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Voar é um desejo que começa em criança!

sábado, 11 de maio de 2024

Bem antes do GPS

Correio Aéreo Transcontinental

Isso realmente existe:

Gigantes setas de concreto apontando o caminho em toda a América...

De vez em quando, nos vastos desertos do sudoeste americano, um andarilho ou um mochileiro se depara com algo intrigante:   uma grande seta de concreto, com mais de 20 metros de comprimento,   no meio do nada, coberta por matagal...

O que são essas setas gigantes? Alguma marcação topográfica? Indicadores de pouso para discos voadores? Sinais para retorno à Terra?

Não, não é...

Trata-se da Rota do Correio Aéreo Transcontinental.

Em 20 de agosto de 1920 os Estados Unidos da América abriram sua primeira rota de entrega costa-a-costa pelo correio aéreo, 60 anos após a Pony Express ter encerrado suas atividades.   Não existiam boas cartas de aviação naqueles dias e, por isso, os pilotos, em voo visual, definiam o seu caminho por todo o país usando referenciais em terra.   Isso significava que voar com mau tempo era muito difícil e o voo noturno era praticamente impossível. O Serviço Postal resolveu o problema com o primeiro sistema de navegação civil em solo do mundo: uma série de faróis acesos estendendo-se desde Nova York até São Francisco. A cada 10 milhas, os pilotos passariam por uma seta de concreto em amarelo brilhante. Cada seta contava com uma torre de aço de 15,5 metros encimada por um farol rotativo de intensa luminosidade. Um gerador montado na cauda da seta mantinha o farol ligado.

Assim, o correio aéreo poderia ir do Atlântico ao Pacífico não em questão de semanas, mas em aproximadamente 30 horas.   Até o mais inexperiente dos pilotos do correio, ao que parece, poderia seguir uma série de setas, em amarelo-brilhante, como que saídas de um dos desenhos animados de Tex Avery. Em 1924 a linha de gigantes marcadores de concreto se estendia do Rock Springs, Wyoming para Cleveland, Ohio. No verão seguinte, chegou ao caminho de Nova York e, em 1929, atravessou o continente, ininterrupto, causando inveja aos sistemas postais de todo o mundo.

Rádio e radar são, é claro, infinitamente menos divertidos do que uma estrada de setas amarelas feitas de concreto, de costa a costa...mas nós sabemos como essa história termina...
Novos avanços na tecnologia de comunicação e de navegação tornaram as grandes setas obsoletas e o Departamento de Comércio "aposentou" as balizas em 1940. As torres de aço foram derrubadas e serviu para o esforço de guerra. Mas as centenas de setas permanecem. Sua tinta amarela está desaparecendo, seu concreto apresenta novas rachaduras a cada geada do inverno, e quase ninguém cruza o seu caminho, com exceção de coiotes e cardos. 
Mas ainda estão lá.

Encaminhado por Tiago Rizzi

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