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quinta-feira, 7 de junho de 2018

Tráfego Aéreo

Contato por texto entre piloto e controlador também será aplicado no espaço aéreo sobre o continente
Depois da bem sucedida implantação da comunicação entre pilotos e controladores via enlace de dados no espaço aéreo brasileiro sobre o Oceano Atlântico, desde 2009, o DECEA - Departamento de Controle do Espaço Aéreo avança nas providências para que o método seja também adotado sobre a parte continental brasileira, a partir de 2020. Entre as ações para a implantação do método CPDLC - Comunicação entre Controlador e Piloto por Enlace de Dados no espaço aéreo sobre o território brasileiro, foi estabelecido um grupo de trabalho, em reunião na última semana de maio de 2018, no ICEA – Instituto de Controle do Espaço Aéreo, em São José dos Campos (SP). A equipe é composta por controladores de tráfego aéreo, engenheiros e especialistas em comunicações e tecnologia da informação. O cronograma de atividades do grupo visa estender as ações e estudos iniciados em 2016, de maneira que, até dezembro de 2020, os primeiros contatos entre pilotos e controladores via mensagem de texto ocorram no norte e nordeste do Brasil, especificamente nas Regiões de Informação de Voo relativas aos Centros de Controle de Área Amazônico e Recife. Em matéria no site do DECEA, órgão central do sistema de controle do espaço aéreo, o chefe do Subdepartamento de Operações, Brigadeiro do Ar Ary Rodrigues Bertolino, disse que a implantação da CPDLC Continental tem potencial para trazer benefícios para os usuários do espaço aéreo. “Com a melhoria do entendimento das comunicações e a inexistência de interferências e ruídos, não haverá necessidade do controlador repetir uma autorização ou instrução. Isso poderá reduzir a carga de trabalho tanto de controladores como de pilotos, o que se traduzirá em maior segurança nas operações aéreas”, explicou o Brigadeiro Bertolino.

Mensagem de texto
O CPDLC (do inglês Controller Pilot Data Link Communication) é um processo que agrega tecnologia da informação e plataforma satelital, a fim de que sejam substituídas as comunicações orais, via ondas de rádio, entre os comandantes de aeronaves e órgãos de controle de tráfego aéreo, por mensagens de texto geradas nas cabines de aeronaves ou nas estações de proteção ao voo. Estas mensagens transitam em forma de dados digitais entre o emissor e o receptor por intermédio de satélites. Além do emprego de textos padronizados pela fraseologia aeronáutica, é possível a inserção de textos livres, conforme a necessidade operacional. Por ser digital, o contato é isento de ruído, interferências e más interpretações. Para que as aeronaves empreguem essa modalidade de comunicação é preciso ter equipamentos de bordo compatíveis com o sistema FANS 1/A (Future Air Navigation System)

Simulação e treinamento
O processo para implantação do CPDLC no espaço aéreo sobre o território avançou com a equipe da Subdiretoria de Pesquisa do ICEA desenvolvendo um módulo de simulação de contato por mensagens de texto, para incorporação ao programa SRBC - Simulador Radar de Baixo Custo, o qual suporta o ambiente de ensino e treinamento de controladores de tráfego aéreo naquele instituto, cujos resultados são apresentados em telas dos consoles do SAGITARIO - Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatórios de Interesse Operacional, idênticos aos das salas dos órgãos de controle. O módulo foi denominado de MSCS (Módulo de Simulação CPDLC do SRBC). A implantação dessa ferramenta ao ambiente de simulação do ICEA possibilita treinar e capacitar controladores do Centro de Controle Atlântico, em cuja área o CPDLC é adotado desde 2009 e, futuramente, os operadores dos Centros de Controle Amazônico e Recife. O projeto CPDLC Continental faz parte do Programa SIRIUS Brasil, que contempla empreendimentos, instituídos pelo DECEA, com base em orientações da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO). O empreendimento “Infraestrutura e Aplicações de Comunicações Ar-Terra e Terra-Terra” objetiva melhorar a eficiência do sistema de comunicações ar-terra com emprego de enlace de dados entre os sistemas de terra e os sistemas de bordo, para melhor gerenciamento do tráfego aéreo, menor incidência de falhas de entendimento nas comunicações entre controladores e pilotos e o consequente aumento da segurança operacional.

Saiba mais: Blog do NINJA de 24/05/2013