cidades: O Rio Grande é um afluente do rio São Francisco que banha o oeste da Bahia, mais precisamente, as cidades de Barreiras, Boqueirão e Estreito.
Percorre o estado: da Bahia
Período de estiagem: Devido ao clima semi-árido, a parte média e oriental da bacia sofre a influência de chuvas escassas, que contribuem muito pouco para o deflúvio dos rios.
Período de chuva: As cabeceiras do Rio Grande e de seus afluentes da margem esquerda, encontram-se na região tropical contígua ao vale úmido do Rio Tocantins, onde as chuvas abundantes garantem os deflúvios perenes o ano todo.



RIO GUAPORÉ (MT/RO):


Na concorrida seleção dos rios desse grupo, Guaporé, Ji-Paraná e Roosevelt, todos incluídos na Região Hidrográfica Amazônica, o vencedor foi o GUAPORÉ. O projeto percorreu este rio durante as últimas duas semanas de junho de 2007. Ainda é um rio remoto e, portanto, tem suas águas bem preservadas. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.

CARACTERÍSTICAS DO RIO GUAPORÉ
O Rio Guaporé nasce na Chapada dos Parecis (MT), a 630 m de altitude e desemboca no rio Mamoré perto de Surpresa (RO). Na sua extensão de aproximadamente 1.400 km, 1.150 km são navegáveis a partir de Vila Bela da Santíssima Trindade. Em todo seu percurso no estado de Rondônia, forma a fronteira do Brasil com a Bolívia. Corre inicialmente em direção sul, faz uma grande curva para o oeste, passando por Pontes e Lacerda e seguindo até Vila Bela da Santíssima Trindade, onde sobe novamente rumo ao norte e finalmente se inclina ao noroeste até sua foz no Mamoré. Atravessa uma região rica em biodiversidade e belezas naturais, constituindo uma zona de transição entre o Pantanal mato-grossense e a Amazônia. O levantamento fotográfico da maior parte do rio – da foz até o limite dos estados de Rondônia e Mato Grosso – foi realizado em julho de 2006. O complemento, o trecho matogrossense do rio, da nascente até Cabixi, foi fotografado em maio de 2007. A navegação foi realizada na última quinzena de junho de 2007, desde Vila Bela até a foz no Mamoré.

Bacia Hidrográfica: Este rio pertence ao sistema fluvial da Bacia Amazônica
Extensão: 1.400 km
Trecho navegável: a partir de Vila Bela da Santíssima Trindade
Extensão navegável: 1.150 km
Principais cidades: Cabixi e Pimenteiras do Oeste
Percorre os estados de: O rio percorre o sudoeste de Rondônia e nasce na Chapada dos Parecis, no estado do Mato Grosso
Período de estiagem: Maio a novembro
Período de chuva: A região é percorrida pelo Vale do Guaporé e tem o clima quente, com muitas chuvas
Unidades de Conservação: Parques Estaduais (Parque Estadual de Corumbiara e Parque Estadual de Serra de Ricardo Franco), reservas indígenas e quilombolas.



RIO IBICUÍ (RS):


Na região Sul do Brasil, o rio mais votado na seleção dos rios a serem percorridos foi o Ibicuí. Os outros rios do grupo foram os Ivaí e Tibagi, ambos no Paraná. A navegação do Rio Ibicuí, no Rio Grande do Sul, foi realizada entre 16-20 de abril de 2007. No verão, quando o rio está mais baixo e surgem suas lindas praias de areia branca, é justamente a época quando a água também é retirada para a irrigação dos arrozais, principal lavoura ao longo de sua bacia. Em toda sua extensão, existe apenas uma cidade – Manoel Viana – nas margens do rio. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.

CARACTERÍSTICAS DO RIO IBICUÍ
O Rio Ibicuí, principal afluente do Rio Uruguai da margem brasileira, tem uma extensão de aproximadamente 385 km e possui condições de navegação somente na época das chuvas (que são cada vez mais erráticas). Formado no encontro do Rio Ibicuí-Mirim com o Rio Toropi, no limite dos municípios de São Vicente do Sul, São Pedro do Sul e Cacequi, no Rio Grande do Sul, em boa parte do seu curso apresenta margens baixas e fundo arenoso. Suas águas são muito utilizadas na irrigação dos arrozais, diminuindo consideravelmente as vazões e devolvendo ao rio águas turvas, às vezes carregadas de agrotóxicos. A pouca profundidade da água na estiagem (devido ao assoreamento e ao bombeamento para irrigação) torna impraticável o uso do rio para a navegação comercial. O Ibicuí foi um dos primeiros rios gaúchos a formar um Comitê de bacia, que promove o diálogo entre todos os municípios incluídos na bacia além de representar os interesses de todos os usuários. O levantamento fotográfico do rio foi realizado em dezembro de 2006. A equipe percorreu toda a extensão do rio para coletar amostras de água entre 16-20 de abril de 2007. Fez palestras ao público nas seguintes cidades: São Vicente do Sul, São Francisco de Assis, Manoel Viana, Alegrete e Uruguaiana.

Bacia Hidrográfica: É um afluente do rio Uruguai que pertence à Bacia Platina
Extensão: 385 km
Trecho navegável: Bastante navegável, este rio se caracteriza pelas excelentes praias fluviais, em meio às areias brancas da região. Trata-se de um balneário muito procurado por turistas e adeptos da pesca esportiva
Extensão navegável: Devido à sua navegabilidade durante as cheias, já foi alvo de diversos estudos como meio de transporte para escoamento da produção entre a Fronteira Oeste e as regiões centrais do estado
Principais cidades: Uruguaiana e Itaqui
Percorre os estados de: Rio Grande do Sul
Período de chuva: Apresenta, em grande parte, uma topografia de margens baixas e fundo arenoso, o que na época das chuvas gera problemas de alagamento ao longo de seu curso, que abrange 30 municípios do Rio Grande do Sul
Unidades de Conservação: Parque Estadual Rio Canoas, Apa do Ibirapuitã e Reserva Biológica do Ibirapuitã



RIO MIRANDA (MS):


A seleção desse grupo foi entre os rios Miranda, Pardo e Verde, todos no estado de Mato Grosso do Sul. O escolhido foi o RIO MIRANDA, na Região Hidrográfica do Paraguai. A pesquisa aérea do rio foi realizada em fevereiro de 2007, e a navegação com o barco, em maio de 2007. Navegar nos trechos superiores do rio foi complexo, possível somente no barco menor. Apenas foi possível navegar na lancha maior a partir da cidade de Miranda até a foz no Rio Paraguai. Ao longo do Miranda, as palestras, seguidas de debate, aconteceram em Bonito, Jardim, Miranda e Corumbá. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.

CARACTERÍSTICAS DO RIO MIRANDA
O Rio Miranda, afluente da margem esquerda do Paraguai, é inserido na região do Pantanal. O rio é formado no encontro do Córrego Fundo com o Rio Roncador e tem extensão de aproximadamente 800 km. O principal afluente é o Rio Aquidauana. Empreendimentos agrícolas como plantio de arroz irrigado e pecuária extensiva repercutem nas águas do rio, além dos esgotos não tratados. A bacia inclui dois grandes polos turísticos, Bonito e o Pantanal, abrindo oportunidades para o turismo sustentável (contemplativo) e a pesca esportiva. A transparência das águas é de suma importância para o turismo em Bonito, cidade que recentemente completou a instalação de um sistema de tratamento de esgoto construído graças ao patrocínio do Programa Ambiental da Petrobras. Isso é um avanço significativo e necessário, devido ao grande número de visitantes que a cidade recebe, e serve de exemplo para outras cidades da região. O Comitê da Bacia do Rio Miranda é o primeiro do Pantanal, o primeiro do estado de Mato Grosso do Sul e o terceiro criado no Centro-oeste. A navegação no rio é complexo desde as nascentes até o Posto 21, acima de Miranda, quando, a partir desse ponto, entra na planície pantaneira, se tornando extremamente sinuoso em toda a extensão baixa do rio, até sua foz no Rio Paraguai.

Bacia Hidrográfica: É um rio brasileiro que constitui a Bacia do Alto Paraguai
Extensão: Corresponde a uma área física de 44.740 km²
Principais cidades: Bonito
Percorre os estados de: Mato Grosso do Sul
Período de estiagem: A variação de temperatura é pequena ao longo do ano e o clima se apresenta subúmido, com moderada deficiência de água no inverno
Período de chuva: Fevereiro a março, período que atrai muitos peixes para a piracema. Nesta época do ano, ocorre pouco ou nenhum excedente de água no verão
Unidades de Conservação: Estrada Parque, Parque Nacional da Serra da Bodoquena, RPPN Cabeceira do Prata, RPPN Xodó do Vô Ruy e RPPN Buraco das Araras



RIO RIBEIRA (PR/SP):


Entre os rios Doce, Preto e Ribeira, espalhados pelo sudeste do país, o escolhido para os estudos do projeto foi o Rio Ribeira de Iguape, na Região Hidrográfica Atlântico Sudeste. O sobrevoo de toda a extensão do rio, para o levantamento fotográfico do projeto, foi realizado em 9/10/2006. A equipe percorreu o rio por terra e lancha entre 5-11 de novembro de 2006. A decepção foi encontrar as águas tão baixas que somente foi possível colocar o barco no rio em Registro. As experiências dessa viagem podem ser seguidas pelo Diário de Campo. Veja também a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.

CARACTERÍSTICAS DO RIO RIBEIRA DE IGUAPE
O Rio Ribeira de Iguape, formado pela confluência dos rios Ribeirinha e Açungui no estado do Paraná, a menos de 100 km de Curitiba, é um rio de contrastes. Em seu curso superior, segue um caminho caudaloso entre montanhas, passando por pequenas cidades pacatas, a procura de uma saída para o mar. Procurado pelos adeptos aos esportes radicais, suas águas são turbulentas são perfeitas para a prática de rafting. Uma vez vencida a Serra do Mar, o rio cruza lentamente a planície costeira, desembocando no oceano em Barra do Ribeira (SP), próximo a Iguape. Com seus 470 km de extensão, o Ribeira é o maior rio ainda “vivo” que passa por terras paulistas, ou seja, que não tem barragens. Nas suas margens, vivem pequenos agricultores, quilombolas e comunidades indígenas. A região abrange os maiores pedaços remanescentes da magnífica Mata Atlântica que, no passado, estendia sobre quase todo o litoral brasileiro. Apesar de sua proximidade a dois dos maiores capitais industrializados do país – Curitiba e São Paulo –, o Vale do Ribeira foi convenientemente esquecido no tempo. A densidade populacional da região é baixa, sendo que a economia dos municípios é atrelada à agricultura familiar. Atualmente paira no ar do vale uma turbulência que não se refere à agitação de suas águas. Pelo contrário, trata-se de projetos que pretendem paralisá-las. O rio virou alvo da expansão industrial com a projetada instalação de quatro usinas hidrelétricas. Segundo alguns representantes dos movimentos sociais e ONGs, entre outras entidades locais, a instalação das hidrelétricas poderá destruir o rico patrimônio socioambiental da região, trazendo conseqüências negativas para o Vale, seus moradores e sua natureza abundante. Porém, apesar da insistência dos que querem inundar o vale, não é o que os moradores desejam, sentimento expresso nos recentes audiências públicas com respeito à construção da represa Tijuco Alto nas cidades ribeirinhas. O MPF recomenda ao IBAMA, então, que novos estudos sejam feitos. Como o projeto de Tijuco Alto é antigo, desde os estudos iniciais o conceito de construir represas gigantes, causando enormes estragos ambientais e infelicidade na população local, já é considerado ultrapassado em favor de pequenas barragens mais eficientes e menos impactantes. Um paredão de 142 metros de altura (equivalente à altura de um prédio de 47 andares!), formando um lago com 52 km de extensão no vale profundo que, por sinal, é ricamente coberto de remanescentes da Mata Atlântica, pode ser considerado um exagero nos dias de hoje nesse local. Há um bom potencial turístico no Vale do Ribeira, com múltiplas atrações como bóia-cross, cavernas (na região de PETAR, perto de Iporanga), trekking etc. Porém, o rio sofre degradação pelos impactos humanos e o desmatamento continua em ritmo acelerado.

Bacia hidrográfica: É um rio brasileiro que compõe a Bacia Ribeira e atravessa a Serra do Mar
Extensão: 470 km
Trecho navegável: Era navegável desde o mar até a cidade de Registro, que abriga um importante porto
Principais cidades: Este rio nasce em Iporanga, próximo à divisa com o Paraná e passa por Eldorado, Sete Barras e Registro
Percorre os estados de: São Paulo
Período de estiagem: A região apresenta um clima tropical quente, com altas temperaturas no verão. Uma particularidade sobre este rio é que foi construído um canal em sua foz, que reduziu seu percurso e acabou por assoreá-lo
Período de chuva: Temperaturas amenas no autono e inverno, com altas precipitações
Unidades de Conservação: O Vale do Rio Ribeira foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade, em 1999 e abriga boa parte de Mata Atlântica em seu território. Nesta região, estão situados o Parque Estadual do Rio Ribeira, Parque Estadual da Ilha do Cardoso, Parque Estadual de Jacupiranga e Estação Ecológica Juréia-Itatins



RIO VERDE (MT):


Os três rios agrupados na pré-seleção desse grupo – Arinos, Papagaio e Verde, ficam no Mato Grosso, sendo afluentes do Juruena ou Teles Pires, que formam o rio Tapajós. O escolhido foi o RIO VERDE. O levantamento aéreo do rio foi realizado em julho de 2006. Durante o sobrevôo, foi constatada que a mata ciliar ainda está bastante preservada, refletido na ausência de turbidez das suas águas. As amostras coletadas em 2004 indicaram água limpa. A faixa da mata ciliar diminuiu com a abertura de novos campos, ameaçando a qualidade de sua água. A navegação pelo Rio Verde foi realizada no final de maio de 2007. As análises das amostras coletadas indicam águas ainda limpas. As palestras foram realizadas nas seguintes localidades no vale do Verde: no auditório da UNIVERDE, Lucas do Rio Verde, no Auditório da ACES – Associação Comercial e Empresarial de Sorriso em Sorriso e no Auditório da UNEMAT, Sinop. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.

CARACTERÍSTICAS DO RIO VERDE
O Rio Verde nasce na Serra Azul e desemboca no rio Teles Pires, perto de Sinop. Tem uma extensão de mais de 500 km. Percorre uma região no coração da expansão agrícola. A única cidade localizada em suas márgens é Lucas do Rio Verde, mas ao longo do rio, desde as cabeceiras do rio, há imensas fazendas onde se produz milho, soja e algodão. Durante o sobrevoo, foi constatada que a mata ciliar ainda está bastante preservada, refletido na ausência de turbidez das suas águas. As amostras coletadas em 2004 indicaram água limpa. A faixa da mata ciliar diminui com a abertura de novos campos, ameaçando a qualidade de sua água. Projeto que une produtores e ambientalistas lançado em Lucas do Rio Verde Uma aliança inédita no Brasil que reúne num mesmo objetivo produtores rurais, ambientlistas e órgãos ambientais para tornar o município o primeiro a ter todas as propriedades rurais regularizadas do ponto de vista do Código Florestal. O compromisso do projeto é transformar Lucas do Rio Verde num dos únicos municípios do país sem passivos sócio-ambientais no setor agropecuário, sem problemas trabalhistas e de uso correto e seguro de agroquímicos. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura de Lucas do Rio Verde e da ONG internacional The Nature Conservancy (TNC), em parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) entre outros.

Bacia hidrográfica: Bacia Hidrográfica do Rio Verde
Extensão: 500 km
Principais cidades: Lucas do Rio Verde
Percorre os estados de: Mato Grosso
Período de estiagem: No inverno, o tempo fica mais seco
Período de chuva: Clima tropical úmido, com muitas chuvas no verão


Saiba mais: Brasil das Águas