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Voar é um desejo que começa em criança!

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

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Gloster Meteor
O primeiro jato do Brasil
No início da década de 50 a primeira linha de defesa da Força Aérea Brasileira era formada por caças norte-americanos com motores a pistão Republic P-47D Thunderbolt e Curtiss P-40. A FAB buscava uma nova alternativa e o governo de Getúlio Vargas decidiu que a melhor opção seria um modelo que já era operado pela RAF na fase final da 2ª Guerra Mundial. Mas havia uma grande diferença deste novo caça em relação a tudo que já voara no Brasil. Seu motor era a reação. Tratava-se do lendário e temido Gloster Meteor, que se tornaria o primeiro jato a operar em nosso país. Até então, nem mesmo as linhas aéreas nacionais já haviam adotado um modelo a jato na sua frota. Contando a história deste ícone, a C&R Editorial publicou o livro Gloster Meteor – o Primeiro Jato do Brasil, de Aparecido Camazano Alamino. Coronel reformado da FAB, o autor é considerado um dos maiores pesquisadores sobre a história da Força Aérea Brasileira, devido ao árduo trabalho que desenvolvido por mais de 40 anos. “Escrever sobre qualquer tema histórico em nosso país é um grande desafio, pois, além do clima implacável (que deteriora os documentos), a mentalidade brasileira por pesquisa, história e preservação é muito deficiente. Os poucos documentos oficiais existentes não são guardados adequadamente, bem como não é atribuída importância a esses temas”, comenta o cel. Camazano. O autor destaca que é necessária a realização de procura com pessoas que viveram o período abordado, bem como pesquisas nos jornais da época e em revistas que publicaram reportagens sobre o tema.“Somando-se tudo isso, com muita paciência e sorte, encontra-se o que está sendo procurado”, completa. A pesquisa de Camazano incluiu entrevistas com mais de 20 pessoas, de graduados até ministros do Superior Tribunal Militar, que de alguma forma tiveram contato com esses caças no Brasil. Sobre a importância do tema, o autor lembra que “a chegada dos Meteor representou não somente o ingresso da FAB na era do jato, mas uma profunda mudança na sua rotina operacional, na qualificação dos seus militares e da infraestrutura. Foi sair da água para o vinho na aviação de combate da FAB, pois ele era um jato de variante bem atualizada (F-8 e TF-7), exigindo uma enorme evolução operacional na FAB e, por que não dizer, no Brasil, já que o setor de proteção ao voo e de infraestrutura aeronáutica (pistas, hangares e pátios de estacionamento) também teve que evoluir muito para propiciar uma eficiente operação dos novos aparelhos. Outro ganho foi a introdução do querosene de aviação no Brasil, o que poucos sabem, pois o Gloster foi o precursor desse combustível em nosso país, o que facilitou muito quando a aviação comercial passou a operar com jatos, em meados dos anos 50. Todavia, o principal ganho foi no tocante à proteção de nosso espaço aéreo, que passou a ser realizado com uma aeronave a jato e no estado da arte”. Por fim, o cel. Camazano confessa porque estudou tanto sobre o caça: “Foi o Gloster Meteor que me motivou a ingressar e a ser piloto da FAB, pois, quando garoto, residia no bairro de Santana, em São Paulo, justamente em local privilegiado para observar a sua operação no Campo de Marte, onde eram revisados, e o seu barulho diferenciado sempre despertava a minha atenção e curiosidade, tendo em vista que anunciava a chegada ou a saída de um Gloster na base, o que era um espetáculo. E dentro da humildade que deve nortear um trabalho dessa magnitude, posso assegurar que a história desse aparelho passará a ser melhor entendida, sendo a primeira referência histórica de sua operação no Brasil, pois inclui a sua frota, suas principais operações, os seus padrões de pintura, a heráldica dos emblemas das unidades aéreas que o operaram e a cronologia de todos os principais acontecimentos de sua implantação, operação e desativação na FAB. O livro foi elaborado para atender às diversas vertentes de entusiastas, aí incluídos os pesquisadores, os historiadores, os plastimodelistas e os admiradores desse fantástico aparelho. Espero que meu objetivo tenha sido atingido.”

Publicação:
C&R Editorial - 2010

Formato:
18,4 x 24,7 cm; 96 páginas.
Capa em papel de 350 gr/m², em acabamento de luxo.
Páginas internas em papel couché de altíssima qualidade, de 150 gr/m².
Suplemento interno colorido especial, com oito páginas.

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