Demanda exige formar 100 pilotos a mais por ano
Faltará piloto no País.
Desde 2008, licenças emitidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para piloto de linha aérea caíram quase pela metade. Mas o transporte aéreo cresceu 27% em um ano. A dificuldade do setor, segundo a Anac, é o alto custo da formação e a debandada dos pilotos para outros mercados emergentes, como Ásia e Oriente Médio. Na companhia aérea Emirates, que tem sede em Dubai, mais de cem pilotos são brasileiros.
Coincidentemente, é o mesmo número de profissionais que vai faltar anualmente para o mercado nacional. "Pelo menos até a Copa de 2014, vamos precisar de no mínimo cem pilotos a mais por ano além do que temos hoje, em uma estimativa bastante conservadora", afirma o superintendente de Capacitação e Desenvolvimento de Pessoas da Anac, Paulo Henrique de Noronha. "Se a aviação crescer 25% até 2014, vai faltar piloto, sim. E pode ser pior, pode crescer 50%."
A necessidade de mão de obra esbarra no processo de formação de um piloto, que não é simples. "Demora, é cara e ele não entra na empresa do dia para a noite, precisa de experiência. Em certo ponto, é até uma atividade elitista", explica o diretor técnico do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), comandante Ronaldo Jenkins. "Antes, ninguém entrava com menos de 4 mil horas de voo. Hoje, você já contrata piloto com mil horas", diz Jenkins.
“A hora de voo de instrução custa hoje, em média, R$ 350", explica Mário Renó, dono da escola de aviação TAS, em São José dos Campos, SP. "A Força Aérea Brasileira já foi responsável por suprir o mercado, hoje não mais. Depois vieram as escolas das empresas, como Varig e Vasp, que eram ótimas e forneciam gente para todo o mercado. Agora é por conta dos aeroclubes", explica.
Texto: Adaptado do original de Nataly Costa em www.estadao.com.br - 07/11/10.
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