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Voar é um desejo que começa em criança!

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Datas Especiais

SEMANA DA ASA - 2021


20 de Outubro:
Dia do Controlador de Tráfego Aéreo
Neste 20 de outubro, o calendário reserva a comemoração para o Dia do Controlador de Tráfego Aéreo. A data refere-se à realização, em 20 de outubro de 1960, na Grécia, do 1º Encontro Internacional de Controladores de Tráfego Aéreo.

Formação e capacitação
No Brasil, a formação, capacitação e aperfeiçoamento técnico em controle de tráfego aéreo ocorrem na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), localizada em Guaratinguetá (SP), e no Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), sediado em São José dos Campos (SP). A capacitação em gestão sistêmica é realizada no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), em Lagoa Santa (MG). Embora uma Torre de Controle seja a imagem mais recorrente como local de trabalho do controlador de movimentos aéreos, o profissional desse segmento da aviação desempenha múltiplas funções e atua em diferentes setores operacionais, gerenciais, de pesquisa e de ensino. Trabalha principalmente como operador em Torres de Controle, Controles de Aproximação, Centros de Controle de Área, Centros de Operações Militares, Centros de Coordenação de Busca e Salvamento (Salvaero) e no Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA). Também pode atuar em pesquisas, gestão de unidades de proteção ao voo e instrução. No Brasil, o universo de especialistas em controle de tráfego aéreo é responsável, em épocas sem restrições de circulação, por cerca de 3500 voos comerciais domésticos diários, além dos voos internacionais, militares e da aviação geral, que podem chegar a 10 mil operações de pouso. Isto movimenta 1% do PIB brasileiro e corresponde ao 4º maior tráfego aéreo doméstico mundial.

Pioneiros no Brasil

A primeira experiência de controle de aeródromo no país, segundo o livro Torres de Controle do Brasil, ocorreu em 1941, no Campo dos Afonsos (RJ), onde operadores iniciaram transmissões para apoiar os aviões da Escola de Aeronáutica, a partir da janela de um improvisado posto de observação, até ser substituída por uma torre de madeira. Ainda em 1941, foi instalada a primeira Torre de Controle, de fato, num aeroporto brasileiro, o Rio de Janeiro / Santos Dumont, sobre o hangar 3, como empreendimento da empresa Panair. Mais tarde foi transferida para um ponto sobre o terminal de passageiros.


Em 1945, a Torre e seus operadores passaram para a esfera governamental, com controladores da FAB e, posteriormente, por funcionários da Infraero. Brevemente essa estrutura do aeroporto Santos Dumont passará a ser guarnecida por trabalhadores da empresa NavBrasil. As ativações das pioneiras torres de controle no Brasil, nos aeroportos Campo dos Afonsos e Santos Dumont, ocorreram cinco anos após a inauguração, em 1936, da primeira Torre de Controle dos Estados Unidos, em Cleveland, e 21 anos depois da primeira Torre da história, no Reino Unido, no aeroporto de Croydon/Londres. Esta foi inaugurada em 25 de fevereiro de 1920 e iniciou as operações dentro de um pequeno edifício de 4,6 metros de altura com quatro grandes janelas, com a tarefa de prover informações sobre tráfego aéreo e meteorologia para os pilotos. As Torres de Controle, nos dias atuais, permanecem com o mesmo princípio dos pioneiros. Todavia, com mais recursos de telecomunicações e acessórios para vigilância do entorno. Em alguns casos, no Brasil, dispõem de repetidoras do mesmo sinal radar empregado nos controles de aproximação, como o VISIR (Visualizador de Imagem Radar), desenvolvido pelo ICEA (Instituto de Controle do Espaço Aéreo). As antigas fichas de progressão de voo (FPV), preenchidas com caneta para registro das operações, deram lugar às anotações em programas de computadores, ditos sistemas de gerenciamento de torres de controle (SGTC) e, ultimamente, a um programa sucessor, chamado Tatic (Controle Total da Informação de Tráfego Aéreo).

Organizações
Os profissionais de tráfego aéreo podem ser civis ou militares e fazem parte de organizações como o Comando da Aeronáutica, Exército Brasileiro, Marinha do Brasil, Infraero – Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, NavBrasil e empresas privadas e públicas com concessão para prestação de serviço de tráfego aéreo. Ainda de acordo com o livro Torres de Controle do Brasil, entre outras habilidades desejáveis para o desempenho da função de controlador de tráfego aéreo estão: raciocínio rápido, controle emocional, raciocínio espacial, capacidade de rápida adaptação às mudanças operacionais, capacidade de atuar em grupo, capacidade física e orgânica para atuar em turnos durante o dia ou noite, domínio de informações geográficas, conhecimentos de navegação aérea, meteorologia e comunicações. Os controladores e demais especialidades relacionadas à proteção ao voo contribuem para o SISCEAB (Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro), cujo órgão central é o DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), que tem sob sua responsabilidade mais de 22 milhões de Km² de espaço aéreo, compreendendo as partes continental e oceânica, que se estende até o meridiano 10º Oeste. Esta área é dividida em cinco Regiões de Informação de Voo (FIR): Brasília, Curitiba, Recife, Amazônica e Atlântico.

Saiba mais: Livro “Torres de Controle do Brasil”.

Imagens da pioneira Torre Afonsos: Reprodução do filme “O Segredo das Asas” (1944), de Humberto Mauro. Disponível no canal youtube.com do CTAv - Centro Técnico Audiovisual (Clique aqui). 

Fotografias: FAB e NINJA

Texto: Redação do NINJA

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