Relembre o fato histórico da formação dos primeiros aviadores do Exército Brasileiro, por meio da Escola de Aviação Militar, no ano de 1920.
Boa leitura.
Bom domingo !
Os 102 anos da primeira turma de aviadores do Exército Brasileiro
Seis meses e dez dias depois da inauguração da Escola de Aviação Militar, no Campo dos Afonsos
- Rio de Janeiro, em 22 de janeiro de 1920,
formou-se a primeira turma de pilotos aviadores do Exército, constituída
pelos seguintes oficiais: Capitão Raul Vieira de Mello, 1º Tenente Anôr Teixeira dos Santos, 1º Tenente Pedro Martins da Rocha, 1º Tenente José Felinto Trajano de Oliveira, 1º Tenente Godofredo Franco de Faria, 2º Tenente Gil Guilherme Christiano, 2º Tenente
Henrique Raymundo Dyott Fontenelle, 2º Tenente Raul Luna, 2º Tenente Rosalvo Tanajura Guimarães, 2º Tenente Ângelo Mendes de Moraes, 2º Tenente Salustiano Franklin e 2º Tenente Ivan Carpenter Ferreira.
Para selecionar a Primeira Turma, sob coordenação da Missão Militar Francesa, o “Exame de Saúde
do Pessoal Aeronavegante” previa, entre outras exigências, o peso máximo de 65 Kg e não se admitia nenhuma correção visual por vidros. Entre os candidatos seriam selecionados preferencialmente Oficiais e Aspirantes a Oficiais, com menos de 26 anos de idade
e metade das vagas deveriam ser preenchidas por Oficiais da Arma de Cavalaria.
Piloto Aviador-Militar
Após
rigorosa seleção, iniciou-se o curso que tinha duração prevista de 23 semanas. Para obter o diploma de Piloto Aviador-Militar, o aluno deveria satisfazer as condições preliminares e as provas.
Nas condições preliminares, deveria ser julgado apto pelo seu Instrutor
e pelo Diretor-Técnico da Escola, realizar 80 aterragens e voar 25 horas, as provas constavam de uma descida em espiral de 500 metros em voo planado; um voo, durante uma hora, acima de 2.000 metros; um voo em circuito fechado, de 60 quilômetros, devendo aterrar
na metade do percurso e uma prova de altitude, com a obrigação de manter-se, durante 15 minutos, acima de 3.000 metros.
Aviões
da Primeira Guerra
Para
a aquisição dessas habilidades, aviões de instrução utilizados pelos franceses na I Guerra Mundial foram adquiridos. Os franceses, ao terminarem a guerra, dispunham de estoques de aviões, motores e peças sobressalentes, ainda sem ser usados.
Os
principais aviões de instrução eram o Nieuport e o Spad 84 Herbermont, ambos com motor Gnome Rhône de 80HP. O quarteto de Nieuport era conhecido pelos seus diferentes jogos de asas, que variavam de superfície: 28 m² (Grosse Julie ou Nieuport 82 E2), 23m² (Nieuport
80 e 81), 18m² (Nieuport 83 E2) e 15m² (Nieuport 21 E1, 24 Bis ou Bebê), quanto maior a superfície das asas, maior a sustentação e mais fácil de pilotar era o avião, os alunos travavam seu primeiro contato com a arte de voar no Nieuport 28, passando para os
demais, cuja pilotagem era mais difícil e perigosa.
Por melhor que fosse a qualidade dos aviões, a tecnologia aeronáutica ainda
dava seus primeiros passos, o material era muito frágil, os motores radiais rotativos utilizados nas aeronaves não eram muito confiáveis, precisavam de uma revisão geral a cada 50 horas de voo, a canibalização de motores era uma solução constante para as dificuldades
orçamentárias vividas naquela época. Porém, o Exército Brasileiro, visualizando o imenso potencial dos aviões como arma de guerra e através da coragem, dedicação e pioneirismo da Primeira Turma de Pilotos Aviadores Militares, rompeu a barreira do entusiasmo
com a Aviação Militar, buscando o domínio e autonomia do emprego da nova tecnologia de combate.
Há
102 anos
Em
2022, após 102 anos da formatura e brevetação da primeira turma de Pilotos Aviadores Militares, a Aviação do Exército, altamente profissional, adestrada, e em condições de corresponder as necessidades do Exército Brasileiro, presta a sua homenagem a esses
heróis, não deixando cair no esquecimento, seus pioneiros que ajudaram a construir nossa realidade.
Fonte: Espaço Cultural da Aviação do Exército
Ninja-Brasil: versão para a web