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segunda-feira, 20 de março de 2017

Navegação Aérea

DECEA e FAA estudam aprimorar navegação por satélite
O desenvolvimento de um modelo de risco ionosférico para baixas latitudes foi o tema de uma reunião internacional realizada entre os dias 6 e 10 de março de 2017 com entidades e empresas que pesquisam sobre o Sistema de Aumentação Baseado em Solo, o GBAS, do inglês Ground-Based Augmentation System. O encontro foi realizado no Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e reuniu representantes do próprio departamento, do ICEA - Instituto de Controle do Espaço Aéreo, da Federal Aviation Administration (FAA) dos Estados Unidos, do Boston College e das empresas Mirus, Honeywell, Boeing e companhias aéreas. A reunião é resultado de um acordo de cooperação bilateral entre o DECEA e a FAA para o aprimoramento do sistema de navegação global por satélite, o GNSS (Global Navigation Sattelite System), que existe desde março de 2000.

Interferência ionosférica
Os sistemas de navegação por satélite são precisos. Porém, a interferência ionosférica pode provocar problemas na refração dos sinais na atmosfera. Por essa razão, a precisão das informações que chegam até os pilotos das aeronaves fica prejudicada, o que afeta o funcionamento dos sistemas de aproximação e pouso de precisão baseados exclusivamente em satélites. Essa interferência é maior em baixas latitudes, que é o caso da América do Sul. A partir das discussões realizadas, uma série de atribuições foi distribuída entre os participantes nas áreas de coleta de dados, análise e processo de gestão da segurança. A expectativa é que o projeto seja desenvolvido durante dois anos e resulte na certificação da estação GBAS do Aeroporto Internacional do Galeão para operações de aproximação em níveis similares aos do ILS cat. I - Sistema de Pouso por Instrumentos categoria I. Assim como o ILS, o GBAS possibilita aproximações em condições meteorológicas adversas, com a vantagem de possuir um custo menor de implantação e manutenção.

GBAS
O GBAS é um sistema que pode solucionar o problema da interferência ionosférica por meio de antenas instaladas em terra que aumentam o sinal do GNSS. Para se ter uma ideia, um procedimento de aproximação GNSS simples oferece informações seguras até uma altura de aproximadamente 400 pés em relação ao solo. Por meio das antenas que compõem o GBAS, é feita a correção de erros (aumentação), e esse valor cai para aproximadamente 200 pés, o que diminui a altura de decisão, um fator crítico para operações de aproximação. Atualmente, existem no mundo oito estações GBAS em funcionamento, localizadas nos Estados Unidos, na Alemanha, na Espanha, na Suíça e na Austrália. A estação GBAS do Aeroporto Internacional do Galeão foi implantada em 2011 e, até 2014, foram realizados testes utilizando as aeronaves-laboratório do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV). Entre 2011 e 2014 foi a primeira fase do trabalho brasileiro, na qual concluiu-se que o GBAS não poderia ser utilizado no Brasil da mesma forma que é operado no Hemisfério Norte. A missão agora é, por meio da cooperação entre Brasil e Estados Unidos, aprofundar as análises para identificar possibilidades que permitam a utilização do GBAS em uma região intertropical.