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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Embraer

Super Tucano nos EUA
A Embraer Defesa e Segurança, braço militar da fabricante de aviões com sede em São José dos Campos-SP, venceu a licitação do governo dos Estados Unidos para o fornecimento do avião militar de combate Super Tucano, em um contrato inicial de US$ 355 milhões para 20 aeronaves.
O anúncio foi feito pela Força Aérea dos Estados Unidos no final da noite de sexta-feira, 30/12/2011. O contrato pode ser ainda maior e chegar a US$ 950 milhões, já que a intenção do governo Barack Obama é adquirir até 55 aeronaves para treinamento de pilotos e operações no país e no Oriente Médio.
O Super Tucano será integrado ao programa LAS (Light Air Support), ou ‘apoio aéreo leve’, e será fornecido por meio de parceria da Embraer com a Sierra Nevada Corporation. As aeronaves serão montadas em uma nova linha que será instalada em Jacksonville, na Flórida.
“Estamos honrados com a oportunidade de oferecer ao governo norte-americano o melhor produto para a missão LAS, nesta parceria liderada pela Sierra Nevada Corporation”, disse, por meio de nota, Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança.
Além das aeronaves, o contrato prevê apoio terrestre para treinamento de pilotos, manutenção e outros serviços requeridos.
O Super Tucano está em operação há mais de sete anos e é empregado por forças aéreas de cinco nações e, em breve, atuará na Indonésia. Atualmente, são mais de 150 aeronaves em operação, incluindo as 99 adquiridas pela Força Aérea Brasileira, o primeiro cliente, que utiliza o avião para treinamento de pilotos e vigilância de fronteiras, principalmente na Amazônia.

Opinião
O contrato com os EUA abre um mercado sem precedentes para a Embraer, que criou há pouco mais de um ano seu braço militar para fazer crescer a receita na área de defesa. O mercado norte-americano, um dos mais fechados e com maior protecionismo no mundo, pode ser a ‘vitrine’ que a empresa precisava para inserir o modelo em outros países desenvolvidos.
“A Embraer conseguiu abrir um mercado extremamente fechado e pode desfrutar disso no futuro. Pode haver mais vendas e outros países podem ver a qualidade e se interessarem também”, disse Expedito Bastos, especialista em assuntos militares da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora).
Para o economista Marcos Barbieri, da Unicamp e especialista no mercado aeronáutico, o contrato é só a “ponta da lança” do que pode representar a entrada definitiva da Embraer no mercado de defesa.
“Esse número é a ponta da lança, uma encomenda preliminar para teste. A segunda vantagem é a entrada da Embraer como empresa de defesa no mercado americano. É o primeiro passo para entrar neste mercado, que é o maior e mais exigente mercado do mundo. Representa 40% do mercado de defesa do mundo”, disse.

Resultado
O desfecho da concorrência, que se arrasta há anos, começou a se definir em novembro e teve seu ponto-chave no último dia 22 de dezembro, quando o governo dos Estados Unidos confirmou a desclassificação do outro concorrente - a norte-americana Hawker Beechcraft.
A companhia foi desqualificada na licitação da USAF (Força Aérea Norte-Americana) por não ter cumprido exigências do edital.
A Beechcraft, com sede no Kansas (EUA), é fabricante do caça AT-6 Texan e recebeu em novembro a notificação da USAF sobre a desqualificação.
Em sua decisão, a USAF explicou que entre abril e setembro do ano passado levantou questionamentos ao projeto proposto e pediu a correção de alguns pontos, o que não aconteceu e motivou a decisão.
Ao receber a notificação, a empresa tentou apelar ao GAO (Government Accountability Office), que vetou a revisão da decisão da USAF no dia 22.

Protecionismo
A decisão gerou protestos entre congressistas norte-americanos, que iniciaram um ‘lobby’ em favor da empresa. Mesmo assim, o governo não recuou.

Raio-x
O avião comprado pelos EUA teve origem a partir do Tucano, projetado na década de 80, ainda na fase estatal da Embraer. O Super Tucano, mais que uma versão modernizada, é um modelo empregado em missões de ataque leve, reconhecimento e treinamento de pilotos. A Força Aérea Brasileira foi o primeiro cliente e adquiriu 99 aeronaves.

Certificação
O primeiro passo dado pela Embraer para a vitória na concorrência do governo dos EUA aconteceu em outubro, quando o Super Tucano recebeu a certificação de voo da Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos. Sem a certificação pelo principal órgão regulador aeronáutico, a Embraer não poderia operar o modelo em solo norte-americano.

Contrato
Anunciado no final da noite de 30/12/2011 pela Força Aérea dos Estados Unidos.
Prevê o fornecimento inicial de 20 aeronaves em um contrato de US$ 355 milhões (ou R$ 665 milhões).

Operação
Além das aeronaves, acordo prevê apoio terrestre para treinamento de pilotos, manutenção e outros serviços requeridos não divulgados.
Força Aérea dos EUA pretende empregar o modelo em treinamento avançado em voo, reconhecimento e operações de apoio aéreo.

Licitação
A licitação tinha também como concorrente a norte-americana Hawker Beechcraft, que ofereceu o modelo AT-6 Texan.
A empresa, no entanto, foi desqualificada em novembro passado após não esclarecer questionamentos sobre o projeto.
A Força Aérea dos EUA pediu a correção de alguns pontos, o que não aconteceu e motivou a desqualificação do AT-6.

Programa LAS
O avião da Embraer vai integrar o programa LAS (Light Air Support), ou Apoio Aéreo Leve.
A aeronave foi selecionada por oferecer ferramentas de inteligência, vigilância e reconhecimento, ter capacidade para uma grande variedade de munições e operar em terrenos com infraestrutura precária e em condições rigorosas.

O Super Tucano
O Super Tucano foi projetado especificamente para missões de contra-insurgência e atualmente é empregado por seis forças aéreas e possui encomendas de outras.

A aeronave
Demonstrou ser capacitada para as missões LAS e ajudou o governo colombiano a combater as forças revolucionárias daquele país (as Farc).
As mais de 150 aeronaves em operação no mundo acumularam 130 mil horas de voo.

Sierra Nevada
A Embraer firmou parceria com a norte-americana Sierra Nevada, no ano passado, para concorrer à licitação. O modelo será montado na Flórida.

Fonte: O Vale