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Voar é um desejo que começa em criança!

domingo, 2 de janeiro de 2022

Especial de Domingo

No primeiro Especial de Domingo de 2022 destacamos a oficialização do Capitão Ricardo Kirk como patrono da Aviação do Exército.
Boa leitura.
Bom domingo!

Ricardo Kirk é oficialmente homologado como patrono da Aviação do Exército
O Capitão Ricardo Kirk foi oficialmente entronizado como Patrono da Aviação do Exército. O ato legal foi estabelecido pela Portaria do Comando número 1658, de 16 de dezembro de 2021, em vigor a partir de 3 de janeiro de 2022, publicada no Boletim número 51, de 24 de dezembro de 2021. A publicação formaliza o aviador como patrono, o que antes o era apenas por aclamação. A mesma portaria estabelece o dia 23 de março, seu nascimento, como o Dia da Aviação do Exército. Adicionalmente, o documento mantém o dia 29 de janeiro de 1919 como sendo a data comemorativa da criação do Serviço de Aviação Militar e o dia 3 de setembro de 1986, como data comemorativa da Recriação da Aviação do Exército.

Ricardo Kirk
Kirk foi o primeiro oficial do Exército Brasileiro a aprender a pilotar aviões. Brevetou-se em 22 de outubro de 1912, na École d'Aviation d'Etampes, na França. Regressando ao Brasil, exerceu atividades como Diretor Técnico do Aeroclube Brasileiro, para criar um ambiente propício ao desenvolvimento da aviação. Tendo havido uma subscrição popular para a compra de aviões para o Aeroclube Brasileiro, o Tenente Kirk recebeu a incumbência de voltar à Europa e adquirir dois aviões; a 6 de abril de 1914, chega novamente ao Brasil, pelo vapor "Araguaia", trazendo as aeronaves.

Incentivo à aviação
No dia 24 de maio de 1914, a fim de despertar o entusiasmo do público pela aviação, foi realizada uma corrida de velocidade com dois aviões: Um monoplano francês Morane Saulnier, com 16 metros quadrados de superfície de asa, equipado com motor Le Rhône de 80 HP e pilotado pelo Tenente Ricardo Kirk; um monoplano italiano Bleriot-Sit, com 16 metros quadrados de superfície de asa, equipado com motor Gnome de 80 H.P. e pilotado pelo aviador civil Ernesto Darioli. A partida foi do Campo dos Afonsos e o circuito a ser realizado passava sobre vários pontos da cidade. Na chegada, estava prevista uma aterragem de precisão que devia terminar o mais próximo possível de um círculo de seis metros de diâmetro, traçado em branco, no campo. Darioli teve que abandonar a corrida devido ao aquecimento do motor do seu avião; o Tenente Kirk fez todo o percurso e foi considerado vencedor.

Guerra do Contestado
Ao deflagrar a Guerra do Contestado, na divisa do Paraná com Santa Catarina, o tenente Ricardo Kirk foi convocado pelo general Setembrino de Carvalho para conduzir operações aéreas em apoio às operações terrestres, tendo executado basicamente missões de reconhecimento. Três monoplanos foram deslocados para a área de conflito, estacionados no campo de aviação de União da Vitória, sob o comando do tenente Ricardo Kirk; o outro aviador era o civil italiano Ernesto Darioli; esses três aviões, assim como o que foi destruído no transporte ferroviário, entre o Rio de Janeiro e a cidade de União da Vitória, pertenciam ao remanescente da frota da "Escola Brasileira de Aviação", que já havia funcionado no Campo dos Afonsos, em 1914, ou eram aviões cedidos pelo Aeroclube Brasileiro.

Memorial
Cumprindo uma das missões no conflito do Contestado, em 1º de março de 1915, sob condições desfavoráveis de visibilidade, Kirk teve uma pane mecânica associada às condições meteorológicas adversas, resultando no sério acidente que o vitimou. Em outubro de 1943, os restos mortais do Tenente Kirk foram transladados de União da Vitória (PR) para o Mausoléu dos Aviadores, no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Em 1996, seus restos mortais foram transferidos para o Memorial erigido na “Alameda dos Pioneiros”, no quartel do Comando de Aviação do Exército, em Taubaté, SP, nomeado de “Forte Ricardo Kirk”.

Cruz de Kirk
No local onde sofreu o acidente, hoje município de General Carneiro (PR), dormentes de ferrovia serviram para a construção de uma tosca cruz de madeira, fincada por um humilde carroceiro, que resgatou os destroços do avião. Chamava-se Ricardo Pohl e inscreveu com uma faca - se errados estão na grafia, certos ficam no significado - os seguintes dizeres: “Aqui faleceo de desastre o aviador Kap. Ricardo Kirquen – 1º de Março de 1915”. A cruz, atualmente, faz parte do acervo do Espaço Cultural da Aviação do Exército, em Taubaté (SP).

Na região, em Porto União, uma réplica do avião Morane-Saulnier de Kirk é exposta como monumento.

O primeiro voo
Ricardo Kirk nasceu na cidade de Campos, no Rio de Janeiro, em 23 de março de 1874; matriculou-se na Escola Militar em 1891; foi promovido a Alferes em novembro de 1893 e a Primeiro-Tenente em março de 1898 e capitão, post-mortem, em 1915. Entusiasmado pela aviação, voou, pela primeira vez, em um avião pilotado por Roland Garros patrocinado pela Queen Aviation Company Limited, de Nova York, empresa de demonstrações aéreas que chegara ao Rio de Janeiro com seis aviões Blériot, um Nieuport e um Demoiselle e diversos ases da aviação francesa, entre os quais Garros. Interessado pela arte de voar, Kirk recebeu as primeiras lições de voo, ministradas por Ernesto Darioli, piloto italiano, na região de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, e cursou a École d`Aviotion d`Ètampes, na França, tendo recebido seu brevet em 22 de outubro de 1912. Tornou-se, assim, o primeiro militar brasileiro aviador.

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