Raras nuvens “Asperitas” são de aspecto assustador
Nuvem Asperitas em Lagoa da Prata
(Foto de Janete Vagner Pereira, via Climatempo)
Uma estranha nuvem foi registrada, em Lagoa da Prata (MG), na tarde do dia 11 de dezembro de 2017. O formato da nuvem dava um aspecto dramático e assustador. O que os habitantes de Lagoa da Prata viram e alguns fotografaram foi uma nuvem rara, catalogada como uma “nuvem asperitas”. O que dá a aparência assustadora é o contorno ondulado na base da camada de nuvens. A nebulosidade do tipo asperitas possui uma característica especial e, em 2017, foi oficialmente reconhecida e catalogada pela Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês).
Atlas de Nuvens
A nuvem modelo da WMO
e a vista em Lagoa da Prata
(Climatempo)
A agência de meteorologia Climatempo compartilhou fotografia captada pelo morador de Lagoa da Prata, Rafael Douglas Gomes, emparelhada com o modelo publicado no Atlas Internacional de Nuvens, confirmando a classificação do fenômeno, como “stratocumulus stratiformis opacus asperitas”. O que caracteriza uma asperitas é o aspecto ondulado na base da camada de nuvens, mas de forma caótica, sem ter uma organização horizontal. São essas ondulações que dão a aparência de rugosidade.
Aspereza
Nuvem Asperitas em Lagoa da Prata
(Foto de Rafael Douglas Gomes, via Climatempo)
O especialista em Meteorologia Roberto Tadeu Araujo, palestrante e voluntário no Núcleo Infantojuvenil de Aviação (NINJA), informa que as nuvens tais quais as observadas em dezembro de 2017, em Lagoa da Prata, são classificadas como “Stratocumulus stratiformis opacus asperitas” (Sc Asp) ou “Altocumulus stratiformis opacus asperitas” (Ac Asp) que são diferenciadas pela altura de suas bases, sendo a mais baixa a Sc Asp e a mais alta a Ac Asp. De acordo com Roberto Tadeu, “a aparência dessas nuvens é resultado do grau de instabilidade da camada da atmosfera onde elas se formaram. Daí a denominação asperitas, aspereza em latim, pois suas aparências volumosas ou ondulantes sem o menor padrão deixam as bases como a superfície do mar numa tempestade”. Como são nuvens raras, ele recomenda, caso alguém de se depare com essas formações, fotografá-las, pois talvez demore bastante para que alguém volte a observar tal fenômeno.