Em 2011 a Força Aérea Brasileira lembra a sua trajetória. São 70 anos de grandes feitos e de muitos heróis, famosos e anônimos. A aviação brasileira nasceu e se consolidou sob as asas dessa gloriosa instituição. Acompanhe esta história, com texto divulgado no endereço eletrônico da FAB.
Década de 40:
A decolagem
Já havia algum tempo em que se discutia a criação de um ministério específico para o setor de aviação. As discussões no Brasil começaram no final da década de 20 e ganharam força a partir de 1935, com o lançamento de uma campanha para a criação do Ministério do Ar, sob a influência de países como a França.
Para o primeiro Ministro da Aeronáutica, Joaquim Pedro Salgado Filho, os desafios eram muitos. Faltavam aeronaves, pilotos, estrutura. “Era imprescindível despertar o interesse da juventude para a carreira de aviador”, dizia.


Década de 50:
Romper barreiras e vencer desafios, a missão da FAB

Em 1953, na pacata cidade de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, o Centro Técnico de Aeronáutica abrigou dois institutos científicos, tecnicamente autônomos, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) - para o ensino superior - e o Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento (IPD) - voltado para pesquisa e desenvolvimento na área de aviação militar.

Em 1956, a FAB começou a atuar na construção de aeródromos em meio à imensidão da floresta amazônica com a criação da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA). O objetivo era integrar a Amazônia Brasileira ao resto do país.
A década de 50 também marca a criação do Esquadrão de Demonstração Aérea, conhecido como Esquadrilha da Fumaça.
Década de 60:
Realização de sonhos na indústria aeronáutica brasileira

O avião Bandeirante surgiu a partir do projeto IPD-6504, uma referência ao ano (65), número do projeto (04) e ao Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IPD), do CTA. O protótipo daria origem ao futuro EMB 110 Bandeirante que, em 1968, decolou pela primeira vez, em um voo que durou, aproximadamente, 50 minutos. O projeto bem-sucedido deu origem à Empresa Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER), destinada à fabricação seriada do Bandeirante.
Na mesma década, o CTA formou o Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (GOCNAE). Os pesquisadores brasileiros militares e civis do Ministério da Aeronáutica participaram de pesquisas internacionais nas áreas de astronomia, geodésica, geomagnetismo e meteorologia. O SONDA I foi considerado a grande escola do Programa Espacial Brasileiro.
Década de 70:
Mudanças no conceito de defesa aérea

O Ministério da Aeronáutica concluiu uma série de estudos e, em 1969, concebeu o Sistema Integrado de Controle do Espaço Aéreo, um projeto ambicioso e estratégico que previa a utilização conjunta de equipamentos de detecção, de telecomunicações e de apoio para as atividades de defesa aérea e de controle de tráfego aéreo. Dois anos antes, a FAB já havia criado o Comando Aéreo de Defesa Aérea (COMDA), embrião do atual Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA).
Ao mesmo tempo em que a estrutura de detecção nascia, com uma complexa de rede de radares e equipamentos espalhados pelo país, o Ministério da Aeronáutica buscava no mercado internacional o que havia de melhor em modernos caças supersônicos. Em 1972, entra em operação a primeira unidade aérea de interceptação da FAB, o atual Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), equipado com caças F-103 Mirage III. Na mesma década, chegaram ao Brasil os caças F-5 e, sob licença, a EMBRAER passou a produzir o primeiro jato fabricado no país, o AT-26 Xavante.
Década de 80:
Novidades na indústria aeronáutica e no programa aeroespacial

O AMX foi projetado como substituto ao Xavante para missões de ataque e se destaca pelo raio de alcance, robustez e confiabilidade nos sistemas eletrônicos. Daí vem o apelido de “o avião computador”. O T-27 Tucano, além de cumprir o papel de treinador, também pode voar missões de treinamento armado, apoio aéreo, ataque ao solo e defesa do espaço aéreo. O projeto de substituição do Bandeirante deu origem ao Brasília. Na FAB, o avião foi designado de C-97. As primeiras unidades passaram a ser operadas pelo 6º Esquadrão de Transporte Aéreo.
A cidade de Alcântara, no Maranhão, não foi escolhida por acaso para ser a sede do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). A localidade se destaca por possibilitar lançamentos de foguetes com menor consumo de combustível ou com maior capacidade de carga. Houve um grande investimento em infraestrutura e tecnologia que possibilitou o lançamento de quinze foguetes SBAT-70 e 2 SBAT-152 na Operação Pioneira.
Década de 90:
SIVAM, os olhos vigilantes da Amazônia

Pode-se dividir a Amazônia em antes e depois do SIVAM. O sistema de radares e satélites permitiu que a região fosse conhecida e possibilitou que o espaço aéreo da região voltasse ao controle do país. Imaginar o espaço aéreo na época era visualizar um grande vazio com algumas ilhas na região de selva, já que os radares ficavam restritos às capitais.

O SIVAM é uma complexa rede de radares, satélites e equipamentos de vigilância, controle e comunicação espalhados por nove Estados – Roraima, Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Pará, Maranhão e Tocantins. O projeto exigiu investimentos da ordem de 1,4 bilhões de dólares, necessários para a criação de uma rede de equipamentos em uma região de 5,2 milhões de quilômetros quadrados.
Anos 2000:
Tempos de tecnologia e inovação sem esquecer o lado humano

A tecnologia veio para ficar nos anos 2000. O que parecia roteiro de filme virou realidade. A Força Aérea Brasileira investe em projetos de aviões supersônicos, veículos aéreos não-tripulados e foguetes movidos a combustível líquido. O Brasil se consolida como referência na aviação mundial, investindo no reaparelhamento da frota de aeronaves militares e como uma das lideranças do projeto de criação do espaço aéreo contínuo (CNS-ATM), gerenciado com o apoio de satélites.
Entre as novas aeronaves, estão o A-29 Super Tucano e o Projeto F-X2, os aviões de patrulha P-3AM, os de transporte C-99 e C-105 Amazonas, os helicópteros AH-2 Sabre, H-60 BlackHawk e EC-725. Além disso, a FAB investe na modernização dos F-5 E e dos bombardeiros A-1.

As operações de resgate e ajuda humanitária da FAB ultrapassaram as fronteiras nacionais. Missões aconteceram no Brasil, no Líbano, no Haiti, no Chile e em diversos países. No Brasil, marcaram a história as operações de resgate do voo AF447, da Air France, no meio do Oceano Atlântico.
Visite: www.fab.mil.br
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