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Voar é um desejo que começa em criança!

sábado, 18 de setembro de 2021

Transporte Aéreo

Itapemirim aumenta em 105% o número de passageiros em agosto de 2021
A Itapemirim Transportes Aéreos divulgou, dia 17 de setembro de 2021, os resultados operacionais de agosto, seu segundo mês de operações. Foram transportados 79.529 passageiros no mês passado, em 721 voos. Em comparação com o desempenho de julho, o mês de estreia da empresa no mercado, houve expansão de 105% em volume de passageiros e de 70% na quantidade de etapas realizadas. A ITA ampliou a ocupação das aeronaves de 62 para 70% e a pontualidade, de 77 para 89%.

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sexta-feira, 17 de setembro de 2021

100 anos do Brigadeiro Pavan

Brigadeiro Pavan comemora 100 anos de idade
O Tenente-Brigadeiro do Ar Clóvis Pavan completou 100 anos no dia 13 de setembro de 2021. Nascido na cidade de São Paulo (SP), o Oficial-General foi declarado Aspirante a Oficial na Escola de Aeronáutica, em 1944, onde foi Instrutor e, mais tarde, assumiu o Comando Corpo de Cadetes da Aeronáutica. Além disso, destaca-se como o Oficial que mais tempo atuou ao lado do Marechal do Ar Eduardo Gomes, consagrado Patrono da Força Aérea Brasileira (FAB). Durante sua carreira, o Oficial-General ganhou visibilidade nacional e internacional por conta de suas experiências, realizando diversas missões e ocupando importantes cargos, dentre eles como Comandante da Base Aérea de Brasília, da Academia da Força Aérea (AFA) e do Quarto Comando Aéreo Regional, além de ter assumido como Vice-Chefe do Estado Maior da Aeronáutica (EMAER) e Diretor-Geral do Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento da Aeronáutica até 1983, quando passou para a reserva.


Atualmente reside em São Paulo, pai de três filhos (Fábio, Márcio (falecido) e Ana) e avô de três netos (Bruno, Renato e Taus), o Brigadeiro mora com sua filha Ana e tem como vizinho seu filho Fábio que segundo ele, o sentimento é de alegria por ter a oportunidade de ver o pai completar 100 anos, especialmente por estar bem tanto mentalmente como fisicamente, na presença e com o apoio da família. “Nesta fase da vida ele considera que cada dia vivido a mais é uma vitória e comemora quase que diariamente de forma simplória, com meia taça de vinho e duas fatias de pão com manteiga”, conta o filho.

Duas vezes a velocidade do som
O Brigadeiro atuou em diversas missões pela FAB. Dentre as mais relevantes, destaca-se uma visita oficial a Inglaterra, em setembro de 1966. Para comemorar seu aniversário, em 13 de setembro, à época como Coronel, foi convidado pela Royal Air Force (RAF), a voar a aeronave BAC-Lightning, único vetor britânico capaz de atingir Mach 2, o que levou o militar a sensação de subir como se estivesse "a bordo de um foguete", tornando-o assim o primeiro brasileiro a ultrapassar duas vezes a barreira do som. Outra missão destaque na carreira foi com o Presidente da Câmara dos Deputados, à época, Café Filho. Ainda como Tenente, Pavan fora designado como piloto a transportar a autoridade até Foz do Iguaçu (PR), para uma visita oficial. Na ocasião, Café Filho havia assumido outro compromisso, de estar na manhã do dia seguinte, em Assunção, capital do Paraguai, com o Presidente Alfredo Stroessner Matiauda. O tenente explicou ao deputado que, por estarem a bordo de uma aeronave militar, necessitaria solicitar autorização ao Ministério da Aeronáutica. Porém, como naquela época as comunicações eram precárias, não houve tempo hábil e o voo foi feito sem a devida autorização. No retorno ao Rio de Janeiro (RJ) foram recebidos pelo então Brigadeiro Eduardo Gomes, que após despedir-se do Deputado Café Filho, deu ordem de prisão ao Tenente Pavan pelo fato ocorrido na missão. Ao ter conhecimento da prisão, Café Filho visitou o tenente e pediu desculpas pelo inconveniente e assumiu o compromisso de fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para excluir o registro daquela prisão de seu prontuário. No ano seguinte, com o falecimento do Presidente Getúlio Vargas, Café Filho assume a Presidência da República e convida o Brigadeiro Eduardo Gomes para assumir o então Ministério da Aeronáutica. Em seu primeiro despacho com o Presidente, o Brigadeiro Eduardo Gomes se dirige ao Palácio do Catete acompanhado de seu Ajudante de Ordens, o já Capitão Pavan. Ao chegarem ao Palácio, foram recebidos pelo próprio Presidente, que após cumprimentar o Brigadeiro Eduardo Gomes, dirigiu-se ao Capitão Pavan e questionou: “Capitão, aquele nosso assunto já foi resolvido?” Rapidamente, respondeu: “Sim senhor, Presidente”. Ao longo de todos os anos que serviram juntos, o Brigadeiro Eduardo Gomes nunca perguntou e nem o Capitão Pavan disse que assunto era aquele entre o Presidente da República e um Capitão da Aeronáutica, comprovando o nível de confiança que o Brigadeiro havia adquirido em relação ao seu subordinado.

Fonte: FAB

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quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Centenário do 1º pouso de avião em Ubatuba

Evento lembra proximidade dos 100 anos do 1º pouso de avião em Ubatuba


O início do ano que leva ao Centenário do Primeiro Pouso de Avião em Ubatuba foi lembrado, na noite do dia 14 de setembro de 2021, durante evento no Colégio Dominique, em Ubatuba (SP). O Café Voador foi promovido pelo Núcleo Infantojuvenil de Aviação – NINJA e reuniu entusiastas da atividade aérea.


Foram abordados temas como uma eventual comemoração dos 100 anos do primeiro pouso de uma aeronave na cidade, apresentação de itens incorporados ao Espaço Cultural Aeronáutico de Ubatuba e memória dos eventos anteriormente realizados por voluntários do NINJA.

Centenário
Os diálogos sobre uma possível programação alusiva ao primeiro pouso de aeronave em Ubatuba, evento que completa 100 anos no dia 14 de setembro de 2022, concluíram que a atividade de interesses cultural, turístico e histórico somente será viabilizada se houver engajamento da administração pública e de entidades privadas, notadamente dos setores cultural e turístico, haja vista demandas externas não comportadas pelas ações voluntárias dos colaboradores do NINJA. A oportunidade ímpar e inadiável refere-se à extensa viagem aérea realizada, em 1922, por aeronaves da aviação do Exército do Chile, atualmente Força Aérea Chilena, cruzando espaços do país de origem, Argentina, Uruguai e Brasil, a fim de comemorar com um reide o então centenário da independência da nação brasileira. Saindo de Santiago, duas aeronaves traziam uma mensagem do presidente chileno, Arturo Alessandri, ao presidente brasileiro, Epitácio Pessoa. Por questões técnicas, uma aeronave ficou em Castellanos, na Argentina. A segunda, de número 92 e batizada de El Ferroviario, seguiu a travessia ingressando no espaço nacional com aterrissagens em Pelotas, Porto Alegre, Torres, Florianópolis, Santos e Ubatuba.


Pilotada pelo capitão Diego Aracena Aguilar, acompanhado do mecânico Arturo Ricardo Seabrook, o avião, com destino ao Rio de Janeiro, pousou em Ubatuba, na orla da praia do Itaguá, no dia 14 de setembro de 1922, fato que se constituiu na primeira vez em que uma aeronave aterrissou na cidade. Uma pane fez com que o avião ficasse no local e os tripulantes foram levados a Capital pelo navio “Amazonas” da Marinha do Brasil. Dias depois, em 25 de setembro, para terminar o reide aéreo Santiago-Rio de Janeiro, o capitão Diego Aracena foi conduzido até a vertical de Ubatuba pelo hidroavião Curtiss HS2L número 11 da Aviação Naval do Brasil, onde assumiu o comando e seguiu para a conclusão da sua planejada navegação, com 38 horas de voo e 12 pousos. O avião El Ferroviario deixou Ubatuba no dia 6 de outubro de 1922, levado para o Rio, a bordo do contratorpedeiro “Halagoas”, da Marinha do Brasil.

Espaço Cultural Aeronáutico

Durante o Café Voador, os participantes viram as recentes incorporações ao Espaço Cultural Aeronáutico de Ubatuba, no Colégio Dominique: uma instalação formada por pintura artística de Eduardo Leite em painel integrado com a estrutura básica da aeronave experimental KR-1 doada por Krysia Maria da Costa Cunha; a figuração de um foguete; o painel interativo retratando um avião para ser brinquedo e objeto de atividades interativas com crianças; o mockup (modelo em tamanho natural) de um helicóptero para ser brinquedo e ajuda em atividades lúdicas e instrução para crianças e jovens.


O exemplar dá utilidade à cabine de um avião desativado PA-23 Apache (PA-23-160), fabricado pela Piper Aircraft, Estados Unidos, em 1959, matrícula N10F, número de série 23-1697, desativado dia 13/08/2010, pelo Aeroclube de São José dos Campos, SP, onde voava com a matrícula PT-BFA. A cabine foi doação da Starcraft, oficina de manutenção de aeronaves.


As soluções técnicas para construir o mockup foram realizadas pelos voluntários Cesar Rodrigues, Jorge Rosa da Silva, Celso de Almeida e Celso de Almeida Júnior, entre outros.
 

Integram, ainda, o acervo do Espaço Cultural Aeronáutico de Ubatuba, uma aeronave experimental Teenie Two pintada no padrão de cores da Esquadrilha da Fumaça na época, até 1976, em que empregava aeronaves T-Meia; fotografias e livros; maquetes do Balão e do Aviplano do pioneiro da aviação e ubatubense Gastão Madeira; maquetes do 14-bis e do Demoisele, aeronaves construídas por Santos Dumont; e aeromodelos.

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quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Indústria Aeronáutica

Já são 1.500 jatos executivos fabricados pela Embraer
A Embraer anunciou, dia 9 de setembro de 2021, ter entregue seu 1.500º jato executivo, uma conquista alcançada em apenas duas décadas. A média do setor, para referência, é de 34 anos para atingir essa marca. A aeronave comemorativa é um Phenom 300E, o jato da categoria Leve mais vendido por nove anos consecutivos, que foi entregue à Haute Aviação, empresa suíça de fretamento, revenda e gestão de aeronaves. “É uma grande satisfação anunciar a entrega do 1.500º jato executivo da Embraer. Esta entrega histórica à Haute Aviação reflete nosso compromisso em oferecer a melhor experiência em aviação executiva”, disse Michael Amalfitano, presidente e CEO da Embraer Aviação Executiva.

Alcance
O Phenom 300E tem alcance de 2.010 milhas náuticas (3.724 Km) sem escala e permite aos seus clientes se deslocarem pela Europa sem necessidade de paradas. A Haute Aviation está sediada no aeroporto de Saanen-Gstaad, na região dos Alpes Suíços, local muitas vezes considerado operacionalmente desafiador. No entanto, com excelentes recursos de decolagem e subida, o Phenom 300E demonstra desempenho incomparável em toda a região, também pelo fato de contar com tecnologias como Sistema de Visão Sintética (Synthetic Vision System - SVS) para fornecer maior consciência situacional e sistema de alerta e prevenção de pistas (Runway Overrun Awareness and Alerting System - ROAAS) - a primeira tecnologia desse tipo a ser desenvolvida e certificada na aviação executiva. A Haute Aviation também destacou a velocidade como fator decisivo para aquisição da aeronave, já que o Phenom 300E é o jato mais rápido e maior de alcance da categoria, capaz de atingir Mach 0,80.

Fonte: Embraer

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terça-feira, 14 de setembro de 2021

Aeroportos

Terminais de Guarulhos terão conexão automática com sistema de trens de São Paulo
Um termo aditivo na concessão do Aeroporto Internacional de Guarulhos foi assinado, no dia 8 de setembro de 2021, para implantação de um sistema do tipo automated people mover (APM). O veículo automatizado e movido por ar comprimido conectará os três terminais de passageiros do aeroporto à estação da Linha 13-Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Novo modelo
Atualmente, a ligação entre o sistema de trens e o aeroporto, que localizado na Grande São Paulo, é feita por ônibus fornecidos pela concessionária GRU Airport. O novo modelo é baseado nas soluções usadas em aeroportos como os de Atlanta, Chicago, Nova Iorque e São Francisco, nos Estados Unidos, e deve economizar tempo dos passageiros, além de ser menos poluente. Estão previstos investimentos de R$ 271,1 milhões, que seriam pagos pela concessionária à União, como parte do devido por outorga. Esse dinheiro deverá, agora, ser usado na construção do sistema de transporte. “Esse é o primeiro investimento obrigatório previsto em contrato de concessão no setor aeroportuário por meio de aditivo contratual”, ressaltou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. A previsão é que as obras comecem em janeiro de 2022 e durem 24 meses. A linha do APM terá 2,7 mil metros de extensão. Serão três veículos, cada um com capacidade para 200 passageiros, com ar-condicionado, wi-fi e espaço para bagagem.

Fonte: Agência Brasil

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segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Asas Rotativas

Helicópteros da Operação Poseidon treinaram no navio aeródromo Atlântico
Pela primeira vez, helicópteros da Aviação do Exército, da Força Aérea Brasileira e da Aviação Naval realizaram, do final de agosto até 4 de setembro de 2021, exercícios no Navio Aeródromo Multipropósito Atlântico, com a embarcação em movimento. As Forças treinaram, ainda, infiltração de Mergulhadores de Combate, Evacuação Aeromédica de feridos e tiro real sobre alvo à deriva. A manobra foi denominada Operação Poseidon 2021, coordenada pelo Ministério da Defesa, no litoral fluminense, a cerca de 80 quilômetros da costa de Cabo Frio. A atividade reiniu 930 militares. O exercício conjunto teve por finalidade o aumento contínuo da interoperabilidade, estimulando o desenvolvimento de doutrinas que priorizem e promovam, entre outros fatores, o aspecto da unidade entre as Forças Armadas.

Operações especiais
Durante a Operação Poseidon 2021, os participantes treinaram técnicas de infiltração por aeronaves, como o “Fast Rope”, no qual ocorre a descida de uma equipe de operações especiais com rapidez e surpresa, a partir de um helicóptero, utilizando um cabo especial para a descida. Também ocorreu o exercício de qualificação e requalificação em pouso a bordo. Neste caso, as atividades foram voltadas para a familiarização das tripulações, das aeronaves e do navio na operação de pouso e decolagem, com o navio em movimento. Isso contribui para a garantia da segurança das futuras operações aéreas embarcadas.

Qualificação de pilotos
Participaram do adestramento aeronaves de asas rotativas das três Forças, sendo: UH-15 da Marinha; HM-4 do Exército; e H-36 Caracal da FAB. "A Operação consiste na qualificação de pilotos para o pouso a bordo em navios da Marinha do Brasil. Esse evento mostra-se de elevado significado para nós, pois vislumbra o desenvolvimento e o aprimoramento da capacidade de operacionalidade de nossas aeronaves em um novo e importante Teatro de Operações, bem como proporciona maior versatilidade e projeção do poder militar no contexto regional", afirmou o Tenente Aviador Arthur Fernandes Mendes dos Santos, piloto do Esquadrão Puma, sediado na Ala 12, no Rio de Janeiro (RJ).

Fonte: FAB

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domingo, 12 de setembro de 2021

Especial de Domingo

Confira a quarta e última parte de conteúdo sobre a participação da FAB na II Guerra Mundial, originalmente publicado pelo INCAER - Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica.
Boa leitura.
Bom domingo!

A atuação da FAB na II Guerra Mundial (Parte 4 – Final)
No capítulo 1, em 22/8/21, o autor apresentava a criação do Ministério da Aeronáutica e a chegada das primeiras aeronaves de treinamento para o Brasil e a formação das primeiras turmas de aviadores e especialistas em manutenção e apoio. No capítulo II, em 29/8/21, Cambeses Júnior relatava os primeiros embates da FAB contra submarinos alemães na costa brasileira. Na terceira parte, dia 5/9/21, era mostrada a chegada dos heróis brasileiros à Itália e seus primeiros combates contra as tropas de Hitler. Nesta quarta e última parte, Manuel Cambeses Júnior conclui com a participação vitoriosa da Força Aérea Brasileira que, junto com as forças aliadas, venceu o nazismo, pondo fim à Segunda Guerra Mundial.

A FAB na campanha da Itália

Durante as operações aéreas nos meses de inverno o Grupo de Caça brasileiro sofreu numerosas baixas; três oficiais faleceram em acidentes de aviação, no período inicial, em Tarquínia; a 23 de dezembro o 1º Tenente-Aviador Ismael da Motta Paes, com o seu avião atingido pela artilharia antiaérea, ao norte de Ostiglia, saltou de paraquedas e foi aprisionado pelos alemães; a 2 de janeiro de 1941, o 1º Tenente-Aviador João Maurício de Medeiros teve de saltar de paraquedas sobre território inimigo e faleceu ao cair sobre fios de alta tensão; a 22 de janeiro, o 1º Tenente-Aviador Aurélio Vieira Sampaio faleceu atacando locomotivas ao norte de Milão; a 29 de janeiro, o 1º Tenente-Aviador Josino Maia de Assis, obrigado a saltar de paraquedas, devido a incêndio no seu avião, foi aprisionado pelos alemães.

A 4 de fevereiro de 1945 um dos Comandantes de Esquadrilha, o Capitão-Aviador Joel Miranda e o 2º Tenente-Aviador Danilo Moura são atingidos ao mesmo tempo, quando juntos atacavam locomotivas a sudoeste de Treviso; ambos saltaram de paraquedas, abandonando os seus aviões em fogo; o Capitão Joel, apesar de um braço partido e de um pé destroncado, andou muitas horas até que conseguiu ser recolhido por um grupo de “partisanos” que o alojaram na vizinhança de Pádua, até o fim da guerra; o Tenente Danilo caminhou a pé durante vinte e quatro dias, percorrendo duzentos e sessenta quilômetros e atravessando todo o território inimigo; depois de se juntar aos “partisanos”, nos Montes Apeninos, o Tenente Danilo conseguiu atravessar as linhas de combate e veio se juntar aos seus companheiros do Grupo de Caça Brasileiro, em Pisa.

A 10 de fevereiro, o 1º Tenente-Aviador Roberto Brandini, gravemente ferido na cabeça por um estilhaço de artilharia antiaérea, saltou de paraquedas e foi aprisionado pelos alemães; a 7 de março, o Capitão- Aviador Theobaldo Kopp, tendo o seu avião sido danificado quando atacava depósitos de munição, a nordeste de Parma, saltou de paraquedas e refugiou-se no meio dos “partisanos”; no dia 26 de março, o 1º Tenente-Aviador Othon Corrêa Netto ao atacar, com foguetes, posições de artilharia antiaérea que defendiam a ponte de Cassara, a oeste de Udine, teve o seu avião atingido e saltou de paraquedas; ficou prisioneiro até o fim da guerra.

Ao se aproximar o mês de abril de 1945, foi montada, pelos aliados, a grande “Ofensiva da Primavera” para quebrar, definitivamente, a resistência alemã na Itália, essa ofensiva foi desencadeada, pelo XV Grupo de Exércitos, no dia 9 de abril.

A 13 de abril, falece o Aspirante-Aviador Frederico Gustavo dos Santos na explosão de um depósito de munição alemão, que ele próprio metralhara, nas proximidades de Udine.

Na semana de 14 a 20 de abril, a totalidade da aviação aliada existente na Itália concentrou todo o seu poderio e desenvolveu um esforço máximo, atacando as posições defensivas alemãs ao longo de toda a linha de frente de combate; as equipagens dos aviões de caça começaram a fazer, em média, duas missões por dia.

Uma vez iniciado o avanço vitorioso dos aliados impunha-se, como golpe final, impedir que os alemães se organizassem na margem do rio Pó, utilizando o obstáculo do rio para deter os aliados.
A partir de 20 de abril, a retirada alemã se generalizou, em toda a frente, e os objetivos de oportunidade para a aviação se multiplicaram, ao longo das estradas e por toda a parte.

O dia 22 de abril é comemorado na Força Aérea Brasileira por ter sido o dia em que o Grupo de Caça Brasileiro, no auge de sua atividade, cobriu-se de glória e obteve o máximo de resultados; os seus ataques, nesse dia, na região de San Benedetto, foram um fator decisivo para o estabelecimento, no dia seguinte, da cabeça de ponte na mesma região.

No dia glorioso de 22 de abril pagamos mais um tributo pelas vitórias conquistadas: o 2º Tenente-Aviador Marcos Coelho de Magalhães teve que saltar de paraquedas sobre território inimigo; quebrou os dois tornozelos e foi aprisionado.

No dia 26 de abril faleceu o 1º Tenente- Aviador Luís Dornelles, comandando a Esquadrilha que fora do Capitão Kopp, abatido a 7 de março; o Tenente Dornelles foi atingido pela artilharia antiaérea quando atacava uma locomotiva na cidade de Alessandra; não teve chance de saltar de paraquedas.

No dia 30 de abril, o 2º Tenente-Aviador Renato Goulart Pereira foi atingido pela Artilharia Antiaérea e saltou de paraquedas, sendo recolhido por uma patrulha de soldados ingleses.

A 30 de abril cessou a resistência alemã no vale do Pó; a 2 de maio cessou a guerra na Itália.

Placa alusiva ao uso do aeroporto de Tarquínia como base de operações do 1º Grupo de Caça.

O resultado impressionante da ação do Grupo de Caça Brasileiro, no último mês da guerra, pode ser avaliado pelo seguinte trecho do relatório oficial do 350º Regimento de Caça: “Durante o período de 6 a 29 de abril de 1945, o Grupo de Caça Brasileiro voou 5% das saídas executadas pelo XXII Comando Aerotático e no entanto, dos resultados obtidos por este Comando, foram oficialmente atribuídos aos brasileiros 15% dos veículos destruídos, 28% das pontes destruídas, 36% dos depósitos de combustível danificados e 85% dos depósitos de munição danificados.”

As estatísticas mostraram que, só nos quatro primeiros meses de 1945, os aviões do Grupo de Caça Brasileiro fizeram 1728 saídas e foram atingidos pela artilharia antiaérea 103 vezes; na maioria das vezes os aviões, mesmo atingidos, conseguiam regressar à sua base, e nisso o avião P-47 “Thunderbolt” ficou famoso, pela sua extrema robustez e capacidade de trazer os pilotos de volta, mesmo quando avariado.

Entre os 48 pilotos do Grupo de Caça Brasileiro que realizaram missões de guerra houve um total de 22 baixas, sendo que cinco foram mortos abatidos pela artilharia antiaérea, oito tiveram os seus aviões abatidos e saltaram de paraquedas, sobre território inimigo, seis foram afastados do voo por prescrição médica, após esgotamento físico e três faleceram em acidentes de aviação.

Os restos mortais dos bravos aviadores brasileiros mortos na Itália foram enterrados no Cemitério Brasileiro de Pistoia; posteriormente foram transferidos para o Brasil e atualmente se encontram na cripta do Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial, na Avenida Beira Mar, no Rio de Janeiro.

A pequena Esquadrilha de Ligação e Observação que, com pilotos e mecânicos da FAB, trabalhou junto à Artilharia Divisionária da FEB, também se portou com eficiência e bravura na Itália, realizando 682 missões de guerra e mais de 400 regulações de tiro de artilharia.

Já nos últimos dias da “Ofensiva da Primavera”, o Marechal Mascarenhas de Moraes publicou em Ordem do Dia uma referência elogiosa ao trabalho da 1ª Esquadrilha de Ligação e Observação da qual constam as seguintes palavras: “Dizer do seu trabalho nesta Campanha é cantar um hino ao destemor e à noção de dever dos aviadores e artilheiros que a constituem. Não houve mau tempo, não houve neve, tão pouco acidentes e pistas impróprias, que arrefecessem o ânimo e a disposição dos seus componentes.”

Terminada a guerra na Itália, o 1º Grupo de Caça ainda lá permaneceu dois meses, aguardando transporte marítimo para o regresso. O Embaixador do Brasil na Itália, Dr. Maurício Nabuco, no ofício em que comunicava o regresso do Grupo de Caça Brasileiro, disse:

“Partiu há pouco, depois de quase um ano de luta na Europa, o Grupo de Caça da Força Aérea Brasileira. Confesso a Vossa Excelência que não é sem emoção que recordo as atividades heróicas desse pequeno grupo de brasileiro que, sob o brilhante comando do Tenente-Coronel Moura, integrados na imensa organização aérea do setor da Itália, lutaram num ambiente estranho e difícil.

Essa gente moça, que pela primeira vez na história do Brasil deixou sua terra para vir combater nos céus diferentes da Europa, e que durante bastante tempo, como Vossa Excelência sabe, teve que substituir o número pelo esforço maior de cada um, e pelo aumento individual de suas missões, merece louvor de todos os brasileiros. Eu que vi de perto rapazes de vinte anos partindo para a morte com a maestria, a resistência e a coragem de homens afeitos às guerras modernas, posso dizer que um País que conta com gente de tal fibra nada tem a temer das adversidades do futuro. Todos nós, depois desta experiência, podemos confiar mais do que nunca nas energias físicas do nosso povo, mas sobretudo na força moral desses brasileiros que tão cavalheirescamente se põem ao lado daqueles que defendem ideias nobres. Os rapazes da Força Aérea Brasileira deixaram na Itália gravado, em número bem modesto, mas com o mesmo vigor de seus heroicos aliados, o nome glorioso do Brasil.”


Essa é a história da atuação da Força Aérea Brasileira na Campanha da Itália. O Grupo de Caça Brasileiro lá executou 445 missões, com um total de 2.546 saídas de aviões e de 5.465 horas de voo em operações de guerra. Lá destruiu 1.304 viaturas motorizadas, 250 vagões de estrada de ferro, 8 carros blindados, 25 pontes de estrada de ferro e de rodagem e 31 depósitos de combustível e de munição.

A Força Aérea Brasileira, na sua primeira experiência de guerra fora do território brasileiro, mandou para a Itália uma unidade aérea, o 1º Grupo de Caça, cujo pessoal correspondeu à mais alta expectativa que se pudesse ter sobre a sua bravura, noção de cumprimento do dever, espírito de sacrifício e valor profissional.

Indubitavelmente, a atuação do aguerrido Grupo de Caça Brasileiro na Itália é a página mais gloriosa da história da Força Aérea Brasileira, e o brilho imorredouro dos feitos lá praticados servirá, sempre, de estímulo às suas gerações futuras dos bravos combatentes do ar.

Durante a II Guerra Mundial, um pugilo de bravos da Força Aérea Brasileira honrou a promessa que milhões de brasileiros já fizeram:

“Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte.”


MANUEL CAMBESES JÚNIOR, Coronel-Aviador, Vice-Diretor do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica.

Bibliografia:

WANDERLEY, Nelson Freire Lavanère – História da Força Aérea Brasileira, 2ª Edição, 1975.

INCAER - História Geral da Aeronáutica Brasileira, Volume 3, 1991.

ABRA-PC - Estória Informal da Aviação de Caça, 2003.

MOREIRA LIMA, Rui Barboza - Senta a Pua!

Texto: Extraído de “A participação da Força Aérea Brasileira na II Guerra Mundial” publicado pelo INCAER – Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica.

Autor: coronel-aviador Manuel Cambeses Júnior.

Pesquise: Blog do Ninja de 22/8/21; 29/8/21 e 5/9/21.


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sábado, 11 de setembro de 2021

Tráfego Aéreo

Pilotos e controladores já podem se comunicar por texto nos céus do Norte e Nordeste
A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do seu Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), no dia 9 de setembro de 2021, inaugurou o processo de mensagens escritas entre pilotos e controladores de tráfego aéreo, por meio do Projeto LANDELL, o qual formula o uso de novas tecnologias de comunicações aeronáuticas no espaço aéreo continental brasileiro.

É um projeto do Programa SIRIUS Brasil, preconizando a ferramenta de comunicação entre pilotos e controladores de tráfego aéreo por enlace de dados, CPDLC - Controller Pilot Datalink Communication. Foi inaugurado simultaneamente nos Terceiro e Quarto Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III e IV), respectivamente em Recife (PE) e em Manaus (AM).

Texto e rádio
A ativação concentra-se em setores específicos das Regiões de Informação de Voo (FIR) de Belém e de Recife, controladas pelos Centros de Controle de Área Amazônico (ACC-AZ) e Recife (ACC-RE). O emprego do CPDLC é um complemento ao atual sistema por ondas de rádio VHF.

O método de comunicação com mensagens escritas ocorre por meio do uso de conexão de dados entre sistemas de bordo e terrestre acima do nível de voo 245 (24.500 pés, cerca de 7.350 metros acima do nível do mar) e incrementa a segurança operacional, ao reduzir possibilidade de eventuais incompreensões nas comunicações aeronáuticas ao disponibilizar um meio sem ruídos ou interferências.

Saiba mais sobre CPDLC: Publicações do Blog do NINJA -  Clique sobre as datas - 14/07/201906/02/201907/06/201805/09/201715/04/2015;  e 24/05/2013

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sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Defesa Aérea

Aviões da FAB interceptam, em Mato Grosso, aeronave hostil levando droga
A Força Aérea Brasileira (FAB) interceptou, por volta das 19 horas (horário de Brasília) do dia 7 de setembro de 2021, no norte do Mato Grosso, uma aeronave de pequeno porte que entrou no espaço aéreo brasileiro sem autorização. As aeronaves de defesa aérea A-29 Super Tucano dos esquadrões 3º/3º GAV (Esquadrão Flecha) e 2º/3º GAV (Esquadrão Grifo), e o avião radar E-99 do 2º/6º GAV (Esquadrão Guardião) foram empregados para monitorar e interceptar o avião. Os pilotos de defesa aérea seguiram o protocolo das medidas de policiamento do espaço aéreo brasileiro, interrogando o piloto da aeronave, mas não obtiveram resposta. Nesse momento, a aeronave foi classificada como suspeita, conforme previsto no Decreto 5.144, de 16 de julho de 2004.

Tiro de detenção
Os pilotos da FAB ordenaram a mudança de rota e o pouso obrigatório em aeródromo específico, porém o piloto do avião interceptado não obedeceu. Foi necessário, então, que a defesa aérea comandasse o tiro de aviso. Ainda sem retorno, a aeronave foi considera hostil, e foram realizados os procedimentos de tiro de detenção. Após a execução do tiro de detenção, a aeronave, que não tinha plano de voo e entrou no espaço aéreo do Brasil pela fronteira da Bolívia, fez pouso forçado no norte do estado do Mato Grosso. A partir de então a Polícia Federal assumiu as Medidas de Controle de Solo (MCS). O piloto se evadiu antes da chegada dos policiais e na aeronave foram encontrados mais de 296 quilos de cloridrato de cocaína.

Radares
De acordo com o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), operadores de radares identificaram a aeronave entrando no espaço aéreo brasileiro. O avião, sem contato com o serviço de controle de tráfego aéreo, descumpriu todas as medidas de policiamento realizadas, mostrando-se hostil. A vigilância permanente visa proteger os voos da circulação aérea geral e comercial e, ao mesmo tempo com atuação do segmento de defesa aérea, coibir ilícitos transfronteiriços, na qual atuam em conjunto a Força Aérea Brasileira e a Polícia Federal. Nesta ocorrência, contou-se com o apoio do Grupo Especial de Fronteira (GEFRON)/MT, do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER)/MT e das Polícias Militares dos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. A FAB trabalha diuturnamente na garantia da soberania do espaço aéreo brasileiro. Essa ação, realizada na data da Independência do Brasil, mostra que o Sistema de Defesa Aérea do Brasil atua de forma permanente, 24 horas por dia, para garantir a soberania da Nação.

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quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Indústria Aeronáutica

Embraer pode fabricar novo turboélice de transporte regional
A fabricação de uma nova aeronave turboélice pode estar nos planos da Embraer. O aparelho teria os dois motores afixados na parte traseira da aeronave, ao final do cone de cauda, à semelhança do posicionamento dos motores do jato Embraer ERJ-145, o que será um desenho incomum. Conforme os planos preliminares divulgados pela Embraer, existirão pelo menos dois modelos para atender ao mercado de 70 e 90 passageiros, atualmente atendidos pela aeronave francesa ATR72 e pela canadense DHC-8-400 (antes Bombardier Q400). Com o projeto, a Embraer uniria as suas experiências com o turboélice Brasília de 30 lugares e com o jato ERJ-145 de 50. Em declaração ao site ‘The Air Current’, Rodrigo Souza e Silva, vice-presidente de Marketing da Embraer, detalhou como a ideia de lançar turboélices maiores foi recebida no mercado. “Depois do pior período da crise da Covid, quando ninguém queria ver nossa cara, o mercado americano foi o primeiro a dar sinais de recuperação, então tivemos a oportunidade de falar com as companhias aéreas de novo. E com isso tivemos uma mudança na aceitação do turboélice, mostrando ser algo viável no mercado americano”, disse o executivo. 

Características
“O avião terá um pouco mais de 800 milhas náuticas (1.841 Km) de alcance, mas será otimizado para voos entre 250 e 300 milhas náuticas (faixa de 500 Km), mais rápido que um ATR, mas não tão rápido quanto um Q400”, disse o vice-presidente de Marketing da Embraer. No caso, a velocidade de cruzeiro do novo avião da Embraer seria de 300 a 360 nós (em torno de 540 a 650 quilômetros por hora), oferecendo de 15 a 20% adicionais de economia quando comparado com o avião francês. As primeiras entregas talvez aconteçam entre 2027 e 2028. Segundo avalia o vice-presidente de Marketing da Embraer, outro ponto destacável é o alcance otimizado do turboélice de nova geração, que flexibilizará encaixes para diferentes períodos de sazonalidade das malhas de rotas das empresas aéreas.

Fonte: Com informações do site Aeroin e jornal O Vale.

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quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Transporte Aéreo

Jato Embraer E190-E2 estreia no Aeroporto London City
Um avião E190-E2 da Embraer fez, dia 2 de setembro de 2021, seu primeiro voo comercial para o Aeroporto London City, no centro da capital britânica. Com a matrícula HB-AZG, a aeronave da Helvetic Airways voou de Zurique a Londres em 1 hora e 20 minutos, restabelecendo um elo essencial para a comunidade financeira global. Operado pela Helvetic em nome da Swiss International Air Lines, empresa aérea com a qual possui uma parceria, o voo LX 456 foi recebido com um batismo do corpo de bombeiros do Aeroporto London City. A bordo estavam 110 passageiros, restabelecendo a conectividade entre o Reino Unido e a Suíça.

Baixo nível de ruído
Ao comentar sobre a chegada da aeronave, o Diretor de Operações do aeroporto, Alison FitzGerald, disse: "Receber a Swiss Helvetic de volta ao London City e com a mais nova aeronave certificada para operar no aeroporto, o E190-E2 da Embraer, é um marco significativo para a cidade de Londres. Isso demonstra como estamos colaborando com fabricantes e companhias para trazer aeronaves com baixo nível de ruído ao nosso aeroporto. Nossa ambição é ser um dos aeroportos mais sustentáveis ​​do nosso porte na Europa".

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terça-feira, 7 de setembro de 2021

Recreio

Museu Aeroespacial cria sala para atividades infantojuvenis
Aproveitando a paralisação das atividades públicas por conta da pandemia de Covid-19, o Museu Aeroespacial (Musal) realiza uma série de serviços de obras, modernizações e melhorias em suas instalações, visando atender melhor seus visitantes, tão logo volte a receber visitantes.

Ações infantojuvenis
Uma das novidades foi a elaboração de uma sala destinada às ações educativas infantojuvenis, onde anteriormente era destinada à exposição “FAB na Guerra”, haja vista que, historicamente, esse público compõe a maioria dos visitantes do Musal ao longo do ano. A sala foi reformulada para atender a sua nova finalidade. Foram realizados desde reparos estruturais até a colocação de painéis com iluminação especial, confecção de mesas e cadeiras para o público infantil, instalação de recursos audiovisuais como facilitadores para os contos de histórias, projeção de vídeos e outros. Tudo foi pensado e planejado para proporcionar bem estar e conforto e, principalmente o maior entretenimento para as crianças e adolescentes. A reformulação começou ainda em 2020, sendo realizados serviços de alvenaria, correções no reboco das paredes e revisão das instalações elétricas. Após a fase preparatória, a principal preocupação era tornar o ambiente lúdico e atrativo para o público alvo. Assim, surgiram diversas ideias como a confecção de um tablado e um biombo para a realização de teatro de fantoches; aquisição de materiais para oficinas infantis; a preocupação com a decoração do ambiente apropriado, porém talvez o maior desafio tenha sido a confecção de um grande painel com tema infantil desenhado por José Fernandez de Macedo, desenhista do efetivo do museu, sendo alusivo a Santos Dumont, Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira.

Painéis
Também foram colocados quatro grandes painéis com temas relacionados à aviação brasileira. Além do espaço físico apropriado, a Seção de Recursos Educativos vem planejando e atualizando seus projetos e atividades a serem desenvolvidas com crianças e adolescentes, tendo como objetivo entreter e, em particular, despertar o interesse pela Aviação e sua História. A metodologia pedagógica aplicada é discutida previamente, considerando as faixas etárias, formações, regiões geográficas e contextos socioeconômicos, o que permite potencializar os conhecimentos transmitidos e, principalmente, propagar a cultura aeronáutica, cativando assim mais e mais pessoas para uma eventual carreira na Força Aérea Brasileira.

Fonte: DefesaTV

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segunda-feira, 6 de setembro de 2021

KC-390 Millennium

KC-390 da FAB lança paraquedistas colombianos
A aeronave Multimissão da Força Aérea Brasileira (FAB), o KC-390 Millennium, realizou, no dia 31 de agosto de 2021, o lançamento de paraquedistas da Força Aérea Colombiana (FAC).


A bordo do avião, 13 militares e dois cães treinados para atuarem em cenários de guerra foram lançados pelas portas laterais da aeronave, em salto livre.O voo foi realizado na região de Palanquero, na Colômbia, no módulo FAM-FIT, sigla para Familiarization Flight (FAM) e Forces Integration Training (FIT).

De acordo com o loadmaster do avião, Suboficial Otoniel Elias dos Reis, essa etapa é fundamental para que os militares estrangeiros sejam familiarizados com a região e conheçam os procedimentos e peculiaridades da aeronave. “É muito importante compartilhar doutrinas de lançamento e de segurança e defesa das tropas amigas, principalmente quando temos militares de outros países envolvidos”, destacou o Suboficial.

Lançamentos anteriores
O primeiro lançamento de paraquedistas no KC-390 Millennium aconteceu em dezembro de 2020, quando foram lançados militares da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército Brasileiro. O treinamento foi realizado para os integrantes que participaram do Exercício Operacional Culminating, que ocorreu no estado da Louisiana, nos Estados Unidos (EUA). O avião também lançou paraquedistas durante o Exercício Culminating, em voos em conjunto com as aeronaves C-17 e C-130 da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), em fevereiro de 2021. A missão foi um marco no projeto de desenvolvimento do KC-390, pois a aeronave teve a oportunidade de operar, cumprindo todos os objetivos traçados, com aviões militares de transporte já consagrados e empregados em cenários de combate ao redor do mundo.

Fotos: Capitão Médico David Pedrosa / FAB

Fonte: FAB

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domingo, 5 de setembro de 2021

Especial de Domingo

Confira o terceiro capítulo da participação da FAB na II Guerra Mundial, originalmente publicado pelo INCAER - Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica.
Boa leitura.
Bom domingo.

A atuação da FAB na II Guerra Mundial (Parte 3)
No capítulo 1, em 22/8/21, o autor apresentava a criação do Ministério da Aeronáutica e a chegada das primeiras aeronaves de treinamento para o Brasil e a formação das primeiras turmas de aviadores e especialistas em manutenção e apoio. No capítulo anterior, em 29/8/21, Cambeses Júnior relatava os primeiros embates da FAB contra submarinos alemães na costa brasileira. Nesta terceira parte, é relatada a chegada dos heróis brasileiros à Itália e seus primeiros combates contra as tropas de Hitler.

A FAB na campanha da Itália

Quando, em fins de 1943, o nosso Governo decidiu enviar forças brasileiras para a Campanha da Itália, o Ministro da Aeronáutica logo resolveu que, por mais empenhada que estivesse a Força Aérea Brasileira no seu laborioso processo de desenvolvimento e organização e por maiores que fossem os seus compromissos nas operações aéreas do Atlântico Sul, ela não poderia deixar de mandar um contingente para a luta na Europa, ao lado da Força Expedicionária Brasileira.


Foi decidido que, inicialmente, seria organizado e treinado um Grupo de Caça; que, assim que as disponibilidades de pessoal permitissem, outras Unidades de Combate seriam enviadas para o Mediterrâneo. De fato, quando cessaram as hostilidades na Europa, já se achava nos Estados Unidos, em treinamento, o pessoal- chave de um Grupo de Bombardeio Médio Brasileiro.

Ficou acertado que a Força Aérea Brasileira forneceria à Força Expedicionária do Exército o pessoal necessário para a organização da Esquadrilha de Ligação e Observação, prevista na Artilharia Divisionária, com exceção dos Observadores Aéreos que seriam Oficiais do Exército, da Arma de Artilharia.

Uma vez tomada a decisão de enviar uma Unidade Aérea de Caça para o Mediterrâneo, as providências se sucederam com rapidez. A 18 de dezembro de 1943, o Governo criou o 1º Grupo de Aviação de Caça; por decreto de 27 de dezembro foi nomeado o seu comandante, o Major-Aviador Nero Moura; a 3 de janeiro de 1944 partiu do Brasil, para ser treinado nos Estados Unidos, o pessoal-chave do Grupo de Caça constante do Comandante, do Oficial de Operações, do Oficial de Informações e de quatro Comandantes de Esquadrilhas; esses oficiais, de janeiro a março, receberam um treinamento completo abrangendo 60 horas de voo em aviões de caça Curtiss P-40.



Durante o mês de fevereiro de 1944, os demais elementos do Grupo de Caça, num total aproximado de 350 homens, foram enviados, parceladamente, para a Base Aérea de Água Dulce, no Panamá. O pessoal-chave desse grupo, terminado o treinamento na Flórida, juntou-se ao resto do Grupo de Caça, no Panamá, em 18 de março de 1944.


Foi, então, iniciado um treinamento em conjunto da unidade aérea, com um programa de 110 horas de voo em aviação de caça P-40 para os demais oficiais pilotos vindos do Brasil e com programas correspondentes para o pessoal encarregado da manutenção dos aviões, do armamento, das comunicações e de todos os demais serviços administrativos.

O Grupo de Caça Brasileiro, durante as últimas semanas do seu treinamento em Água Dulce, participou ativamente da defesa aérea do Canal do Panamá, já como uma unidade tática completa, mantendo de prontidão, todos os dias, uma das suas esquadrilhas.


Em fins de junho de 1944, o 1º Grupo de Caça se deslocou para a Base Aérea de Suffolk, em Long Island, ao norte de Nova York, onde passou pouco mais de dois meses realizando novo programa de treinamento, já agora nos aviões de caça mais modernos da Força Aérea Norte- Americana: Os P-47 “Thunderbolt”; esse era o tipo de avião com que os nossos pilotos iriam lutar na Itália; cada oficial realizou 80 horas de voo de treinamento e o pessoal de terra adaptou-se ao novo material.



Terminado o estágio de instrução em avião P-47, o Grupo de Caça Brasileiro estava em igualdade de condições, em matéria de treinamento, com qualquer outra unidade congênere da aviação norte-americana; além disto, pelo menos um terço dos pilotos brasileiros eram oficiais com mais de 2.000 horas de voo; acresce, ainda, que todos os oficiais do Grupo de Caça tinham se apresentado voluntariamente para combater nos céus europeus, o que era garantia de um moral elevado dos pilotos, mais tarde fartamente posto à prova em face do inimigo.


Desta maneira, quando o Grupo de Caça Brasileiro deixou o hemisfério ocidental, com destino à velha Europa, o seu comandante e os demais responsáveis pelo seu treinamento tinham consciência de que tinha sido dado àquele grupo de brasileiros, que ia enfrentar um inimigo experimentado, um adestramento tão aperfeiçoado como aquele que, até então, era privilégio das forças aéreas das grandes potências mundiais.No dia 10 de setembro de 1944, o Grupo de Caça Brasileiro embarcou, próximo a Newsport, no Estado da Virgínia, no navio francês “Colombie” que se incorporou a um dos comboios que atravessavam o Atlântico Norte, com destino ao Mediterrâneo.

A 6 de outubro de 1944, o Grupo de Caça desembarcou no Teatro de Operações, no porto de Livorno, na costa ocidental da Itália; daí viajou, de trem, para Tarquínia, seu primeiro aeródromo de destino; ali armou as suas barracas e passou a viver e operar acampado; receberam os seus aviões P-47 “Thunderbolt”, completamente novos e já pintados com as cores brasileiras, incorporando-se ao 350º Regimento de Caça Norte-Americano, que possuía três outros Grupos de Caça com pessoal norte-americano; ali realizaram os primeiros voos de experiência de seus aviões e de reconhecimento da região.

O 350º Regimento de Caça fazia parte da Força Aérea Tática do Mediterrâneo, a qual apoiava o 5º Exército Norte-Americano e o 8º Exército Inglês.


No dia 14 de outubro de 1944, pela primeira vez, tremulou a bandeira de uma unidade da Força Aérea Brasileira em território inimigo, durante uma guerra; nesse dia, a Bandeira Brasileira foi içada no acampamento do 1º Grupo de Caça, em Tarquínia, na Itália, com uma cerimônia solene; a Ordem do Dia dessa data registra: “Na história dos povos coube-nos, assim, a honra de sermos a primeira Força Aérea Sul-Americana que cruzou oceanos e veio alçar as suas asas sobre os campos de batalha europeus. Antes de entrar em ação, aqui no Velho Mundo, o 1º Grupo de Caça cumpre o sagrado dever de plantar em território inimigo a Bandeira do Brasil. Camaradas: para a frente, para a ação, com o pensamento fixo na imagem da Pátria, cuja honra e integridade juramos manter incólumes. Cumpre-nos tudo enfrentar, com fortaleza de ânimo, a fim de manter intacto esse tesouro jamais violado: a honra do soldado brasileiro! E nós o faremos, custe o que custar.”



A 31 de outubro de 1944 os pilotos brasileiros começaram a tomar parte nas missões de guerra, voando nos seus próprios aviões, mas integrando esquadrilhas norte-americanas, a fim de se familiarizarem com as realidades da guerra.


A 6 de novembro tivemos a nossa primeira perda em combate: o 2º Tenente- Aviador Cordeiro e Silva, participando de uma missão de guerra, foi abatido pela artilharia antiaérea, na região de Bolonha.

A 11 de novembro, o Grupo de Caça começou a operar com esquadrilhas completamente constituídas por oficiais brasileiros e recebendo os seus próprios objetivos a serem atacados.

Um mês depois, a 4 de dezembro de 1944, juntamente com o 350º Regimento de Caça, sem interromper as operações aéreas um dia sequer, o 1º Grupo de Caça deslocou-se para uma nova base: o aeródromo de Pisa, que ficava 200 quilômetros mais ao norte e bem próximo da linha de frente, permitindo aproveitar melhor o raio de ação dos aviões. Logo ao norte da cidade de Pisa começavam as cadeias de montanhas dos Apeninos, naquela época já cobertas de neve; um inverno rigoroso impunha sacrifícios acrescidos aos pilotos e ao pessoal de terra.

O Grupo de Caça Brasileiro operou, durante a Campanha da Itália, como uma unidade de caças-bombardeiros. Realizando o bombardeio em voo picado, eram atacadas pontes de estradas de ferro e o seu próprio leito, campos de aviação, posições de artilharia, edifícios ocupados por tropas inimigas, concentrações de material e de tropa, depósitos de munição e de gasolina, etc.

Após o ataque com bombas aos objetivos predeterminados, os pilotos tinham ordem de regressar voando baixo, procurando atacar com as metralhadoras dos seus aviões os veículos encontrados nas estradas de rodagem, locomotivas, vagões de estrada de ferro, aviões aterrados nos aeródromos, etc.

Os objetivos atribuídos ao Grupo de Caça Brasileiro e às demais Unidades de Caça faziam parte de um Plano de Bombardeio com o qual o Comando da Força Aerotática visava, principalmente três finalidades:

1ª - apoio direto às Forças Terrestres;

2ª - isolamento do campo de batalha, pela interrupção sistemática das vias de comunicações, ferroviárias e rodoviárias, que ligavam a linha de frente alemã ao vale do rio Pó e ao resto do território ocupado pelos alemães; e

3ª - destruição de instalações militares e industriais no norte da Itália.

Foi durante os duros meses do inverno 1944/45 que o Grupo de Caça Brasileiro consolidou, rapidamente, a sua experiência de guerra, a qual nenhum treinamento anterior poderia substituir.

A respeito disso pode ser citado o relatório do comandante do 350º Regimento de Caça, unidade veterana que já tinha passado por todas as campanhas do Norte da África, da Sicília e da Itália e que assim se pronunciou: “Todos os do 350º Regimento de Caça que auxiliaram os brasileiros a se iniciarem na guerra o fizeram com prazer, porque os brasileiros desejavam combater o inimigo e combatê-lo com perícia. Um mês depois eles operavam como veteranos. Eles tinham muito poucos pilotos de recompletamento, comparando com os nossos Esquadrões mas, apesar disso, sua coragem e energia eram indômitas.”

Numa rara ocasião, o Grupo de Caça Brasileiro teve oportunidade de apoiar diretamente a Força Expedicionária Brasileira; na véspera da conquista do Monte Castelo pela FEB, a 20 de fevereiro de 1945, o ataque de esquadrilhas brasileiras tinha eliminado a resistência inimiga numa elevação no flanco da tropa brasileira; o Marechal Mascarenhas de Moraes ao se referir a esse fato, no seu livro “A FEB pelo seu Comandante”, disse: “Aviões da FAB haviam arrasado a resistência germânica de Mazzancana, numa arrojada participação no combate terrestre e num exemplo inesquecível de união dos expedicionários do ar e da terra.”

(A saga da FAB na II Grande Guerra continua no próximo domingo, aqui no blog do Núcleo Infantojuvenil de Aviação-NINJA)

Texto: Extraído de “A participação da Força Aérea Brasileira na II Guerra Mundial” publicado pelo INCAER – Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica. 

Autor: coronel-aviador Manuel Cambeses Júnior

Pesquise: Blog do Ninja em 22/8/21 e 29/8/21

Visite: INCAER

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sábado, 4 de setembro de 2021

Aviação do Exército

Solenidade homenageia os 35 Anos de recriação da Aviação do Exército
Com solenidade militar e lançamento de livro foi comemorado, ontem, 3 de setembro de 2021, na sede do Comando em Aviação do Exército, em Taubaté (SP), os 35 anos de recriação da atividade aérea no Exército Brasileiro. A homenagem começou com a tropa do CAvEx ingressando no hangar do Centro de Instrução entoando a Canção do Expedicionário.

Além da saudação aos presentes e ênfase nos feitos da Aviação do Exército, o comandante do CAvEx, General de Brigada Ricardo José Nigri, conduziu o lançamento de um livro sobre o que se convencionou como a terceira fase do emprego de engenhos aéreos no apoio às operações táticas e estratégicas da força terrestre.

Também houve homenagens a pessoas que contribuíram, ao longo de 35 anos, com a evolução da atividade com aeronaves de asas rotativas na operacionalidade da Força. Em honra à Marinha e à Força Aérea Brasileira, contribuintes da formação dos primeiros aviadores da terceira fase da Aviação do Exército, a tropa entoou as canções Cisne Branco e Hino do Aviador. Em seguida, deslocou-se em desfile, seguindo um grupamento de veteranos.

Fases históricas da Aviação do Exército
A primeira fase do emprego de veículo aéreo por tropa do Exército Brasileiro, sob o comando de Duque de Caxias, remonta ao uso de balão cativo, algo inédito na América do Sul, como plataforma de observação de movimento de tropas, durante a Guerra da Tríplice Aliança (dezembro de 1864 a março de 1870).

O segundo período da aviação no Exército refere-se ao emprego de aviões entre janeiro de 1913 e janeiro de 1941, período que inclui a EBA – Escola Brasileira de Aviação, como escola militar de pilotagem; a atuação do capitão Ricardo Kirk, o primeiro militar do Exército a se brevetar como piloto de avião, falecido em um acidente aéreo durante a Campanha do Contestado, em 1915; e a Escola de Aviação Militar, responsável pela formação de pilotos entre 1919 e 1941, quando seu acervo e parte do pessoal passaram para a então criada Força Aérea Brasileira, com a fusão das aviações Naval e Militar, na criação do Ministério da Aeronáutica.

A “Força de Caxias” só viria a ter novamente uso de aeronaves em 03 de setembro de 1986, com a recriação da Aviação do Exército, constituindo-se na terceira fase de atividade aérea na instituição. Em 2021, quando se celebra os 35 anos da etapa, a Aviação do Exército conta com quatro batalhões de aviação – sendo dois em Taubaté (SP), um em Campo Grande (MS) e um em Manaus (AM) - operando helicópteros Black Hawk, Cougar, Fennec, Pantera K2 e Jaguar.

Em breve, deverá operar a Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) Nauru 1000C. A Aviação do Exército, na estrutura da Brigada Ricardo Kirk, ainda comporta as unidades Base de Aviação de Taubaté (BAvT), o Batalhão de Manutenção e Suprimentos de Aviação e o Centro de Instrução de Aviação do Exército (CIAvEx).

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