O Brasil contribuiu com o lançamento do telescópio espacial Webb
O Brasil participou do lançamento do James Webb, o maior telescópio espacial da história. A Estação de Telemedidas do CLBI, localizada em Parnamirim/RN, participou do rastreamento do Veículo ARIANE VA-256, lançado do Centro Espacial Guianês (CSG), localizado em Kourou, Guiana Francesa, no dia 25 de dezembro de 2021.
O CLBI atuou como estação remota ao Centro Guianês, fazendo rastreamento em Telemedidas de eventos como a extinção e separação do terceiro motor, ignição do quarto motor, entre outras ações. A participação brasileira exigiu um esforço considerável da equipe, desde às 22 horas do dia anterior, 24, com a preparação da Estação.
De acordo com a Tecnologista do CLBI, Maria Goretti Dantas, Coordenadora da Interface com o Centro Espacial Guianês, o lançamento mostrou a eficiência e capacidade dos profissionais do centro brasileiro: “Temos uma equipe técnica muito profissional, capacitada e envolvida plenamente nos processos do rastreio. O CLBI deixa a sua marca na história espacial internacional diante do evento que o mundo aguardou ansiosamente”, disse.
O James Webb
O Telescópio James Webb é um empreendimento conjunto da Nasa, a Agência Espacial Européia (ESA) e a Agência Espacial Canadense (CSA), sendo considerado o sucessor do Telescópio Hubble. É uma missão para explorar nosso próprio sistema solar, bem como planetas orbitando outras estrelas, chamados exoplanetas. O Telescópio tem como destino uma estação de observação a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra.
Nessa viagem o telescópio vai acionar seu espelho primário de 6,5 metros de diâmetro e um escudo para proteger suas observações do cosmos da luz e do calor do Sol. O objetivo é obter imagens dos primeiros objetos que se formaram após o Big Bang detectando eventos que ocorreram a mais de 13,5 bilhões de anos.
As equipes de solo começaram a receber dados de telemetria de Webb cerca de cinco minutos após o lançamento. O foguete Ariane 5, que levou o telescópio até o espaço, teve o desempenho esperado, separando-se do observatório 27 minutos após o início do voo. O Telescópio James Webb foi lançado a uma altitude de aproximadamente 870 milhas (1.400 quilômetros). Aproximadamente 30 minutos após o lançamento, Webb desdobrou seu painel solar, e os gerentes da missão confirmaram que o painel solar estava fornecendo energia para o observatório.
“O James Webb representa a ambição da NASA e nossos parceiros em nos impulsionar para o futuro. A promessa de Webb não é o que sabemos mas o que iremos descobrir; é o que ainda não entendemos ou ainda não podemos compreender sobre o nosso universo”, disse o atual Administrador da Nasa, Senador Bill Nelson.
A tecnologia revolucionária do telescópio promete explorar todas as fases da história cósmica, seja de dentro do nosso sistema solar às galáxias observáveis mais distantes no início do universo, e tudo que está entre os dois. O objetivo são novas e inesperadas descobertas para a humanidade compreender as origens do universo.
Um grande observatório
O James Webb é o novo telescópio espacial da Nasa. Ele é, basicamente, um grande observatório espacial que consegue enxergar objetos – como estrelas, galáxias e exoplanetas – super distantes no espaço. Sou nome foi dado em homenagem a um supervisor da Nasa da década de 60.
A 1,5 milhões de Km da Terra
O telescópio infravermelho custou quase US$ 9 bilhões e tem uma massa de 6,5 toneladas. Após entrar em órbita, ele irá se desenrolar gradualmente até chegar ao tamanho de uma quadra de tênis. Esse processo está previsto para durar 13 dias.
Seu destino é uma órbita a 1,5 milhões de km da Terra. Isso é quase quatro vezes a distância do nosso planeta até a Lua. Apesar de estar bastante longe, o telescópio ficará sempre alinhado à Terra.
Diferenças do Hubble
Existem diferenças do Webb em relação ao telescópio Hubble. A primeira é que ele é maior do que o seu antecessor. Consegue captar bem mais luz e enxergar mais longe. Seu espelho primário tem 6,5m de diâmetro (quase 3 vezes maior do que o do Hubble). Outra é que o James Webb só consegue enxergar em infravermelho. Esse tipo de radiação quase não é visível para o Hubble, que só consegue enxergar uma faixa limitada dele.
Como a luz infravermelha tem um comprimento de onda mais longo que os outros, é como se o James Webb conseguisse olhar mais para trás no tempo e enxergar as primeiras galáxias que se formaram no início do Universo. O objetivo é que o telescópio Webb tenha uma vida útil maior do que 10 anos. Essa duração é limitada pela quantidade de combustível usado para manter a órbita e pelo funcionamento adequado dos instrumentos.
Fonte: AEB - Agência Espacial Brasileira
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