Estudantes da Escola Municipal Tancredo Almeida Neves, de Ubatuba, litoral norte de São Paulo, seguiram, no dia 29 de maio de 2013,
para o Japão, a fim de participar do Simpósio Internacional de Ciência e Tecnologia Espacial, patrocinado pela Agência Espacial Japonesa.
Há dois anos, depois de ver um artigo em uma revista de ciências dizendo que era possível construir um satélite e mandá-lo para o espaço com cerca de R$ 14 mil, o professor de matemática Candido Osvaldo de Moura decidiu iniciar um projeto de construção de satélite com os alunos do 6º ano.
Assim nasceu o projeto UbatubaSat, que transformou os estudantes brasileiros, de acordo com a empresa que vendeu o satélite, nas pessoas mais jovens do mundo a terem se envolvido em um projeto espacial.
O objetivo era despertar nos estudantes o interesse pelas áreas de tecnologia e ciências, e ajudar a suprir a carência de profissionais nessas áreas no Brasil.
NASA
Além de já ter conquistado vários estudantes que agora decidiram seguir carreira em áreas de engenharia, o projeto já levou os alunos para conhecer os Estados Unidos, onde visitaram a Nasa (agência espacial americana), e agora, ao novo destino – o Japão. Eles escreveram um artigo sobre a influência do projeto em jovens de Ubatuba, e o material foi aceito pelo simpósio.
Com a ajuda dos governos municipal e federal e as passagens compradas pela Unesco (agência da ONU para a educação), 12 estudantes e quatro professores representarão o Brasil no congresso espacial do Japão.
Para o prefeito de Ubatuba, Mauricio Maromizato, o projeto ajuda a disseminar a cultura na tecnologia em um região muito marcada apenas por atividades turísticas e pesqueiras, onde ‘a juventude nunca teve outros horizontes’.
Como parte de projeto, alunos e professores receberam treinamento no Instituto Espacial de Pesquisa Espacial (Inpe). De acordo com Antonio Ferreira de Brito, técnico eletrônico de desenvolvimento de hardware, ‘esta foi a primeira vez que o instituto forneceu treinamento para crianças desta idade’.
O lançamento do satélite está atrasado, mas o professor Candido diz que a escola municipal não vai desistir e está à procura de verbas para fazer o lançamento através de um outro foguete espacial comercial.
Quando o satélite entrar em órbita, ele enviará uma mensagem em português, inglês e espanhol, a qual será escolhida em uma competição na escola.
Independente do lançamento, para Candido Moura o projeto ‘já é um sucesso’. Agora, a ideia é expandir a proposta, e novos pequenos cientistas já começam a serem treinados.
Fonte: G1