Selecionamos novamente um texto do portal do INCAER - Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica, da coletânea Um voo pela história.
Boa leitura.
Bom domingo!
1951:
Aeronave da FAB realiza aterragem de emergência nos Andes!
Notícia preocupante do dia 14 de abril de 1951.
Um garboso Douglas C-47 de matrícula FAB 2043 iniciou sua jornada em
Lima (Peru) e cumpria a etapa de Arequipa (Peru) para Santa Cruz de La Sierra
(Bolívia), quando teve uma parada de um dos seus dois motores.
O elevado nível necessário para este voo não permitia a manutenção da altitude para ultrapassar a imponente Cordilheira.
A tripulação era composta dos Majores-Aviadores Fausto Amélio da Silveira
Gerpe e José Gomes de Araujo, do 2º Tenente-Navegador Cássio Romualdo
dos Reis Carneiro e dos Sargentos Erasto Lopes da Conceição, Luzio de Paula
Magalhães e Adriano de Oliveira Camargo.
Militares experientes planejaram passo a passo, com maestria, o impacto de
um pouso de emergência, com o trem de pouso recolhido, sobre a Cordilheira.
Os treze passageiros foram cuidadosamente orientados. A aproximação inexorável do solo foi parcialmente controlada até as margens de uma lagoa que
estava a 14.200 pés da altitude (4.300 metros). Por coincidência, como alguns
preferem, ou por Providência Divina como eu acredito, a apenas 7 Km de distancia estavam as minas de enxofre de Tutupaca.
A tripulação nada sofreu e um dos passageiros saiu levemente ferido da aterragem! Todos desceram da aeronave, puderam resgatar suas bagagens e, agradecidos, seguiram de caminhão para uma cidade próxima (Moquegua, Peru) e
dali de avião para Lima.
A Força Aérea Brasileira tinha uma “garça” acidentada em local de grande
altitude, oxigênio escasso, temperaturas de menos oito graus e acesso remoto.
Especialistas da FAB seguiram para o local do acidente e verificaram a possibilidade de recuperação da aeronave. Seriam necessárias as trocas de duas hélices, dois motores e da asa direita que teve seu bordo de ataque destruído. Eram serviços de monta e, considerando-se as variáveis, colocava-se em jogo a competência da organização. Decisão tomada, a equipe composta por oito graduados e um civil, chefiada pelo Ten Cel Av Oswaldo Carneiro de Lima (Engenheiro) iniciou os trabalhos de recuperação da aeronave. No dia 20 de junho de 1951, dois meses após o acidente, o Fênix ressurgia dos Andes! O C-47 2043 decolava do alto da Cordilheira, pilotado pelo próprio Cel Lima – Aviador Engenheiro – com destino à Base Aérea do Galeão. A equipe de manutenção brilhara como nunca e as condições extremamente adversas foram superadas. Este fato é inspirador de vários contos e filmes. O mais recente é o “O Voo da Fênix” do diretor John Moore de março de 2005. É um filme de aventura e ação no qual o piloto de um avião de carga e seu copiloto são enviados à Mongólia. Na volta o avião cai no Deserto de Gobi por causa de uma tempestade de areia. Sem comunicação e com pouca água e comida, os sobreviventes resolvem construir um novo avião a partir dos destroços. Sobre o assunto, escreveu o Ten Brig Ar Lavenère- Wanderley: “O trabalho realizado por essa competente e dedicada equipe...na Cordilheira dos Andes, serve como inspiração para todos os que trabalham na Aeronáutica Brasileira e representa um exemplo notável de espírito de sacrifício e de energia moral. A aterragem de emergência do C-47 e a sua recuperação repercutiram de um modo altamente favorável no conceito que a FAB e o CAN gozam na América do Sul.”
Outra curiosidade marcante e emblemática foi o fato de a aeronave ter pousado no Brasil com a asa direita cedida pela Força Aérea Peruana e, portanto, com o Cocar daquela Força de um lado e, com a insígnia da Força Aérea Brasileira na outra. Um belo exemplo da união que deveria sempre existir entre os países da América do Sul e dos seus povos.
O avião C-47 2043 pousado nos Andes
Especialistas da FAB seguiram para o local do acidente e verificaram a possibilidade de recuperação da aeronave. Seriam necessárias as trocas de duas hélices, dois motores e da asa direita que teve seu bordo de ataque destruído. Eram serviços de monta e, considerando-se as variáveis, colocava-se em jogo a competência da organização. Decisão tomada, a equipe composta por oito graduados e um civil, chefiada pelo Ten Cel Av Oswaldo Carneiro de Lima (Engenheiro) iniciou os trabalhos de recuperação da aeronave. No dia 20 de junho de 1951, dois meses após o acidente, o Fênix ressurgia dos Andes! O C-47 2043 decolava do alto da Cordilheira, pilotado pelo próprio Cel Lima – Aviador Engenheiro – com destino à Base Aérea do Galeão. A equipe de manutenção brilhara como nunca e as condições extremamente adversas foram superadas. Este fato é inspirador de vários contos e filmes. O mais recente é o “O Voo da Fênix” do diretor John Moore de março de 2005. É um filme de aventura e ação no qual o piloto de um avião de carga e seu copiloto são enviados à Mongólia. Na volta o avião cai no Deserto de Gobi por causa de uma tempestade de areia. Sem comunicação e com pouca água e comida, os sobreviventes resolvem construir um novo avião a partir dos destroços. Sobre o assunto, escreveu o Ten Brig Ar Lavenère- Wanderley: “O trabalho realizado por essa competente e dedicada equipe...na Cordilheira dos Andes, serve como inspiração para todos os que trabalham na Aeronáutica Brasileira e representa um exemplo notável de espírito de sacrifício e de energia moral. A aterragem de emergência do C-47 e a sua recuperação repercutiram de um modo altamente favorável no conceito que a FAB e o CAN gozam na América do Sul.”
Outra curiosidade marcante e emblemática foi o fato de a aeronave ter pousado no Brasil com a asa direita cedida pela Força Aérea Peruana e, portanto, com o Cocar daquela Força de um lado e, com a insígnia da Força Aérea Brasileira na outra. Um belo exemplo da união que deveria sempre existir entre os países da América do Sul e dos seus povos.