Infraero despeja Aeroclube fundado por Santos Dumont em 1911
O secular Aeroclube do Brasil está literalmente sem-teto.
Fundado pelo pioneiro aviador Alberto Santos Dumont em 1911, o Aeroclube do Brasil, por ordem judicial, está despejado pela empresa do governo federal Infraero, desde 06 de setembro de 2014, dos hangares que ocupa no Aeroporto de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
O impasse judicial dura um ano. O despejo não envolve apenas um fato histórico e sentimentalismo. Sem sede, os cursos de formação de pilotos vão paralisar e em poucos anos o mercado de aviação comercial pode sentir o baque.
Isso porque nas últimas décadas o Aeroclube foi responsável pela formação de 80% dos pilotos do Rio, Minas e Espírito Santo, a maioria deles atua nas grandes companhias aéreas.
A conseqüência pode abrir brecha para que o Congresso Nacional mude o novo Código de Aviação, em discussão, e abra as portas para pilotos estrangeiros serem contratados com a eventual futura demanda.
Vaivém
A direção do Aeroclube teve sucessivas derrotas judiciais em todas as instâncias no Rio. Apelará agora ao STJ. A assessoria da Infraero informou que não houve acordo comercial pela área cedida em 1972 ao ACB, e agora precisa do local para alocar cerca de 200 funcionários que serão transferidos do Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão, com a concessão para a iniciativa privada.
País sem memória
Nos EUA, a situação é diferente. A pista e os hangares usados pelos irmãos Wright no primeiro voo foram tombados, e entregues a uma associação de pilotos.
Texto: Leandro Mazzini
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