Encontrar aplicativos educativos em português para smartphones e tablets é um desafio para pais e professores. A maioria dos produtos ainda está disponível apenas em inglês. Para ajudar a mudar esse cenário, estudantes do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) receberam um desafio: criar jogos voltados ao público brasileiro que estimulem o conhecimento e ajudem a identificar transtornos de aprendizagem
A inciativa é do Instituto ABCD, que ajuda na identificação e tratamento de distúrbios de aprendizagem como dislexia, discalculia e transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). O desafio de criar os aplicativos foi proposto ao grupo ITAbits, formado por alunos do ITA, localizado em São José dos Campos, SP. Em cinco meses, três projetos finalizados foram apresentados. Para a produção dos programas, o iABCD ofereceu aos estudantes supervisão técnica devido à pouca familiaridade dos estudantes com assuntos pedagógicos.
Éric Conrado, Márcio Paiva e Vitor Gonçalves, alunos do 2º ano de engenharia da computação, venceram o desafio.
O aplicativo desenvolvido pelos alunos do ITA Éric, Márcio e Vitor foi batizado Aramumo e funciona como uma espécie de palavras cruzadas. Ao invés de completar as lacunas com letras, as crianças devem preenchê-los com sílabas até formar a palavra. As sílabas que vão formar o jogo ficam flutuando em bolhas espalhadas pela tela. O aplicativo ajuda no desenvolvimento e treinamento de ao menos quatro habilidades: separação silábica, ortografia, reconhecimento e memorização de sons e coordenação motora.
A Aramumo já está disponível para download em aparelhos que utilizam a plataforma Android, do Google, juntamente com os outros dois aplicativos que participaram da competição. O jogo Mimosa e o mundo das cores explora a memória de palavras em um quebra-cabeças. E o Arqueiro defensor envolve a associação de palavras pronunciadas a sua ortografia. Todos foram testados por crianças que passam por tratamento de transtorno de aprendizagem no Centro de Triagem Neonatal e Estimulação Neurossensorial Dr. Tatuya Kawakami (CTNEN), em São Caetano do Sul, na região metropolitana de São Paulo.
Fonte: www.veja.abril.com.br