Jato E190-E2 faz o primeiro voo comercial na Noruega
O primeiro dos três aviões da nova geração, o E190-E2 (até 114 assentos), entrou em operação ontem, 24 de abril de 2018, na Noruega, sem atrasos e com resultados operacionais melhores do que o prometido. O voo da empresa Widerøe, com duração de 1h30, partiu de Bergen, segunda maior cidade da Noruega, para o aeroporto de Tromsø, a 1,8 mil km de distância. Segundo a Embraer, a lotação do voo foi máxima, com os 114 assentos ocupados. A partir do ano que vem, começam as entregas do maior integrante da família, o E195-E2, com capacidade para de 120 a 146 lugares. Com esse novo jato, a Embraer entra na disputa por contratos concorrendo com Boeing, Airbus e Bombardier. Neste momento, JetBlue e United Airlines estão avaliando modelos das quatro fabricantes para fazer uma encomenda.
Tamanho certo
A JetBlue busca substituir 60 jatos E190s da primeira geração e já indicou que deseja uma frota maior e mais eficiente. Estão na disputa os E195 E2 e o CS300 da Bombardier (130-160 assentos), bem como os menores jatos das famílias de narrowbody de Boeing e Airbus: o 737 MAX 7 e o A319neo. A United também já indicou que está olhando o E2, o CSeries, além de 737 MAX 7 e o A319 neo. A Embraer lidera o segmento regional: de cada 10 jatos de até 130 lugares voando no mundo, seis são da Embraer e três da Bombardier. O E2 acumula 280 pedidos firmes e 287 opções de compra, ou algo como US$ 15 bilhões. Para acelerar as vendas, a Embraer quer convencer as grandes companhias aéreas sobre as vantagens de se ter o “tamanho certo” de aeronave para cada operação, um conceito conhecido na indústria como rightsizing. Para a Embraer, como a demanda por determinadas rotas (como a ponte aérea, por exemplo) varia ao longo do dia, o rightsizing é o futuro. O argumento é de que é melhor ter uma frota mais versátil, com um segundo modelo de avião para rotas e horários de menor densidade, do que manter um único modelo e voar com assentos vazios em determinados horários.
O E195-E2
O E195-E2 entra em serviço no primeiro semestre de 2019,tendo a Azul como primeiro cliente, e será o maior avião já produzido no Brasil. O jato pode ser configurado com até 146 assentos (22 a mais do que a primeira versão do E195) e consome 24% menos combustível. Tem 41,5 metros de comprimento e 35,1m de envergadura (distância entre uma ponta e outra da asa). Segundo a Embraer, o E2 vai muito além de um upgrade de motores, como foi feito com a nova geração dos A320 e Boeing 737. Asas, trem de pouso e aviônicos foram totalmente reformulados, ao mesmo tempo em que foi preservada a “comunalidade”: com apenas dois dias e meio de treinamento, um piloto de E-jet está apto a voar no modelo.