
Alguns pesquisadores acreditam que uma bolha de sabão, elevando-se, após aproximar-se do ar quente, ao redor da chama de uma vela, foi o que ascendeu o intelecto do padre Bartolomeu de Gusmão para a diferença entre a densidade do ar. Um objeto mais leve que o ar poderia, então, voar. Em 1709, anunciou à corte que apresentaria uma “Máquina de Voar”. Em 19 de abril daquele ano, recebeu autorização do Rei D. João V para demonstrar seu invento perante a Casa Real.
Em 03 de agosto de 1709, em Portugal, foi realizada a primeira tentativa na Sala de Audiência do Palácio. No entanto, o pequeno balão de papel aquecido por uma chama incendiou-se antes ainda de alçar voo. Dois dias mais tarde, uma nova tentativa deu resultado: o balão subiu cerca de 20 palmos, para verdadeiro espanto dos presentes. Assustados com a possibilidade de um incêndio, os criados do Palácio se lançaram contra o engenho antes que este chegasse ao teto.

Pela concepção e a realização do aerostato, Bartolomeu de Gusmão é considerado o Pai da Aerostação.
Somente 74 anos depois surge um novo balão de ar quente. A façanha foi dos irmãos franceses Montgolfier, que exibiram publicamente, em 5 de junho de 1783, um balão, feito de linho, com 32 m de circunferência e que foi enchido com fumaça de uma fogueira de palha seca. Elevou-se do chão cerca de 300 m, por 10 minutos, voando uma distância de aproximadamente 3 quilômetros.

No Brasil, uns estimam que o primeiro voo de balão tenha sido feito em 1867 por dois americanos, os irmãos Allen. Mas outras fontes registram que o primeiro voo data de 1885, quando Edouard Heilt subiu por alguns segundos no Saco dos Alferes, no Rio de Janeiro. Entretanto, alguns brasileiros se fascinaram com os balões e a possibilidade de voar, contribuindo para o desenvolvimento do balonismo, como Júlio César Ribeiro de Souza, que em 1881 requereu a patente de um balão dirigível (o “Victória”). Também tem Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, que em 1893 começou a construir o balão “Bartholomeu de Gusmão” e o pilotou sobre o Realengo, no Rio de Janeiro, em 1894. Em 1902, ele chegou a 400 metros de altura com seu balão dirigível Pax. E não podemos esquecer Alberto Santos Dumont, que se inspirou no balonismo e desenvolveu uma série de dirigíveis que originaram o avião.
A primeira competição

Com mais pessoas se interessando em voar e desenvolvendo projetos, o instinto competidor do ser humano logo se manifestou. Assim, a primeira “corrida” aérea ocorreu em 30 de setembro de 1906, em Paris. A competição de balões de hidrogênio, denominada de “Gordon Bennett”, atraiu a participação de competidores de diversos países. Como não podia deixar de ser, entre eles nosso mais renomado inventor: Santos Dumont.
Apartir de 1960 , quando aperfeiçoamentos técnicos afastaram o risco de incêndio, retornou-se ao uso do ar quente nos balões, por isso, voar neles tornou-se um passeio divertido e seguro. Somente com essa modernização é que o balonismo deslanchou como um esporte, sendo que o primeiro campeonato ocorreu em 1963 e o primeiro campeonato mundial em 1973.
O ressurgimento no céu brasileiro

Mas o primeiro festival realizado no Brasil foi na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, em 1979, organizado pela Airshow, o mesmo organizador do Festival Internacional de Torres . O segundo só veio ocorrer oito anos depois, em 1987, em Itaguaí, também Rio de Janeiro. Em seguida, nos anos de 89 e 90, realizaram-se diversos outros eventos, sendo que o maior e o mais tradicional é o Festival Internacional de Balonismo de Torres (RS), que ocorre entre os meses de abril e maio. Por isso, Torres ostenta o título de Capital Brasileira do Balonismo.
Somente com a criação de Associação Brasileira de Balonismo (ABB), o esporte ganhou caráter de competição. Desde então, já foram disputados vários Campeonatos Brasileiros e deles saem os representantes para o Campeonato Mundial, que acontece a cada dois anos, sempre em país diferente.
Atualmente, existem no mundo cerca de 15.000 balões. Onze mil estão nos Estados Unidos da América, 1.200 na França, 1500 na Inglaterra e o restante espalhado pelo mundo. O Brasil tem cerca de 76 pilotos com aproximadamente 110 balões .
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