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quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Centenário do 1º Pouso de Avião em Ubatuba

Há 100 anos, deixava Ubatuba (SP) a aeronave que fez a primeira aterrissagem na cidade
No dia 06 de outubro de 1922, há exatos 100 anos, era embarcada, para traslado até o Rio de Janeiro, no navio CT-6 Alagoas, da Marinha do Brasil, no porto de Ubatuba (SP), a aeronave tipo DH9, matrícula 92 do Serviço Aéreo do Exército do Chile.
O De Havilland Airco, batizado como El Ferroviario, sob comando do capitão Diego Aracena Aguilar, acompanhado do mecânico Arturo Seabrook, havia protagonizado, alguns dias antes, no dia 14 de setembro, o primeiro pouso de um avião na cidade de Ubatuba (SP). O objetivo da faina com o contratorpedeiro CT-6 Alagoas era levar o avião de Aracena até o Rio de Janeiro, para ser reparado no Arsenal de Marinha e colocado em condições de retorno ao Chile.

O primeiro pouso
No dia 14 de setembro, procedente de Santos, cumprindo mais uma etapa do reide Santiago do Chile – Rio, Aracena pilotava o aparelho quando verificou condições meteorológicas adversas na rota, as quais o impediam de continuar a viagem. Como procedimento alternativo, o comandante optou por pousar na orla de Ubatuba. Tendo escolhido uma faixa de vegetação rasteira ao longo da praia do Itaguá como pista, Aracena executou o pouso. No momento em que estava na corrida de desaceleração, as rodas do DH9 tocaram uma fenda oculta na grama, ocasionando danos ao trem de aterrissagem e parte da célula. Em consequência, como não havia condições locais de reparo, o avião foi guardado em Ubatuba e os tripulantes ficaram hospedados na cidade, por dois dias, aguardando um transporte para a então capital da República. Eles viajaram a bordo do contratropedeiro CT-1 Amazonas da Armada e entregaram uma carta de felicitações do presidente chileno Arturo Alessandri ao presidente brasileiro, Epitácio Pessoa, por ocasião das comemorações do Centenário da Independência do Brasil.

Término do reide
Aracena e Seabrook partiram de Santiago no dia 29 de agosto de 1922. Com o El Ferroviario, empreenderam a inédita viagem aérea para o Rio de Janeiro, como forma de demonstrar a perícia dos aviadores chilenos e homenagear o Brasil, que completava 100 anos como Pátria. Escalaram em localidades da Argentina e Uruguai. No Brasil, passaram pelas cidades de Pelotas, Porto Alegre, Torres, Florianópolis e Santos, até pararem em Ubatuba, no dia 14 de setembro. Com a interrupção da jornada aérea, devido aos danos na aeronave, os anfitriões nacionais incentivaram o aviador a terminar o seu reide, em voo a bordo de avião brasileiro.
Assim, Aracena recebeu treinamento num hidroavião Curtiss HS-2L da Aviação Naval do Brasil. No dia 25 de setembro de 1922, ele foi transportado por tripulação brasileira, no hidroavião Curtiss número 11, até a vertical de Ubatuba. Lançou uma mensagem à população local e assumiu o comando e voou até o Rio, para, finalmente, concluir, em voo, o inédito reide Santiago – Rio de Janeiro. Na Capital, participou de extensa agenda das comemorações da Independência do Brasil, enquanto tratava da remoção do seu avião, que ficara em Ubatuba, até o dia 6 de outubro.

Saiba mais: Livro “Sobre o Mar de Iperoig: a aviação em Ubatuba” e Blog do NINJA de 25/09/2022 (Clique aqui)  ; de 14/09/2022 (Veja aqui) ; e de 16/09/2021 (Confira aqui).

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