Brasil recebe o seu satélite SGDC
O Brasil está recebendo o primeiro satélite de defesa e telecomunicações, o SGDC - Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas. O lançamento está previsto para 21 de março de 2017, na base de Kourou, na Guiana Francesa. A construção do sistema orbital, que será 100% operado pelo Brasil e terá vida útil de 18 anos, foi realizada pela francesa Thales sob contrato com a Visiona, uma joint venture entre a estatal de telecomunicações Telebras e a Embraer. O SGDC sobrevoará o Brasil a partir de um ponto fixo no espaço. Tem um foco ampliado que abrange toda a América do Sul e o Atlântico Sul, chegando à costa ocidental da África. Sua potência será maior sobre o Brasil, onde há mais demanda por telecomunicações. O SGDC será capaz de levar banda larga a locais onde hoje não há cobertura, como a floresta amazônica. Além das aplicações na área da defesa, o satélite também poderá ser usado comercialmente. Será possível, por exemplo, a operadoras firmar contratos com a Telebras para ampliar o escopo de seus sinais de telefonia e internet. O sistema passará por um período de testes após seu lançamento, e as operações efetivas começarão em junho de 2017. A partir daí, 100% das comunicações governamentais serão ser feitas por esse satélite. De e-mails do presidente da República aos telefonemas entre autoridades, tudo passará pelo satélite, com maior nível de segurança, velocidade e fluxo de multimídia. Os dados serão criptografados por uma ferramenta desenvolvida no Brasil, que "passa a ter segurança, blindagem e controle 100% das comunicações em matéria de defesa", frisou o ministro da Defesa, Raul Jungmann. Hoje, o país aluga a banda X de dois satélites privados e manterá o contrato relativo a um deles para se resguardar em caso de falha do SGDC. Para o ministro, ao operar o próprio satélite, o Brasil ganha em relação à sua própria segurança estratégica.