Hoje, saiba um pouco mais sobre o radar.
Boa leitura.
Bom domingo!
O radar é algo que
está presente em nosso cotidiano, embora seja normalmente invisível. O controle de tráfego aéreo usa radares para rastrear aviões no solo como no ar, além de
usá-lo também na hora de orientar os pilotos para que façam pousos suaves. Além
disso, quem também usa os radares é a polícia, mas com o objetivo de detectar a
velocidade dos automóveis. Já a Nasa os usa para mapear a Terra e outros
planetas, para rastrear satélites e fragmentos espaciais e para
ajudar na hora de manobrar suas aeronaves. Os militares, por sua vez, usam
radares para detectar os inimigos e guiar suas armas até os alvos. Os meteorologistas
usam radares para rastrear tempestades, furacões e tornados.
Até o dispositivo que faz as
portas das lojas abrirem automaticamente é um tipo de radar. Depois de ver
todos esses casos, nem preciso dizer que o radar é uma tecnologia extremamente
útil. Quando as pessoas
usam radares, geralmente estão tentando fazer uma destas 3 coisas: detectar a presença de um objeto distante: o
normal é detectar objetos que estejam em movimento, como um avião, mas os
radares também podem ser usados para detectar objetos imóveis enterrados; detectar
a velocidade de um objeto: esta é a razão por que a polícia usa o radar; mapear
algo: o ônibus espacial e os satélites artificiais em órbita usam algo
chamado de Radar de Abertura Sintética (SAR) para criar mapas topográficos
detalhados da superfície dos planetas e de suas luas. O interessante é
que essas três atividades podem ser realizadas usando duas coisas: o eco e o efeito Doppler.
Estes dois conceitos são fáceis de entender em termos de som porque seus
ouvidos escutam ecos e o efeito Doppler todos os dias. O
radar aproveita essas duas coisas, só que utilizando ondas de
rádio.
O eco e o efeito
Doppler
O eco é algo
perceptível. Se você gritar na direção de um poço ou cânion, o eco volta logo
depois. Mas por que isso ocorre? O eco acontece porque algumas das ondas
sonoras do seu grito se refletem em uma superfície e fazem todo o caminho de
volta até os seus ouvidos. O tempo levado entre o momento em que você gritou e
o momento em que ouviu o eco é determinado pela distância entre você e a
superfície que o criou. Mas não é só o eco
que é comum, o efeito Doppler também o é. Você deve senti-lo todos os dias, mas
provavelmente não nota. Ele acontece quando o som é gerado, ou refletido, por
um objeto em movimento ou refletido nele. Em casos de velocidade extrema é o
efeito Doppler que cria o ruído sônico. O efeito Doppler pode ser
entendido da seguinte forma: digamos que há um carro vindo na sua direção a 60
km/h e o motorista está buzinando. Você vai ouvir a buzina tocando uma
"nota" enquanto o carro se aproxima, mas quando o carro passar por
você, o som da buzina vai mudar para uma nota mais grave. O efeito Doppler causa
essa mudança.
O que acontece é o
seguinte: a velocidade do som que se propaga pelo ar do estacionamento é fixa.
Para simplificar nossos cálculos, vamos dizer que essa velocidade é de 900 km/h
(a velocidade exata depende da pressão do ar, da temperatura e da umidade). Imagine
que o carro está parado a uma distância de exatamente 1,0 km de você e fica
buzinando por um minuto, nem um segundo a mais, nem um segundo a menos. As
ondas sonoras da buzina se propagam na sua direção a uma velocidade de 900
km/h. Você vai ficar sem ouvir nada nos quatro primeiros segundos (tempo para o
som percorrer 1,0 km a uma velocidade de 900 km/h), seguidos de um minuto do
som da buzina.
Agora, vamos imaginar que o carro está se
movendo na sua direção a 60 km/h. Ele começa a se movimentar quando está a 1,0
km de você e buzina por um minuto exato. Você vai continuar a ouvir com quatro
segundos de atraso, mas agora o som vai tocar por apenas 56 s. Isso acontece
porque o carro vai estar junto a você depois de 1 min, fazendo com que o som
emitido naquele momento chegue até você instantaneamente. No entanto, nada
mudou, pois o carro (da perspectiva do motorista) buzinou por 1 min. Porém,
como ele estava em movimento, esse minuto de som foi condensado em 56 s a
partir da sua perspectiva, ou seja, a mesma quantidade de ondas sonoras foi
colocada em uma quantidade de tempo menor. É por isso que a frequência aumenta
e a buzina chega até você com um tom mais agudo. A medida que o carro se
distancia de você, o processo se inverte e o som se expande para preencher um
intervalo de tempo maior, o que faz com que o tom fique mais grave. Para combinar o eco com o efeito Doppler,
temos que fazer o seguinte: imagine que você emitiu um som muito alto na
direção de um carro que está vindo em sua direção. Algumas das ondas sonoras
vão rebater no carro (um eco), mas como o carro está vindo na sua direção, elas
serão comprimidas, fazendo com que o som do eco seja mais
agudo do que o som que você emitiu. Agora, o interessante mesmo é que, se você
medir a frequência do eco, dá para determinar a velocidade do carro.
Entendendo os radares
Já vimos que o eco criado por um som pode ser usado
para determinar a distância a uma referência e também vimos que podemos usar o
efeito Doppler do eco para determinar também a velocidade de um objeto. Com
isso, já é possível criar um "radar sonoro" e é exatamente isso o que
um sonar é. Submarinos
e barcos usam sonares o tempo todo. Além disso, é possível usar os mesmos
princípios com o som que se propaga pelo ar, mas há alguns problemas a serem
considerados:
· o
som não chega muito longe (1,6 km no máximo);
· todo
mundo consegue ouvir sons, então um "radar sonoro" causaria irritação
em todos na vizinhança (para eliminar esse problema é só usar ultra-som em vez de som
audível);
· como
o eco seria muito fraco, provavelmente, ficaria difícil de ser detectado.
E é por esses motivos que, em vez de usar som, o
radar usa ondas de rádio.
Afinal de contas, elas percorrem grandes distâncias, são inaudíveis para
humanos e fáceis de serem detectadas mesmo quando estão fracas.
Vamos
considerar um radar comum projetado para detectar aviões durante o vôo. O
equipamento liga seu transmissor e dispara uma rajada curta e de alta
intensidade de ondas de rádio de alta frequência. Essa rajada pode durar apenas
um microssegundo. Então, o radar desliga o transmissor e liga o receptor para
ouvir o eco. Em seguida, ele mede o tempo que o eco levou para chegar, assim
como o efeito Doppler do eco.
As ondas de rádio viajam
na velocidade da luz, cerca de 300.000 km/s, o que significa que, se o
equipamento tiver um relógio de alta velocidade, é possível medir a distância
do avião com bastante precisão. Caso use um equipamento especial de processamento
de sinais, o radar também pode medir o efeito Doppler com uma boa precisão e,
dessa forma, determinar a velocidade do avião.
Nos radares de solo, há mais possíveis
interferências do que nos radares montados no ar. Quando um radar de trânsito dispara um pulso,
ele ecoa em todos os tipos de objetos: pontes, montanhas,
prédios etc. A maneira mais fácil de remover esse tipo de interferência é
filtrá-la distinguindo o que sofreu o efeito Doppler e o que não sofreu.
Um
radar de trânsito faz isso: ele tem a capacidade de observar apenas os sinais
alterados pelo efeito Doppler (além disso, a emissão do radar é concentrada em
um ponto tão estreito que acaba atingindo somente o carro). A polícia também
está utilizando a técnica a laser para medir a velocidade dos carros. Esta técnica é chamada de LIDAR e utiliza luz no lugar das ondas de rádio.
Fonte: UOL
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